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quarta-feira, 4 de setembro de 2019

Técnico que mudou Marcinho no Botafogo o elogia na ponta, mas destaca: "Regularidade na lateral"


Ex-comandante do time sub-20 alvinegro, Maurício de Souza relembra troca de posição e elogia o camisa 4: "É muito inteligente, de boa técnica, com valências físicas importantes"



ESTADÃO CONTEÚDO


Marcinho voltou aos tempos de ponta-direita após o intervalo da derrota por 3 a 2 para o Internacional (veja os melhores momentos no vídeo abaixo), quando Fernando substituiu Lucas Campos. Terminada a partida, disse: "Eu sou meia-atacante de beirada de origem, fica na memória". E a memória estava boa. Como atacante, deu uma assistência, marcou o seu e achou ótimo passe para Luiz Fernando na jogada em que Alex Santana fez gol anulado pelo VAR.


Melhores momentos de Internacional 3 x 2 Botafogo pela 17ª rodada do Campeonato Brasileiro


Marcinho deixou de ser ponta, posição na qual atuava desde os tempos de Flamengo, em 2014, quando subiu para o sub-20 do Botafogo. A mudança partiu do então treinador da categoria, Mauricio Souza, hoje no Rubro-Negro.


- Ele era ponta no Flamengo. Ele chega no Botafogo como ponta, e eu o encontro ainda de ponta no sub-17. A gente vira sub-20 juntos. Aí bato papo com ele e pergunto se ele não queria treinar também de lateral, porque era uma carência nossa. Enxergava que ele tinha boas capacidades para fazer a lateral - afirmou o técnico do sub-20 do Flamengo.



Maurício Souza antecedeu Barroca no comando do sub-20 alvinegro e foi treinador de Marcinho — Foto: Divulgação/Botafogo


Marcinho não era titular no sub-20 alvinegro, e Mauricio Souza, à época conhecido como Mauricinho, deu a ideia ao pupilo, que aceitou a sugestão e posteriormente tornou-se destaque na categoria. No título brasileiro de 2016, foi um dos principais jogadores nas finais contra o Corinthians.


- Não é que ele não tenha tido êxito como ponta. Márcio precisava de regularidade, na época tínhamos uma carência na posição, o clube não ia renovar com o lateral que já estava. Ele não era titular como ponta, então via para o Márcio uma boa possibilidade. Olhar para a um ponta e para um lateral é diferente. Lateral é mais equilibrado, precisa apoiar e defender.


- A cobrança se equivale. O ponta precisa ser um definidor, ganhar os duelos e ser bastante efetivo no ataque. Márcio é muito inteligente, de boa técnica, com valências físicas importantes para a posição. Via esse equilíbrio e que ele poderia conquistar a posição (de lateral).


Ciente de que Eduardo Barroca conhece muito bem Marcinho e sabe como explorar as qualidades do comandado, independentemente da posição, Maurício Souza crê que o atleta de 22 anos pode ter sucesso em diferentes posições. Ele, porém, acredita que a lateral deu estabilidade ao camisa 4 alvinegro.


- O Barroca poderia falar melhor disso, mas quando trabalhou comigo no sub-20, o Márcio sempre foi um lateral de vocação ofensiva. Até porque ele tem em seu histórico esse tempo todo que jogou de ponta. E um ponta com qualidade. Tenho certeza que Barroca vai saber usá-lo muito bem nas duas funções, mas acho que ele encontrou na lateral o equilíbrio para chegar ao profissional.



Maurício Souza atualmente comanda o Flamengo — Foto: Arquivo Pessoal


Embora tenha convencido Marcinho a atuar como lateral-direito, Maurício Souza, pautado no que observou ainda na base, vê o ex-pupilo habilitado para jogar no ataque.


- Mas ele atuava bem na ponta. Era um ponta veloz, de boa finalização, sabia fazer o jogo por dentro. Era um jogador que não garanto que não teria sucesso de ponta, mas no momento achei que poderia ter mais sucesso de lateral.


Depois de passar a atuar com maior regularidade após a chegada de Alberto Valentim, Marcinho tem 89 jogos como alvinegro, dois gols e um título conquistado (Campeonato Carioca de 2018).



Marcinho fala sobre as funções de lateral e ponta:

Marcinho, você saiu da ponta para a lateral com o Mauricinho. Ele destaca seu talento, mas diz que foi na lateral onde você encontrou a regularidade. Concorda que é na lateral onde deve investir?

Sem dúvida alguma é a posição na qual eu devo investir. Ela que me deu visibilidade no futebol, e é a posição na qual eu me tornei atleta. Isso não é recente, sou lateral há quase cinco anos e, por isso, estou adaptado ali. O fato de ter crescido como jogador nesta função não interfere na minha contribuição para a equipe em outras posições. Compreendo bem o jogo e consigo executar outras funções na partida como alternativa. Mas minha posição mesmo é lateral-direito.


Obviamente você está disposto a ajudar na ponta, tanto que o fez - e bem - contra o Internacional. Como foi voltar ao ataque depois de muito tempo? Sentiu-se à vontade?

Me senti bem. Me adaptei rápido na partida e foi bem tranquilo pra mim. Me senti à vontade e consegui ter volume de jogo, participando bastante das jogadas ofensivas. Estou à disposição para acrescentar no time, onde for preciso jogar, onde o treinador achar que eu posso contribuir. Estarei sempre pronto para atender. Vou continuar trabalhando forte pra poder ajudar, seja na minha posição ou em outras funções como alternativa para mudarmos o jogo.


Fonte: GE/Por Fred Gomes — Rio de Janeiro