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quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

Joia do Botafogo, atacante chama atenção aos 17 anos e entra no radar do Bayern de Munique


Conheça a história de Luis Henrique, recém-estreante no profissional e que fez testes no clube alemão após se destacar em uma excursão no país. Hoje ele começa a se firmar no Fogão


O atacante Luis Henrique fez sua estreia no time principal do Botafogo aos 17 anos. Pode até parecer um pouco precoce. Mas a joia do Fogão já despertou o interesse do Bayern de Munique no ano passado e chegou a passar por duas semanas de testes ao lado do grupo no CT do clube alemão. Foi aprovado, mas não ficou por causa da idade.



Luis Henrique está no radar do Bayern de Munique — Foto: Vitor Silva/Botafogo


Em junho do ano passado, o paraibano participou de uma excursão na Alemanha com o Três Passos Atlético Clube, o TAC, do Rio Grande do Sul. No último jogo, os garotos do time sub-19 do time gaúcho enfrentaram o sub-17 do Bayern de Munique. A mãe de Luis Henrique, Alcione, relembra o momento cheia de orgulho do filho.


- Ele teve esse amistoso contra o Bayern de Munique e fez gol e ainda deu um passe (a partida terminou 2 a 0 para o TAC). O Bayern de Munique entrou em contato, ele passou 15 dias fazendo testes e depois, quando voltou, já foi direto para o Botafogo - relembrou a mãe Alcione.



Atacante no CT do Bayern de Munique no ano passado durante período de teste — Foto: Arquivo Pessoal


O empresário do jogador, Sandro Becker, revela que Luis Henrique continua no radar do Bayern de Munique. Mas tudo pode mudar quando o atacante completar 18 anos no dia 14 de dezembro.


- Ela tinha só 16 anos. Então deixaram a porta aberta e vão permanecer observando. Pelo fato de eu ter um contato direto com o Bayern de Munique devido ao Lúcio (zagueiro pentacampeão mundial), que fez muito sucesso lá, eles olham com outros olhos quando a gente fala em outro jogador. Luis está nessa mira - disse Sandro Becker.


O TAC é um projeto do próprio Sandro Becker. Luis Henrique foi visto por ele durante uma peneira feita em Rio Tinto, no litoral norte da Paraíba.


- Tinha aproximadamente 220 meninos naquele dia. Foi tudo muito rápido. Fui escolhendo de manhã e à tarde o Luis Henrique também ficou no grupo de 30 garotos. Na parte da manhã Luis foi muito normal, mas na parte da tarde, quando selecionou mais os meninos, logo nos primeiros cinco minutos ele, como joga de atacante de beirada, arrebentou. Dribla em velocidade e com o passar do tempo adquiriu muita força física. Na parte física ele é acima do normal. Isso agora vai começar a aparecer - explicou.



Paraibano participou de amistosos pelo Bayern de Munique na Alemanha — Foto: Arquivo Pessoal


Antes de acertar com o TAC, Luis Henrique foi lapidado pelo próprio pai, Ronaldo, na escolinha "Livro na mão, bola no pé", na cidade natal Solânea - distante 130km de João Pessoa.


- Tive uma infância tranquila. Sempre fui ligado demais ao futebol. Meu pai é um ex-atleta e também era o sonho dele que eu fosse jogador. Foi lá onde treinei muito até chegar ao TAC - comentou Luis Henrique.



Jogador em desfile pela escolinha do pai "Livro na mão, bola no pé" em Solânea — Foto: Arquivo Pessoal


O DNA da bola está no sangue de Luis Henrique. Ronaldo, de 51 anos, é ex-jogador e comanda tudo no projeto. Ele tem passagens por clubes paraibanos tradicionais: Botafogo-PB, Santos de Tereré, Auto Esporte e Santa Cruz de Santa Rita. Não demorou muito para o pai ver o filho começar a trilhar uma trajetória promissora.


- É uma emoção muito grande. É bem diferente estar de fora torcendo pelo filho. Foi um dia muito diferente. Fica como se quisesse entrar na televisão para ajudar de alguma forma. Foi muito emocionante assistir. Outra realidade ficar de fora e torcer pelo filho. Vi um grande potencial. A gente vê que ele entrou com uma personalidade muito grande. Não se abateu pela estreia e pelo tempo que o Botafogo está passando. O Botafogo não está passando por um bom momento, mas ele chamou a responsabilidade no meio de tanta gente experiente - analisou o pai.


Luis Henrique fez sua estreia no profissional na última quarta-feira, na derrota do Botafogo para o Atlético-MG, por 2 a 0, no Mineirão. Ele entrou no segundo tempo, mas foi o jogador de melhor atuação do Glorioso, apresentando objetividade na busca pelo gol.



Luis Henrique foi o melhor jogador do Botafogo na derrota para o Atlético-MG — Foto: Vitor Silva/Botafogo


Nesta temporada, o jogador se destacou também no time sub-20 do Botafogo. Participou de 34 jogos, sendo 19 partidas no Brasileiro da categoria, e marcou cinco gols.


- Foi uma sensação de muita alegria e felicidade. Tudo junto. E uma mistura de ansiedade com nervosismo. Foi um dos momentos mais esperados da minha vida. Sou muito grato ao Botafogo por essa oportunidade e confiança. Tenho que agradecer muito a Deus também e a minha família, que sempre me apoiou - afirmou.


O atacante já havia sido relacionado anteriormente para as partidas contra Corinthians e Chapecoense no Campeonato Brasileiro. Deve agora receber uma nova chance na última rodada, diante do Ceará, no próximo domingo, no Engenhão.


Fonte: GE/Por Lucas Barros — João Pessoa

Análise: Luís Henrique é a estrela solitária de um frágil Botafogo no Mineirão e dá esperança


Alvinegro é presa fácil diante do Atlético-MG, leva cartões bobos e comete erros não menos infantis nos gols do adversário




O Botafogo mais uma vez foi presa fácil no Campeonato Brasileiro. Chegou à 21ª derrota - são 13 no returno - com os 2 a 0 sofridos diante do Atlético-MG. Um rápido exemplo da fragilidade alvinegra é a discrepância no número de finalizações: 28 a 13 para o Galo.


Enfim, nova partida ruim, a maioria das apostas não deu certo, substituições erradas, e os experientes também não corresponderam. De positivo só o garoto Luis Henrique, que substituiu Valencia no segundo tempo.



Luis Henrique foi o melhor jogador do Botafogo contra o Galo — Foto: Vitor Silva/Botafogo


O Alvinegro é o penúltimo colocado do returno. Perdeu 13 vezes, marcou apenas 12 gols em 18 jogos e só pontuou mais do que o Avaí: 15 a 6. Uma reta final incompatível com o apoio irrestrito que a torcida tem dado no Nilton Santos.


Ao lado do CSA, Botafogo é o segundo time com mais derrotas no Brasileirão 2019. São 21, sendo superado apenas pelo Avaí, que soma 23.


Primeiro tempo: início positivo, fim melancólico

O Botafogo começou relativamente bem, chegou a ter 60% de posse de bola, mas repetiu o problema crônico da equipe: criação zero. Sorte que o Galo pouco levava perigo também, mas começava a gostar do jogo.


Os donos da casa tinham em Otero sua figura mais perigosa. Deu dois chutes perigosos na etapa. No segundo, Gatito voou e colocou para escanteio. Na sequência, o Botafogo saía para o contra-ataque, e Rhuan tomou a pior das decisões. Tocou a bola no vazio, Guga disparou e entregou a Cazares, que cruzou para Jair abrir o placar.



Valencia foi muito mal, enquanto Marcelo Benevenuto não comprometeu — Foto: GLEDSTON TAVARES/FRAMEPHOTO/FRAMEPHOTO/ESTADÃO CONTEÚDO


Após o gol, o Botafogo já tinha a cara do time que fez péssimo returno. Acuado, pressionado e mais perto de sofrer o segundo do que fazer o primeiro. Foi para o intervalo com apenas 1 a 0 de desvantagem. No lucro.


Segundo tempo: Luís Henrique se escala para pegar o Ceará

No segundo tempo, o Galo foi melhor de novo e não fez muita força para fechar o placar. Bem superior. De interessante mesmo pelo lado botafoguense só a entrada do garoto Luis Henrique.


O paraibano de 17 anos, que completa 18 no próximo dia 14, mostrou força e personalidade. Em seu primeiro lance, saiu arrastando o adversário em direção ao gol e acabou parado com falta.


Se Rhuan, outra esperança da base alvinegra, esteve muito apagado, Luis foi para cima. Finalizou duas vezes, primeiro pelo lado esquerdo e depois, no fim da partida, em ótima jogada individual pela ponta direita. Além disso, lutou, deu opção e buscou o jogo o tempo todo.



Luis Henrique vai para cima de Igor Rabello após passar por José Welison — Foto: Vitor Silva/Botafogo


Além das boas participações do jovem, destaque apenas para uma finalização de Cícero que tirou casquinha da trave. Completou bom cruzamento de Luiz Fernando com chute seco, mas não teve sucesso.


A animadora atuação de Luis Henrique fez Alberto Valentim confirmá-lo como titular para o jogo contra o Ceará, domingo, às 16h, no Nilton Santos.


- Sempre falo que preciso, no fim de temporada, sem tempo de recuperação, ver quais jogadores estão bem fisicamente. Gostei muito do Luis Henrique durante o jogo. Garoto que entrou bem. Vai ter oportunidade para jogar essa partida. As outras duas vagas vamos estudar direitinho - disse o treinador.


O segundo gol atleticano deu-se aos 23 minutos. E que facilidade! Igor Rabello, Jair e Otero trocaram passes com muito espaço até Guga invadir a área. Na sequência, Marcinho e Marcelo bateram cabeça, e Luiz Fernando e Cícero não se entenderam na saída de bola.


Resultado: o Galo se reorganizou, e Jair, totalmente livre, cruzou. Luan também teve muita tranquilidade para passar nas costas de Lucas Barros e marcar.


Titulares tomam cartões evitáveis e não fazem a diferença


Cícero, de 35 anos, nem jogou tão mal. Manteve o hábito de acertar a maioria dos passes tentados (errou três de 35), foi o autor da finalização mais perigosa do time na partida, mas levou cartão amarelo evitável. Chegou duro demais em Luan, por baixo e por cima em jogada que ainda não era tão promissora.



Jogadores "pendurados" do Botafogo recebe cartão amarelo


Diego Souza, de 34 e menos participativo do que o volante, levou cartão amarelo após desentendimentos na área atleticana. Isso aos 43 minutos do segundo tempo, quando o jogo já estava resolvido. Pisou na bola.


Luiz Fernando, de 23 e bem mais novo que os outros dois, foi amarelado por cotovelada em Jair. É jovem, mas, diante de um elenco desmantelado no início da temporada, já é um dos mais cascudos.



Luiz Fernando foi um dos amarelados contra o Galo — Foto: Vitor Silva/Botafogo



Léo Valencia não tomou amarelo, mas também não aproveitou a chance dada por Alberto Valentim. Foi discretíssimo em campo e o líder em erros de passes no jogo (cinco).


Fonte: GE/Por Fred Gomes — Rio de Janeiro