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segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Geração esquecida: o título de 93 na visão dos campeões com o Botafogo


Hoje em profissões como segurança, motorista e corretor de imóveis, ex-atletas lembram principal título internacional do Alvinegro



Nem o mais fanático botafoguense imaginaria, no início daquela Copa Conmebol de 1993, que o Glorioso levantaria a taça de campeão ao fim do torneio. Mas, como naquele chavão de que "há coisas que só acontecem com o Botafogo", uma das equipes mais limitadas da história alvinegra foi responsável pelo único título internacional do clube até hoje - feito que nem ídolos máximos, como Garrincha, Nilton Santos, Jairzinho e Manga, conseguiram. Além disso, é também o único título internacional conquistado por um carioca no Maracanã. No dia 30 de setembro de 1993, há exatos 20 anos, empate por 2 a 2 com o Peñarol e posterior vitória nos pênaltis, por 3 a 1, eternizaram jogadores até hoje esquecidos na galeria de campeões pelo Alvinegro. Willian Bacana, Perivaldo, André Santos, Cláudio, Clei, Nélson, Suélio, Marcelo, Aléssio, Eliel e Sinval foram os titulares no jogo derradeiro (relembre no vídeo acima). São homens que hoje exercem profissões como segurança, motorista e corretor de imóveis - e que formam uma escalação que dificilmente é encontrada na ponta da língua dos torcedores.

*(O Botafogo venceu, no total, 23 títulos internacionais, entre eles a Taça Tereza Herrera, de 1996, e a Copa Carranza, de 1966. Porém, o único título oficial em âmbito internacional, reconhecido pela Fifa, é o da Copa Conmebol de 1993)

Um ano antes, o Botafogo se sagrara vice-campeão brasileiro. Porém, o time foi desfeito. Não sobrou um titular sequer daquela boa equipe, de nomes como Ricardo Cruz, Márcio Santos, Válber, Carlos Alberto Dias, Carlos Alberto Santos e Renato Gaúcho. Emil Pinheiro, então presidente, saíra do comando do clube e deixara o Botafogo sem dinheiro. Era um período de vacas tão magras que faltava até bola para treinamento. Desta forma, muitos jogadores da base alvinegra, jovens desconhecidos e alguns poucos emprestados, chegaram para formar a equipe. O grande astro da companhia era mesmo o técnico. Carlos Alberto Torres, o eterno "Capita" do Tri de 70, havia aceitado a proposta praticamente pagando o próprio salário. O time era limitado a ponto de o próprio treinador encerrar treinamentos pelo péssimo desempenho apresentado pelos jogadores, inclusive na véspera da final da Conmebol.

- Nós terminamos o treinamento e mandei todos ficarem no campo para a gente conversar, mostrar o que estava errado. Porque não adianta: o treino começou ruim, é melhor acabar do que insistir - disse em entrevista à TV Globo na época.

- Tinha treino que o Carlos Alberto começava a dar, mas todo o time estava mal, e ele simplesmente mandava todos para casa. Ele era assim: "Eu não vou ficar batendo cabeça com vocês, não". Ele nos carregou para aquela conquista - confirmou Sinval ao GLOBOESPORTE.COM.

Botafogo homenageou campeões antes da partida contra a Ponte Preta (Foto: Nina Lima / Agência O Globo)

A campanha até a final

A Copa Conmebol de 1993 contava com cinco times brasileiros: Botafogo, Vasco e Bragantino, que haviam terminado em segundo, terceiro e quarto lugares no Brasileiro de 92, além do Atlético-MG, campeão da Conmebol no ano anterior, e do Fluminense, vice-campeão da Copa do Brasil. O torneio iniciava já na fase de oitavas de final e teve dois embates diretos entre brasileiros. O Alvinegro eliminou a equipe de Bragança Paulista com duas vitórias, 3 a 1 e 3 a 2, enquanto o Galo superou o Tricolor das Laranjeiras nos pênaltis, após um resultado de 2 a 0 para cada lado. Por sua vez, o Vasco caiu, também nos pênaltis, para o Colo-Colo, do Chile.

Na fase seguinte, o Botafogo emplacou mais duas vitórias, por 1 a 0 e 3 a 0, desta vez contra o Caracas, da Venezuela. Enquanto isso, o Atlético-MG avançou sobre o Deportivo Sipesa, do Peru, após empate por 1 a 1 fora de casa e vitória por 1 a 0 em casa. As equipes brasileiras se enfrentariam em uma das semifinais, enquanto San Lorenzo, da Argentina, e Peñarol, do Uruguai, brigariam pela outra vaga na final do torneio.

Com imenso favoritismo, o Galo se impôs no jogo de ida e sapecou um 3 a 1 para cima do Botafogo no Mineirão. O time mineiro contava com grandes jogadores, como a dupla de ataque Renaldo e Sérgio Araújo. Na partida de volta, o Glorioso precisaria de um milagre para se classificar, afinal, uma vitória por dois gols de diferença levaria para as penalidades. E apenas um resultado por três gols de vantagem alçaria o time direto para a final. Os próprios jogadores não acreditavam em uma ida para a decisão. Foi ali que entrou em cena o técnico Carlos Alberto Torres, para ser o ponto-chave para uma improvável virada botafoguense.


Naquele dia fizemos uma reunião antes do jogo e falei com eles: hoje é calça de veludo ou bunda de fora
Carlos Alberto Torres, técnico do Botafogo em 1993

- Uma das questões que fez com que chegássemos até a final foi o Carlos Alberto, que tinha ganhado tudo da vida. Ele sempre dizia que era para passar "por cima deles", que acreditava no grupo. Nem sei se era verdade... Quando perdemos para o Atlético-MG, depois do jogo, dentro do vestiário, criamos aquele propósito de que íamos para cima dos caras - lembrou o zagueiro André.

Sem dinheiro, o Botafogo não conseguiu sequer organizar uma concentração para os jogadores antes do jogo. A pedido de Carlos Alberto Torres, os atletas se reuniram em um clube de Niterói, no almoço, antes da partida, que aconteceria no Caio Martins. Depois, rumaram para o estádio para tentar uma missão quase impossível. A expectativa era de que poucos botafoguenses acompanhassem a partida. Mas não foi bem isso que aconteceu.

- A gente pensou que ia estar vazio, fomos chegando e vimos o Caio Martins cheio. Foi aquela energia positiva. O gol chorado do Eliel no final. Até hoje tenho memória daquele gol do Eliel. Não dá para esquecer quando nos classificamos, daquela forma... - disse o volante Nélson.

O gol de Eliel tardou, é verdade. Na noite de quarta-feira, 15 de setembro, o Glorioso sufocou o Galo desde o primeiro minuto. Postado no 4-2-4 "suicida" montado pelo técnico Carlos Alberto Torres, o time dava espaços para contra-ataques, mas não deixava de buscar o gol em nenhum momento. De tanto insistir, Sinval marcou, de carrinho, aos 42 do primeiro tempo, levando a vantagem para o intervalo.

Sinval comemora gol marcado na decisão contra
o Peñarol (Foto: Júlio César Guimarães / O Globo)
- A equipe acreditou muito, nos unimos mesmo. Naquele dia, fizemos reunião antes do jogo, e falei com eles: "Hoje é calça de veludo ou bunda de fora". Fomos no 4-2-4, tinha que ter quatro jogadores no ataque e só dois no meio. O Atlético teve chances, nos contra-ataques, mas todo mundo voltava na base do entusiasmo, e complicamos as ações deles, todo mundo pegando firme, chegando firme. E a torcida ajudou - afirmou o ex-técnico Carlos Alberto.

Na segunda etapa, o Botafogo pressionou ainda mais. Até que, após cabeçada de Marcelo, o goleiro Luiz Henrique vacilou e soltou a bola nos pés do zagueiro Rogério, que estava lá para conferir, aos 17 minutos. O entusiasmo tomou conta dos jogadores e assustou o Atlético. Aos 33 minutos, Eliel recebeu passe dentro da área e chutou cruzado para estufar a rede do Galo. Era o gol da classificação, o passaporte para a final.

- Muita gente tinha jogado a toalha. Carlos Alberto nos chamou, reuniu todos, deu muita força, apoio, e disse que tínhamos condições. Ele mexeu com todo mundo. Mesmo o grupo sendo muito jovem, todo mundo assimilou. Estávamos determinados a nos classificar. Foi muito difícil. O Atlético tinha uma equipe muito boa. A partir desse momento, acreditamos que podíamos ganhar o título - lembrou Eliel.

A conquista

Após passar pelo San Lorenzo nos pênaltis, o Peñarol estava no caminho do Botafogo até o título. Até hoje, são raras as imagens do primeiro duelo, realizado em Montevidéu, no dia 22 de setembro. A partida não foi televisionada para o Brasil. No mesmo dia, o país assistia a Flamengo x São Paulo pelo Campeonato Brasileiro. O que se sabe é contado pelos próprios jogadores, que relataram uma guerra contra os uruguaios.

- Quase ninguém viu, se não me engano o jogo não foi televisionado aqui para o Brasil, mas aquele jogo lá foi uma batalha - afirmou Willian Bacana, goleiro do Botafogo na época.

- Jogar lá foi muito difícil. Em Montevidéu, os jogadores uruguaios tentaram nos irritar. Eles tinham jogadores mais experientes do que nós, e sentimos um pouco - disse Aléssio.

- A chegada ao estádio já foi difícil, dificultaram o máximo para concentrar no jogo. Estava um frio terrível, cinco graus. Foi um jogo pesado, pancadaria. Após o jogo, não deixaram a gente deixar o vestiário. Foi verdadeiramente guerra. A diferença do uruguaio para o argentino é que o argentino gosta de bater, mas não gosta de apanhar. E os uruguaios desciam a porrada sem pensar - criticou o ex-lateral China, titular naquela partida atuando como volante.

Eliel, autor do primeiro gol do Botafogo, disputa bola com jogador do Peñarol (Foto: Eurico Dantas / O Globo)

Após a batalha campal, o Botafogo trouxe um bom resultado para o Rio de Janeiro. Afinal, o 1 a 1 no Uruguai, com gol de Perivaldo, carregava a esperança de um título com uma vitória simples no Maracanã. Apesar disso, a própria diretoria do clube não imaginava uma comoção dos alvinegros e, projetando um público de cerca de 15 mil espectadores, colocou 30 mil ingressos à venda. No entanto, o botafoguense queria aquele título. Na noite de quinta-feira, 30 de setembro, uma multidão se aglomerou nas bilheterias em busca de ingressos para a decisão. Não havia bilhetes para todos, e a solução foi abrir os portões do Maracanã. Estima-se que o público tenha superado 40 mil torcedores, ainda que apenas 26.276 pessoas tenham pago ingresso.

O jogo foi sofrido. O torcedor viu o primeiro tempo terminar 1 a 0 para o Peñarol, com um gol de Perdomo aos 34 minutos, após rebatida na área, em chute de canhota, no canto esquerdo de Willian Bacana. O Botafogo sofria com as entradas ríspidas e agressões dos adversários, além de esbarrar na boa atuação do goleiro Gerardo Rabajda. Porém, pode-se dizer que a pancadaria ajudou o Glorioso. Na segunda etapa, logo aos sete minutos, Eliel cobrou falta com força e Rabajda aceitou. Vinte minutos mais tarde, Sinval bateu em dois toques de muito longe, a bola subiu e morreu no ângulo esquerdo do arqueiro uruguaio.

Restava apenas fazer o tempo passar. A inexperiência da equipe, no entanto, que insistia em atacar mesmo com o placar favorável em 2 a 1, fez Carlos Alberto Torres agir. Após chutar uma bola que saíra em lateral para longe, o treinador alvinegro foi expulso. E foi justamente esse ímpeto de ir para frente que fez com que o título ficasse em xeque, nos acréscimos. A torcida já entoava o grito de "é campeão" quando surgiu um contra-ataque, Otero foi lançado na área e bateu de canhota para vencer Willian Bacana. Era o empate do Peñarol. Silêncio no Maracanã: o título seria decidido nos pênaltis.

Carlos Alberto e William Bacana comemoram o
título (Foto: Julio Cesar Guimarães / O Globo)
- Aquele momento foi muito difícil. Estávamos com o jogo na mão, fizemos os gols, mas aos 45 o Peñarol fez um gol, todo mundo caiu. Ainda fomos para os pênaltis, e o Sinval perdeu a primeira. Foi um momento tenso... - lembrou Perivaldo.

De fato, o artilheiro Sinval chutou a primeira cobrança no meio do gol para defesa de Rabajda. Um novo Maracanazzo, justamente contra uruguaios, apreendia os botafoguenses. Mas William Bacana começou sua trajetória de herói no chute seguinte. Ferreyra bateu, e o goleiro alvinegro voou no canto direito para defender. Enquanto Suélio, Perivaldo e André converteram suas cobranças, apenas Da Silva fez para o Peñarol. Gutiérrez chutou para fora, e Bacana ainda espalmou o último arremate, de De los Santos, antes de ver a bola bater na trave e sair. O Botafogo fazia 3 a 1 nos pênaltis e podia, enfim, soltar o grito de campeão da América.

Um título desvalorizado?
“Nosso time era inferior a todos os outros daquela competição”. A frase de Carlos Alberto Torres exemplifica, ainda hoje, a percepção dos botafoguenses - inclusive de dentro daquela equipe - do quão limitado era o Botafogo de 1993. Os jogadores que levantaram a taça também admitem que a técnica não era o forte daquele grupo. No entanto, a falta de qualidade do time não é suficiente para retirar os méritos da conquista. Pelo contrário. Muitos ex-jogadores acham que sofrem com a desvalorização, muito por parte de dirigentes do clube.

- Esses jogadores fizeram a história do Botafogo. Qualquer um que contar a história do Botafogo vai lembrar desses caras. Aquele momento era nosso, fizemos nossa parte. Tivemos o nosso momento, e a gente curte bastante. Não tinha nenhum craque, mas deixamos nossa marca – desabafou Perivaldo.

O único título internacional do Glorioso ficou nos pés daquela modesta equipe. Suélio não pede que seja reconhecido como ídolo como os campeões mundiais que passaram pelo Alvinegro, mas apenas que o feito tenha o espaço que merece na história do Botafogo.

- Eles tiveram a história deles. Zagallo, Garrincha, Didi, Manga, todos foram grandes jogadores. Mas é um título internacional, e eles não conquistaram. E não foi fácil. Conquistamos, e deveria ter uma valorização maior. Nos doamos em busca do objetivo, e aquela conquista é única – disse o ex-volante.

Jogadores do Botafogo erguem a taça da Copa Conmebol de 1993 (Foto: Julio Cesar Guimarães / O Globo)

O ex-meia Marcelo queria apenas uma foto na galeria de troféus do clube. Botafoguense e criado no clube, assim como boa parte do elenco campeão em 1993 - o que pode elevar ainda mais a importância da conquista -, o ex-atacante recentemente foi levar o filho, também torcedor alvinegro, para ver as conquistas do time na sede de General Severiano. Na esperança de mostrar a parte da história da qual ele próprio fez parte, Marcelo se decepcionou ao ver que não havia um registro sequer do time campeão da Conmebol.

- Já são 20 anos, é o único título internacional reconhecido do Botafogo. Eu levei meu filho na sala de troféus do clube e não tinha uma foto do título. Nada. Falei com o presidente (Maurício Assumpção), e ele já mandou fazer o pôster. Tinha foto de todo mundo, até de jogadores que não ganharam nada, mas não tem nada que lembre o nosso time.

Segundo Marcelo, o presidente Maurício Assumpção já corrigiu tal "falha". Em tom mais conformista, Carlos Alberto Torres tem uma ideia de onde está o reconhecimento que aqueles jogadores procuram.

- Eu acho que a valorização está no nosso sentimento – resumiu o eterno capitão do Tri.



Por Daniel Mundim e Thiago Quintella Rio de Janeiro

Titulares do Bota fazem atividade leve em campo anexo do Engenhão


Jogadores que iniciaram confronto com a Ponte Preta trabalham físico e batem bola. Reservas fazem trabalho técnico sob o comando de Oswaldo




Dois dias após o revés diante da Ponte Preta, no último sábado, os jogadores que iniciaram o confronto com o time paulista apareceram no campo anexo do Engenhão. Eles fizeram um treinamento físico leve, depois de um trabalho na academia, e alguns bateram bola, mas sem qualquer atividade técnica ou tática incluída.

Não subiram para o campo apenas o zagueiro Bolívar e o atacante Hyuri, que está fora do clássico com o Fluminense, quarta-feira, por suspensão. Os reservas fizeram um trabalho técnico, sob o comando do técnico Oswaldo de Oliveira.
Dois dias após a derrota para a Ponte Preta, titulares foram a campo no Engenhão (Foto: Thales Soares)

O volante Renato, que se recupera de uma lesão na coxa esquerda, e o lateral-direito Lucas, que fraturou o tornozelo esquerdo em julho, fizeram trabalhos específicos no campo, assim como o atacante Elias, com um problema na coxa esquerda. Os três seguem fora.

Além do trio, o Botafogo também não terá o atacante Hyuri, que levou o terceiro cartão amarelo contra a Ponte Preta. Octávio, Henrique, Alex e Bruno Mendes são as principais opções.

ERRATA: o treino do Botafogo foi realizado dois dias após a derrota para a Ponte Preta, e não no dia seguinte, como publicado inicialmente.

Por Thales Soares Rio de Janeiro

Sem saber se terá Elias, Oswaldo ainda não sabe quem escalar no lugar de Hyuri

Apoiador Octávio e atacantes Alex e Henrique são as principais opções, caso não possa contar com o atacante titular, que está com desgaste  muscular




Ponte Preta apronta contra o Botafogo e vence pela primeira vez no Maracanã (Foto: Bruno de Lima/ LANCE!Press)
Octávio entrou no segundo tempo
 contra a Ponte Preta 
(Foto: Bruno de Lima/ LANCE!Press)
O meia-atacante Hyuri recebeu o terceiro cartão amarelo na partida contra a Ponte Preta, sábado, e desfalcará o Botafogo no clássico contra o Fluminense, quarta-feira.

Ainda sem saber se poderá contar com o retorno do atacante Elias, que está com um desgaste muscular, o técnico Oswaldo de Oliveira afirmou que só decidirá o substituto de Hyuri quando estiver mais próximo do "Clássico Vovô".

– Ainda não sei quem colocar. Estamos acompanhando o Elias e ele tem melhorado. Mas só bem mais perto do jogo saberei se vou poder contar com ele. Ainda é muito cedo – disse Oswaldo de Oliveira.

Se Elias não puder jogar, o treinador alvinegro tem Octávio, Henrique e Alex como principais opções.


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Presidente do Bota cobra direção de futebol contra quedas repetidas


Maurício Assumpção elogia jogadores depois da derrota por 1 a 0 para a Ponte Preta e entende comportamento da torcida com vaias no Maracanã




Maurício Assumpção diz que clube trabalha por
solução para a queda (Foto: Fred Huber)
A queda brusca de rendimento do Botafogo, com três derrotas seguidas no Campeonato Brasileiro, despertou no presidente do clube, Maurício Assumpção, o mesmo sentimento dos anos de 2010, 2011 e 2012, quando o time havia se tornado candidato a uma vaga na Taça Libertadores. Desta vez, na terceira colocação, ainda há uma esperança de que a situação possa ser contornada. A cobrança vai na direção de quem comanda o departamento de futebol para encontrar uma solução.

No momento, o Botafogo, com 42 pontos, está 11 atrás do Cruzeiro, líder do Campeonato Brasileiro, e tem oito de vantagem para o Vitória, sexto colocado, primeiro time fora da zona de classificação para Taça Libertadores do ano que vem, pois o Atlético-MG, que tem 35 e está em quinto, é o atual campeão da competição sul-americana, já garantido na edição do ano que vem. O próximo jogo no Brasileiro é contra o Fluminense, quarta-feira, no Maracanã.

- O que me preocupa um pouco talvez é que se a gente olhar os últimos três anos, essa é uma história que está se repetindo. Final de setembro, início de outubro, a gente tem uma queda e precisa identificar porque tem acontecido. Mudou-se comissão técnica, treinador, jogador, mas essa é uma constância. Então, é um dever de casa da direção do futebol. Tem que fazer a identificação do que está acontecendo porque isso não é uma coisa surpreendente, e aí que eu acho que temos que atuar. O Oswaldo tem consciência da responsabilidade dos resultados começarem a aparecer, o grupo sabe disso. É um campeonato longo, e obviamente oscilações acontecem, mas não podemos deixar que aconteçam sempre na reta final. Tem gente lá dentro trabalhando em função de detectar essa questão e achar uma solução rápida para isso. A solução tem que ser para ontem, não pode ser para hoje - disse Maurício.

Apesar da tristeza pela derrota por 1 a 0 para a Ponte Preta, sábado, no Maracanã, o presidente mostrou otimismo pelo que acompanhou depois do jogo no vestiário. Para ele, o grupo demonstrou disposição para sair dessa situação e manter o Botafogo na briga por uma vaga para a Libertadores do ano que vem. O clube não joga a competição desde 1996.

- Pelo resultado, estou muito chateado, como a torcida ficou. A torcida apoiou o time o tempo todo, e no final ela vaiou. Tem direito de fazer isso. A gente pode discordar do jeito que ela fez, mas tem que entender que torcida é torcida, e quando a gente precisou de incentivo, ela estava lá para incentivar. O que me animou foi o que eu vi dentro do vestiário. A forma como os jogadores reagiram. Não é nada de pacto. Os caras chamaram a responsabilidade, eles não vão deixar cair a bola - afirmou o presidente, durante a disputa do desafio de natação Raia Rápida, disputada na sede do Mourisco, onde fica o parque aquático do clube.

Por Lydia Gismondi Rio de Janeiro