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quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Carlos Alberto esquece lesão e usa otimismo para ver futuro do Botafogo


Meia prefere não falar dos quase dois meses de recuperação e adota discurso de confiança em reação da equipe na temporada



Carlos Alberto está à disposição para jogo contra
o Vitória (Foto: Gustavo Rotstein)
Carlos Alberto demorou quase dois meses até voltar a disputar uma partida. Por causa de uma lesão no tornozelo direito, que atingiu ligamentos, passou boa parte do Campeonato Brasileiro apenas torcendo por uma equipe que não consegue se afastar da zona de rebaixamento. Enquanto isso, fez tratamento diário em tempo integral para se recuperar. Mas o meia prefere não falar das dificuldades que passou e se recusa a enxergar a situação do Bota com pessimismo. Como um dos mais otimistas do grupo, afirma que a saída para equipe é voltar a vencer. Para isso, além de trabalho, é necessário acreditar que nada está perdido.

Recuperado da lesão, Carlos Alberto voltou a atuar no segundo tempo da derrota por 2 a 0 para o Grêmio, no último domingo. Impossibilitado de defender o Botafogo na Copa do Brasil por já ter atuado pelo Goiás neste ano, ele ficará novamente à disposição de Vagner Mancini contra o Vitória, neste sábado, pelo Campeonato Brasileiro

- Tenho uma expectativa boa de poder ajudar, porque até então só me restava torcer. Dá uma agonia quando você não tem o que fazer, mas quando você pode estar presente é agradável. Ninguém tem de ficar desesperado, temos experiência e qualidade suficientes para suportar essa pressão. Nas nossas carreiras todos tivemos dificuldades para chegar até aqui e se cada um ficar ouvindo tudo o que se fala do lado de fora, chega aqui com pessimismo e fica debilitado. Claro que as últimas derrotas estão doendo, mas vamos com tudo para cima do Vitória - disse.

O meia, que completa 30 anos em dezembro, se recusa a enxergar o Botafogo como uma equipe fraca técnica e taticamente. Segundo ele, o jogo contra o Santos, na última quarta-feira, exemplificou uma equipe que mostra bom futebol, mas que tem sofrido com vacilos que custam as vitórias.

- Vencer é o que vai dar a confiança. O time tem jogado bem, mas sofre o baque e não consegue reagir. Tem que superar essa barreira, tem um pouco do (fator) emocional. Se não chegar aqui e falar em coisas bacanas e que transmitem confiança, ninguém vai acreditar. Temos que pensar o que realmente cada um é, o que cada um fez para chegar até aqui. Ninguém está aqui por acaso. Se vivemos essa situação é porque podemos suportar e mudar. A solução que existe é vencer - ressaltou.

O time tem jogado bem, mas sofre o baque e não consegue reagir"

Carlos Alberto


Exatamente por destacar a importância do discurso positivo, Carlos Alberto prefere até mesmo não falar do período em que esteve machucado e de como correu seu processo de recuperação. Segundo ele, o mais importante é pensar que agora ele finalmente pode contribuir com equipe não somente transmitindo sua experiência no vestiário, mas com a bola nos pés.

- Sobre a lesão, prefiro não falar. Quero esquecer isso. Estava incomodado por não poder fazer nada, participar do dia a dia mas não jogar. Não tem coisa melhor do que estar à disposição. Agradeço ao pessoal que cuidou de mim, e agora é entrar em campo e por em prática o que fiz. Tenho adquirido ritmo nos treinamentos, mas algumas vezes é preciso passar pelos limites e enfrentar as situações para poder ajudar a equipe dentro de campo.

Por Gustavo Rotstein Rio de Janeiro

Mancini comanda treino em busca de soluções para jogo contra o Vitória


Técnico observa jogadores como Carlos Alberto, Murilo e Régis dois dias antes de partida contra adversário direto do Botafogo


Na tarde desta quinta-feira, o técnico Vagner Mancini, do Botafogo, se posicionou dentro do campo em busca de soluções. Com no mínimo três desfalques e ideia de fazer outras modificações, o técnico comandou um treino para encontrar respostas para o jogo contra o Vitória, neste sábado, em Salvador. Como trata-se de um adversário direto na luta contra o rebaixamento, o Bota sabe que não pode cometer erros, sob pena de complicar ainda mais sua situação.

Após a derrota por 3 a 2 para o Santos, na última quarta-feira, pela Copa do Brasil, Mancini admitiu a possibilidade de mudar a equipe. O Botafogo já não vai contar com Jefferson, que machucou o dedo mínimo da mão esquerda, e Emerson, que além de suspenso, sente o tornozelo direito. O lateral-esquerdo Julio Cesar é outro que cumprirá pena, e Airton segue como dúvida por causa de dores na coxa direita.

Botafogo treina com arco-íris no Engenhão: equipe pode ter mudanças contra o Vitória (Foto: Gustavo Rotstein)

Assim, o técnico mandou ao campo anexo do Engenhão os jogadores que não começaram a partida contra o Santos. Comandou um trabalho técnico e tático, exigindo o máximo de todos. Já regularizado, o lateral-direito Régis tem chance de estrear. Impossibilitados de disputar a Copa do Brasil, o meia Carlos Alberto e o atacante Murilo também voltam a ficar à disposição do Botafogo.

Enquanto isso, Jobson segue treinando mas ainda sem previsão de poder reestrear pelo Botafogo. O clube enviou, via CBF, uma solicitação à Fifa de esclarecimento da situação do atacante, que tem uma punição disciplinar emitida pela Federação Saudita. O Alvinegro deseja, por meio de um comunicado oficial, saber se a suspensão é válida em âmbito internacional. Enquanto não houver a resposta, o jogador não será relacionado.

Por Gustavo RotsteinRio de Janeiro

Lesão faz Botafogo repensar pedido de efeito suspensivo para Sheik


Departamento jurídico aguarda parecer de médicos sobre problema no pé do atacante para definir estratégia de recurso de pena do STJD






O Botafogo tem até esta quinta-feira para recorrer e pedir o efeito suspensivo para a pena do atacante Emerson , que foi punido com quatro jogos de suspensão pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) por ofensas ao árbitro na derrota do Bota para o Bahia. Mas a lesão sofrida por Sheik na partida contra o Santos, na última quarta, pela Copa do Brasil, fará o departamento jurídico repensar a estratégia.

O clube irá recorrer da pena de quatro jogos de suspensão (o atacante ainda tem três a cumprir), mas ainda vai esperar o parecer do departamento médico para decidir se pedirá o efeito suspensivo. Isso porque Emerson dificilmente terá condições de enfrentar o Vitória, neste sábado, pelo Campeonato Brasileiro, mesmo caso o STJD conceda ao atacante a possibilidade de atuar até que o recurso seja julgado.

Os dois jogos seguintes a serem cumpridos por Emerson seriam contra Palmeiras e Corinthians, sendo que, por contrato, o atacante já não poderia enfrentar o Timão, que o emprestou ao Botafogo. Assim sendo, se o departamento médico alvinegro concluir que Sheik não estará fisicamente recuperado para os dois próximos jogos, o clube deverá optar por não pedir o efeito suspensivo e, sim, somente entrar com o recurso contra a pena.

Emerson já vinha sendo poupado de alguns treinamentos por conta de dores na planta do pé direito. A situação piorou depois de um carrinho de David Braz, ainda no primeiro tempo do jogo contra o Santos. O árbitro sequer marcou falta, mas Sheik precisou ser substituído por conta de dores no local.

- Temos de sentar com o Aníbal (Rouxinol, gerente de futebol) e avaliar com o departamento médico o tempo em que o Emerson vai ficar parado, pois já não poderá jogar contra o Corinthians por contrato. Agora devemos botar as ideias no lugar, ver com calma o que está acontecendo para ver o que for melhor - explicou o técnico Vagner Mancini.

Emerson se machucou durante confronto contra o Santos, pela Copa do Brasil (Foto: André Durão)
Por Gustavo Rotstein Rio de Janeiro/GE

R$ 40 mi desperdiçados: Bota só volta a faturar com Engenhão no fim de 2015





O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, prometeu devolver o Engenhão ao Botafogo até o fim deste ano. O que não quer dizer que o clube voltará a ter receitas comerciais com o estádio, fechado desde março de 2013, tão cedo. Nas contas de Sérgio Landau, diretor executivo botafoguense, só no segundo semestre de 2015 o time terá novamente dinheiro vindo do estádio.

A equipe volta a jogar no Engenhão de imediato, e as bilheterias deverão gerar um pouco mais receitas do que o Maracanã, visto que, em casa, o Botafogo não precisa pagar o aluguel de 30% da receita líquida que o estádio vizinho lhe cobra. Mas, como negociações tiveram de ser interrompidas por causa do fechamento do Engenhão, receitas comerciais vão demorar mais.

“A primeira pergunta que me faziam quando eu sentava numa mesa para negociar era se havia alguma prova documental de que eu receberia o estádio em novembro. Temos a palavra do prefeito, e para nós ela basta, mas as empresas quiseram esperar”, conta Landau ao blog.

O Botafogo tinha praticamente fechadas as vendas de naming rights e patrocínio para a Caixa e de um lounge, um espaço dentro do estádio. Ambas gerariam entre R$ 18 milhões e R$ 20 milhões anuais, segundo o diretor executivo. Eis a cifra que o clube deixou de arrecadar neste período de fechamento. Em duas temporadas e meia, 2013, 2014 e primeiro semestre de 2015, o “prejuízo” – entre aspas porque não é dinheiro que saiu, mas que deixou de entrar – se aproxima de R$ 40 milhões.

Agora, tão logo receber o Engenhão de volta, a diretoria botafoguense vai vistoriá-lo para saber se há condições de utilizá-lo de imediato – as obras podem ter danificado sistemas hidráulico e elétrico, deteriorado assentos, entre outros problemas, e o Botafogo vai primeiro se certificar de que o estádio pode receber partidas. Mesmo na melhor das hipóteses, a de o local estar em perfeito estado e pronto para acolher o time, o prazo para ter receitas comerciais desanima dirigentes.


“Nós podemos começar e terminar uma negociação em uma semana, mas não é assim que acontece. Até botar o carro em movimento novamente, demora pelo menos três meses. Em termos financeiros, de patrocínios e merchandising, voltaremos a ter receita provavelmente no segundo semestre de 2015”, diz o diretor executivo. “Nunca questionamos a interdição do Engenhão, porque a segurança das pessoas está acima de tudo, mas perdê-lo causou um trauma técnico no Botafogo, que vivia um momento fundamental de sua história, e também um impacto financeiro violento que vai durar dois anos e meio para acabar”.

Das marcas que negociaram o Engenhão com o Botafogo, a Caixa foi a que chegou mais perto de assinar contrato. Outras duas especuladas foram Itaipava e Volkswagen. A primeira conversou há muito tempo, mas não avançou. A segunda, nem a isso.


DINHEIRO EM JOGO por Rodrigo Capelo/GE