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quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Botafogo volta ao Ato Trabalhista e comemora fim de asfixia financeira



Renê Simões é apresentado como treinador do Botafogo para a temporada 2015 Vitor Silva / SSPress

O Botafogo recebeu uma grande notícia nesta quarta-feira. Através de um e-mail enviada pela juíza responsável, o clube foi informado que a proposta enviada ao TRT (Tribunal Regional do Trabalho) foi aprovada. Assim, o clube de General Severiano está de volta ao Ato Trabalhista, o que representa o fim das penhoras de dívidas trabalhistas.

A decisão foi lida pelo presidente do Botafogo, Carlos Eduardo Pereira, em reunião do conselho deliberativo, que tomou posse nesta quarta-feira após as eleições presidenciais de novembro. Agora, o Alvinegro aguarda apenas o anúncio do Ministério Público, o que deve ocorrer antes dessa sexta, quando haverá recesso do judiciário.

Isso representa a segunda vitória de Carlos Eduardo Pereira após ter assumido a presidência do Botafogo. Na última semana, o Alvinegro pagou uma dívida com a Timemania e voltou a ficar em dia. Com a volta ao Ato Trabalhista, o clube precisa pagar duas parcelas do Refis para dar sequência ao financiamento das dívidas fiscais e ter sua situação financeira controlada.

Com a volta ao Ato, no entanto, já será possível que o Botafogo volte a respirar. Com as penhoras trabalhistas erradicadas, o Alvinegro poderá montar com mais tranquilidade o planejamento para a temporada 2015, que terá como maior objetivo a volta à elite do futebol brasileiro.

Bernardo Gentile
Do UOL, no Rio de Janeiro

Ex-joia de Santos e Fla cava vaga no Botafogo para 2015: 'seria um prazer'




Jean Chera, ex-atleta da base do Santos Arquivo pessoal/Jean Chera

Jean Chera está de volta ao noticiário do mercada da bola. Ou pelo menos tentando voltar. Na tarde desta quarta-feira, a ex-joia com passagens fracassadas por Santos, Flamengo e futebol italiano postou uma mensagem em seu twitter cavando uma vaga no Botafogo para a próxima temporada.

"Vários indo embora de um clube tão grande. Eu gostaria de jogar no Botafogo. Mesmo na série B", comentou o jovem de apenas 19 anos, em uma mensagem isolada na rede social.

Rapidamente, ele foi interpelado por seguidores, respondendo que "seria um enorme prazer, ajudar o Botafogo a voltar pra onde não deveria ter saído".

Comparado a Robinho e Neymar quando surgiu na base do Santos, em 2010, Chera acumulou fracassos nos últimos anos. Seu último clube foi o CS Universitatea Craiova, da Romênia. O jovem foi dispensado em julho, com menos de dois meses de clube.

Antes, teve passagens sem brilho por Atlétic-PR, Cruzeiro, Oeste (SP) e Gênoa, além de Flamengo e Santos. Em todos, mostrou pouco futebol e algumas polêmicas. Os dirigentes dos clubes reclamavam constantemente do comportamento de seu pai.

Do UOL, no Rio de Janeiro

Por que caiu? Caiu por quê? Dossiê Botafogo III: surrealismo e descontrole


Orçamento que contava com premiação de todos os torneios do ano, aumentos para a "turma da praia", adeus de Seedorf e fiasco na Libertadores: a queda se desenha





A terceira reportagem da série começa no fim de 2013, quando a falta de planejamento do Botafogo transbordou. O Departamento de Futebol resolveu ignorar solenemente os pedidos de contenção de despesas do financeiro. Em vez de cortar custos, o futebol resolveu aumentá-las e produziu um orçamento surrealista. Em janeiro, os salários já estavam em atraso e a volta do clube à Libertadores virou um pesadelo.


1 - O orçamento surreal

Apesar do caos financeiro, a vitória no estadual e a vaga na Libertadores deram argumentos para que o departamento de futebol vendesse sucesso. O Botafogo, afinal, tinha voltado à Libertadores depois de 18 anos. Em vez de assumir os erros, Sidnei e Chico resolveram dobrar a aposta e produziram um orçamento que beirava o inacreditável. Previram premiações para todos os títulos do ano: estadual, Copa do Brasil, Brasileiro, Libertadores e Mundial.

– Fui no Corinthians pegar o orçamento deles do time campeão do mundo. Os caras conseguiram fazer um orçamento maior que aquele – comentou um dirigente.

Em e-mail enviado a vários diretores, o diretor executivo Sérgio Landau reclamou que o orçamento enviado pelo futebol previa gastos mensais de R$ 11,7 milhões. Só em salários e direitos de imagem, a previsão mensal era de R$ 7 milhões. O departamento financeiro tinha informado ao departamento de futebol e ao presidente, em outubro, que o clube estava quebrado e com aquele orçamento seria bem pior. As despesas do futebol precisariam ser reduzidas para R$ 3,7 milhões. Foi ignorado.

– O presidente de fato do primeiro mandato foi o Landau. No segundo, Sidnei fez a cabeça do Maurício para assumir de fato e esvaziar o Landau. O futebol não respondia a mais ninguém.

O Conselho Fiscal rejeitou o orçamento surrealista e exigiu um novo. Landau avisou que, mesmo se os gastos ficassem em R$ 3,7 milhões, o clube precisaria captar R$ 40 milhões no mercado. Anotou ainda que as despesas do futebol no último trimestre de 2013 tinham ficado numa média de R$ 5 milhões.

Orçamento do Botafogo previa premiação para todos os campeonatos da temporada (Foto: Vicente Seda)

2 - Reajustes

O Departamento de Futebol não apenas ignorou a recomendação de corte de custos, como resolveu aumentá-los. Entre dezembro e janeiro, um festival de aumentos trouxe alegria para antigos e novos membros da comissão técnica. Em dois casos, funcionários criaram empresas e passaram a ganhar via CLT e como prestadores de serviço, situação que o departamento jurídico alertou que era ilegal.

Isso gerou um desconforto em Landau, que havia criado um comitê de gestão responsável por normatizar as alterações salariais. Como o presidente autorizava tudo o que o futebol fazia, Landau acabou com todos os comitês. Irritado com o Futebol e adoentado, o vice financeiro, Carlos Alberto Calumby, também pediu exoneração. Chico Fonseca assumiu também a vice-presidência financeira.

Sérgio Landau em coletiva: fim dos três comitês após reajustes (Foto: Satiro Sodré / AGIF)
3 – "Gente de azul"

Nada menos que 18 profissionais foram demitidos entre 2013 e 2014. Em janeiro, o departamento médico foi demitido, junto com o fisioterapeuta Altamiro Bottino, o fisioterapeuta Alex Evangelista e o analista de desempenho Marcelo Xavier. Os ex-técnicos dos juniores Anthoni Santoro e Jair Ventura também entraram na barca. Criou-se uma flagrante divisão entre os “o pessoal da base” e os profissionais restantes na comissão técnica – como o preparador de goleiros Flavio Tenius, que havia resistido por conta de sua ligação com Jefferson.

– Eles chegaram da base com marra achando que sabiam tudo porque ganharam um campeonato de juniores. E não sabiam nada. Não sabiam que profissional é diferente – disse um membro da comissão técnica.

Ainda em janeiro, Loureiro promoveu uma série de contratações. A comissão passou a ter três auxiliares-técnicos: Eduardo Barroca e Flávio Oliveira e um dos fiéis escudeiros de Loureiro, o preparador de goleiros Christiano Fonseca. Outros homens de confiança de Loureiro, Marcos Pinheiro (o Mineiro) e Cláuber Antunes, também foram promovidos para o profissional. Apesar das demissões, a comissão técnica continuava inchada.

– Tinha mais gente de azul (comissão) do que de cinza (jogador) no campo – comentou um dirigente.

Flavio Tenius treina Jefferson: preparador resistiu por ligação com o goleiro (Foto: Thales Soares / Globoesporte.com)

4 – Praia rica


A rubrica "Pessoas Jurídicas" do orçamento de futebol traz uma noção da quantidade de aumentos ocorridos entre dezembro de 2013 e janeiro de 2014.O clube gastou R$ 291.050 em dezembro com PJs do futebol. Apesar da recomendação de corte de custos, em janeiro esse número pulou para R$ 481.474 em janeiro. Em abril chegou a R$ 595.288.

Os aumentos da chamada "turma da praia" entre 2009 e 2014 chamaram atenção. Eduardo Hungaro, que chegara ao clube em 2009 ganhando R$ 2 mil, saltara para R$ 27 mil e em janeiro de 2014 passou a R$ 65 mil já como PJ (porque virou treinador - em sua defesa, diga-se que certamente era um dos salários mais baixos da série A). Christiano Fonseca pulara de R$ 2 mil para R$ 18 mil. Ele e Ney Souto passaram a ganhar via CLT e também via PJ. Mineiro pulou de R$ 1,5 mil e passou a ganhar R$ 6 mil como auxiliar de coordenação administrativa. Felipe Arantes começara com R$ 2 mil e em 2014 já ganhava R$ 9,5 mil no cargo de auxiliar-técnico. Seu irmão, Bernardo, tinha pulado de R$ 5 mil para R$ 21 mil.

Mas os aumentos não ficaram apenas para os praianos. O analista de desempenho Alfie Assis, que era responsável pelas apresentações em Power Point da base, entrou no clube em 2009, como estagiário, ganhando R$ 150. Em 2014, já como profissional, tinha vencimentos de R$ 5.914. Um aumento de mais de 3.000% em cinco anos num clube sem recursos.

Eduardo Hungaro comanda treino: do salário inicial de R$ 2 mil a R$ 65 mil em janeiro de 2014 (Foto: Vitor Silva/SSPress)

5 - Ilha da fantasia

A situação financeira do clube só piorava. O clube tinha dívidas imensas com os empresários Eduardo Uram e Carlos Leite. Devia também ao fundo do banco BMG e buscava empréstimos de toda sorte. O fluxo de caixa já era negativo e as penhoras tornavam a gestão praticamente impossível. O departamento financeiro fazia malabarismo para conseguir recursos e antecipações. Enquanto isso, o Futebol aumentava seus gastos. Em dezembro de 2013, a vice-presidência de futebol gastou R$ 4,9 milhões. Em janeiro, os gastos pularam para R$ 5,6 milhões. Em fevereiro chegaram a R$ 5,8 milhões.

Carlos Leite em sua empresa: Botafogo acumula dívidas imensas com o empresário (Foto: Janir Júnior)
6 – Adeus de Rafael Marques e Seedorf

Se o time já se enfraquecera em 2013, o início de 2014 foi ainda pior. Seedorf parou de jogar e foi ser técnico do Milan. Sidnei Loureiro confidenciou ao repórter Thales Soares.

– Já sabíamos que o Seedorf ia parar. Por isso nos planejamos antes e trouxemos o Jorge Wagner.

Outro que saiu foi Rafael Marques. Antes criticado por Montenegro e Loureiro, ele tinha se tornado um dos principais jogadores do time em 2013. Foi autor do gol do título estadual. Acabou indo para a China.

– Eu não queria sair, mas todo mundo está saindo e eles não vão pagar ninguém – confidenciou Rafael a um amigo.

Além de Jorge Wagner, o clube foi atrás de reforços. Sem caixa e devendo a empresários, o clube aceitou ofertas como os gêmeos Alex e Anderson, encaixados por Eduardo Uram. E uma série de jogadores em baixa foram contratados. Chegaram os argentinos Ferreyra e Bolatti, Wallyson, Junior Cesar, Airton e Rodrigo Souto. Todos, sem exceção, estavam na reserva de seus times.

Seedorf se emociona na despedida do Botafogo: meia optou por virar técnico no Milan (Foto: Satiro Sodré / SSPress)

7 – O gigante voltou

A temporada começou com uma derrota. Com Rodrigo Souto como titular e Ferreyra no ataque, o time perdeu para o Deportivo Quito na altitude por 1 a 0. No jogo de volta, mais de 50 mil alvinegros encheram o Maracanã, fizeram um belíssimo mosaico e o time derrotou os fraquíssimos equatorianos por 4 a 0 – com dois gols de Wallyson.

O time se classificou para a fase de grupos – o que valeria a premiação de R$ 200 mil para o treinador Eduardo Hungaro. E estreou bem contra o San Lorenzo, vencendo o time argentino por 2 a 0 também no Maracanã. Mas a partir daí o time fraquejou. Fora de casa empatou com os chilenos do Unión Española e perdeu no fim para o Independiente del Valle.

Depois de vitória suadíssima contra os equatorianos em casa, o time precisava apenas da vitória contra o Unión para garantir a vaga nas oitavas de final. Irritados com o atraso de salários e promessas não cumpridas, os jogadores ameaçaram entrar em greve antes da partida contra o Union Española, no Maracanã. O clube dominou mas acabou perdendo num pênalti mal assinalado. A classificação passou a depender de um empate contra o San Lorenzo na Argentina. Em Buenos Aires, o time foi atropelado por 3 a 0.

Os dirigentes culparam a “postura dos atletas” pelas derrotas – mas sem recursos e com 100% das receitas penhoradas, que punições seriam possíveis?

Torcida do Botafogo faz mosaico gigante: alegria pela volta à Libertadores (Foto: Alexandre Cassiano / Agência O Globo)
8 - O pior estadual da história

A “turma da base” convenceu Hungaro a escalar o time reserva no estadual e priorizar a Libertadores – contra o conselho dos outros membros, como Barroca. Se time titular já era fraco, o reserva era péssimo. Sem talento nem organização, o Bota fez a pior campanha de sua história. Ficou em nono lugar com 17 pontos – atrás de Cabofriense, Boavista, Macaé, Friburguense e Nova Iguaçu. Em 15 jogos teve quatro vitórias, cinco empates e seis derrotas. Fez meros 16 gols e tomou 17 – saindo do Estadual com saldo negativo. Com o duplo fracasso, a pressão sobre Eduardo Húngaro se tornou insuportável.

Botafogo perde para o Macaé no Carioca 2014: pior campanha da história (Foto: Carlos Moraes/Agência Estado)

9 – Corte seletivo

Em abril, a tensão no futebol era imensa. Os salários seguiam em atraso e os jogadores começavam a se desesperar. Pressionado por Landau e pelo financeiro, o departamento teve que cortar custos. Loureiro demitiu vários auxiliares que tinha contratado em janeiro, como Barroca e Flavio Oliveira. Para atingir Jefferson, dispensou Flavio Tenius, trazendo para seu lugar o ex-treinador do Fluminense e do Grêmio Victor Hugo, ligado a Christiano Fonseca.

Esses cortes, porém, não atingiram os homens próximos de Loureiro: o próprio Fonseca, Cláuber e Mineiro. Todos continuaram empregados. E Duda Hungaro, mesmo rebaixado, continuou ganhando o mesmo salário.

– Ele ganha R$ 65 mil pra carregar prancheta – dizia um membro da diretoria.

Eliminado do estadual e da Libertadores, o clube contratou Vagner Mancini para o Brasileiro. E trouxe dois auxiliares: Mauricinho e Régis. Com isso, Christiano Fonseca também foi rebaixado. Deixou de ser auxiliar técnico e virou novamente preparador de goleiros. Ou auxiliar de prepardor de goleiros, já que Victor Hugo tinha sido contratado para o cargo. Mas seu salário foi preservado.

Botafogo perde o San Lorenzo na Argentina e é eliminado da Libertadores (Foto: Juani Roncoroni/Agência Estado)

9 – O amistoso que não foi

Sem resultados no campo, Loureiro voltou suas baterias para os executivos do clube. Internamente, dizia aos jogadores que o financeiro prometia recursos que nunca chegavam. O diretor Marcelo Murad viajou para a Argentina para ver o time ser eliminado da Libertadores contra o San Lorenzo, e o clima ficou tenso, porque jogadores reclamaram de sua presença.

O clube acertou um amistoso por R$ 150 mil contra o Botafogo-PB. O dinheiro seria usado para pagar uma intertemporada em Saquarema, no CT da seleção de vôlei. Os jogadores informaram que não iriam jogar na Paraíba. Loureiro e Assumpção resolveram demitir Bolívar, considerado o líder da insurreição. Informaram ao empresário do atleta.

Bolívar, que ganhava R$ 100 mil mensais, tinha renovado por R$ 360 mil em dezembro de 2013, algo que havia assustado o departamento financeiro. Quatro meses depois seria demitido?

– Eles disseram que querem me mandar embora. Vamos ver se é isso mesmo – disse Bolívar.

Os jogadores se reuniram e convocaram uma reunião com o presidente e a diretoria no Engenhão.

– Se ele sair, sai todo mundo – disse um dos líderes do elenco.

Desmoralizados, os dirigentes engoliram em seco e tiveram que chamar o jogador de volta. Não havia dúvidas sobre quem mandava no vestiário.

Bolívar se refresca: demitido e chamado de volta após cancelamento de amistoso (Foto: Satiro Sodré / Botafogo)

10 – Landau x Loureiro

O clima entre Sidnei Loureiro e Sérgio Landau ficou insustentável. Nos bastidores, os dois se metralhavam mutuamente. Loureiro tinha escolhido a única briga que não podia ganhar. Landau era o executivo de confiança de Assumpção, com uma teia de relações que ia da CSM (ex-Golden Goal), operadora do sócio-torcedor do clube, até os donos das novas arenas do futebol brasileiro – em especial a Odebrecht, principal empresa do Consórcio Maracanã.

Sem moral com os jogadores e com o time em frangalhos, Loureiro percebeu que ficaria com a conta do fracasso. No meio de julho deixou o clube. E saiu atirando. Em entrevista gravada ao GloboEsporte.com, Loureiro disse que o Futebol tinha cumprido as metas pedidas pelo financeiro, tendo cortado 30% das folhas dos jogadores e da comissão técnica. E bateu firme no diretor executivo Sérgio Landau e no diretor financeiro Marcelo Murad.

– Eles prometiam, mas o dinheiro nunca chegava.

Landau ficou enlouquecido. No dia 25 de julho, mandou um e-mail desabonador para Assumpção cobrando providências e disse que iria processar Loureiro. Na mensagem, ele rebateu ponto a ponto as declarações do ex-gerente. Disse que, ao contrário de cortar, os gastos do futebol foram de R$ 6.052.000,00 em média no primeiro quadrimestre de 2014 - muito acima dos recomendados R$ 3,7 milhões e 64% acima do que fora aprovado pelos Conselhos Fiscal e Deliberativo do clube. Mais: disse que uma das causas do desvio orçamentário do departamento de futebol foi o aumento que Sidnei deu a si mesmo – de R$ 42 mil para R$ 65 mil entre 2013 e 2014.

Segundo Landau, o ex-gerente promovera uma “verdadeira sangria nos cofres alvinegros” ao conceder aumentos generalizados no departamento "contrariando o que determinava o departamento financeiro". O e-mail disse também que Sidnei não tinha “qualquer histórico de sucesso no futebol profissional” e que "reconhecidamente não tinha moral alguma com jogadores". E bateu forte:

"Embora fosse clara a falta de capacidade do ex-gerente para o exercício de função tão relevante para o Botafogo, jamais poderia esperar que a menos de um ano do término deste mandato, durante o momento mais crítico da atual gestão, ele simplesmente colocasse seu cargo à disposição, sob o argumento de estar fazendo isso em benefício do Botafogo, quando todos sabem que, na verdade, ele sempre teve sua presença e autoridade contestada pelos profissionais do futebol. Lembro que na comemoração do título de 2012 o nosso técnico citou o nome de vários colaboradoes e nunca o dele"

O diretor-executivo foi mais longe: afirmou ser contra o pagamento da multa rescisória de Loureiro.

Sidnei Loureiro, em entrevista ao GloboEsporte.com: fortes críticas após sair do Botafogo (Foto: Gustavo Rotstein)

11 – A sinuca de Assumpção

O e-mail de Landau deixou Assumpção em situação difícil. Ele não podia brigar com Landau, seu grande parceiro no clube. Mas também tinha lealdade a Loureiro. O presidente resolveu sair pela tangente. Deu entrevista para a Rádio Globo dizendo que tinha, sim, demitido Loureiro – o que garantiria o pagamento da multa rescisória. Fez elogios ao trabalho do ex-gerente, mas disse que não concordava com suas críticas ao financeiro.

Meses depois, em setembro, em entrevista ao Esporte Espetacular, Maurício Assumpção diria que o departamento de futebol tinha feito um orçamento realista para o ano. Sua declaração literal.

– Sabendo dos problemas que iríamos enfrentar por conta da questão do Ato Trabalhista e das penhoras fiscais, fizemos um orçamento do futebol melhor que o de 2013. Em novembro de 2013, o orçamento do futebol, que contempla base e profissional, era de R$ 6,8 milhões. Em março de 2014 caiu para R$ 3,6 milhões. E precisávamos de um time melhor do que tinha, pois estávamos disputando a Libertadores. Sabíamos que não podia fazer isso.

Esses números de Maurício tinham um problema: eram diferentes dos reais. O departamento de futebol gastou R$ 4,8 milhões em novembro de 2013. Em março de 2014 o gasto foi de R$ 5,6 milhões. Ou seja, R$ 800 mil a mais mesmo com as saídas de Oswaldo, Seedorf, Rafael Marques e Renato. 

Maurício Assumpção: sinuca de bico após desentendimento entre Landau e Loureiro (Foto: Satiro Sodré)
12 – Gottardo

Sidnei Loureiro ficou um ano e quatro meses à frente do futebol profissional e pode botar no currículo o estadual de 2013 e a vaga na Libertadores de 2014. Para o seu lugar, Assumpção contratou Wilson Gottardo. O ex-zagueiro, capitão do time campeão brasileiro em 1995, chegou falando que os atletas tinham que esquecer os problemas financeiros.

– Em 1995, fui campeão com cinco meses de salários atrasados.

Os jogadores odiaram a declaração. Gottardo tentou convencer Jefferson a ser uma espécie de “líder positivo”, dizendo que deveria ser exemplo. Jefferson não gostou muito, mas disse que iria tentar.

Wilson Gottardo volta ao Botafogo como dirigente: declaração pega mal com os jogadores (Foto: Vitor Silva / SSPress)

13 – O sumiço dos uniformes

Mais de mil peças de uniformes desapareceram do estoque do clube. Em um áudio que circulou pelo WhatsApp, um funcionário pedia a outro para esconder uma caixa.

– O André está indo aí conferir. Esconde aquela caixa que tem as minhas camisas por favor – dizia a voz na gravação.

André, no caso, era André Silva, que levou o caso até o presidente Maurício Assumpção. Ninguém foi punido. Contra o Criciúma, o time quis usar camisas pretas, mas no almoxarifado não havia mais nenhuma delas. Isso gerou um corre-corre interno, e dois dias antes da partida uma caixa com os uniformes pretos reapareceu. Os jogadores entraram em campo com eles, que teriam sido recuperados graças a contatos com "milicianos". Um dos funcionários que "recuperou" as roupas era justamente o dono da voz da gravação que circulou no clube.

– Se ficássemos aqui mais um ano, eu comprava um apartamento – ele costumava dizer aos amigos.

Botafogo quase não consegue usar camisa preta contra o Criciúma após sumiço (Foto: Getty Imagens)

14 – O breve apoio dos cardeais

Em julho, o futebol tinha virado um deserto de dirigentes. Com a saída de Sidnei Loureiro, Chico Fonseca desapareceu. Quem passou a tocar o dia a dia foi o vice administrativo, André Silva, ao lado do recém-contratado Gottardo – que ainda tentava encontrar algum clima.

Os cofres alvinegros estavam vazios e não havia perspectiva de receita. Os atrasos já chegavam a cinco meses em imagem e três na CLT – sem falar no FGTS. O clube tentava estratégias, como recorrer ao apoio do Sindicato de Atletas. Mas este tem as suas regras próprias de pagamento. Ao receber, priorizava atletas de acordo com o salário, de cima para baixo. Isso deixou Lucas fora de um dos pagamentos – e o lateral-direito, irritado, deixou o clube via justiça.

André Silva pediu ajuda a Montenegro e ao executivo Durcésio Mello, que se preparava para se candidatar à presidência. Ambos trouxeram a promessa de pagar os salários futuros. Houve uma reunião dos cardeais com os atletas, e a promessa alegrou o ambiente. O clube engatou alguns bons resultados e se afastou do Z-4. Mas os cardeais pagaram apenas o mês de julho. Em agosto, o dinheiro já não entrou. E o clima começou a azedar de vez.

Lucas, em ação contra o Cruzeiro: lateral deixou o Botafogo após acionar Justça por salários (Foto: Agência Getty Images)

AMANHÃ: DOSSIÊ BOTAFOGO IV - Descontrole, demissões e rebaixamento

Por GloboEsporte.com Rio de Janeiro

Vontade de Loco Abreu sensibiliza o Bota, mas uruguaio não é a prioridade


Vice de futebol afirma que no momento certo a diretoria vai discutir possível retorno do uruguaio. Primeiro, clube tenta liberar verbas na justiça



Loco Abreu não esconde seu desejo de retornar ao Botafogo, mas
 clube não trata volta como prioridade (Foto: Fábio Castro / Agif)
O uruguaio Loco Abreu, ídolo da torcida do Botafogo, não esconde que tem o desejo de retornar ao clube sem muitas exigências para participar da tentativa de reconstrução do time e de voltar para a Primeira Divisão. O empenho do atacante, de 38 anos, sensibilizou muitos alvinegros e também parte da diretoria. O assunto, no entanto, ainda não é tratado como uma prioridade.

Enquanto o técnico René Simões entregou uma lista de possíveis reforços para o departamento de futebol, o presidente Carlos Eduardo Pereira tenta de todas as maneiras evitar que a totalidade das receitas do clube continue penhorada. Sem dinheiro, não há como sair ao mercado para contratar.

- O Botafogo ficou sensibilizado pela determinação que ele está dizendo que quer voltar. No momento certo, vamos definir o que será feito - afirmou o vice de futebol Antonio Carlos Mantuano nesta quarta-feira.

Loco Abreu defendeu o Rosario Central nesta temporada, mas não parece disposto a permanecer na Argentina. Ele ainda tem contrato com Nacional, mas não está nos planos do time uruguaio para 2015.

Por Fred Huber e Sofia Miranda*Rio de Janeiro/GE

René é apresentado e se diz pronto para o desafio de tirar o Bota da "UTI"


No dia em que completa 62 anos, novo técnico alvinegro considera a missão de tirar o time da Série B a grande oportunidade da sua carreira






Contratado para ser o técnico do Botafogo em 2015 com contrato de um ano, René Simões foi apresentado no início da tarde desta quarta-feira, em General Severiano, justamente no dia do seu aniversário. Ele já começou o trabalho de planejamento junto com a diretoria, entregou uma lista de possíveis reforços e convocou os verdadeiros alvinegros a não abandonarem o clube neste momento em que está na "UTI"

- As pessoas que me ligarem hoje no meu aniversário, que me visitarem, terei muito carinho. Mas o dia que estiver na UTI, as pessoas que visitarem que são meus verdadeiros amigos. Agora é a hora de ver quem são os verdadeiros botafoguenses - disse.

René Simões é apresentado como novo técnico do Botafogo (Foto: Fred Huber)
René Simões sabe que sua missão não será das mais simples, e o próprio classificou como o "maior desafio da carreira". O Alvinegro vive uma profunda crise financeira e vê seus problemas se acumulares ao mesmo tempo em que jogadores importantes, como Gabriel e Daniel, entraram na justiça para pedir a rescisão contratual.

- Recebi esse grande presente do Botafogo. Talvez seja o maior desafio da minha carreira, mas também é uma enorme oportunidade. O Botafogo de tantas tradições, de ídolos fenomenais, que, quando criança, via Didi, Garrincha, Carlos Alberto... É uma honra muito grande estar em um clube como esse. Sei das dificuldades que teremos, mas agradeço ao presidente Carlos Eduardo Pereira, ao Mantuano (vice de futebol) e ao Carlos Alberto Torrres pela indicação. Estou muito feliz - completou.

René, que completa 62 anos nesta quarta-feira, já conquistou o título da Série B em 2007 quando dirigia o Coritiba. No Rio, ele foi técnico do Fluminense, entre 2008 e 2009, e diretor de futebol do Vasco em 2013. O técnico tem ainda como destaque em sua carreira o fato de ter classificado a Jamaica para a Copa do Mundo de 1998 e ter conquistado a medalha de prata com a seleção brasileira feminina nas Olimpíadas de Sidney, em 2000.

René Simões, Apresentação Botafogo (Foto: Vitor Silva / SSpress)


Confira a entrevista completa de René Simões:

Desafio à frente do Botafogo
- A minha vida é marcada por desafios, e a grandeza do Bota estimula a gente a querer estar aqui dentro. O Bota é essa grandeza toda momentaneamente na Segunda Divisão. Espero contribuir muito. Mais do que ser um treinador, tenho que ser um cara que junte pessoas, direção, torcida, jogadores, comissão técnica.

Lista de reforços
- Conversamos e estamos bem encaminhados. Já temos a relação de jogadores que queremos e fizemos aquela relação de jogadores que sonhamos. Vamos ver o que será possível. Gera a necessidade de muita união entre todos, não sabemos que relação vamos conseguir. Temos que nos basear em muito foco, em meritocracia. Vamos ter que ter muito trabalho duro.

Como seduzir atletas a jogarem pelo Botafogo
- Ir no jogador certo. Tem muitos que não estão encaixados em grandes clubes e vão querer entrar no time do Botafogo na Série B. Vão usar o clube, assim como o clube vai usá-los, e eles vão se promover. É uma bela oportunidade jogar no Botafogo. olha o número de jornalistas que temos hoje. A sedução vai vir pelo Botafogo, não pelo o que eu vou falar para eles

Diferença da Série A para Série B
- O tipo de jogo da Série B é diferente, é um jogo mais pegado, que você tem que estar entregue em 90 minutos. A bola nem sempre está embaixo, vem mais em cima, mais agressividade dentro da área, fora da área... Pensando nisso temos uma relação de jogadores que podem ser utilizados na Série B.

Motivação para voltar a ser técnico
- O que move são meus objetivos de vida. Nos últimos dois anos fiz cinco cursos me preparando para retornar ao campo. Estava incomodado e pensei que tinha que voltar. Hoje estou muito mais preparado. Se você não tem os melhores jogadores, já que as condições financeiras inviabilizam, tem que ter o time bem treinado. Vou usar uma palavra que o Tite usou muito: desempenho. A capacidade dos jogadores de absorver no treinamento é o que a gente quer. Isso que me move. Fiz muitas coisas, me sinto um jovem de 62 anos. Fiz cursos, viajei a Europa, acordei cedo...

Conhece o elenco?
- Eu costumo dizer que o treinador só tem conhecimento de jogador quando trabalha com ele. Fora isso, você tem informação e percepção. Conhecimento eu só vou ter quando trabalhar com eles. Vou saber quem é de jogo, quem é de treino... Vamos ver quando eu trabalhar com eles para definir o grupo para a pré-temporada e iniciar os trabalhos.

Importância de Jefferson
- Jogador como o Jefferson exerce um papel fundamental na equipe. Jogador de seleção brasileira, isso dá peso ao time. É óbvio que conto com ele".

Gabriel e Daniel, que rescindiram na justiça
- São dois ótimos jogadores. Se o Botafogo puder reverter isso para tê-los conosco, será muito bom.

Jobson
- Temos que montar o elenco e depois pensar neste processo. É um trabalho de comissão técnica. Para ganhar uma competição como a Série B, precisamos de uma comissão forte e experiente, e estamos montando isso. Vou conversar com ele (Jobson) para saber se mudou (dispenso o atacante na época do Bahia). Torço para que tenha mudado. Potencial eu sei que ele tem, mas não pode ser diferenciado dos outros na meritocracia.

Carioca e Copa do Brasil como laboratórios?
- Você não pode desprezar nenhuma competição. Autoconfiança conta, e isso ganhamos com coisas boas que acontecem com a gente. As dificuldades são muito grandes, mas vamos trabalhar. Vamos trabalhar no Campeonato Carioca, na Copa do Brasil, mas o foco principal é a Série B. Mas eu adoraria ser campeão carioca. Nunca fui, adoraria ser campeão no meu estado

Salário considerado abaixo da média do mercado
- Se olharmos todos os treinadores, todos estão ganhando menos do que ganhavam. Parabéns ao futebol brasileiro. É irracional oferecer sem ter. A mim não incomoda. Ganho mais do que a grande maioria dos milhões de brasileiros. Estou ganhando muito bem, o futebol brasileiro que estava fora da realidade. Falei isso antes (como dirigente), e agora estou me ajustando na prática.

Local da pré-temporada
Estamos visitando um local, parece excepcional. Vamos dar uma olhada, tem tudo para ser o escolhido. Já temos data, está muito bem encaminhado. Apesar der ainda estarmos discutindo algumas coisas.

Por Fred Huber e Sofia Miranda*Rio de Janeiro*Estagiária, sob supervisão de Jessica Mello/GE

Ainda sem uma solução, Bota tenta renovar com fornecedor esportivo


Se a Puma não exercer sua prioridade para ampliar o vínculo, clube vai iniciar as negociações com outras empresas interessadas






O contrato de patrocínio da Puma com o Botafogo se encerra e a fornecedora de material esportivo ainda não exerceu sua prioridade para a renovação. A diretoria alvinegra, no entanto, ainda não encerrou as negociações e acredita que existe uma boa chance de o vínculo ser ampliado. Se o desfecho não for favorável, a negociação passa para as outras interessadas: Kappa e Penalty.

Além do fornecimento de material esportivo, o Bota está em uma negociação que promete ser mais complicada, com a Viton 44, patrocinadora master do clube. Apesar de a diretoria ter alternativas, mas ainda em um estágio inicial de negociação, a renovação é considerada muito importante para os já abalados cofres alvinegros.

Por GloboEsporte.com Rio de Janeiro

Botafogo quer contratar diretor-executivo e ao menos 6 reforços até janeiro



René Simões, técnico de futebol e comentarista
 da Fox Sports Divulgação/Fox Sports
Em corrida contra o tempo para organizar o Botafogo até o retorno das férias dos jogadores, a nova diretoria do clube tem o tempo como mais um inimigo. O Alvinegro deixou etapa de dispensas para trás e começa a vislumbrar as possibilidades que tem para montar o elenco para a temporada 2015. Após anunciar René Simões como técnico nesta terça-feira, os cartolas planejam fechar com um diretor executivo de futebol e contratar aos menos seis reforços até 5 de janeiro.

O prazo é curto para a quantidade de trabalho, mas a diretoria alvinegra traça meta de ter todas estas definições até o dia estipulado para que os jogadores do atual elenco se reapresentem.

O cargo de diretor executivo ainda é uma incógnita. Anderson Barros foi sondado, mas não acertou e foi parar no Vitória. Existe a possibilidade de o Botafogo optar por assegurar um gerente de futebol, com menos poder, mas influente na montagem do time. Tal decisão é importante, já que freia conversas importantes quanto ao elenco a ser montado na próxima temporada.

Renê Simões e o diretor a ser definido terão a missão de reformular um elenco desfigurado. No momento, o técnico tem 28 atletas à disposição após a saída de 20 jogadores após o rebaixamento no Campeonato Brasileiro. As últimas baixas foram o volante Gabriel o o meia Daniel, que pediram rescisão de seus contratos na Justiça.

Ainda que tenha poucas alternativas, o Botafogo irá estudar os nomes que serão aproveitados em 2015. Com a ajuda do diretor de futebol e a cúpula do Botafogo, o treinador terá que decidir se aproveitará 16 jogadores ainda incertos: Renan, Gilberto, Dankler, Matheus Menezes, Lima, Renan Lemos, Guilherme, Fabiano, Dedé, Sidney, Gegê, Lucas Zen, Jeferson Paulista, Octávio, Henrique e Sassá.

Diante de dúvidas quanto ao aproveitamento de jovens da base e outros jogadores que foram emprestados em 2014, o Botafogo faz previsão da necessidade de acertar com seis reforços, no mínimo. Um zagueiro, um lateral-esquerdo, dois meias e dois atacantes estão na mira. A dificuldade financeira surge como outro obstáculo, além do tempo...

Bernardo Gentile
Do UOL, no Rio de Janeiro

Mais um: Daniel entra na Justiça e pede rescisão unilateral com o Bota


Depois de Gabriel, meia também está fora do clube, que deve ser notificado nesta quarta-feira. Vínculo, renovado no início do ano, ia até 2017 com uma multa milionária




Daniel não defende mais o Botafogo (Foto: Satiro Sodré / Botafogo)
Depois de Gabriel, outro jogador que se destacou no Botafogo em 2014 está de saída do clube. O meia Daniel também entrou com uma ação na Justiça na última quarta-feira e conseguiu uma liminar para rescindir de forma unilateral seu contrato com o Alvinegro, que ia até 2017. A alegação do atleta, assim como do volante, é o atraso no pagamento de salários e depósitos de FGTS. Pessoas próximas a ele confirmaram que ele não veste mais a camisa do Glorioso.

A decisão deve ser publicada nesta quarta-feira, quando o Botafogo e a CBF também devem ser notificados. Daniel se recupera de uma grave lesão que sofreu no joelho. No início de setembro, na vitória sobre o Ceará por 4 a 3, no Castelão, o meia, de apenas 20 anos, rompeu o ligamento cruzado do joelho esquerdo. Ele fará o restante do tratamento por conta própria.

Daniel começou sua carreira nas categorias de base do Cruzeiro e se transferiu para o Botafogo para atuar na equipe dos juniores depois de não chegar a um acordo para renovação com a Raposa. Na pré-temporada deste ano, o meia foi integrado aos profissionais e teve chances durante o Carioca, mas alternou bons e maus momentos. Como já havia uma grande expectativa em cima dele, o clube renovou o contrato dele até 2017 e fixou a multa rescisória em 20 milhões de euros (cerca de R$ 68 milhões) para clubes do exterior e de R$ 55 milhões para equipes brasileiras.

Durante o Brasileiro é que Daniel despontou como uma grande promessa, mas a lesão contra o Ceará, pela Copa do Brasil, interrompeu seus planos. Sua saída do time foi apontada como um das razões para queda de rendimento da equipe na competição. O meia disputou 28 jogos pelo Botafogo, 13 deles no último Brasileiro, e marcou e cinco gols.

Assista dois dos gols mais bonitos de Daniel:







Por Fred Huber Rio de Janeiro/GE