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sábado, 2 de agosto de 2014

Bota dribla crise e quebra sequência de vitórias do Cruzeiro: 1 a 1


Líder domina o jogo no Maracanã, finaliza mais, mas não consegue quinta vitória consecutiva. Alvinegro vai bem no primeiro tempo e valoriza empate


foi bem
Edílson

Deu certo a improvisação de Edílson no meio-campo. Ele deixou o time mais vertical, mandou cinco finalizações e ainda fez o gol do Botafogo.

problemas
de graça

Houve muitos problemas na chegada da torcida. O sistema de vendas não funcionou, e os portões tiveram de ser abertos. Muitos entraram de graça.

como fica?
ainda folgado

O Cruzeiro abriu seis pontos sobre o Corinthians. Pode ir a três, mas os mineiros, com maior número de vitórias, seguirão líderes na 14ª rodada.

O líder do Campeonato Brasileiro somou mais um ponto em sua escalada em busca do segundo título nacional consecutivo. Neste sábado, no Maracanã, empatou por 1 a 1 com o Botafogo, que conseguiu driblar sua enorme crise para, com vigor em campo e apoio da torcida, quebrar a sequência de quatro vitórias seguidas do adversário. Edílson, improvisado como meia, abriu o placar para os cariocas no primeiro tempo. O zagueiro Léo, na etapa final, empatou para os mineiros, que ainda não venceram no novo Maracanã.

O resultado não chega a ser injusto – o Cruzeiro, porém, mereceria mais a vitória. O Botafogo teve o mérito de praticamente anular o envolvente setor ofensivo do adversário na etapa inicial. Depois, a Raposa cresceu muito, controlou o jogo, teve mais posse (57% a 43%) e muito mais finalizações (18 a 8). Jefferson salvou o Alvinegro repetidas vezes.

Cruzeiro domina o jogo, mas não consegue vitória no Maracanã (Foto: Agência Getty Images)

Com o empate, o Botafogo foi a 13 pontos, na 13ª colocação. O Cruzeiro, com 29, é o líder. Na próxima rodada, os mineiros visitam o Criciúma no sábado, e os cariocas encaram o Atlético-PR em Curitiba no domingo.

O jogo

O Cruzeiro não fez bom primeiro tempo. Não conseguiu repetir o dinamismo dos jogos anteriores. Foi bem anulado pelo Botafogo, que impediu o habitual encaixe de peças como Everton Ribeiro, Ricardo Goulart e Egídio. Diante de um adversário obviamente superior, a equipe de Vagner Mancini teve o mérito de equilibrar os movimentos e ainda alcançar o gol em lance pelo alto.

Foi aos 25 minutos. Lucas, da direita, mandou na área. Edílson, improvisado como meio-campista, apareceu bem para mandar de cabeça no canto de Fábio, que escorregou e, por isso, não conseguiu alcançar a bola.

Os minutos finais do primeiro tempo, porém, já começaram a mostrar aquilo que aconteceria no restante do jogo: Cruzeiro na pressão, Botafogo se segurando atrás e tentando sair em velocidade. A Raposa foi ao ataque e, de tanto insistir, alcançou o gol do empate. Léo, aos 14, aproveitou desvio de Dedé, após cruzamento de Everton Ribeiro, e mandou para a rede. Willian, pouco antes, mandara chute no travessão.

O restante da partida foi de soberania no Cruzeiro. Mas o Botafogo se controlou bem. Quando deu espaços, viu Jefferson trabalhar com perfeição, como em chute cara a cara com Dagoberto.

Por GloboEsporte.com Rio de Janeiro

Mancini dá caminho para vitória sobre o Cruzeiro: "Fazer o jogo da vida"


Técnico admite que superioridade do adversário deste sábado exige que Botafogo pense primeiro na marcação, mas avisa que Alvinegro precisa buscar resultado



Vagner Mancini prepara Botafogo para duelo contra
o Cruzeiro (Foto: Cezar Loureiro / O Globo)
Além dos 16 pontos, o Botafogo tem o fator emocional como grande desvantagem em relação ao Cruzeiro. Por isso, além de tentar esquecer a grave crise financeira – que tem como consequência salários atrasados – o grupo alvinegro terá de tentar minimizar a força do adversário, líder do Campeonato Brasileiro, na partida deste sábado, no Maracanã. O técnico Vagner Mancini reconhece que sua equipe vai a campo sabendo que vai precisar se superar para sair com a vitória.

- O Botafogo vai ter que fazer o jogo da vida. Não tem outra maneira de parar uma equipe como o Cruzeiro, que dificilmente vai oscilar. Então vamos tentar dificultar as ações do adversário, sem dar espaços para que ele trabalhe muito a bola. Cada um precisa estar altamente concentrado para neutralizar o outro lado e conseguir jogar um bom futebol - observou.

Ao contrário do que ocorreu no último domingo, na derrota por 1 a 0 para o Flamengo, o Botafogo vai, neste sábado, adotar a postura de primeiramente neutralizar o adversário para então somente depois buscar as ações ofensivas. Mas Vagner Mancini deixa claro que sua equipe não vai se concentrar somente na marcação, já que precisa vencer para evitar uma volta à zona de rebaixamento.

- Quando você enfrenta a maioria das equipes, a tendência natural é apanhar e bater. Mas contra certos adversários, como o Cruzeiro, é fundamental você tirar o espaço de jogo e em muitos momentos se retrair. No panorama normal não tem chance. Então temos que mudar isso, com uma marcação forte e apostando nas bolas em velocidade - explicou.

O treinador, entretanto, ressaltou que o sentimento do Botafogo está longe de ser o de submissão ao Cruzeiro. Para isso, o clássico contra o Flamengo serve como exemplo.

- Passamos a última semana toda falando que o Botafogo poderia ser a alavanca do Flamengo, que estava em último lugar. Então, uma vitória sobre o Cruzeiro mudaria muito o nosso astral e nos faria somar pontos importantes - frisou.

Por Gustavo Rotstein Rio de Janeiro/GE

Sheik critica diretoria "incompetente": "Quem vende sonho é padaria"


Em entrevista ao jornal "Extra", atacante diz que "ninguém é idiota" ao comentar situação do clube, mas garante permanência até dezembro


O atacante Sheik, fazendo jus à fama de não ter papas na língua, detonou a diretoria do Botafogo, tratando-a como incompetente, em entrevista ao jornal Extra. Criticou o não cumprimento de promessas e afirmou, que, caso não estivesse sendo pago pelo Corinthians - detentor de seus direitos econômicos -, deixaria o Glorioso. Mesmo assim, garantiu permanência até pelo menos dezembro. O time, que enfrenta o Cruzeiro neste sábado, às 18h30m, no Maracanã, está com três meses de salários e cinco de direitos de imagem atrasados.

- Quando cheguei aqui, fui muito bem recebido. Não tenho nada a dizer. Mas com o passar do tempo, vi situações que não alegram, não trazem benefício, não agregam. Vi promessas não cumpridas. Datas, prazos e nada por salários. No dia acertado, todos ficam esperançosos. Depois, no dia, vem a desilusão. Isso cansa. Ninguém é babaca. Ninguém é idiota. Sou a favor da verdade. Quem vende sonho é padaria. O atleta quer verdade. O planejamento do Botafogo não pode ser o mesmo do São Paulo. São números diferentes - criticou.

Emerson Sheik está muito decepcionado com o Botafogo (Foto: Satiro Sodré/SSPress)

Apesar de todos os problemas relatados, o atacante vê um bom ambiente entre os componentes do grupo e credita tal situação em boa parte à comissão técnica alvinegra.

Ninguém é babaca. Ninguém é idiota. Sou a favor da verdade. Quem vende sonho é padaria. O atleta quer verdade. O planejamento do Botafogo não pode ser o mesmo do São Paulo.
Sheik, na bronca

- Com toda a incompetência da diretoria, ainda temos um grupo de homens, atletas, jogadores. Diante de toda essa confusão, conseguimos nos respeitar. A comissão tem mérito. Vivo uma situação particular. Quando saí do Brasil,tive passagens pelo Japão... Minha história é bacana. Com conquistas. Por Flamengo, Fluminense, Corinthians. O Botafogo seria o clube que me daria momento de tristeza. Mas não. Tenho aprendido muito. Só havia vivido a felicidade do futebol. E o Botafogo me levou para uma realidade diferente. Estou amadurecendo aos 35 anos. É lógico que eu não desejo isso para a vida de ninguém. Mas o ambiente de trabalho, mesmo sem a diretoria conseguir pagar, sem honrar os acordos, é bom. Mas ninguém quer passar por isso - afirmou.

O jogador cobrou sinceridade do presidente Maurício Assumpção em relação aos acordos feitos com os jogadores.

- Ele foi um lorde comigo, um gentleman na chegada. E não o conheço pessoalmente. Mas algumas coisas me deixaram triste. Falta de atitude. Em certos momentos, você não pode estender um problema. A minha postura é clara: tem um mês de trabalho, paga. E não se deixa atrasar três meses para pagar um. Mais vale a verdade que doa do que a mentira que iluda.

Questionado sobre o risco de debandada devido aos atrasos (três meses de salário, cinco de contrato de imagem e FGTS), Sheik diz que sairia caso estivesse passando dificuldades. Como é pago pelo Corinthians, assegura ficar no clube pelo menos até dezembro.

- Eu, Emerson, com família, mulher, filhos, sairia. Tenho família, contas a pagar. Mas olha bem: não fico induzindo a ficar ou sair. Isso é muito pessoal. Não posso dar minha opinião. Cada um tem sua própria vida. Minha situação é um pouco diferente. Eu recebo do Corinthians. O Corinthians me paga. E, assim, o dia que era para ser de alegria é o de maior tristeza. Eu sei que todo dia cinco o meu salário cai na conta. E aqui? Sei que a maioria aqui não. O Julio Cesar é meu amigo, um irmão. Fico pensando nos filhos dele, na mulher dele, na roupa, como estão se vestindo. E a dos outros? É f... Eu tenho propostas, sim. Mas sou homem. Não vou sair agora. Até dezembro eu fico.

Emerson, ainda que resignado, deu a entender que vem emprestado dinheiro a alguns de seus companheiros.

- É chato falar disso, não quero. O futebol é a oportunidade de o moleque sair da favela, do meio do tráfico e sonhar. Você vai do lixo ao luxo. E nem todos são extremamente ricos, como pensam. Nos clubes em que joguei no Brasil, os jogadores, na maioria, tinham conforto. Aqui, estou vendo atletas com dificuldades de botar gasolina. Nunca vivi isso. Mas não esqueço de onde eu saí. A molecada está sem receber. E não recebe salários astronômicos. São três, cinco meses. E tão importante quanto o dinheiro é o carinho. O ser humano espera uma palavra de apoio, conforto, carinho, uma esperança. Óbvio que precisa de grana para pagar contas. Supermercado não aceita carinho.

Por GloboEsporte.com Rio de Janeiro