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sexta-feira, 15 de novembro de 2013

O paraíso dos achocratas


A torcida do Botafogo não comparece e por isso o time não consegue bons resultados



Poucas vezes uma torcida foi tão criticada – e vilanizada – de forma tão absurda e injusta como a torcida do Botafogo vem sendo. O massacre dos achocratas foi tamanho que os torcedores partiram para a ironia em fórums e redes sociais. Depois da derrota para o Inter, no último domingo, um site torcedor publicou a manchete: “Torcida joga mal e Botafogo perde para o Inter”.

Dez mil alvinegros foram ver o Botafogo empatar contra a Portuguesa no Maracanã – e ver, pela quarta vez em cinco anos, o “projeto” Libertadores do time bastante ameaçado. Levando em conta que a torcida do Botafogo é ao menos quatro vezes menor do que do Flamengo no Rio, por exemplo, a aritmética sugere que esses 10 mil equivaleriam a 40 mil rubro-negros – média de público do time campeão brasileiro em 2009. Seria tão pouco assim?



Essa “verdade” não virou universal de graça. Ela começou com a chegada do Engenhão – um estádio ruim de entrar e sair – em que a média de todas as torcidas despencou. Mas como o estádio é do Botafogo – a pecha grudou no clube - apesar da torcida ter lotado o estádio várias vezes desde 2007. Isso com com três esparsos títulos estaduais no milênio. Com a premissa na mesa, os achocratas se esbaldam. Qualquer jogo que a torcida não encha vira um prato cheio.

Parte da lenda foi comprada em parte até por Seedorf e pelo presidente do clube (que disse que iria buscar uma agência de publicidade para entender seu torcedor). O craque holandês criticou a presença das torcidas nos estádios brasileiros em geral – mas comentou que a torcida do Cruzeiro fez diferença no Brasileiro – numa alfinetada leve nos alvinegros.

Nesse particular caso, Seedorf não viu uma data. Na 17a rodada, o Botafogo, que vinha de uma derrota para o Atlético-PR, recebeu o São Paulo no Maracanã. O alvinegro estava dois pontos atrás do líder Cruzeiro na tabela (31 a 29) – e ainda assim teve público de 28.581 pessoas (o jogo foi às 16h). O Cruzeiro, no mesmo dia, vindo de vitória fora de casa contra a Ponte Preta, teve um público de 18.608 pessoas no Mineirão (o jogo foi às 18h30m).O Botafogo empatou com o São Paulo (0 a 0). O Cruzeiro venceu o Vasco (5 a 3) e abriu quatro pontos.

A partir daí, o time mineiro arrancou para o título – e passou a ter média de público acima de 30 mil pessoas (no campeonato ficou com média de 28,5 mil – a maior de um campeão até hoje). E o Botafogo tentou acompanhar - mas depois perdeu para o futuro campeão - e ainda assim ainda levou 25 mil pessoas na derrota para o Bahia. A média do clube no Maracanã em 2013 está acima de 15 mil presentes.

É pouco? Bom – você ouviu alguém criticar a torcida do Fluminense em 2012? Os tricolores fizeram 13 jogos no Engenhão - e só tiveram três públicos acima de 20 mil presentes. No primeiro turno, só ficou acima de 10 mil presentes duas vezes (contra o Santos e no clássico contra o Flamengo). A média do clube no estádio ficou em 15,3 mil presentes. Você ouviu algum opinoteca achando algo sobre isso? Não? É porque a torcida tricolor se livrou dessa pecha.

O achocrata se alimenta de repercussão e tem certa alergia à informação. Ele não quer ter trabalho, levantar números, checar, comprovar, avaliar. É mais fácil pegar algo que “vai dar assunto”, lustrar, passar um verniz e lançar no ar – como se propagando um minuto de sabedoria. O importante é aparecer e ecoar – mesmo que seja falando uma asneira siderúrgica. Se agradar um grupinho, soar bacana e receberretweets e compartilhamentos... - oba, valeu.

(P.S. O twitter, aliás, produziu uma preciosa excrescência: o a tercerização do auto-elogio. O sujeito te elogia e você retuita isso. Muita humildade)

Na melhor fase do time, no início do campeonato, o Botafogo quase não atuou no Maracanã. Ou seja - entrou no estádio depois que perdeu boa parte do time – em especial Vitinho (que fez apenas duas partidas no estádio pelo certame) – e começou a despencar na tabela. No segundo turno, o clube fez 18 pontos em 15 jogos – campanha de time rebaixável. Em suma, pela quarta vez em cinco anos o time prometeu mais do que cumpriu num Brasileiro – fazendo uma campanha que começou boa e caiu na reta final. E a culpa, segundo os deformadores de opinião, é da torcida. Quando a torcida pôs 28 mil contra 18 mil do Cruzeiro, os achocratas não viram - porque isso e desmente o clichê e vai contra a maré.

Vai contra a maré, por exemplo, analisar o impacto do preço dos ingressos. O ticket médio pago pelo torcedor do Botafogo foi de R$ 44,15 - o quarto maior do Brasileiro – abaixo apenas de Cruzeiro (que aumentou preços na reta final), Santos e Flamengo. E o Santos e Flamengo tem médias distorcidas pelo alto preço dos ingressos cobrados quando jogaram como mandantes em Brasília. Compare-se com o São Paulo - que encheu o Morumbi na base das promoções - e só ganha em ticket médio da Ponte Preta (13,54 contra 8,71).

Ou seja - em alguns momentos - talvez compreensivelmente - a diretoria do Botafogo optou por receita. Será que ela estava errada? Vejam o exemplo: a renda do Botafogo 0 x 0 São Paulo ali em cima mencionado (na 17a rodada) – com 23 mil pagantes – foi de R$ 1 milhão. O Botafogo levou para casa R$ 490 mil. O ingresso custava R$ 60 (ou R$ 30 para meia-entrada) e teve 5 mil gratuidades. A renda de Vasco 0 x 0 Santos da 32a rodada (com 50 mil pagantes) foi de R$ 767 mil. O Vasco levou para casa R$ 76 mil. O jogo teve 11 mil gratuidades. Você não leu errado:

- O Vasco com 50 mil pagantes embolsou R$ 76 mil.

- O Botafogo com 23 mil pagantes embolsou R$ 490 mil.

Com o segundo turno tétrico, a diretoria alvinegra enfim baixou a guarda e reduziu os ingressos para os jogos contra Portuguesa e Atlético-PR.

Fonte: Blog Coluna Dois - Globoesporte.com  

Inteiro teor (texto original completo): O paraíso dos achocratas

Cadê o cara pra decidir o jogo?


Botafogo empata com a Portuguesa e deixa o G4
(Foto: Paulo Sérgio/ LANCE!Press)
O time alvinegro não mostrou nenhum padrão tático e fez um jogo tecnicamente muito fraco contra a Portuguesa a exemplo do que havia ocorrido contra Goiás e Internacional, quando saiu derrotado. Se valeu apenas da vontade pra criar algumas oportunidades de gol que não foram convertidas por falta de categoria de seus "atacantes" e pouca convicção nos arremates. O goleiro Lauro defendeu duas ou três bolas difíceis enquanto outras foram perdidas por pura precipitação. Edilson bateu duas faltas com perigo cujos rebotes não foram aproveitados. Parecia lógico o placar de 0 a 0.

O descredito da torcida é geral depois do resultado frustrante que tirou o time do G-4, depois de uma sequência de 29 partidas . Passou a semana protestando, apoiou o time todo o tempo de jogo e depois, voltou a demonstrar sem descontentamento, inclusive na saída dos jogadores do estádio.

Eu ainda tinha esperanças de que o pávido treinador Oswaldo descobrisse nesse elenco degradado algum jogador com alma, categoria e vontade para decidir uma partida como aconteceu muitas vezes no 1o. turno, quando da saída de Felipe Gabriel, com Vitinho. Em outras oportunidades, Elias e o próprio Hyuri chegaram a decidir jogos com gols memoráveis. Mas parece que a fase não é boa e a fonte secou assim como a própria motivação do treinador em descobrir esse cara.

Um cara que, naquele dia específico esteja com um brilho diferente nos olhos e seja capaz de suar sangue numa partida em busca do resultado - 15 minutos que fosse. Um cara que o treinador convoca para entrar na partida e diz: você vai fazer o gol da vitória...você vai decidir o jogo. Definitivamente, não é o caso de Hyuri, Bruno Mendes, Henrique, Alex ou Sassá - ainda não. E parece que Oswaldo nunca falou isso pra nenhum deles, por faltar convicção.

Oswaldo de Oliveira, pela "atuação" à beira do campo (braços cruzados e mirando seu relógio a cada 5 minutos) e pelas últimas entrevistas concedidas após os jogos, demonstra estar cansado de tudo e sem força pra buscar uma reação. Está vendo o barco afundar e parece que vai morrer junto abraçado às suas desgastadas convicções.

Depois das atuações bisonhas dos últimos jogos e dos lances bizarros diante da Portuguesa protagonizados por Seedorf, Dória, Marcelo Mattos e Cia, não há explicação que não seja um racha no grupo que o técnico já não tem como contornar.

Diante desse circo de horrores, só um milagre pode nos salvar... Vamos nos apegar  a ele!

Por @Felipaodf/Botafogodeprimeira.com

Precisa melhorar: Botafogo tem acertado pouco o alvo



Glorioso tem média alta de finalizações para fora do gol neste Brasileirão


Elias desperdiçou algumas chances de gol
contra a Lusa (Foto: Bruno de Lima/ LANCE!Press)
Não é por falta de tentativa que o Botafogo vem marcando poucos gols no Campeonato Brasileiro. A equipe de Oswaldo de Oliveira é uma das que mais finaliza na competição. O problema, no entanto tem sido acertar o alvo.

Com uma média de 14,5 chutes a gol por jogo, o alvinegro é o terceiro time que mais arrisca. Contudo, dessas quase 15 finalizações por partida, em média 9,1 delas não vão na direção do gol adversário.

Na última quarta-feira, contra a Portuguesa, os números foram ainda piores. A equipe deu 18 chutes a gol, mas apenas cinco foram na meta de Lauro, que sempre que foi acionado, correspondeu.

LANCEPRESS!