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sexta-feira, 6 de novembro de 2020

Escalação do Botafogo: ainda com Flávio Tênius, time tem dúvidas no ataque


Pedro Raul e Matheus Babi podem formar dupla contra o Bahia; Kalou deve voltar aos relacionados e tem chances de começar entre os titulares no próximo domingo


A eliminação para o Cuiabá na última terça-feira ainda ecoa na cabeça do torcedor e também deve ser assim para Flávio Tênius. O técnico interino, que viu o time falhar em marcar um gol na defesa adversária e estará à frente da equipe novamente, deve mudar o ataque do Botafogo para a partida contra o Bahia.


O fraco desempenho, que melhorou apenas com a entrada de Pedro Raul no segundo tempo, pode fazer com que o camisa 9 volte a ser titular às 18h15 (de Brasília) neste domingo, na Itaipava Arena Fonte Nova. Outra possível novidade é a volta de Kalou, que está liberado pelo departamento médico, mas por estar há mais de 20 dias sem atuar é capaz de começar no banco. Com isso, o Botafogo deve começar com:


Diego Cavalieri; Kevin, Marcelo Benevenuto, Kanu e Victor Luis; Caio Alexandre, Honda e Bruno Nazário; Warley (Kalou), Matheus Babi e Pedro Raul.



Pedro Raul foi o jogador que mais levou perigo ao gol do Cuiabá na partida de volta pela Copa do Brasil — Foto: Vitor Silva/Botafogo


A um ponto da zona de rebaixamento, o Botafogo ocupa a 14ª colocação, com 20 pontos conquistados em 18 rodadas. O Bahia, adversário deste domingo, está uma posição abaixo, com os mesmos 19 pontos do Coritiba, primeiro time na zona de rebaixamento.



Fonte: Por Redação do ge — Rio de Janeiro

Honda publica carta para torcida do Botafogo e pede união: "Precisamos fazer o clube ficar mais forte"


Meia japonês afirma necessidade de deixar a gestão da forma mais transparente possível, e diz que o momento é de torcedores, jogadores e dirigentes repensem a forma de dirigir o Botafogo



Na noite desta sexta-feira, Keisuke Honda divulgou uma carta "Para todos que amam o Botafogo". O japonês pediu união da torcida com dirigentes e jogadores para repensar a forma que o clube é gerido. Com uma mentalidade de redução nos gastos do Botafogo como um todo, Honda diz que é melhor pensar nisso do que em conseguir uma renda a curto prazo.


Isso porque, segundo ele, quando o investimento que vier de fora não der resultados dentro de campo, os investidores pulariam do barco e deixariam o clube. De acordo com o japonês, é o esforço de quem ama o Botafogo que vai fazer com que a delicada situação financeira seja resolvida.


- Antes de tudo, o Botafogo é um clube de quem? É um clube de ricos investidores ou patrocinadores? Não. Não é o clube de empresários que vão embora quando as coisas dão errado, nem de algum estrangeiro como eu que vai sair depois de certo período. É um clube de todos que amam e apoiam o Botafogo desde que nasceram, e que mantém vivo esse amor mesmo em situações desfavoráveis como a que vivemos agora. É o clube de todos. Então todos juntos precisamos fazer o clube ficar mais forte.



Honda dá dicas de como o clube pode melhorar a gestão e pede união da torcida — Foto: Vitor Silva/Botafogo


Com uma visão mais empresarial sobre a forma de administrar, o camisa 4 do Botafogo sugere uma forma de os torcedores colocarem dinheiro no clube de maneira que não impacte a vida da pessoa. Além disso, Honda lembra da necessidade de uma gestão transparente com as finanças.


- Então, como o clube aumenta a receita? E quem pensa e decide sobre um plano de médio e longo prazo? O mais importante é isso. O clube não pertence a uma ou a um grupo de pessoas, o Botafogo é de todos os torcedores, então todos juntos devem pensar e decidir. Dessa forma, as pessoas vão ficar entusiasmadas em pensar sobre visão e planos de médio a longo prazo. Consequentemente, bons jogadores e profissionais vão se reunir, e os jovens jogadores também crescerão.


- É um clube onde todos vão caminhar na mesma direção e os torcedores vão ser a força principal. Dessa forma, esse clube vai atrair, de forma saudável, bons patrocinadores e investidores. Acho que agora é a hora de todos os dirigentes, profissionais, jogadores e torcedores repensar a forma de dirigir e administrar o clube mais tradicional, Botafogo.


Por fim, Honda se declarou ao clube. O meia se despediu dizendo amar o Botafogo mesmo com apenas nove meses de Brasil.



Confira a carta completa abaixo

Para todos que amam o Botafogo


Já se passaram nove meses desde que eu cheguei no Brasil. Após a eliminação na Copa do Brasil, ainda lamento por não ter conseguido corresponder às expectativas dos torcedores, mas o que aconteceu é irreversível e, por isso, pretendo analisar bem a situação, e voltar minha mente para o restante do Campeonato Brasileiro. Nesse momento, escrevo esse texto pensando no que eu posso contribuir para o Botafogo, além de jogar com todas as minhas forças em campo.



O que eu vou falar aqui pode provocar a raiva de alguns, mas, por favor, entenda que não estou intencionalmente tentando ofender ou machucar ninguém. Eu acredito que algumas coisas são necessárias para o Botafogo mudar, e entendo que se eu não compartilhar minha visão, a insatisfação e a preocupação dos torcedores não serão resolvidas, por isso eu falo aqui hoje.


- O problema financeiro.


Não só nesta temporada, mas já há algum tempo, o Botafogo apresenta problemas financeiros, e esses problemas existem não apenas aqui, mas também em diversos clubes de futebol e de outros esportes profissionais no mundo inteiro.


Em contrapartida, acredito que existe uma maneira de lidar com esse problema, e para resolver isso primeiramente temos que mudar nossa mentalidade, focando na redução de gastos.


A coisa mais importante a se ter em mente. é que não se pode estar obcecado em aumentar a renda no curto prazo. Por quê? Para fazer isso é preciso contar com investimento externo de pessoas ou empresas.


Se o dinheiro externo vier ao clube, os torcedores vão criar muitas expectativas e para corresponder às expectativas, os investidores tentam trazer bons jogadores por um valor alto. Se o clube consegue bons resultados, os torcedores terão ainda mais expectativas e então os investidores gastarão ainda mais dinheiro para fortalecer a equipe.


Nesse cenário, seria muito bom se esse ciclo pudesse continuar, mas infelizmente não é possível. Chegará uma temporada que, mesmo com investimento externo, os objetivos não serão atingidos e os torcedores ficarão insatisfeitos. E isso é normal, as pessoas ficam desapontadas quando algo planejado não dá certo, ainda mais quando as expectativas são altas.


Dessa forma aos poucos, os investidores se tornam incapazes de corresponder aos anseios dos torcedores e começam a pressionar e serem pressionados.


No final, eles sairão de cena, e se isso acontecer, o clube voltará à mesma situação que está́ agora, e repetirá o mesmo erro de buscar capital externo para aumentar as rendas no curto prazo.



Como eu disse antes, o ponto de partida para resolver esse problema financeiro não é focar em aumentar a renda no curto prazo, é entender que se deve manter os gastos baixos e juntos pensar em como o clube pode competir nessa liga difícil como o Campeonato Brasileiro, com um orçamento limitado.


- O Botafogo é um clube de todos os torcedores.


Antes de tudo, o Botafogo é um clube de quem? É um clube de ricos investidores ou patrocinadores? Não. Não é o clube de empresários que vão embora quando as coisas dão errado, nem de algum estrangeiro como eu que vai sair depois de certo período.


É um clube de todos que amam e apoiam o Botafogo desde que nasceram, e que mantém vivo esse amor mesmo em situações desfavoráveis como a que vivemos agora.


É o clube de todos. Então todos juntos precisamos fazer o clube ficar mais forte.


Para não ficar dependente de capital externo, o importante é começar com um projeto que permita a todos os torcedores injetarem dinheiro no clube, sem é claro, impactar na vida pessoal de cada um.


E os envolvidos na gestão precisam manter com transparência a balança de finanças do clube, para que todos entendam como o dinheiro é utilizado.


- Se existe um objetivo e um plano, pessoas e dinheiro vão se reunir.


Primeiramente, como eu disse, não devemos focar em aumentar a renda no curto prazo, precisamos começar reduzindo os gastos. Porém, sem aumentar a renda no médio e longo prazo, não podemos vencer neste difícil Campeonato Brasileiro.


Então, como o clube aumenta a receita? E quem pensa e decide sobre um plano de médio e longo prazo? O mais importante é isso.O clube não pertence a uma ou a um grupo de pessoas, o Botafogo é de todos os torcedores, então todos juntos devem pensar e decidir.


Qual é o objetivo do clube? Como vamos tentar realizar?


Dessa forma, as pessoas vão ficar entusiasmadas em pensar sobre visão e planos de médio a longo prazo. Consequentemente, bons jogadores e profissionais vão se reunir, e os jovens jogadores também crescerão. É um clube onde todos vão caminhar na mesma direção e os torcedores vão ser a força principal. Dessa forma, esse clube vai atrair, de forma saudável, bons patrocinadores e investidores.


Acho que agora é a hora de todos os dirigentes, profissionais, jogadores e torcedores repensar a forma de dirigir e administrar o clube mais tradicional, Botafogo.


Espero que todos participem da discussão, respeitando-se mutuamente, sem culpar ou machucar ninguém, e que o clube siga na direção certa.


De Keisuke Honda, que se apaixonou pelo Botafogo em apenas nove meses de convivência.



Fonte: Por Redação do ge — Rio de Janeiro

Experiência e promessa de jogo ofensivo: o perfil de Ramón Díaz, novo técnico do Botafogo


Treinador chega para o primeiro trabalho no Brasil com currículo largo e vitorioso na bagagem. Argentino é ídolo no país natal, mas teve trabalho contestado no Paraguai



O torcedor brasileiro pode conhecer pouco, mas Ramón Díaz é um dos grandes técnicos do continente sul-americano. Ídolo na Argentina como jogador e treinador e com experiência internacional, o novo comandante do Botafogo chega ao Brasil como um novo desafio, mas com bagagem suficiente para a missão de liderar o clube para longe da crise.


Díaz é nada menos que o segundo treinador mais vitorioso da história do River Plate. Venceu copas e campeonatos nacionais, além de encerrar uma espera de 10 anos da torcida por uma conquista da Libertadores. Ficou marcado também pelo primeiro título dos Millonarios após o retorno à primeira divisão. Na Argentina, também levantou taça pelo San Lorenzo.


+ Por que Botafogo aposta em Díaz? Entenda


O argentino de 61 anos tem uma experiência como técnico no futebol europeu: comandou o Oxford United, da Inglaterra. Passou também pelo Pyramids, do Egito, e ficou algumas temporadas no Al Hilal, da Arábia Saudita, que é considerado seu bom desempenho mais recente e onde conquistou os últimos títulos.


No Ocidente, os últimos trabalhos foram no Paraguai. No país vizinho, comandou a seleção nacional e o Libertad, de onde saiu em setembro deste ano. Na seleção, foram duas temporadas. O resultado mais expressivo foi a campanha na Copa América de 2015, quando chegou à semifinal após eliminar o Brasil. Pelo Libertad a passagem foi bem mais discreta, com a saída após resultados negativos.



Díaz é um dos grandes técnicos da América do Sul — Foto: EFE


Experiente, mas exigente

Esse é um resumo do currículo, mas o que Díaz pode apresentar dentro de campo? Quem acompanhou momentos marcantes da carreira do treinador destaca a experiência e a liderança para passar por momentos importantes. Mas, também, o nível alto de exigência que pode levar a desgastes internos.


Com praticamente 30 anos de carreira, Ramón é visto como um técnico de estilo tradicional, mas adaptável às circunstâncias do clube. O treinador tem como objetivo implementar um jogo ofensivo e atraente, mas sabe ler o contexto para ser mais pragmático se necessário.


As análises levam a crer que o Botafogo não terá grandes inovações, mas deve ganhar solidez e um estilo de jogo definido. Além do comando de um profissional experiente em um momento delicado dentro e fora de campo.


Análises dos jornalistas

Martín Blotto, do jornal Olé (Argentina)

"É uma ideia muito tradicional. Ele se baseia nas características dos jogadores, dos que estão bem. E se adapta. Ele é um técnico muito ofensivo no discurso, mas também dá muita importância para a defesa. Gosta de dar liberdade aos jogadores para expressarem o talento individual. Sempre se adapta ao estilo dos jogadores.


Por isso, a relação com o elenco costuma ser boa. Costuma ter uma relação estreita com as referências do plantel. O filho dele (Emiliano) também ajuda muito, costuma ficar próximo dos jogadores. É mais jovem, se adapta mais à linguagem dos atletas. Ramón já passou dos 60 anos, mas o filho não chegou aos 40, está mais próximo dos jogadores.


Com os dirigentes, é um personagem difícil de agradar, porque costuma exigir bastante do lado financeiro, das contratações. Sempre quer os melhores jogadores, não se conforma. Isso pode gerar conflito. Foi assim no River Plate e no San Lorenzo, por exemplo. Nesse sentido, não é muito fácil de agradar. Já com a torcida o tratamento é bem mais fácil. Ele costuma valorizar o clube, os torcedores.


No River, fez história. Primeiro como jogador, tinha muita qualidade. Foi referência até sair para a Itália, nos anos 80. Como treinador, era o maior ganhador do clube até a chegada de Gallardo. Superou Angel La Bruna, que era o ídolo máximo do River. É um personagem que vai ser amado para sempre pelo torcedor do River".


Mauricio Caballero, do Tigo Sports (Paraguai)


"Utiliza um sistema acostumado e adaptado ao seu conceito, filosofia e ideias de futebol. No Libertad, era um sistema de 4-4-1-1. Às vezes ele tirava um atacante para colocar um meia ofensivo por dentro ou pela ponta. Também gosta de dar minutos aos jogadores jovens, além dos reforços que trouxer ao clube.


Conseguiu triunfos importantes, mas na volta do torneio paraguaio, depois da pausa por causa da pandemia, não teve êxito nos resultados. Além disso, teve divergências com a diretoria.


Ele disse que se sentia em dívida com o clube por não encontrar resultados. Ali começaram a falar sobre a continuidade. Para o futebol paraguaio, a presença de Ramon Díaz foi enriquecedora, é um treinador classe A".



Fonte: Por Redação do ge — Rio de Janeiro