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sábado, 19 de janeiro de 2013

Olheiro desaconselha contratação de Dória ao Juventus


Representante do clube italiano acompanha participação do zagueiro da Seleção sub-20 no Sul-Americano e desaprova o negócio



Dória não deve ir para o Juventus
(Foto: Marcelo Baltar/Globoesporte.com)
Dada como praticamente certa no final do ano passado pelo Botafogo, a venda de Dória para o Juventus ainda não se concretizou e é possível que não venha a acontecer. As más atuações do zagueiro no Sul-Americano Sub-20, com a Seleção Brasileira, devem atrapalhar a negociação.

Durante toda a primeira fase, um olheiro do Juventus acompanhou de perto em San Juan, na Argentina, a participação do zagueiro do Botafogo no torneio. Ele não gostou do que viu e desaconselhou a contratação do jogador ao clube italiano.

Titular da Seleção sub-20, Dória não teve uma boa participação no Sul-Americano, assim como quase toda a equipe. Na Argentina, ele aparentava ser um dos mais abatidos com a decepcionante campanha do Brasil, que terminou na última colocação no Grupo B e foi eliminado na primeira fase, algo que não acontecia desde 1971.

A expectativa do Botafogo era que o Juventus oferecesse 9 milhões de euros (R$ 24,7 milhões) para contratar Dória. Segundo o empresário do atleta, Jolden Vergette, a diretoria do Alvinegro não acredita que a proposta será feita nos próximos dias.

Após a eliminação do Sul-Americano sub-20, Dória desembarca ainda neste sábado no Rio de Janeiro.

Por Marcelo BaltarSan Juan, Argentina

Titular na estreia no Estadual, Gilberto sonha em se firmar no Botafogo



Lateral, que vestirá a camisa 13 que um dia foi de Loco Abreu, ganha a vaga de Lucas, lesionado, e diz que está preparado para mostrar seu futebol




Gilberto - Botafogo (Foto: José Airton)
Gilberto não teme concorrência com
 Lucas nem com a possibilidade do Botafogo
 contratar mais um (Foto: José Airton)
Herdeiro da camisa 13 de Loco Abreu e titular na primeira partida do ano do Botafogo. Assim inicia a temporada do jovem Gilberto, substituto de Lucas na estreia no Campeonato Carioca, contra o Duque de Caxias, neste domingo, às 19h30, no Engenhão. Com poucas palavras, o jogador falou da euforia de iniciar o ano jogando.

- Eu estou feliz e confiante no meu potencial. Estou satisfeito pelo professor Oswaldo ter confiado em mim, vou para jogo tranquilo e pronto mostrar meu futebol - afirmou Gilberto, que, mesmo aos 18 anos, não foge à luta por uma vaga com o titular Lucas:

- Vou fazer um jogo dentro das minhas características e quem sabe não possa colocar uma pulga atrás da orelha do professor. Se eu entrar bem e mostrar tudo o que sei, ele (Oswaldo) escolherá entre quem estiver melhor no momento.

Sobre vestir a camisa de Loco Abreu, Gilberto diz que não escolheu o número, que ficou a cargo do clube. Mesmo se dizendo feliz por estar com a camisa de um ídolo, o jovem não mostra a mesma superstição do uruguaio.

- É uma honra usar a camisa do Loco, que é um ídolo da torcida, mas não ligo pra superstição, não. Nunca pensei em vestir a 13. Foi uma surpresa, mas para mim isso é normal. Tomara que me dê sorte, mas não tenho essa superstição - disse.

A confiança e a tranquilidade do jovem, segundo ele, vem das conversas com os mais experientes do grupo, como Antônio Carlos, Andrezinho, Fellype Gabriel e Renato. Um dos objetivos da diretoria neste momento é a contratação de um outro lateral-direito. O nome mais provável para vir para General Severiano é o de Edilson, do Grêmio. Essa possibilidade não abala a confiança de Gilberto.

- O jogo é mais importante, você pode treinar bem, mas no jogo é diferente. Se vier outro lateral vou disputar a vaga normalmente e com profissionalismo - disse.

Para o seu primeiro jogo como titular, Gilberto contará com uma enorme torcida, seja de sua família ou dos amigos. Entre eles estarão o pai, Gilberto, e a mãe, Solange. Em tom de brincadeira, ele falou sobre os inúmeros pedidos de ingressos para a partida contra o Duque de Caxias.

- São muitos pedidos por ingressos. Vou tentar arrumar o máximo possível, mas não dará para arrumar para todos. Independente de estarem no estádio ou em casa, o importante é que estarão torcendo por mim - disse.


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Confiante, Botafogo recebe o Duque de Caxias na estreia no Carioca



Vice campeão em 2012, Alvinegro inicia luta em busca de mais um Estadual contra o time da Baixada, neste domingo, no Engenhão




Apresentação Botafogo x Duque de Caxias
Escrever uma história com final feliz. Com este pensamento, o Botafogo inicia neste domingo, às 19h30, contra o Duque de Caxias, no Engenhão, a caminhada em busca de mais um Campeonato Carioca, com transmissão em tempo real pelo LANCE!Net. Já o time da Baixada Fluminense sonha em se manter na elite do futebol do estado e dar trabalho aos times de maior investimento.

Com a base do time de 2012 mantida na estreia, o técnico Oswaldo de Oliveira ainda não poderá contar com o astro principal do time, o holandês Seedorf. O apoiador teve mais alguns dias de férias em relação aos companheiros, se reapresentou na última segunda-feira para a pré-temporada e não reúne ainda condições físicas ideais de jogo. No lugar dele joga Fellype Gabriel. 

Neste confronto, quem também deve ficar fora é o lateral-direito Lucas. Com cansaço muscular, ele não treinou nestes últimos dias e dificilmente estará em campo. Se o desfalque for confirmado, Gilberto entra no lugar dele. 
Além desta dúvida, Oswaldo já tem alguns desfalques confirmados. Casos de Gabriel, com problema muscular na coxa direita, e Jadson, Dória e Bruno Mendes, que estão com a Seleção Brasileira sub-20, na Argentina, e só terão condições de jogo na próxima semana, já que o Brasil foi eliminado nesta sexta-feira do Sul-Americano. 

Já o zagueiro André Bahia, ainda com problemas na transferência para o Alvinegro, assim como o também zagueiro Rodrigo Defendi, ainda não pode atuar.

Confiante no trabalho que está desenvolvendo no Botafogo, Oswaldo de Oliveira não espera jogo fácil no domingo, mas afirma que seu time tem que se superar.

- Sempre é uma tarefa difícil jogar contra o Duque de Caxias. Observamos um jogo-treino deles. Eles jogam de forma compacta, com uma consistência boa de jogo. Vamos ver no domingo como vão se apresentar. Temos que superar as dificuldades e vencer o jogo - afirmou.

NOVIDADES

O time alvinegro terá as estreias do zagueiro Bolívar, vindo do Internacional, e de Henrique, que pertencia ao São Paulo, mas que disputou o Brasileirão pelo Sport. Além deles, Oswaldo tem também a volta de um velho titular. O volante Marcelo Mattos, recuperado de duas cirurgias no púbis e que irá começar jogando depois de oito meses. O lateral-esquerdo Julio Cesar está a disposição do treinador, caso ele opte por ele como opção no banco de reservas. 

DUQUE DE CAXIAS QUER DAR TRABALHO AOS GRANDES

Sob o comando de do técnico Josué Teixeira, o Duque de Caxias tem como meta se manter na elite do futebol carioca.
- Estou muito satisfeito com este grupo. Mantivemos a base forte, com o acréscimo de algumas contratações. Esperamos fazer um belo trabalho, além de buscar títulos e revelar muitos jogadores - disse Josué.
Outra característica do treinador do time Baixada é o trabalho com jovens jogadores, o que segundo ele, é um fator importante e recompensador em sua profissão.

- É muito gratificante quando vemos o resultado de um trabalho elaborado desde baixo. Agora é continuar com o trabalho forte aqui no Duque e manter esse ritmo. Como treinador, a sensação é muito boa quando vemos o resultado de um trabalho meses a frente - encerrou.

FICHA TÉCNICA

BOTAFOGO X DUQUE DE CAXIAS

Local: Engenhão, Rio de Janeiro (RJ)
Data-Hora: 20/01/2013 - 19h30 (de Brasília)
Árbitro: André Rodrigo Rocha (RJ)
Auxiliares: Rodrigo Pereira Jóia (RJ) e Daniel Pereira (RJ)
Botafogo: Jefferson, Lucas (Gilberto), Antônio Carlos, Bolívar e Márcio Azevedo; Marcelo Mattos, Renato, Lodeiro, Andrezinho e Fellype Gabriel; e Henrique - Técnico: Oswaldo de Oliveira

Duque de Caxias: Fernando; Jefinho, Sérgio Raphael, Paulão e Pedro Júnior; Renan Silva,André Gomes, Thiago Souza (Digão) e Leandro Cruz; Charles Chad e Rafinha - Técnico: Josué Teixeira.


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Rafael Marques do Botafogo sendo comparado à Riquelme, CR7 e Messi



Num momento de descontração, antes mesmo do Campeonato Carioca começar, o "grande astro" do Botafogo, Rafael Marques, mais conhecido como o artilheiro do Gol Zero, foi homenageado nas redes sociais numa comparação feita entre consoles de jogos de futebol virtual e jogadores de expressão do futebol mundial. Veja se você concorda com a comparação!




Por BotafogoDePrimeira

Mané mambembe: Garrincha botou o pé na estrada e encantou o país


Do Rio Grande do Sul ao Rio Grande do Norte, mito morto há 30 anos encarou campos do interior e vestiu camisas de grandes e pequenos









Mané Garrincha, feito um artista de circo, jamais conseguiu se desapegar de sua arte. Se sua plateia costumeira não ria mais, se seu picadeiro habitual não servia mais, o jeito era virar mambembe, colocar o pé na estrada, mergulhar nas entranhas do país. A decadência do mito de pernas assimétricas trouxe a reboque uma peregrinação do bicampeão mundial. Do Rio Grande do Sul ao Rio Grande do Norte, ele vestiu diferentes camisetas, defendeu clubes de tamanhos variados, enquanto mostrava os últimos traços de sua genialidade, em espetáculos ao mesmo tempo bonitos e tristes. Na semana que marca os 30 anos da morte de Mané, o GLOBOESPORTE.COM foi atrás de episódios dele Brasil afora - e alguns desses momentos estão reunidos neste texto. (Clique em cada escudo no infográfico abaixo para ler reportagens mais amplas sobre a experiência de Garrincha nesses clubes).

É uma história de decadência que começa no final dos anos 60, depois de Mané não conseguir dar grande contribuição à seleção brasileira na Copa do Mundo de 1966. Garrincha deixou o Botafogo, o lar de suas façanhas, ainda antes do Mundial, em 65, e aí nunca mais se encontrou. Primeiro foi ao Corinthians, onde teve alguns lampejos, e depois quicou por diferentes cantos do país. No Rio de Janeiro, teve passagens curtas, em alguns casos quase imperceptíveis, por Flamengo, Vasco, Portuguesa e Olaria, onde encerrou a carreira (saiba mais no vídeo acima).

No meio do caminho, ou mesmo depois de aposentado, Mané peregrinou. Jogou por clubes variados. Em alguns casos, não passou de uma partida - como ocorreu com o Cruzeiro e com o Novo Hamburgo. Em outros (o Fortaleza, por exemplo), não foi muito mais longe. Mas sempre, seja ressuscitando dribles, seja jogando mal, encantou quem o viu - até morrer em 20 de janeiro de 1983, vítima de complicações decorrentes da cirrose, culpa do excesso de álcool que consumiu ao longo da vida.

Rejeitado, acolhido, idolatrado

Garrincha com a camisa do Cruzeiro em jogo
contra o Democrata-MG (Foto: Arquivo Pessoal)
Acredite: houve quem não quisesse Mané em seu time. Foi o caso do Democrata-MG. Garrincha deveria defender o clube de Governador Valadares. Todos foram ao estádio em 1973 para ver isso. Era aniversário da cidade - e o presente era Mané. O problema é que o atacante jamais treinou com a equipe. Irritados, treinador e dirigentes decidiram que ele não jogaria. Mas ele jogou. Pelo adversário...

É que a festa não poderia ser estragada. O jeito foi pensar rápido e oferecer Garrincha ao oponente - ninguém menos do que o poderoso Cruzeiro. Mané foi a campo com a camisa da Seleção. Já no gramado, a retirou - e aí mostrou o uniforme celeste por baixo. O público local formou uma vaia uníssona contra aqueles que rejeitaram Mané.

- Garrincha me perguntou o que era para fazer em campo. Disse pra ele jogar tranquilamente. Dei a camisa do Cruzeiro para ele, que atuou bem. Não consigo entender por que eles perderam a chance. Quem ganhou foi o Cruzeiro - recorda Benecy Queiroz, técnico do Cruzeiro naquela partida.

Foi a única vez em que Garrincha vestiu a camisa do Cruzeiro. E o mesmo aconteceu no Novo Hamburgo, clube de cidade homônima na região metropolitana de Porto Alegre. O Anilado, como a equipe é conhecida, encarou o Inter em um Beira-Rio recém-inaugurado em 1969. Lotou treinos no estádio dos Eucaliptos, em Porto Alegre, e no Santa Rosa, em Novo Hamburgo. Na época, disse que estava confiante em ir para a Copa de 70. Não conseguiu.

Jornal Zero Hora noticia partida de Mané pelo Novo Hamburgo contra o Inter (Foto: Reprodução/Zero Hora)
No Beira-Rio, encantou. Jogou por 60 minutos. Deu dois dribles desconcertantes em seu marcador, Jorge Andrade. Perdeu o jogo, mas ganhou mais um episódio para sua história.

Pelo Fortaleza, Mané foi a campo no "Jogo dos Campeões", contra o Fluminense. Era 1968, e ele já estava seis quilos acima do peso. Também ficou cerca de uma hora em campo com a camisa da equipe cearense. Ao sair, foi ovacionado.

Garrincha com a camisa do Alecrim no Rio Grande
do Norte (Foto: Acervo/Ribamar Cavalvante)
Também jogou pelo Alecrim, do Rio Grande do Norte. Em 1968, em Natal, enfrentou o Sport e perdeu por 1 a 0. As 6 mil pessoas que lotaram o estádio Juvenal Lamartine pagaram o cachê de Mané. A atuação não foi das melhores. Mas, como de costume, ele foi saudado pela torcida.

Um ano depois, pelo Flamengo, Garrincha voltou a Natal e fez um dos gols da vitória de 2 a 1 sobre o ABC. Após mais quatro anos, em 1973, o gênio integrou a seleção de Currais Novos contra o Centenário de Parelhas. Ele parou a cidade. Chegou lá com uma gaiola repleta de passarinhos - Garrincha é o nome de uma ave, e ele costumava ser presenteado assim.

Mogi das Cruzes, interior de São Paulo, foi mais uma a receber Garrincha. Foi em 1973, um sábado de sol. Ele jogou pelo XI da Saudade, time de veteranos do União, clube local. Foi uma festa. Mais uma - para a torcida e para quem jogou ao lado dele.

- Eu era lateral-direito, e ele jogou perto de mim. Então, na minha função, eu sabia o que a torcida queria, que era pegar a bola e tocar para ele. A torcida gostava, e o Garrincha fazia aquelas estrepolias todas - lembra Tirreno Da San Biagio, o Toti, hoje empresário, colega de time de Garrincha por um dia.

XI da Saudade: Garrincha é o último, da esquerda para a direita (Foto: Tirreno Da San Biagio/Arquivo pessoal)
As peregrinações de Garrincha foram especiais para uma penca de jogadores - profissionais ou amadores. Eles tiveram a rara chance de dividir o mesmo espaço do planeta com um dos maiores gênios que o futebol já criou. E, quem sabe, até ganharam a chance de pará-lo.Quincas, zagueiro do River-PI, garante que Mané não viu a cor da bola enquanto foi marcado por ele. E olha que ele estava no auge, em 1958.

- Não fui mais um João - brincou o ex-atleta, em referência ao nome que Garrincha, indiferente a seus marcadores, costumava chamar todos eles.


Fim da linha

Imagem já gasta da passagem de Garrincha por
São Pedro, palco de seu último jogo registrado
(Foto:Guto Marchiori)
Mas as andanças de Garrincha, o craque mambembe, um dia teriam fim. O envolvimento dele com o álcool indicava o perigo. Em 1982, ele foi a São Pedro, no interior de São Paulo, para defender o Milionários, equipe famosa por reunir ex-jogadores. A partida foi em 17 de setembro. Quatro meses e três dias depois, Mané morreria.

Garrincha já era uma figura caricata. Ele jogou por apenas 30 minutos. Não suportou mais do que isso. Seu time venceu a seleção de São Pedro por 3 a 2, e o bicampeão mundial não fez gols. Dizem, porém, que recebeu uma cerveja de um torcedor e a bebeu em campo mesmo. O público, naturalmente, vibrou.

Muro do Estádio São Pedrão, local do último jogo de Garrincha (Foto: Guto Marchiori)

O estádio, chamado São Pedrão, ainda hoje tem uma inscrição em seu muro manifestando orgulho de ali ter sido o palco do último jogo de Garrincha. No início do ano seguinte, a despedida de Mané foi além dos campos. Foi um adeus à vida.




Na noite do dia 19, ele procurou um posto público de saúde. Aparentava embriaguez. Foi transferido para uma clínica especializada em problemas mentais. No dia 20, às seis da manhã, teve sua morte diagnosticada (reveja no vídeo acima). Morreu sozinho. Depois, foi velado no Maracanã, sob os olhares de multidões, e retornou à localidade de Pau Grande-RJ, sua terra natal, onde o craque mambembe começou a brincar de jogar bola na infância.

* Texto feito com informações das reportagens de Diego Souza, Guto Marchiori, Josiel Martins, Juscelino Filho, Lucas Rizzatti, Marco Antônio Astoni, Matheus Magalhães e Petterson Rodrigues.

Por Alexandre Alliatti *Rio de Janeiro