Páginas

quarta-feira, 4 de novembro de 2020

Botafogo encaminha contratação do meia Cesinha, que pertence ao TAC-RS e estava no Internacional


Jogador de 20 anos é aguardado no Rio de Janeiro e chega por empréstimo até o fim de 2021


O Botafogo encaminhou a contratação de mais um reforço para a temporada. O meia Cesinha, que pertence ao TAC e estava no Internacional, é aguardado no Rio de Janeiro nesta quinta-feira para fazer exames e assinar contrato de empréstimo até dezembro de 2021. Ele chega sem custos.


O clube alvinegro já estava acertado com o atleta de 20 anos há um tempo e aguardava a liberação do Internacional. Cesinha pertence ao TAC, mas estava emprestado ao Colorado até o fim deste ano. O clube de Três Passos, no Rio Grande do Sul, tem um histórico recente de parcerias com o Botafogo.


O Botafogo, assim como aconteceu com o atacante Luis Henrique, terá opção de compra ao final do vínculo de empréstimo, além de ter direito a uma taxa de vitrine de 25% caso Cesinha seja negociado por um valor que foi estipulado entre os clubes.


O contrato prevê que a diretoria do Botafogo terá até o dia 30 de novembro de 2021 para comprar mais uma parte do percentual da taxa de vitrine e ficar com 50%, além de estender automaticamente o contrato com o meia até 2024.



Cesinha — Foto: Ricardo Duarte/Internacional


O Inter já havia sinalizado que não exerceria a prioridade pela compra do meia, que não teve chances com Eduardo Coudet no time profissional. O técnico acredita ser mais válido investir o dinheiro que seria usado na compra de Cesinha com outro jogador que poderia ser melhor utilizado.


Cesinha será a 24ª contratação do Botafogo na temporada. Confira outros reforços que chegaram em 2020:


Zagueiros: Ruan Renato (já deixou o clube) e Rafael Forster

Laterais-direitos: Barrandeguy, Kevin e Gustavo Cascardo

Laterais-esquerdos: Guilherme Santos, Danilo Barcelos (já deixou o clube) e Victor Luis

Volantes: Thiaguinho (já deixou o clube), Luiz Otávio, Carlos Rentería e José Welison

Meias: Bruno Nazário, Honda, Gabriel Cortez (já deixou o clube) e Éber Bessa

Atacantes: Pedro Raul, Matheus Babi, Kalou, Davi Araújo, Lecaros, Warley e Kelvin



Fonte: GE/Por Eduardo Deconto e Emanuelle Ribeiro — Rio de Janeiro

Pressão da torcida, busca por técnico, aperto financeiro: crise no Botafogo cresce após eliminação


Perda de premiação, busca por treinador, pressão da torcida, indefinição sobre futuro e eleição próxima são elementos que acentuam o clima instável nos bastidores alvinegros



Melhores momentos: Cuiabá 0 x 0 Botafogo pelas oitavas de final da Copa do Brasil 2020

A eliminação da Copa do Brasil após o empate em 0 a 0 com o Cuiabá na noite da última terça-feira aumentou ainda mais a temperatura em um Botafogo em crise. Com problemas dentro de campo, mas também na política e na administração, o clube vê a pressão crescer com os resultados ruins e a revolta da torcida.


Dinheiro que pode fazer falta


Um dos elementos que intensificam a crise no Botafogo pós-eliminação é a perda da premiação. Passar às quartas de final significaria mais R$ 3,3 milhões na conta do clube, dinheiro que aumentaria o bolo destinado ao pagamento de salários. A folha do elenco profissional atualmente está em R$ 3 milhões. Ou seja, o Botafogo teria pelo menos um mês de pagamento de CLT garantido.


Isso porque a Justiça do Trabalho fez um acordo para que todo dinheiro vindo de premiações e direitos de transmissão em 2020 fosse destinado a esse propósito. Em entrevista recente, Carlos Augusto Montenegro disse que o Botafogo está falido e não consegue quitar compromissos básicos, como contas de água e luz e até compra de bolas para os jogadores treinarem.



Empate com Cuiabá rende prejuízo milionário — Foto: Vitor Silva/Botafogo


Busca por técnico


O principal problema no momento é a falta de comando no futebol. O clube ainda não fechou com um novo técnico e tem o time treinado pelo preparador de goleiros, Flávio Tenius, e pelo auxiliar recém-chegado, Lúcio Flávio. Há preocupação com a sequência no Brasileirão e a proximidade da zona de rebaixamento. Além da exposição desses profissionais.


Enquanto isso, a busca no mercado segue. A bola da vez é César Farías, técnico da seleção boliviana, mas a negociação se tornou difícil porque a federação local não quer liberar o treinador. A diretoria alvinegra esperava uma resposta final até a noite dessa terça, mas as conversas devem se estender um pouco mais.


Agora, o Bota precisa decidir se pode ter paciência na negociação por Farías ou se precisa partir para uma alternativa. A Bolívia joga pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2022 nos próximos dias 12 e 17.



Treinador comanda a Bolívia desde 2018 — Foto: Kyle Ross/Getty Images


Recentemente, o clube recebeu algumas negativas de técnicos brasileiros, como Roger Machado, Lisca e Marcelo Guimarães. O que, junto do orçamento apertado, leva a procura ao mercado internacional. Antes de Farías, o Botafogo tentou o argentino Daniel Garnero.


As negativas acendem o alerta e mostram o receio dos treinadores de assumirem um clube com tantos elementos negativos fora das quatro linhas. Quem aceitar o chamado, terá não só o desafio de dar competitividade e mostrar resultados em campo, mas também ajudar a blindar o elenco do incêndio nos bastidores.


As demissões recentes e as tentativas no mercado, como a reunião com Alexandre Gallo, dificultam a busca pelo novo nome.


Torcida aumenta cobranças

O clima ainda piora com as manifestações da torcida. Nos últimos dias, aumentaram as cobranças e os protestos, inclusive com invasão da sede de General Severiano. Com a eliminação da Copa do Brasil, torcedores voltaram a pressionar nas redes sociais, com críticas duras a dirigentes e jogadores e até mesmo ameaças.


A diretoria pisa em ovos, e as ações levam em consideração a aprovação da torcida. Foi assim nos últimos dias, tanto na saída de Bruno Lazaroni quando na busca pelo novo treinador.


Futuro indefinido

Toda essa confusão interfere no elemento principal: a indefinição do futuro do Botafogo. Sem dinheiro para fazer o dia a dia funcionar, o clube busca mudanças internas e vê a transformação em empresa ficar mais longe do que era esperado.


Depois de colocar de lado o principal projeto da S/A, liderado por Laércio Paiva, o Botafogo partiu recentemente para um plano B, tocado por Gustavo Magalhães. Ainda não há perspectiva de concretização, e a temida recuperação judicial segue no horizonte.


Tudo isso sob um clima político ainda mais aflorado, já que o clube entrou de vez no período eleitoral. No fim do mês, dia 24, os sócios irão escolher presidente e conselheiros para os próximos quatro anos. A missão será recuperar um clube que já está falido, nas palavras do ex-presidente Carlos Augusto Montenegro.



Fonte: GE/Por Emanuelle Ribeiro e Thayuan Leiras — Rio de Janeiro