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quinta-feira, 11 de outubro de 2018

Saulo se blinda das críticas e vibra com sequência no Botafogo: "Sinto que estou melhor cada vez mais"


Com Jefferson e Gatito de "conselheiros", goleiro se vê em evolução, elege atuação contra o São Paulo como melhor e se defende de erros apontados pela torcida: "Na minha opinião, não falhei"




Vitor Silva/SSPress/Botafogo


Há um ano, sem espaço no profissional, Saulo descia para jogar e ser campeão do torneio Otávio Pinto Guimarães (OPG), organizado pela Ferj para categoria sub-20. Atualmente, com as lesões de Jefferson e Gatito, o goleiro ganhou oportunidade no time principal do Botafogo e engatou uma sequência de 17 jogos nesta temporada como titular. Segunda-feira, contra o Ceará no Castelão, pela 29ª rodada do Campeonato Brasileiro, mais uma vez será o jovem, de 23 anos, o protetor da meta alvinegra:


– Está sendo de muita felicidade. Até então não tinha jogado tantos jogos. Para goleiro é mais difícil, é só um que joga, e é difícil goleiro machucar, ter lesão. Ainda mais um goleiro subindo da base, é difícil ter uma sequência. Tem sido de muito aprendizado para mim. Uma coisa é treinar, outra é jogar. Estou feliz por ter tido esse ano e vendo evolução em mim. Sinto que estou melhor cada vez mais – vibrou o goleiro, em entrevista coletiva nesta quinta-feira.



Saulo vem adquirindo mais experiência substituindo dois ídolos — Foto: Vitor Silva/SSPress/Botafogo


Saulo tem recebido conselhos de seus ídolos Jefferson e Gatito enquanto vai adquirindo mais experiência. O goleiro assumiu a responsabilidade de substitui-los, mas virou alvo de críticas pelos gols sofridos contra Cruzeiro e São Paulo. Mas ele se defende, nega que tenha falhado e se blinda das cobranças para não deixar afetar seu rendimento em campo:


– Torcida tem o direito de cobrar. É normal, muitas vezes eles vêem o jogo de uma maneira, e nós, do campo, de outra. Tem que trabalhar para quando chegar crítica, vaia, não abalar durante o jogo. O torcedor quer sempre ganhar, a gente também. Quando a vitória não vem, ficamos chateados iguais. Na minha opinião, não falhei. Os gols que tomei, que contestaram, foram lances difíceis. Se vão falar ou não, eu não tenho que me preocupar com isso. Acabo não me concentrando se ficar com isso. Tento manter o equilíbrio, focado nos próximos jogos.


Confira outros trechos:

MELHOR E PIOR ATUAÇÃO


– Gostei do Santos aqui, mas o que mais gostei foi contra São Paulo. Além de ter jogado bem, me senti bem naquele jogo, consegui fazer defesas (veja no vídeo abaixo) e não sair derrotado. Para mim foi o melhor. Os outros foram jogos difíceis, mas não achei que teve um pior.


Salva Saulo! Goleiro alvinegro defende chutes de Rojas e Diego Souza, aos 48 do 2º tempo


RECONHECIMENTO NAS RUAS


– Esse ano tem sido bem diferente. Até então, onde eu ia não me reconheciam. Agora pessoal é super gente boa comigo, eles me elogiam, parabenizam nas ruas pela sequência que tive, por estar indo bem em uma tarefa difícil substituir Jefferson e Gatito. Fiquei muito feliz com essa recepção deles, me motiva a querer mais.


CONVERSA COM JEFFERSON E GATITO
– Isso tem sido de super importância pra mim. Não é tarefa fácil substituí-los e estou feliz pela oportunidade. Eles procuram me passar calma, tranquilidade, está sendo de muito proveito pra minha carreira, estou evoluindo a cada dia.


CONFIANÇA DE ZÉ RICARDO

– Eu tenho uma relação muito boa com ele, é um profissional exemplar, que procura passar confiança e tranquilidade nos treinos. Estou feliz pela confiança que tem depositado em mim e procuro retribuir em campo.


ELIMINAÇÃO NA SUL-AMERICANA
– Sabia que seria um jogo difícil, tinha sido lá e não ia ser diferente aqui. A gente suportou bem os 90 minutos, jogou melhor, mereceu sair classificado. Depois foi para os pênaltis e infelizmente não saímos classificados. Procurei me manter o mais tranquilo possível, queria ter pegado mais pênaltis, depois do jogo fiquei triste, um gosto amargo. Desde quando subi foi um dos piores momentos para minha carreira. Mas já passou, agora é pensar nos próximos jogos, focar no Brasileiro.


RETA FINAL BRASILEIRÃO

– Têm mais 10 jogos pela frente. Claro que a gente queria estar melhor na tabela, infelizmente as coisas não ocorreram da maneira que a gente quis, mas vamos dar nosso melhor para conquistarmos os 30 pontos. É possível. Temos um jogo difícil agora, o Ceará está em uma crescente muito boa, jogando em casa, mas estamos preparados para chegar lá e sair vitoriosos.


JOGA SEGUNDA-FEIRA?

Estou me preparando para cada jogo. Na segunda sim, mas nas próximas não sei. Gatito e Jefferson estão treinando para voltarem o mais rápido possível. Nas partidas que eu tiver que jogar, estarei preparado para continuar.


Fonte: GE/Por Thiago Lima — do Rio de Janeiro

Especialista que examinou Gatito diz que recomendou infiltração de corticoide ao goleiro do Botafogo


Dr. Ricardo Laranjeira corrobora com o tratamento conservador dos médicos alvinegros e indica procedimento para eliminar dor no punho direito e permitir que paraguaio consiga voltar a jogar




Perto de completar seis meses sem jogar, Gatito Fernández está abalado emocionalmente e chegou a chorar em entrevista coletiva na semana passada, ao relatar o esforço que tem feito para se livrar das dores no punho direito. O Botafogo procurou o médico Rodrigo Berlink, especialista em mãos, para acompanhar o tratamento, mas o goleiro paraguaio também foi em busca de outro médico fora do clube recentemente para pegar uma terceira opinião.




Gatito chegou até o Dr. Ricardo Laranjeira através de Jefferson, que indicou o responsável por sua operação em 2016, Dr. Márcio Schiefer. Mas como ele é especialista em ombro e cotovelo, sugeriu um amigo expert em mão. O goleiro então o procurou no mês passado, em sua clínica na Zona Oeste do Rio de Janeiro, e ouviu outro médico corroborar com o tratamento conservador escolhido pelo Botafogo, sem a necessidade de um procedimento invasivo como é a cirurgia.


– Ele me procurou para pedir uma opinião, se precisava operar ou não, e eu disse que não precisava operar mesmo. É uma lesão comum, já tive vários pacientes com ela, e em último caso se faz uma artroscopia, mas não é o caso dele. Fez um processo inflamatório, e como fica tendo traumatismo acaba não melhorando mesmo, fica arrastado – explicou o médico por telefone ao GloboEsporte.com



Gatito tenta voltar a jogar seis meses após lesão no punho — Foto: Vitor Silva/SSPress/Botafogo


Laranjeira é médico da Clínica da Mão e chefe do serviço de cirurgia da mão do Hospital Federal dos Servidores do Estado, além de ser membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão e da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia. Apesar de atestar o tratamento que já vem sendo realizado, o especialista em mão indicou uma infiltração para ajudar na recuperação:


– Eu teria feito o mesmo procedimento. Talvez só o tempo de retorno depois da fratura, um reforço muscular maior, mas acontece com atleta de alto nível. Eu o indiquei fazer uma infiltração de corticoide, que combate o processo inflamatório e elimina a dor. Só falei para comunicar antes pela questão de doping. Não que seja doping, mas pode pegar em algum teste se não tiver comunicado – revelou o médico, sem precisar o tempo de retorno após a infiltração:


– Essa resposta é individual, não dá para saber, mas normalmente acelera a recuperação.



Ansioso e decepcionado consigo mesmo, goleiro se abalou emocionalmente — Foto: Vitor Silva/SSPress/Botafogo


Médico diz que não houve erro com Gatito: "Tratamos com tudo de melhor no mercado"
Ansioso e decepcionado, Gatito chora ao citar drama: "Eu quero jogar, mas não consigo"
Preparador de goleiro diz que Gatito ainda tem dor e não descarta Jefferson voltar primeiro


Em entrevista ao GloboEsporte.com na semana passada, o Dr. Ricardo Bastos, um dos três médicos do Botafogo ao lado do Dr. Christiano Cinelli e do Dr. Salvio Magalhães, disse que não houve erro no tratamento de Gatito e alegou que o goleiro teria voltado a jogar em agosto se não fosse pela lesão de ligamento, sofrida em um treinamento.


Fonte: GE/Por Felippe Costa, Fred Gomes e Thiago Lima — do Rio de Janeiro