Páginas

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Willian Arão nega acerto com Fla e exalta seu ano: "Elevei meu nível"


Autor do gol da vitória sobre o ABC deixa claro que pode ficar no Botafogo e afirma que vai em busca de objetivos ainda maiores na próxima temporada



Willian Arão tem uma trajetória fora do comum para um jogador de futebol. No início de carreira como profissional sagrou-se campeão brasileiro, da Libertadores e mundial. Todos pelo Corinthians, mas quase sem jogar. Agora, aos 23 anos, foi um dos protagonistas do Botafogo na conquista da Série B e passou a ser cobiçado por outros grandes clubes do Brasil. Um deles, o rival Flamengo. Por conta dessa caminhada improvável, o volante não consegue dizer algo de seu futuro que não seja a partida contra o América-MG, neste sábado, e o casamento com Amanda, marcado para 8 de dezembro.

Willian Arão curte o título do Brasileiro e deixa futuro em aberto (Foto: Gustavo Rotstein)

Sobre a notícia de estar apalavrado com o Flamengo, Willian Arão nega de pronto. Sua certeza no momento é de que fecha 2015 como um jogador evoluído e perto de estar completo. Afinal, além de se destacar nos desarmes, marcou sete gols. O último deles, o da vitória por 2 a 1 sobre o ABC, que confirmou o título da Série B. Em entrevista ao GloboEsporte.com, o volante analisou sua temporada e falou sobre o futuro, deixando claro que são reais as chances de permanecer no Botafogo em 2016.

GloboEsporte.com - Você tem os títulos mais importantes para um jogador de futebol, mas pela primeira vez conquistou um como titular e um dos protagonistas. É muito diferente?

Willian Arão - Não tem como comparar com um Mundial, mas este ano foi especial também. Pude participar diretamente, ajudando na defesa e marcando gols. Conquistei a Taça Guanabara e o Brasileiro jogando, e por isso este ano vai ficar marcado na minha vida. Curti cada jogo e cada ponto conquistado, dei tudo de mim. Sabia que estava contribuindo, então foi muito marcante.


Neste ano, os gols foram um diferencial...

O gol é um momento único no futebol, algo que todos buscam, mesmo quem é defensor. É o seu momento. Com o gol você aparece de forma diferente. Não esperava fazer tudo isso, ainda mais o da vitória que confirmou o título. Mas sempre tive a ajuda de todos para isso. O René me deu uma confiança que não sei se teria. Depois veio o Jair, que me ajudou, e agora o Ricardo, que me ensina muito. Aprendi muito este ano e contribuí fazendo gols.





Tomou gosto pelos gols? Acha que o fato de ter mostrado mais recursos o elevou profissionalmente?

Esse é um dos diferenciais de alguns atletas hoje, e estou me destacando. Sou quem mais rouba bolas no Botafogo, já estou há 26 jogos sem levar cartão e sou o terceiro com mais desarmes no campeonato. Quando você tem esses números e ainda consegue marcar gols, eleva o seu nível. Cheguei aqui com um patamar de futebol e durante o ano – trabalhando, aprendendo e errando –, elevei meu nível. Por isso, agora me sinto quase completo, porque consigo defender e fazer gols. É um momento único na minha vida.

Acredita que esse nível elevado está adequado para disputar a Séria A ano que vem?

Busco sempre melhorar, e o que fiz em 2015 me elevou para outro nível de jogador. Mas não é o bastante para mim. Seja onde estiver no ano que vem, quero evoluir. Tudo que fiz até agora me fez chegar até aqui, mas quero mais. Se neste ano fiz sete gols, ano que vem quero fazer 10, 15 e ajudar da melhor maneira possível. Já joguei a Série A e sei que o nível é outro em relação a atletas e à qualidade das partidas. Mas como eu disse, também quero elevar meu nível para continuar a me destacar.


De que forma você poderia resumir este ano, pessoal e profissionalmente?


Wiliian Arão ergue troféu Série B: título
como um dosprotagonistas do Botafogo
(Foto: Vitor Silva/SSPress/Botafogo)
Minha vida mudou de uma forma tremenda, nunca imaginaria que fosse acontecer. No Carioca, muitos jogadores tiveram lesões, mas eu não. Passei o estadual todo acertando a trave, e na semifinal contra o Fluminense marquei um gol que nos deu uma sobrevida. Foi um ano magnífico dentro e fora de campo. Mês que vem vou me casar.


E o que pensa para o ano que vem?


Quero manter tudo o que fiz de bom, corrigir o que foi ruim para ter um desempenho ainda melhor. Vou me preparar da melhor maneira possível, abdicar do que for preciso para chegar aonde quero.

E onde você vai jogar?

Vivo um dia após o outro. Hoje sou jogador do Botafogo. Agora vou sentar com meu pai, pois é ele quem está escutando as coisas. Deixei de participar do processo porque estava focado no objetivo de subir e ser campeão. Então vou ver com minha família o que é melhor.

Há chance de você ficar no Botafogo?

Claro que tem chance de eu ficar. Vou ver com meu pai como estão as coisas. Não sei ainda se há propostas de outros clubes.


No último sábado o GloboEsporte.com publicou que você está apalavrado com o Flamengo...

(Risos) Também já falaram que eu tinha pré-contrato com o Cruzeiro, que poderia ir para Palmeiras, Grêmio... Se for interesse real ou boato, fico honrado. São todos grandes clubes. Fico feliz porque busquei isso para mim. Quis ajudar o Botafogo e também me valorizar. Em relação ao Flamengo, não tem nada. Deixo falarem.




Depois da derrota para o Santa Cruz você reclamou do fato de a torcida ter gritado “time sem vergonha” e depois se desculpou numa rede social. Acha que a questão foi encerrada?

Muitos me criticaram pelo que falei, outros me deram razão. Eu estava de cabeça quente depois de um jogo que o Botafogo perdeu e deixou de ser campeão em casa. Falei bobagem, assumi meu erro e acredito que tudo esteja resolvido.

Qual será o clima do Botafogo para o último jogo do ano, contra o América-MG, neste sábado?

Ainda não caiu a ficha que fomos campeões e eu fiz o gol da vitória. Ainda estou aproveitando. Todo mundo espera uma festa, porque conquistamos o título. Não vamos nunca entrar para perder, mas temos que aproveitar, porque foi um ano difícil. Mais do que o resultado de sábado, temos que valorizar o que já conquistamos.

Qual é sua melhor lembrança do Botafogo em 2015?

Desde o início do ano o Botafogo teve um bom ambiente. Sem demagogia, foi um dos melhores grupos com quem já trabalhei. Sem brigas ou indisciplinas. Somos amigos, e isso foi bem marcante, um dos pontos fortes que nos fez chegar ao título.


Por Gustavo Rotstein Rio de Janeiro/GE

Jefferson escolhe acreditar e vira símbolo de retomada do Botafogo


Mesmo colocando em risco vaga na seleção brasileira, goleiro se destaca na campanha da Série B e ganha reconhecimento de presidente e torcida




Jefferson ergue o troféu da Série B: símbolo da recuperação
 alvinegra (Foto: Vitor Silva / SSPress / Botafogo)
O Vasco adotou o lema “Eu escolhi acreditar” como estímulo para não ser rebaixado em 2015. Mas a frase poderia ser atribuída a Jefferson exatamente como motivação para disputar a Série B. O goleiro foi o principal nome do Alvinegro na atual temporada, alguém que abriu mão de visibilidade e colocou em risco sua posição na seleção brasileira pelo desejo de permanecer no clube. A retribuição pelo comprometimento e pelas defesas decisivas chegou: o capitão desembarcou no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro, na última sexta-feira, segurando da taça de campeão brasileiro, como reconhecimento pelos serviços prestados.


Jefferson decidiu permanecer no Botafogo depois que foi acertado o parcelamento dos pagamentos atrasados devidos pelo clube. Mas, de quebra, estendeu por mais um ano o tempo de seu contrato e nunca escondeu que pretende encerrar a carreira com a Estrela Solitária no peito. Ao longo da temporada, o goleiro de 32 anos foi decisivo e mostrou-se o líder que, dentro e fora de campo, conduziu um grupo composto em sua maioria por jogadores em busca de afirmação.


Para ele, passou a ser um compromisso recolocar o Botafogo de volta na Série A e ajudar o clube a recuperar sua autoestima. Fora do jogo do acesso por conta de compromisso com a seleção brasileira, Jefferson esteve em campo na vitória por 2 a 1 sobre o ABC, na última sexta-feira, em Brasília, e levantou a taça, celebrando o objetivo alcançado mais uma vez. Em 2003, ainda em início de carreira e no banco de reservas, ele fez parte do grupo do Botafogo que também conquistou o retorno à elite.


- É muito importante (ser o capitão e levantar a taça). Eu falei para o pessoal, em 2003 eu estava aqui (no Botafogo) e subimos como segundo colocados. E em nenhum momento teve foto, teve registro... Para entrar na história do Botafogo, tem de ser campeão. E nós conseguimos - disse.


Jefferson chega ao Rio nos braços da torcida: referência
 alvinegra (Foto: Gustavo Rotstein/GloboEsporte.com)
Decisivo em muitas das 26 partidas que disputou nesta Série B (sofreu 17 gols), Jefferson teve uma temporada marcante por ter completado 400 jogos pelo Botafogo. Algo que serviu apenas para reforçar os laços que, segundo o presidente Carlos Eduardo Pereira, vão muito além do vínculo empregatício.


- Ele passa por um momento injusto na Seleção. Definitivamente ele não merecia (ser barrado por Dunga), e nós estamos aqui para dar força ao Jefferson, assim como ele deu força ao Botafogo quando o clube mais precisou. É uma ligação muito profunda, coisa de amor, acima do profissional, algo de muita proximidade. Por isso fiz questão que ele chegasse carregando a taça, porque é o nosso capitão, alguém que já demonstrou gostar muito do clube - destacou.

Por GloboEsporte.com Rio de Janeiro/GE

Até então "virgem", mais da metade do elenco do Botafogo festeja 1º título


Dezoito jogadores do grupo alvinegro soltam, pela primeira vez, o grito de campeão




Time grande deve comemorar título de Série B? A questão divide torcedores. Para os jogadores, no entanto, não há dúvida: é hora de celebrar. Especialmente para mais da metade do elenco alvinegro, que conquistou, pela primeira vez na carreira, um título profissional.

- Não importa se é título de Série B, C ou D. É meu primeiro título como profissional e vou comemorar muito - disse Sassá, que não participou dos últimos jogos por conta de uma lesão no joelho que o fará voltar aos gramados somente em maio do ano que vem.

No elenco do Botafogo, 18 jogadores conquistaram um título pela primeira vez. A maioria participou da campanha da Taça Guanabara, o primeiro turno do Campeonato Brasileiro. O Campeonato Brasileiro da Série B, no entanto, é a primeira competição no currículo deles.

Luís Henrique, Fernnandes, Roger Carvalho... jogadores conquistam primeiro título (Foto: Vitor Silva / SSPress / Botafogo)
O grupo até então "virgem" no quesito títulos, em sua maioria, é formado por jovens, como Luís Henrique, Fernandes e Diego, integrados nesta temporada ao elenco profissional.

- É um sentimento indescritível, não posso descrever agora. Estou muito feliz. É um título que o Botafogo não conquista há 20 anos, não importa se é Série A ou B, é campeonato nacional. Eu sendo tão novo, já conquistando um título desses, me sinto muito orgulhoso. Estou muito feliz, o Botafogo merece e essa torcida também - afirmou Luís Henrique.

Foi a primeira vez de muitos jovens, mas teve atleta experiente levantando taça pelo primeira vez na Série B. É o caso, por exemplo, de Roger Carvalho. Aos 28 anos e com passagens por clubes como São Paulo, Vitória e Figueirense, além de futebol português e italiano, o zagueiro conquistou, com a camisa do Botafogo, o seu primeiro título.

- Muito legal ter esse primeiro título nacional e com o time do Botafogo, pela história que o clube tem, pelo ano que foi... Ganha um peso maior ainda. Estou muito contente. Conquistamos o nosso objetivo. E isso me deixa com um ar de satisfação. Agora dá uma carimbada, uma colorida no currículo (risos) - brincou.




Por Jessica Mello e Marcelo Baltar Rio de Janeiro/GE