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quinta-feira, 6 de julho de 2023

Base, trabalho com o elenco e jogo objetivo: por que o Botafogo gostou de Bruno Lage



Português é o principal alvo de John Textor para substituir Luís Castro



Bruno Lage é a nova obsessão de John Textor para assumir o comando do Botafogo após a saída de Luís Castro. O proprietário da SAF do Alvinegro tem negociações em andamento com o ex-comandante do Wolverhampton e as conversas estão evoluindo durante essa semana.








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O norte-americano não tem medido esforços em busca de um final feliz com Lage. A busca tem sido feita porque Textor não pensa apenas em um treinador apenas para "fechar o ano", apesar de o Botafogo estar com ótima campanha no Brasileirão, e sim com a intenção de montar um projeto a médio/longo prazo.



O português trabalhou por muito tempo como treinador das categorias de base do Benfica, até que deixou o clube para virar assistente de Carlos Carvalhal. O primeiro trabalho de Lage como treinador principal foi justamente nos Encarnados no meio da temporada 2018/19, entrando no lugar de Rui Vitória. Meses depois, conquistou o título do Campeonato Português.


O interesse de Textor em Lage vem, primeiramente, pela ativa participação no dia a dia da gestão de categorias de base. Para o empresário, revelar jogadores é a melhor forma de manter clube financeiramente ativo e, por isso, há a intenção de, no futuro, ter um CT integrado entre o elenco principal e os times inferiores.





João Felix Benfica x Maritimo — Foto: AFP



Lage não é lá um treinador marcado por só trabalhar com jovens nos times por onde passou, mas é um profissional que tem em jogadores da base como protagonistas. No Benfica, foi o responsável por colocar João Félix, hoje no Atlético de Madrid, como titular. Além disso, o time que fora campeão nacional em 2019 também contava com Rúben Dias, hoje no Manchester City, e Florentino Luís, à época uma jovem promessa.


No Wolverhampton, último trabalho que teve, em 2022, Bruno Lage barrou Conor Coady, então capitão da equipe, e colocou Max Kilman como titular absoluto.


Adaptação

Qual é o estilo de jogo de Bruno Lage? Uma das principais características do português é se ambientar aquilo que o elenco lhe oferece. No Benfica, por exemplo, o time era postado em um 4-4-2 clássico - dois volantes, dois pontas e dois atacantes. No Wolves, a formação era um 3-4-3, com três zagueiros.


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Na temporada anterior, sob o comando de Nuno Espírito Santo, o Wolverhampton já atuava em um esquema de três zagueiros. Lage até tentou colocar uma formação com uma linha de quatro defensores no começo de 2022, mas viu que não seria possível pelas características do elenco.



Bruno Lage está sem clube desde que deixou o Wolverhampton, em outubro de 2022 — Foto: Divulgação/Wolves


- Vimos que não havia temp de fazer mudanças na primeira temporada. Não dava para mudar o sistema tático mas tentamos mudar o estilo de jogo, tentar ter mais a bola no pé. Acho que todos notaram que tínhamos mais a bola. Quando eu vim para cá o projeto não era uma revolução. Era uma evolução - afirmou o treinador em entrevista à "Sky Sports" em agosto de 2022.


O trabalho no Wolves, contudo, não foi dos melhores. Lage foi demitido no meio da temporada após a equipe entrar na zona de rebaixamento em uma sequência negativa na Premier League.


O jogo


"Organização, criatividade e jogadores talentosos": foi assim que Bruno Lage definiu a jogada de um gol construído na época de Benfica em uma postagem recente feita em uma conta nas redes sociais.


Lage pode não ter uma formação tática preferida, mas tem estilo de jogo definido. Ter a bola é o objetivo, mas não uma obsessão. É uma posse objetiva: quando os jogadores estão com a bola, o plano é acelerar na busca pelo gol adversário.