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quinta-feira, 1 de junho de 2023

Análise: Botafogo cai de pé em mais uma noite dolorosa de Copa do Brasil



Time teve mais uma ótima atuação jogando no Nilton Santos, mas pagou o preço da virada sofrida em Curitiba



Uma eliminação é sempre negativa, e essa deve ser a sensação do torcedor do Botafogo depois de perder a vaga nas quartas de final da Copa do Brasil na disputa de pênaltis para o Athletico-PR, depois de vencer por 1 a 0, gol de Tiquinho Soares, no tempo normal.







Botafogo 1 (2) x (4) 0 Athletico-PR - Melhores momentos - Oitavas da Copa do Brasil 2023


Mas, como provaram os mais de 37 mil alvinegros presentes ao Nilton Santos ao aplaudir o time depois da disputa de penalidades, a equipe deu motivos de orgulho e principalmente de esperança, mesmo não saindo com a vaga para a próxima fase do mata-mata.


A realidade é que o Botafogo pagou um preço alto por não conseguir aproveitar as oportunidades que teve, especialmente no segundo tempo, para fazer o placar que precisava para avançar, mas mereceu passar contra um Athletico que veio para o Rio de Janeiro pra não deixar o jogo acontecer, e conseguiu na maior parte do tempo.


Com a vantagem obtida em Curitiba, ao vencer de virada por 3 a 2 depois de estar perdendo por 2 a 0 no intervalo, o Furacão entrou em campo no Niltão para fazer o que faz de melhor em competições mata-mata: travar o jogo e usar o regulamento a seu favor. Mas logo no começo viu a vantagem que tinha ir para o espaço graças a Tiquinho Soares.


O centroavante aproveitou assistência de Júnior Santos, aos 16 minutos da primeira etapa, para chapar no canto baixo esquerdo de Bento e abrir o placar, o 17º gol do camisa 9 na temporada. Parecia o roteiro de mais uma noite perfeita para o Botafogo e mais um capítulo escrito pelo centroavante no caminho para a idolatria no clube. Só parecia.


Dali pra frente o que menos se viu foi futebol. Muitas faltas que amarraram o jogo no meio-campo e deram pouco ritmo à partida, algo relativamente comum nas arbitragens de Anderson Daronco. No intervalo, eram apenas três finalizações de ambas equipes, duas do Glorioso e uma do Athletico. 




Botafogo é eliminado para o Athletico na Copa do Brasil — Foto: André Durão



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Na volta dos vestiários, a equipe de Luís Castro até conseguiu machucar um pouco mais a defesa paranaense, especialmente quando conseguia uma escapa em velocidade, com Júnior Santos ou com Tiquinho e Eduardo se deslocando para acionar a infiltração de outras peças, como Tchê Tchê.


Júnior, uma vez em um chute cruzado e outra em uma cabeçada, e Victor Sá, que recebeu um passe na marca do pênalti e bateu em cima de Bento, tiveram chances de ampliar o marcador e dar a vaga direta, mas desperdiçaram. Em jogo de copa, desperdiçar chances muitas vezes custa caro.


A disputa de pênaltis é, quase sempre, um momento cruel para os cobradores e uma oportunidade para os goleiros. Na noite de 31 de maio, Tchê Tchê e Tiquinho Soares, dois dos melhores em campo, foram as vítimas das cruéis penalidades.


Na jornada de herói de Tiquinho Soares rumo ao enorme rol de ídolos do Botafogo, a partida contra o Athletico-PR ficará marcada como a provação antes de alcançar o objetivo. O mais importante é que, em campo, o time provou que não há motivos para desânimo ou desconfiança.




"Botafogo merecia", diz Pedro Dep | Voz da Torcida (https://ge.globo.com/futebol/voz-da-torcida/video/botafogo-merecia-diz-pedro-dep-voz-da-torcida-11664018.ghtml)


A Copa do Brasil é assunto do passado para o Botafogo, mas deixa lições para um time que tem grandes sonhos na temporada e que nesse momento lidera o Campeonato Brasileiro com sete vitórias em oito partidas disputadas.


- A mentalidade vencedora é algo que se constrói com vitórias. É algo que não se diz, se faz. Ao longo do tempo, temos que ganhar mais do que perder. E, instalando essa mentalidade, é muito difícil de tirar. Porque o atleta que chega, sabe que o clube entra para ganhar, entra na Sul-Americana para ganhar, na Libertadores, nos campeonatos. Sinto que estamos nesse caminho - afirmou Luís Castro.


No esporte, ou se ganha, ou se aprende. A partida contra o Athletico-PR deixa um grande aprendizado para uma equipe que quer construir uma trajetória vitoriosa em 2023 e ainda tem caminhos e grandes oportunidades para isso.


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Fonte: Por Giba Perez — Rio de Janeiro

Luís Castro exalta torcida do Botafogo mesmo em eliminação: "Exemplo para todos"



Sobre a sequência da temporada, treinador negou benefício no calendário de jogos: "Não há benefício em eliminação, pelo contrário, há um prejuízo"



O Botafogo foi eliminado pelo Athletico-PR da Copa do Brasil. Depois de vencer por 1 a 0, com gol de Tiquinho, o time foi derrotado nos pênaltis e está fora da competição. Após o jogo, apesar da eliminação, Luís Castro não poupou elogios para a torcida do Botafogo, que lotou o estádio Nilton Santos:






Botafogo 1 (2) x (4) 0 Athletico-PR - Melhores momentos - Oitavas da Copa do Brasil 2023


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- Quero dar os parabéns a torcida e é assim que estamos com ela. É o espírito da estrela solitária. Nós sentimos essa responsabilidade de dar o máximo. As vezes não conseguimos a vitória. Hoje não conseguimos nos pênaltis, perdemos. Mas vamos seguir em frente juntos e muito obrigado pela noite que os torcedores me proporcionaram. É um exemplo para todos o que a torcida do Botafogo fez hoje. Não só para nós, mas para todos - falou o treinador, que ainda completou:


- Somos uma família: a família Botafogo. Enquanto um cai, todos tentam o levantar. Foi o que a torcida fez hoje. O time chegou ao vestiário triste, mas com um espírito de união muito forte. Quando estamos unidos, estamos mesmo. Eu só olho o futebol desta maneira, não consigo olhar sem união, é assim que olho o futebol - concluiu.




Botafogo 1 (2) x (4) 0 Athletico-PR - Pênaltis - Oitavas de final da Copa do Brasil 2023


Nas cobranças de pênalti, o Botafogo viu o goleiro adversário assumir o protagonismo. Bento defendeu as cobranças de Tiquinho e Tchê Tchê. Ao ser questionado sobre o que teria dado errado, o treinador foi enfático e direto na resposta:


- Os pênaltis. Foi o que deu errado. Tivemos um bom jogo, não conseguimos fazer uma vantagem maior ao longo dos 100 minutos e acabamos indo para os pênaltis. Me perguntou o que deu errado, foram os pênaltis No placar geral da eliminatória ficou 3 a 3. Uma (equipe) dominou o primeiro jogo e a outra no segundo - falou o treinador, que analisou:


- Conseguimos criar espaços com as nossas movimentações, com boas entradas em profundidade. Servimos bem, tivemos várias situações de jogo aéreo, cumprimos o que era o plano do jogo. Conseguimos fazer o que queríamos, mas não queríamos ir para os pênaltis. Queríamos resolver no tempo normal, fizemos muito por isso. Percebemos que o Athletico ditou o jogo num ritmo mais baixo antes de sofrer o gol, tentamos desde o início ir para cima, tentar marcar. Não conseguimos conseguir nosso objetivo - concluiu.




Luís Castro em Botafogo e Athletico, pela Copa do Brasil — Foto: André Durão


O Botafogo volta a enfrentar o Athletico-PR neste sábado, às 18h30, só que em partida válida pela 9ª rodada do Brasileirão, na Arena da Baixada. O time de Castro é líder, com 21 pontos, e não pode ser ultrapassado nesta rodada. Já o Furacão é 11°, com 12. Na coletiva, o treinador já visa o confronto e lamenta o sentimento da torcida:


- Vamos seguir em frente com aquilo que temos nas mãos. Temos um jogo daqui a dois dias, mais uma vez um jogo daqui a dois dias, mesma coisa serve para o adversário. Há jogadores que vão ficar pelo caminho hoje porque vão se recuperar de lesões, outros vão seguir conosco. É a nossa realidade, temos que seguir juntos e unidos. Temos que seguir com a nossa torcida fantástica, que nos apoiou, como de costume, desde o início. Mereciam ir para casa com a alegria da classificação, mas vamos com a alegria de termos a certeza que o futuro do Botafogo é um bom futuro.


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Como reorganizar a equipe para o próximo jogo?
- Há vários futuros. Há o futuro imediato e ao longo prazo. O longo prazo está na cara que será um bom futuro, a volta de um Botafogo forte em todas as competições, em termos de ambição e tudo. A médio prazo, teremos uma melhor infraestrutura, uma base mais estruturada, com uma performance elevada, que depois vai gerar o nosso futuro.


- O curto prazo é agora, o futuro imediato. É o nosso jogo contra o Athletico sábado, é ir para Quito, voltar para o Rio e depois ir para Fortaleza, olhamos nosso futuro com esperança de irmos bem. Tenho certeza e digo aquilo que disse para os jogadores: não temos o que lamentar, é seguir em frente, jogamos contra qualquer equipe do mundo em qualquer lugar do mundo, olhando no olho, isso é o resultado imediato. Uma vez vamos conseguir o resultado, outras vezes não, mas nunca abaixar a cabeça.


- É olhar para sábado. Vi muito falarem dos desfalques do Athletico, mas hoje nos faltou também Rafael, Matheus, Patrick de Paula, Gabriel Pires... pois falem de nós também. Esse é o futuro imediato do Botafogo: eu quero que sejamos respeitados por todos e tratados de forma igualitária.


Sequência da temporada com a eliminação

- Não vejo qualquer benefício em estar fora da Copa do Brasil. Não há benefício em eliminação. Quero sempre jogar e jogar. Muito pelo contrário, há um prejuízo, não financeiro, porque não é a área que domino, porque uma equipe que ganha é uma equipe que está mais pronta que uma que perde.


Sobre o desenrolar do jogo

- Sobre finalizações, acho que não está tudo dito nas estatísticas. Deveríamos ter feito as oportunidades que tivemos. O domínio foi claro, tivemos chances. É natural que o Athletico fosse menos vezes para frente porque estavamos em cima. O jogo ficou mais truncado no início, o Daronco quis também agarrar o jogo. Ele faz o trabalho dele, eu faço o meu. Não tenho que criticar o dele, critico o meu, critico de forma superficial o dos outros. Ele quis segurar mais o jogo, o Paulo Turra também quis segurar mais, quis dominar e agredir a baliza do Athletico, mas foi o jogo. Acho que podia ser melhor para o nosso lado.


Mentalidade vencedor


- A mentalidade vencedora é algo que se constrói com vitórias. É algo que não se diz, se faz. Ao longo do tempo, temos que ganhar mais do que perder. E instalando essa mentalidade, é muito difícil de tirar. Porque o atleta que chega, sabe que o clube entra para ganhar, entra na Sul-Americana para ganhar, na Libertadores, nos campeonatos. Sinto que estamos nesse caminho. Há clubes que têm esse rótulo mais que outros, e isso se constrói ao longo do tempo. Nosso prazo é curto. Queremos isso para hoje e amanhã. Somos uma sociedade imediatista, queremos as coisas prontas. Queríamos comer, íamos fazer a comida e comíamos. Hoje ligamos e pedimos uma comida. Não tem como ligar e pedir um time vencedor, temos que construir ao longo do tempo. Todos construíram ao longo do tempo.



Sobre utilização dos jogadores da base


- É uma preocupação minha (usar a base). Quero o Hugo, Matheus, Raí, Janderson... são jogadores que são o futuro do Botafogo. E estão inseridos no modelo que é hoje o futebol. Desenvolver na base, colocar no profissional, nos dar rendimento e estão expostos para continuar nessa dinâmica. Mas há uma coisa que é importante: o contexto. Não podemos ter um time só de jovens, mas também não podemos ter um time só experiente.


- Ano passado começamos uma alteração no elenco, criar um elenco mais competitivo, que ganhasse mais vezes dentro da introdução do espírito de vitória dentro de um clube com a tradição do Botafogo. Agora criamos o contexto. É criar o contexto de infraestruturas para eles trabalharem e chegarem. Fomos buscar aqueles que entendemos ter mais qualidade e o colocamos na equipe principal.


- Agora é fundamental abrir espaços para eles começarem seu caminho, mas usarmos de forma mais contínua. Também lançamos o JP, mas precisamos continuar o que temos feito: seguir olhando para eles e desenvolve-los ao máximo para terem rendimento. Não é importante, é decisivo o desenvolvimento dos jogadores jovens do Botafogo.


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Fonte: Por Giba Perez e Sergio Santana, Redação do ge — Rio de Janeiro

Atuações do Botafogo: Marlon Freitas é o melhor em eliminação após bom jogo; dê suas notas



Confira a avaliação de todos os jogadores na partida contra o Athletico-PR












Lucas Perri - GOL
nota ge 6.0
público 6.5
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Mero espectador da partida. Athletico não finalizou na direção do gol uma vez sequer. Nos pênaltis, não defendeu nenhuma das quatro cobranças


Di Placido - LAT
nota ge 4.5
público 5.9
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Correu riscos no primeiro tempo, acertando a mão no rosto de jogadores do Furacão duas vezes, o que poderia ter resultado em sua expulsão


Adryelson - ZAG
nota ge 7.0
público 7.7
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Mais um jogo absoluto na zaga alvinegra. Cortou todas na defesa, pelo alto e por baixo, e não deu chances aos atacantes do Athletico-PR


Víctor Cuesta - ZAG
nota ge 6.0
público 6.9
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Deu duas entradas fortes em Vitor Roque e levou cartão amarelo aos seis minutos. Risco desnecessário, mas depois fez jogo seguro


Marçal - LAT
nota ge 6.5
público 6.6
Avaliar

Fazia boa partida, trabalhando bem a bola pelo lado esquerdo com Victor Sá até sair com lesão no joelho no fim do primeiro tempo


Hugo - LAT
nota ge  5.5
público6.3
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Entrou pouco antes do intervalo. Não manteve o nível de Marçal, mas não comprometeu. Aventurou-se pouco no ataque


Marlon Freitas - MEI
nota ge 7.5
público 7.5
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Dono do meio-campo. Muito importante tanto na saída de bola quando na recomposição defensiva. Cobrou bem o seu pênalti


Tchê Tchê - MEI
nota ge 7.0
público 6.9
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Impressionante o quanto se movimenta na transição entre defesa e ataque, sempre participando da construção e aparecendo na área para criar chances. Perdeu o segundo pênalti da disputa


Eduardo - MEI
nota ge 7.0
público 7.1
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De volta ao meio-campo, voltou a ser aquele construtor participativo que distribui o jogo com precisão. Quase abriu o placar em ótima cabeçada e criou outra boa chance na segunda etapa. Saiu no fim do segundo tempo com dores
10º


Lucas Fernandes - MEI
nota ge 6.0
público 5.8
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Entrou no fim e participou pouco com bola rolando. Bateu bem o seu pênalti
11º


 
Júnior Santos - ATA
nota ge 7.0
público 6.8
Avaliar

Mais uma boa partida do atacante alvinegro. Corre o campo todo, puxa os contra-ataques e foi coroado com a assistência para o gol de Tiquinho. Perdeu boa oportunidade no segundo tempo
12º


Tiquinho Soares - ATA
nota ge 7.0
público 7.5
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Mostrou mais uma vez toda a qualidade que tem. Atacante completo, que, além de colocar a bola na rede, faz o time jogar. Fez gol e ainda deixou Júnior Santos cara a cara com um passe de letra magistral. Perdeu pênalti que abriu a disputa
13º


Victor Sá - ATA
nota ge 6.0
público 6.3
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Insinuante, ajudou a dar velocidade na frente e participou de belas jogadas coletivas. Mas perdeu ao menos duas boas chances para fazer o 2 a 0 no começo do segundo tempo
14º

Luis Henrique - ATA
nota ge 5.5
público 5.4
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Nas poucas vezes em que teve a bola, não conseguiu dar sequência nas jogadas de ataque.
15º


Luís Castro - TEC
nota ge 7.0
público 7.6
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Seu time foi melhor durante toda a partida, principalmente no primeiro tempo, e teve chances de sair de campo com a classificação no tempo normal



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Fonte: Por Redação do ge — Rio de Janeiro