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sábado, 19 de junho de 2021

Botafogo inicia maratona fora de casa com doído empate, mas ainda está dentro da 'margem do acesso'


Alvinegro deixou dois pontos pelo caminho em Londrina, mas com oito conquistados após quatro rodadas, está na linha do considerado ideal para buscar o retorno à elite





Marcelo Chamusca é o treinador do Botafogo (Foto: Vítor Silva/Botafogo)



Para retornar à elite do futebol nacional de forma tranquila, o Botafogo traçou um "planejamento ideal" de vencer partidas em casa e empatar os duelos fora dos domínios. Ou seja, em média, somar 2 pontos por jogo disputado. Nas primeiras quatro rodadas da Série B do Brasileirão, este alvo foi acertado: o Alvinegro tem oito pontos e está na terceira colocação.



+ Kanu lamenta empate do Botafogo contra o Londrina: 'Viemos aqui para buscar os três pontos'


O número, contudo, poderia ter sido ainda maior. O Botafogo, que atualmente passa por uma maratona de partidas longe do Rio de Janeiro, tomou o empate do Londrina, na última quinta-feira, aos 43 minutos do segundo tempo, quando vencia por 2 a 1. Antes, o Alvinegro teria 10 pontos e seria o vice-líder.


A delegação viajou para Pernambuco na noite de sexta-feira. A equipe treina no sábado visando o duelo contra o Náutico no domingo, às 16h, no Aflitos. O Timbu é o líder da competição e tem 100% de aproveitamento. Como a partida contra o CSA, que seria no Nilton Santos na quarta-feira seguinte, foi adiada por conta da Copa América, serão três compromissos seguidos longe do Rio.


No sábado da semana seguinte, o destino será o Maranhão para o duelo contra o Sampaio Corrêa. Ou seja, o Botafogo fará, em poucos dias, o trajeto Londrina-Pernambuco-Rio de Janeiro-Maranhão - apesar de "folgar" no meio de semana, por conta do adiamento.


Com oito pontos em quatro jogos, o Botafogo entende que nem sempre conseguirá resultados que vão representar o número do planejamento ideal. Até agora, mesmo com dois pontos "deixados" em Londrina e um sentimento de decepção por parte da equipe, tal objetivo foi concluído.



Fonte: LANCE/Sergio Santana/Rio de Janeiro (RJ)

Do tiro que quase encerrou o sonho ao recomeço no fut7: a história de Chay antes do Botafogo


Em entrevista exclusiva ao ge e ao Globo Esporte, atacante comemora o bom início com a camisa do Botafogo e lembra dos primeiros passos da carreira




O torcedor do Botafogo e o grande público conheceram Chay em 2021. Mas, aos 30 anos, o atacante tem experiência e histórias para contar de uma carreira que já o fez ir para o outro lado do mundo e até trocar de modalidade antes de viver o grande momento nesta temporada.



Veja a entrevista exclusiva com Chay no Globo Esporte deste sábado, que começa às 13h (de Brasília).


A boa fase poderia não ter acontecido porque Chay quase desistiu do futebol. Cria do Bonsucesso, o atacante seguiu para a Ásia logo nos primeiros passos da carreira. Ficou lá por alguns anos, jogou na Tailândia e na Malásia, mas os planos começaram a dar errado no fim de 2011, dentro e fora de campo. Situação que se agravou em um acidente que o jogador sofreu quando estava de férias, de volta ao Brasil.


Chay foi baleado na barriga no verão de 2011, na cidade de Araruama, na Região dos Lagos do Rio de Janeiro. Ele contou que o acidente aconteceu no meio do dia, quando chegava à cidade para o chá de bebê de uma amiga. A bala atingiu a costela e passou de raspão pelo fígado. Até hoje, a cirurgia e a recuperação foram quando o jogador ficou mais tempo fora de combate, quase três meses. Ele contou essa e outras histórias em entrevista exclusiva ao ge e ao Globo Esporte.



- Eu era jovem, muito impulsivo e tinha uns problemas com o treinador. Além disso, eu sofri um acidente, fui baleado. Foi bala perdida. Teve a recuperação, eu não tive as propostas que eu gostaria e resolvi dar uma chance para o futebol de 7. Tive uma adaptação muito boa e fui muito bem aceito no fut7, então estava bem - contou.


- Na verdade, eu não teria nem férias, porque estava mudando de país e tinha pouco tempo até a pré-temporada. Pedi para ver minha família, meus amigos, ganhar um pouco de energia para aguentar mais nove meses de temporada. No terceiro dia de férias, aconteceu isso. A recuperação até foi curta, fui baleado em novembro e já estava jogando em janeiro. Só que o clube tinha limite de estrangeiros e precisava de jogadores com mais urgência - continuou.




Aos 30 anos, atacante tem a primeira chance em um clube grande — Foto: Vitor Silva/Botafogo


Depois disso, Chay praticamente desistiu do futebol. Esperou por propostas, que não foram vantajosas, e resolveu seguir outro caminho. Foi quando entrou para o futebol de 7, modalidade que jogou por quatro anos. Passou por Botafogo, Flamengo e Fluminense.


- Eu nem pensei em voltar ao futebol de campo, porque o fut7 estava crescendo, de poder chegar ao que o futsal já é. Depois, começou a regredir, eu comecei a ver que não chegaria onde eu queria. Foi aí que resolvi voltar ao futebol de campo em uma conversa com o meu empresário. Foi uma boa conversa, ele achava que tinha chance de acontecer. Comecei até meio na amizade, na Série C do Carioca. Depois, as coisas foram caminhando - lembrou.



Início artilheiro


Agora, Chay chega ao Botafogo no melhor momento da carreira. O atacante se destacou na Portuguesa com cinco gols em 13 jogos. Com a camisa alvinegra, foram mais dois em quatro rodadas da Série B. Isso além de duas assistências. Se somados os gols pelo outro clube, é o jogador do Bota que mais marcou nessa temporada.


- Espero que (a boa fase) dure até a última rodada do campeonato. Tenho metas, não vou expor porque vem a cobrança. Mas já estipulei algumas metas e espero alcançar - comentou.


Ao marcar duas vezes e dar duas assistências, Chay participou diretamente de metade dos gols do Botafogo na Série B. São oito no total. Junto do centroavante Rafael Navarro, é um dos jogadores mais decisivos da equipe neste início de competição.





Chay e Navarro começaram bem a Série B — Foto: Vitor Silva/Botafogo


- A gente sempre espera o melhor, mas eu cheguei receoso com a adaptação. Não sabia se teria a mesma liberdade que tinha na Portuguesa. Logo que cheguei, tive um papo muito bacana com o Chamusca. Ele me disse que queria me utilizar exatamente como tinha me visto na Portuguesa, com muita liberdade para criar e finalizar - continuou.



Passado alvinegro

Antes mesmo do bom desempenho nas primeiras partidas, Chay já foi assunto entre os torcedores. Ele já defendeu o clube nos tempos de fut7 e, além disso, revelou uma ligação ainda mais estreita, dos tempos de infância. Aos sete anos, o atacante dava os primeiros chutes na bola no futebol de salão do Botafogo.


- Comecei jogando futsal, com sete anos. Tive que parar porque ficou um pouco distante para a minha mãe. Anos depois, voltei para jogar futebol de 7. Agora, mais uma vez, tenho a oportunidade de ter o Botafogo na minha vida. Está sendo muito bacana. Agradeço demais pela oportunidade e estou muito feliz de estar aqui.


A revelação animou torcedores nas redes sociais e os familiares que acompanhavam o jogador naquela época. Desde então, a interação aumentou e tem sido quase diária, seja no Twitter ou em lives no Instagram. Ao ponto de Chay até pedir paciência aos mais apressados que ainda não receberam um recado.




- Não sabia que teria essa repercussão toda. Fiz uma postagem porque bateu uma nostalgia muito bacana. E minha mãe começou a mandar muitas fotos de viagens que eu fiz no Botafogo, com outros amigos da época também. Umas tias minhas que me acompanhavam para o clube naquela época também lembraram com muito carinho, meu pai também.



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Fonte: GE/Por Rodrigo Cerqueira e Thayuan Leiras — Rio de Janeiro