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segunda-feira, 29 de julho de 2019

Botafogo quita mês de junho com a maior parte do elenco alvinegro; imagem segue em aberto


Clube, novamente auxiliado por pessoa física, repete estratégia adotada para o pagamento da folha de maio




O Botafogo pagou nesta segunda-feira o salário de junho da maior parte do elenco. Foi quitada apenas a parte referente à CLT, na carteira de trabalho. Os direitos de imagem seguem em aberto. Nesta quarta-feira, o time faz partida decisiva contra o Atlético-MG, no Independência, pela Sul-Americana.


O departamento de futebol lança mão da mesma estratégia adotada para o pagamento da folha de maio. Sem recursos para realizar a quitação de maneira integral com o elenco, o clube resolve de forma escalonada os débitos com os jogadores.



Botafogo quitou o mês de junho que estava atrasado — Foto: Vítor Silva/Botafogo


A exemplo de maio, quando ilustres botafoguenses levantaram dinheiro para pagar os jogadores, a questão foi solucionada novamente por pessoa física e não com recursos do Botafogo.


Em suma, ainda há débitos com alguns jogadores referentes aos meses de maio e junho. Uns não receberam imagem, outros estão com salários na carteira de trabalho em atraso. No próprio Portal da Transparência (veja abaixo), ainda não há confirmação da quitação justamente pelo fato de o acerto não ter sido de maneira integral com o grupo.


Os funcionários ainda não receberem o mês de junho.

No Portal da Transparência do clube, pagamentos de maio - exceto salário - e junho estão em aberto — Foto: Reprodução/Site oficial do Botafogo



Fonte: GE/Por Edgard Maciel de Sá e Fred Gomes — Rio de Janeiro

Análise: sem porrete, Botafogo bate, mas vai à lona com menor troca de passes da era Barroca


Alvinegro volta a marcar em bolas paradas, finaliza 12 vezes, mas troca apenas 292 passes e não consegue evitar pressão do Rubro-Negro na segunda derrota consecutiva no Brasileiro







Melhores momentos de Flamengo 3 x 2 Botafogo pela 12ª rodada do Campeonato Brasileiro



Foi no fim de maio que Eduardo Barroca definiu seu pensamento de futebol com analogia simples: “A bola é um porrete”, disse ao jornal “O Globo”. Quis dizer que se alguém vai para uma briga sem porrete na mão, pode acertar um golpe e vencer a luta, mas é muito mais fácil levar o adversário à lona com a bola. Ou seja, com o porrete.


A comparação de Barroca serve bem para o clássico vencido pelo Flamengo por 3 a 2, na tarde desse domingo no Maracanã – o Alvinegro ficou em 10º lugar, com 16 pontos. Reclamações de arbitragem à parte – na conta oficial do clube no Twitter, o clube questiona decisões do árbitro de não expulsar Cuéllar e Rafinha, além de toque de mão na área de Trauco -, a segunda derrota consecutiva do time no Brasileiro tem marca singular na era Barroca: a menor troca de passes em 15 partidas sob comando do jovem treinador até aqui.



Com Pimpão na cola, Trauco toca para Arão com o Alvinegro cercando a intermediária defensiva. Time foi vazado em rápidas jogadas pelo lado direito de defesa — Foto: Raphael Zarko



Foram apenas 292 passes trocados – o Flamengo tocou 489 vezes. Fora outro clássico, contra o Fluminense, que o Botafogo venceu mesmo sem ter porrete (e tocou 305 vezes – dados colhidos do site Sofascore. Veja a lista completa abaixo), o Alvinegro também nunca ficou tanto tempo sem a bola – 38% de posse, contra 37% contra o Flu, no jogo que terminou 1 a 0 para o Botafogo.


É claro que a maior qualidade técnica do adversário – mesmo cheio de desfalques, o Flamengo tem Rafinha, Gabigol, Bruno Henrique e Gerson – pesa na briga e na disputa do porrete. A saída para não ser pressionado, levar empate, virada e desempate seria boa troca de passes. Em outras palavras, controlar o jogo. Coisa que o Botafogo não conseguiu. Porque foi pressionado e não foi capaz de ficar com a bola.



O que funcionou e o que não deu certo

O Alvinegro ficou sem saída de bola algumas vezes, com os comandados de Jorge Jesus marcando próximo ao gol de Gatito. Algumas vezes o Alvinegro tentou lançamentos, ligações diretas ou chutões mesmo para escapar dessa pressão. Quando conseguiu sair pelo chão, articulou boas jogadas. Com a dobradinha Diego Souza e Alex Santana, e pelo lado com Luiz Fernando, principalmente no segundo tempo.



Diego Souza disputa a bola com Lucas Silva: camisa 7 marcou seu quarto gol pelo Botafogo, o primeiro em cobrança de falta — Foto: André Durão



Foram 12 finalizações contra 15 do adversário. Os dois gols saíram de bola parada – primeiro na cobrança de escanteio de Jonathan, depois na patada de Diego Souza do meio da rua – e o Alvinegro até conseguia cercar bem a entrada da área. Antes do empate de Gerson, que abriu para o meio da área, tirou de Jonathan e chutou forte de longe, Arão fez jogada semelhante do lado de Marcinho - e a bola passou perto.


Jonathan mostrou categoria e técnica, mas sofreu com Rafinha, Gerson e Gabigol caindo pelo seu lado. A ajuda de Alex Santana e Luiz Fernando não foi suficiente. Foi precipitado ao tentar rachar a bola com o ex-lateral do Bayern de Munique e ficar a ver navios. No terceiro, foi envolvido junto com todo sistema defensivo alvinegro. Logo em seguida, Barroca colocou Lucas Barros na lateral.



Diego, além do gol, ótimo passe para Pimpão


Com o time mais recuado do que de hábito, Diego Souza se posicionou muitas vezes ao lado de Alex Santana, como um meia, posição na qual teve maior destaque na carreira, e foi bem como armador (repare na movimentação dele no mapa abaixo, do site WhoScored.com). Ele voltou a bater falta de longe e se deu bem com um chute potente. Também apareceu com um jogo de pernas que deixou Pimpão na cara do gol. O camisa 7 errou apenas dois dos 16 passes tentados e foi a principal figura alvinegra.



O posicionamento de Diego Souza no clássico com o Flamengo: mais recuado e armador — Foto: Footstats



Troca de passes do Botafogo na era Barroca

São Paulo 2 x 0 Botafogo: 702 passes (maior índice na estreia)
Botafogo 3 x 2 Bahia: 482 passes
Botafogo 1 x 0 Fortaleza: 539 passes
Fluminense 0 x 1 Botafogo: 305 passes (menor índice até jogo com o Fla)
Goiás 0 x 1 Botafogo: 571 passes
Sol de América 0 x 1 Botafogo: 609 passes
Botafogo 0 x 1 Palmeiras: 444 passes
Botafogo 4 x 0 Sol de América: 512 passes
Botafogo 1 x 0 Vasco: 469 passes
CSA 1 x 2 Botafogo: 520 passes
Botafogo 0 x 1 Grêmio: 463 passes
Cruzeiro 0 x 0 Botafogo: 640 passes
Botafogo 0 x 1 Santos: 441 passes
Botafogo 0 x 1 Atlético-MG: 457 passes
Flamengo 3 x 2 Botafogo: 292 passes (menor índice na era Barroca)


Fonte: GE/Por Fred Gomes e Raphael Zarko — Rio de Janeiro