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quarta-feira, 16 de março de 2016

TRT-RJ torna sem efeito cláusula do Bota, e Arão tem nova vitória judicial


Após conceder o direito de o atleta mudar de clube até o julgamento, justiça do trabalho considera nulo dispositivo de renovação automática. Ainda cabe recurso




Willian Arão defende o Flamengo atualmente
(Foto: Aldo Carneiro (Pernambuco/Press))
Willian Arão obteve uma nova conquista no Tribunal Regional do Trabalho do Rio de Janeiro no processo contra o Botafogo. Após ter conseguido tutela antecipada - ou seja, direito de desligar do clube até o julgamento -, o jogador teve a decisão favorável referendada nesta quarta-feira pela 27° Vara do órgão. O Alvinegro vai recorrer.


A Justiça considerou sem efeito a cláusula de renovação automática acionada pelo Botafogo ao fim do vínculo do jogador com o clube no fim do ano passado. O Botafogo chegou a fazer dois depósitos de R$ 400 mil para disparar o dispositivo de renovação. Ambos foram devolvidos por Willian Arão, que já desejava se transferir para o Flamengo.


A Justiça tornou sem efeito a cláusula de renovação automática por entender que o contrato fere a recente resolução da Fifa que proibe investidores de ter direitos econônomicos do atleta. No caso, o próprio Willian Arão é seu "investidor" e dono de parte do montante econômico. O Botafogo discorda da interpretação e vai levar o caso adiante.


- Não concordamos com a decisão. Temos dois argumentos para justificar. Primeiro, ao nosso ver, o jogador não pode ser considerado terceiro (ou investidor). Ele é parte do negócio. Ele poderia ter direito a parte dos direitos econômicos. Depois, o regulamento da CBF, que ratifica a decisão da Fifa, é posterior ao contrato firmado do jogador. Portanto, entendemos que a decisão não pode retroagir para nos prejudicar - disse Carolina Loureiro, advogada responsável por defender o Botafogo no processo.


A defesa do Botafogo ainda acredita que o processo pode levar anos tramitando na Justiça devido ao ineditismo da matéria. Uma audiência para instrução aconteceu em meados de fevereiro, mas Willian Arão e o Alvinegro não chegaram a um acordo.


Por Chandy Teixeira/Rio de Janeiro/GE

Botafogo define prazo de 15 dias para iniciar obras atrasadas no Caio Martins


Após previsão de ter estádio no Campeonato Carioca fracassar, diretoria corre para acelerar construção de arquibancadas móveis e usar local como casa no Brasileiro




Obras nas arquibancadas do Caio Martins devem
iniciar em novembro (Foto: Vitor Silva / SSPress)
Quando o Botafogo assinou o termo de cooperação com a prefeitura de Niterói para a revitalização do Caio Martins, em setembro do ano passado, a previsão inicial era jogar no local logo nas primeiras rodadas do Campeonato Carioca. Porém, um impasse para a reforma necessária do estádio cancelou o prognóstico: as arquibancadas móveis que precisam ser erguidas atrás dos gols foram temas de longos debates com órgãos de segurança a respeito do material a ser usado. O Alvinegro quer construir estruturas tubulares, comuns em eventos de praia e corridas de automóveis - que têm custos reduzidos em relação a alicerces de aço -, e negocia com quatro empresas. O processo está em fase de estudo de orçamento, mas a diretoria tem certa urgência. Internamente, os dirigentes trabalham com o prazo até o fim do mês para dar início às obras visando liberar o local para ser utilizado nas primeiras rodadas do Brasileiro.


O gramado já está pronto, mas há outras questões a serem resolvidas, como por exemplo iluminação e vestiários. O tempo é curto, mas ainda não está descartada levar a estreia do Botafogo na Série A, contra o São Paulo no dia 14 de maio, para Caio Martins. A arquibancada a ser construída no local deve seguir o mesmo modelo das que estão sendo erguidas nos setores norte e sul do Estádio Nilton Santos, cedido ao Comitê Olímpico para realização dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016. O esqueleto das estruturas provisórias está avançado e já é possível de ser notado das ruas que cercam a arena na Zona Norte do Rio de Janeiro. Com a reforma, a capacidade do estádio deve pular de 5 mil para cerca de 15 mil pessoas.

Arquibancada móvel do Engenhão já pode ser vista da rua. Modelo deve ser igual no Caio Martins (Foto: André Durão)

Os custos ainda estão sendo levantados, mas no ano passado a diretoria alvinegra estimava investir cerca de R$ 15 milhões, a serem captados junto à iniciativa privada, para a reforma da arquibancada existente e a instalação das duas novas estruturas atrás dos gols. Entre as exigências da Prefeitura de Niterói que o Botafogo acatou está a não realização de clássicos no Caio Martins e que prédios não sejam erguidos em volta da sede.


Neste meio tempo surgiu a possibilidade de São Januário, local onde o Botafogo já vem mandando algumas de suas partidas em 2016. A diretoria tem boa relação com a vascaína, e o Alvinegro tem a intenção de atuar mais vezes na Colina ao longo da temporada, mesmo com a liberação do Caio Martins. Para isso, propôs um acordo: se o Cruz-Maltino não cobrar aluguel, não precisa pagar a dívida que tem pela venda de Fellipe Bastos no ano passado para o Al Ain, dos Emirados Árabes. O clube de General Severiano cobra 5% do valor da transferência - € 18,5 mil, cerca de R$ 80,5 mil - em função do mecanismo de solidariedade por ter formado o volante, atualmente com 26 anos. Porém, um possível acerto entre as partes só será possível quando o campo anexo do rival ficar pronto para preservar o gramado principal.



Por Thiago Lima/Rio de Janeiro/GE