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sexta-feira, 7 de agosto de 2020

Honda se mostra animado com o Botafogo: 'Faminto para aprender'


Japonês fica feliz por ser capitão do Alvinegro, acredita que pode contribuir para o sucesso da equipe, mas afirma que ainda tem muito o que a aprender com o futebol brasileiro




Keisuke Honda em ação pelo Botafogo (Foto: Vítor Silva/Botafogo)



Keisuke Honda vai se habituando ao Brasil dia após dia. Uma das principais contratações do Botafogo para a temporada, o japonês vive a expectativa de disputar o primeiro Campeonato Brasileiro da carreira. Apesar dos 33 anos e experiência em cinco países diferentes, o meio-campista afirmou, em entrevista à BotafogoTV, que quer aprender com o futebol tupiniquim.

- Ainda não sei tudo sobre o Campeonato Brasileiro. Todos me disseram que o calendário é muito difícil de ajustar. Um país grande, com diferentes temperaturas, tempo curto. Paulo (Autuori) me disse: “Eu acho que nós precisamos de mais do que 11 jogadores porque do contrário não conseguiremos jogar bem durante toda a temporada, essas condições são bem difíceis”. Estou aprendendo sobre o futebol brasileiro, porque o Brasil é o melhor do mundo. Vi grandes jogadores no Milan, no CSKA e nos times que enfrentei. Gostei de aprender. Você perguntou o que posso contribuir, mas penso que posso adquirir experiência no futebol brasileiro. Estou faminto para aprender e quero me aperfeiçoar até esse momento - afirmou.

O camisa 4 vem atuando como volante no esquema do treinador de Paulo Autuori. Acima de qualquer coisa, Honda acredita que o Botafogo precisa desenvolver um estilo de jogo e espírito coletivo para aspirar boas condições na classificação do Campeonato Brasileiro.




- Acho que o melhor que posso contribuir é a minha experiência. Acho que há quem tenha boa técnica e bom físico. Mas o futebol deveria ser mais organizado. Ninguém consegue vencer sozinho. Temos que saber como ganhar o jogo como um time, e não sozinho, individualmente. É importante sabermos que devemos entender o que fazer. Qual é a nossa estratégia? Podemos perder para um time forte, mas não quero perder para um time mais fraco que nós. Então, isso quer dizer que eu tenho que falar com os outros jogadores que não entendem esse método, o que eu penso e o Paulo pensa. Essa é minha tarefa. Nós temos que jogar constantemente com a mesma qualidade em toda a temporada. Assim eu acho que posso ajudar o time - colocou.

O japonês elogiou a parceria com Caio Alexandre no meio-campo e acredita que o brasileiro deve jogar mais solto no setor. Por não dominar a língua portuguesa, Honda acredita que pode ajudar, pelo menos, na postura dos companheiros dentro de campo.

- Sinto que estou orgulhoso de mim mesmo por ser o capitão de um dos maiores e mais tradicionais clubes do Brasil. Especialmente por ser estrangeiro. Por outro lado, tenho que descobrir como posso ajudar o time como capitão, porque não falo português. Posso ajudar com conduta e algumas poucas palavras. Sempre procuro as melhores palavras para o time. Em campo, com Caio (Alexandre) e outros jovens jogadores, não deveriam pensar muito no jogo coletivo. Pela qualidade deles e pelas características deles, eles precisam jogar soltos quando conseguem a bola. E, sabe, eu deveria ver a ação deles primeiro e quero ajustar o que é melhor para o time. É por isso que, até agora, estou mais balanceado com o Caio. Pela qualidade e estilo, ele deveria jogar mais livre. Acho que essa é a maneira dele jogar e tenho atuado bem o Caio até agora. Acredito que podemos melhorar. Espero que possamos jogar melhor, ser melhores que no ano passado - analisou.




Fonte: LANCE! Rio de Janeiro (RJ)

Victor Luis se declara ao Botafogo, revela bastidores da volta e elogia Luis Henrique: "Tanque de guerra"



Lateral-esquerdo é o convidado do Podcast GE Botafogo #54: "Quero entrar no campeonato para ser vencedor, passo isso para os meus companheiros"



Ser vencedor. Esse é o objetivo de Victor Luis em sua segunda passagem pelo Botafogo. Depois de conquistar a torcida e o clube em 2016 e 2017, o lateral-esquerdo está de volta e promete ser o "cachorro louco" que os botafoguenses conheceram há quatro anos, mas em uma versão mais qualificada e madura. Ele revelou ao ge como foi a decisão pelo retorno.


- Todo jogador precisa estar jogando. Não estava sendo tão utilizado no Palmeiras e pensei que precisava jogar. Tive propostas do Brasil e de fora, mas achei que era o momento de fazer algo no Brasil ainda. O Botafogo é um clube que sempre me acolheu bem e onde eu sempre me senti bem também. O pessoal do clube me ligou, senti esse carinho, me fez querer voltar, mesmo com as dificuldades. Quero mostrar meu futebol novamente e ajudar.



O jogador é o convidado do Podcast GE Botafogo #54. Clica aí e ouça a resenha!



Victor Luis quer ser vencedor no Botafogo — Foto: Vitor Silva/Botafogo


"Quero ser vencedor"

Ao ser apresentado como reforço do Botafogo para o Brasileirão, Victor Luis disse que voltou para terminar o que tinha iniciado. O lateral-esquerdo, com contrato até fevereiro de 2021, quer ser campeão com a camisa alvinegra. Um objetivo pessoal que ele compartilha com o grupo como forma de inspiração.


- Quero entrar no campeonato para ser vencedor, passo isso para os meus companheiros. Com os pés no chão, respeitando o adversário, a gente tem que dar o nosso melhor para chegar onde tanto desejamos. Queremos conquistar algo esse ano. Seria marcante na nossa vida e na história do Botafogo também.


"O menino é um tanque de guerra"


No retorno ao Botafogo, Victor Luis reencontra jogadores com quem atuou na primeira passagem e também funcionários com quem conviveu no clube. Mas há muita novidade, como o atacante Luis Henrique, de 18 anos, que desponta como promessa e fará dobradinha com o lateral pelo lado esquerdo. Em pouco tempo de convivência, Victor já percebeu o potencial do garoto.


- O principal ele já tem, que é o talento. O que poderia atrapalhar seria esse espaço no time tão jovem, mas ele tem uma cabeça muito boa. Você vê que é um menino que quer aprender, que está trabalhando no dia a dia, quer ajudar. Ele já é vencedor e vai conquistar mais na vida e na carreira dele, pode ter certeza. Quando a gente vai treinar ataque contra defesa eu já falo com ele: "Vai para o outro lado". Vai infernizar o Barrandeguy lá (risos).



"O menino é um tanque de guerra. Muita força, habilidade. É completo".



Luis Henrique e Victor Luis em treino do Botafogo — Foto: Vitor Silva/Botafogo



"Para defender essa camisa eu me transformo"

Victor Luis aparenta ser um cara tranquilo e levou na boa os mais de 40 minutos de papo com o ge. Mas as aparências enganam, como revelou o lateral. Essa serenidade dá lugar a outros sentimentos, como aconteceu após uma expulsão diante do Nacional-URU, pela Libertadores de 2017. Ele sofreu uma cotovelada do zagueiro Polenta, não reagiu, mas recebeu o cartão vermelho depois de confusão generalizada.


- Sabe aquela pessoa quietinha que quando sai da casinha é um perigo? Sou assim. Extremamente tranquilo até em casa, no trabalho, gosto mais de ouvir do que falar. Mas naquela situação (expulsão contra o Nacional-URU) eu cheguei a amassar porta de vestiário, de armário, saí chutando tudo. Foi a situação mais roubada que eu já vivi no futebol. Mas sou um cara tranquilo.


"Dentro de campo, para defender essa camisa e o meu sustento, eu me transformo".


Ao lembrar da Libertadores daquele ano, o lateral recordou os momentos em que a torcida simulava som de "latidos", o que animava o time dentro de campo.


- Eu ouvia demais, principalmente na Libertadores. Até mandei fazer uma camisa, acho que trouxe comigo de novo. É uma camisa com um cachorro e um escudo do Botafogo. Jogava sempre por baixo quando a gente estava na Libertadores. Sempre que roubava uma bola ou dividia, eu ouvia a torcida. Isso inflamava o time. O Jair Ventura (técnico na ocasião) até brigava: "Cuidado para vocês não inflamarem demais e acabarem sendo expulsos".



Mais assuntos do Podcast GE Botafogo #54


Primeiro contato com Paulo Autuori


- Ele sempre fala: "Eu quero jogadores campeões da vida e não só de títulos". Porque isso reflete até dentro de campo. Passa tranquilidade, sempre está prezando pelo grupo e não o individual. Ele cobra bastante nessa questão de jogadas, marcação. É entendedor do assunto e está passando isso para gente.


Chega para ser uma referência do grupo?


- O Gatito fala pouco, mas é um super líder dentro de campo, para nós. O que a gente fala é para dar um pouco de espaço também para os jovens, para eles também terem essa responsabilidade. Esses garotos que estão disputando os primeiros anos no profissional, jogando partidas importantes. É interessante você distribuir essa responsabilidade dentro de campo, mas eu fico feliz de tomar a frente de algumas situações e poder ajudar.


Avaliação do segundo amistoso contra o Fluminense


- Tivemos umas quatro chances de gol no primeiro tempo, se não me engano. No Brasileiro, a gente não pode se dar ao luxo de não fazer um, pelo menos. Isso vai vir com a evolução da equipe. Falando individualmente, foi o meu primeiro jogo com os novos companheiros, foram cinco meses sem jogar. Foi mais um passo, sabemos que precisamos evoluir, mas não estamos estacionados. A gente sabe que pode mais.



Victor Luis durante amistoso contra o Fluminense no Nilton Santos — Foto: Vitor Silva/Botafogo


Calendário do futebol brasileiro


- O ano está virado de cabeça para baixo. Dá uma ansiedade de jogar logo, mas o calendário vai ser muito complicado. A gente chegou a conversar entre a gente para, pelo menos nesse ano, mudar a fórmula, fazer algo diferente para tentar acabar esse ano. Vai ser muito dolorido. Jogos com 48h de distância, viagem... O ano vai ser complicado.


- Vai ser muito complicado por conta do calendário. Jogo atrás de jogo. Equipes que estão na Libertadores vão ter três jogos em uma semana. E se o clube não tem um grupo grande? Vai ser jogador se arrebatando, com lesão. É tudo o que a gente não quer e nem deseja para o companheiro de outra equipe.


Botafogo S/A

- Estamos vendo total empenho da diretoria nisso. Cheguei há pouco tempo no clube e não posso falar muita coisa, se vai acontecer ou não vai. Mas todo botafoguense, jogador, torcedor, quer que entre e regularize tudo da melhor maneira possível. Não é algo que depende só do Botafogo, envolve muita coisa. Acontecendo, será a melhor coisa para todos. Espero que seja logo, até para dar essa segurança, sair dessa dificuldade.


Agora volte ao topo da matéria e ouça o podcast com Victor Luis!



Fonte: GE/Por Emanuelle Ribeiro, Igor Rodrigues e Thayuan Leiras — Rio de Janeiro