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sábado, 14 de março de 2015

Jobson tem nova vitória contra Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem


Atacante tem sido o destaque do Botafogo no Campeonato Carioca, no qual já fez cinco gols




Jobson - Botafogo x Nova Iguaçu - Campeonato Carioca (Foto: Cleber Mendes/LANCE!Press)
Jobson em ação pelo Botafogo
(Foto: Cleber Mendes/LANCE!Press)
A Corte Arbitral do Esporte, na Suíça, decidiu a favor de Jobson sobre o caso de doping envolvendo o atacante na Arábia Saudita. 

Segundo a coluna Panorama Esportivo, do jornal “O Globo”, a Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD), que queria estender ao país a punição, sofreu nova derrota. A ABCD perdeu o prazo de recurso. A entidade já havia sofrido revés no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). A Fifa ainda avalia um recurso de Jobson contra os árabes.

Jobson tem se destacado neste ano pelo Botafogo. Ele é o artilheiro da equipe alvinegra no Campeonato Carioca, com cinco gols. O Glorioso e o representante do jogador, o advogado Rodolpho Cézar, negociam a renovação de contrato do atacante. Ele tem contrato com o Alvinegro até o mês de junho.


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Quarteto fica na academia, e time do Botafogo deve ter novidades neste domingo


Jobson, Marcelo Mattos, Bill e Roger Carvalho ficaram na academia, enquanto outros jogadores treinaram no campo principal do Niltão. Participação de quarteto em jogo só será definida no domingo




Sassá e Tássio - Jogo Treino entre Botafogo x Portuguesa (Foto: Wagner Meier/LANCE!Press)
Tássio em treino do Botafogo
(Foto: Wagner Meier/LANCE!Press)
O elenco do Botafogo treinou na tarde deste sábado no campo principal do Estádio Nilton Santos. A atividade foi a última antes da partida contra o Resende, neste domingo, no mesmo local. Jobson, Marcelo Mattos, Bill e Roger Carvalho ficaram na academia e ainda não estão confirmados para o duelo válido pela décima rodada do Campeonato Carioca.

De acordo com o técnico René Simões, Jobson sentiu a 'perna pesada' no jogo contra o Tigres, na quarta-feira. Já Bill e Marcelo Mattos estão com desconforto muscular. O zagueiro Roger Carvalho, por sua vez, ainda se recupera de uma lesão na panturrilha direita. 

Se não puder contar com Jobson e Bill, o treinador alvinegro pode optar por Sassá, Tássio e até Rodrigo Pimpão, que treina normalmente e já tem condições de voltar ao time. Ele se recuperou de uma lesão na coxa direita, que o tirou de combate na quarta rodada da competição. Há também a possibilidade do treinador mudar o esquema e formar a equipe com apenas um atacante centralizado, com três meias no apoio: Gegê, Diego Jardel e Tomas.

Para a vaga de Roger Carvalho, Diego Giaretta deve ser mantido como titular. Já na cabeça de área, o jovem Dierson, formado nas categorias de base do clube, deve ter a primeira oportunidade como titular. 

O time que treinou como titular na tarde deste sábado iniciou a atividade com Jefferson, Gilberto, Renan Fonseca, Diego Giaretta e Carleto; Dierson, Willian Arão, Diego Jardel, Tomas e Gegê; Tássio.

O Glorioso tem 22 pontos em nove partidas no Campeonato Estadual. O Glorioso acumula sete vitórias, um empate e uma derrotna competição.


Paulo Victor Reis -  LANCENET!

Jefferson, a Estrela Solitária do Botafogo


Único líder de um elenco abatido pelo rebaixamento e pela perda de antigas referências, Jefferson é o homem que pode tirar o Botafogo da lama. “Minha missão é mostrar que a gente pode”



Por: Flávia Ribeiro, da PLACAR

Jefferson, a Estrela Solitária do Fogão | Crédito: Montagem sobre a foto de Daryan Dornellas

No dia em que Jefferson se reapresentou ao Botafogo, após as férias de fim de ano, os olhos da maior parte dos jogadores brilharam. O olhar reverente não passou despercebido pelo técnico René Simões, que chamou o goleiro para uma conversa. Nela, ele contou que o técnico de basquete americano Phil Jackson, que treinou o Chicago Bulls, puxou Michael Jordan para um papo. “O Phil pergunta a Jordan se ele sabe o porquê de o Magic Johnson ainda ser maior que ele. ‘Porque o Magic é campeão, e você não’, diz ele. E ele então explica que o Jordan só não é campeão ainda porque o resto do time o olhava de baixo para cima. ‘Você tem que puxá-los para cima. Para perto de você’, ele disse. E deu no que deu, em seis títulos. E então eu disse ao Jeferson que esse é o papel mais importante dele este ano: puxar os jogadores do Botafogo para mais perto dele, para que eles cresçam. E ele tem feito exatamente isso”, diz René.

Aos 32 anos, Jefferson não teve problemas em assumir a responsabilidade de liderar o grupo. Era algo que ele na verdade já fazia, mas com a companhia de outros jogadores, como Bolívar e, antes, Seedorf. Agora se vê sozinho na função, a estrela solitária do alvinegro. “Meu maior papel aqui é mostrar para os jogadores, muitos na primeira passagem por um grande clube, que a gente pode. Que a gente consegue”, diz. “Jogador precisa de valorização, carinho e se sentir em casa. O ano passado foi difícil, mas eu me sinto em casa no Botafogo. Decidi acreditar.”

Jefferson é ídolo no Botafogo | Crédito: Site oficial do Botafogo

Falar para os jogadores que eles podem é fácil. Fazê-los acreditar é que são elas. Para isso, Jefferson usa sua própria vida como exemplo. Quando foi convocado pela primeira vez para a seleção brasileira, em 2010, pelo técnico Mano Menezes, o goleiro enfrentou muita desconfiança. “Um repórter chegou a me perguntar: ‘Eu te respeito muito como goleiro, mas você não acha que teria que ter mostrado mais antes de chegar à seleção?’. Eu respondi: ‘Olha, eu te respeito também, mas não tenho que te provar nada’. Mas ali também percebi que eu estava longe de ser unanimidade. Que havia rejeição ao meu nome. Então, contei isso a eles, porque sei o que passa pela cabeça de vários deles, que seus nomes não seriam a primeira escolha de muita gente. E no entanto hoje, cinco anos depois, eu ainda estou lá, recebendo muito mais confiança que antes. Porque não caí lá de paraquedas, eu fui convocado por todo um trabalho. E eles não caíram no Botafogo de paraquedas também”.

Não satisfeito, ele lembra a todos que, mesmo tendo que enfrentar a segunda divisão do Brasileiro, o Botafogo é grande. “Sabe quantos jogadores queriam estar aqui, neste time, no nosso lugar?”, pergunta ao resto do elenco. Jefferson quis tanto fcar que preferiu recusar uma proposta do Santos e interromper sondagens de outros grandes clubes brasileiros, todos da primeira divisão, assinando até o fim de 2017. Não foi por falta de interesse de outros, portanto, que resolveu jogar a Segundona pelo time que defende há seis anos, mas com o qual tem uma história desde 2003.

O COMEÇO, NA SÉRIE B

Em 2003, Jefferson experimentou o
tormento da série B | Crédito: Daryan Dornellas
Quando Jefferson chegou ao Botafogo pela primeira vez, naquele ano, o clube estava justamente na série B. Vinha do Cruzeiro, onde foi criado, para ser reserva de Max. Naquela época, conversou com Wágner, que defendeu a meta alvinegra de 1993 a 2002 e estava no América. “Ele me disse que eu tinha a cara do clube, que tinha tradição em goleiros negros.” Wágner, Max e Jeferson, afinal, são homens que ajudaram a derrubar o preconceito contra goleiros, construído desde 1950, quando a culpa pela derrota do Brasil no fnal da Copa do Mundo, no Maracanã, recaiu nos ombros — e mãos — de Barbosa. Entre eles, havia Manga, o goleiro com mais jogos pelo Botafogo (veja abaixo).

Mas só isso não explica a afunidade do goleiro com o Botafogo. Nem ele sabe explicar. Sabe apenas que, quando saiu do clube após a primeira passagem para jogar na Turquia, em 2005, ficou com uma sensação de algo inacabado. “Quando quis voltar, em 2009, o primeiro clube que procurei foi o Botafogo. Acertei tudo e vim. Quando cheguei, veio a informação: ‘Não vamos fechar o negócio’. A essa altura, não tinha mais clube para mim”, conta. Jefferson ficou dois meses treinando sozinho em sua cidade, São José do Rio Preto (SP), correndo por conta própria e tentando conter a angústia de não saber o que aconteceria com sua carreira dali para a frente.

Goleiro teve uma passagem obscura no futebol turco | Crédito: Arquivo Pessoal

Faltando dez dias para fechar a janela de transferência, com o Botafogo na zona do rebaixamento, recebeu a ligação de um dirigente do clube: “Ainda quer vir?” Foi. Mas em condições totalmente diferentes das que haviam sido acordadas quando ele ainda estava na Turquia. “Fui ganhando praticamente salário de júnior e para ser reserva, com contrato de apenas quatro meses”, recorda. Só que, depois de três semanas, ele ganhou a vaga e teve papel importante na caminhada do Botafogo para permanecer na série A, incluindo uma grande defesa no jogo que garantiu que o time não cairia, contra o Palmeiras, na última rodada. Após cinco partidas, foi chamado para renovar, já com um contrato melhor.

A partir dali, Jeferson foi crescendo na equipe. Tornou-se referência para o torcedor, ganhou o respeito e, por fim, o amor. “Foi uma relação construída, cada um conquistando a confiança e o amor do outro. Isso é o que vai restar quando eu parar. Chegar ao clube, ouvir os agradecimentos, ver minha foto pendurada. É isso que estou plantando”, comenta ele, referindo-se ao espaço, na sala da assessoria de imprensa, em que fotos de grandes ídolos alvinegros — como Garrincha, Túlio, Carlos Alberto Torres e o goleiro Manga — decoram as paredes. Jefferson afirma que quer encerrar a carreira no Botafogo, e não parece estar jogando para a torcida ao dizer isso. Lembra que já jogou fora do Brasil e que está bem no Rio. Tudo isso apesar de o clube estar afogado em dívidas de mais de 700 milhões de reais, inclusive com o próprio jogador: dez meses de direitos de imagem em atraso, num total de mais de 2 milhões de reais.

minimuseu que o Botafogo montou para Jefferson na loja do clube, em General Severiano | Crédito: Site oficial do Botafogo

“Acredito no presidente que assumiu [Carlos Eduardo Pereira], que ele só manteve e trouxe quem ele pode pagar. A outra chapa já tinha dito que não poderia me manter. O Carlos Eduardo afirmou que eu era prioridade.” Tanta prioridade que o marketing do clube lançou a campanha #NossoJefferson, por meio da qual conclama os torcedores a colaborarem financeiramente para o pagamento da dívida com o ídolo. O goleiro, no entanto, afirma que aceitou ser a cara da campanha, mas que avisou à diretoria que o dinheiro arrecadado não deve ser usado só com ele, e sim com outros jogadores e funcionários. “Eu não posso ser o único beneficiado de uma campanha”, diz.

Líder que é líder pensa nos outros, afinal. E não só nos companheiros de time, mas também nos funcionários do clube, muitos deles tendo ficado até dez meses sem receber salário. “Teve gente aqui que teve que entregar a casa porque não podia mais pagar as contas, gente despejada. Teve família separada, porque funcionários foram morar na concentração em General Severiano e suas mulheres e filhos foram para a casa dos pais. Eu não posso pensar só nas minhas dívidas, né? E não sou eu que vou levar o Botafogo para a primeira divisão novamente sozinho. Nós compramos esse barulho juntos, vai ser a equipe que vai fazer isso.”

O projeto, então, precisou ser reformulado. Jefferson não quer passar pelo que viveu no ano passado, quando o diálogo entre atletas e diretoria era inexistente. No auge da crise alvinegra, ainda sob a gestão de Maurício Assumpção, o goleiro chegou a duvidar de sua capacidade de superar os problemas para ficar no Botafogo. No segundo semestre do ano passado, então, o clima era insustentável. Antes, o goleiro fazia questão de estar cedo no clube para poder ficar de papo com os amigos. Naquele momento, quando chegava com antecedência, preferia ficar sozinho, no carro, até a hora de se apresentar para o treino. Na época, Jefferson, Emerson Sheik, Bolívar, Edílson e Júlio César participaram de reuniões com o ex-presidente Carlos Augusto Montenegro para discutir uma proposta que possibilitasse a quitação das dívidas do elenco.

Campeão carioca em 2013, ao lado de Seedorf | Crédito: Site oficial do Botafogo

Maurício Assumpção, ao saber disso, demitiu os outros quatro. Manteve Jefferson provavelmente por saber que o desgaste com a demissão do ídolo seria enorme. “No ano passado, ninguém se entendia. Tinha gente que chegava no treino já perguntando: ‘O que será que vai ter hoje?’. Porque todo dia tinha briga. Não entre nós, jogadores. Éramos muito unidos. Mas nos sentíamos o tempo todo ameaçados de ir embora. Não havia diálogo, não havia reconhecimento, não havia gratidão. É normal em um clube, quando há atrasos, os jogadores conversarem com o presidente, perguntarem como está a situação, quais as perspectivas. Ali, não. Então, os quatro foram demitidos, e eu fiquei. Acho que o que me segurou foi eu estar na seleção.”

Outro exemplo da falta de diálogo, conta Jefferson, foi a demissão do treinador de goleiros Flávio Tênius (atualmente no Vasco), um mês antes do início da Copa do Mundo. “Respeito muito quem entrou, que não tem nada com isso. Não entendo é terem demitido o Flávio sem aviso nem explicação. Se eu estava convocado para a Copa, o trabalho dele devia ser bom, né? E era.”

Hoje, com Dunga como treinador, Jefferson tornou-se titular da seleção. Na época da Copa, era reserva de Júlio César e assistiu do banco ao fatídico 7 x 1 para a Alemanha. Muita gente, principalmente botafoguenses, diz a ele: “Ainda bem que você não estava em campo!” A todos, ele responde: “Pois a ferida é a mesma. Senti o que todos sentiram”. Ninguém sabe explicar o que aconteceu naquele jogo, muito menos Jefferson. Ele só sabe que os jogadores queriam reagir e simplesmente não conseguiam, enquanto tomavam um gol atrás do outro. Na sua primeira convocação após assumir a equipe, Dunga fez questão de deixar claro que aquele capítulo ficou para trás. A partir dali, uma nova história se escrevia. No primeiro dia, remanescentes daquele jogo sentiram que havia uma barreira entre eles. “Estávamos eu, Neymar, Luiz Gustavo. Sentia um gelo ali”, lembra. Eles então conversaram e a névoa gelada se dissipou. “É um grupo jovem, mas forte. E o ambiente está leve”, garante.

Na seleção, reserva de Júlio César na Copa a
titular com Dunga | Crédito: Mowa Press
Ambiente leve na seleção e no Botafogo, portanto. Que, em meio a tantas más notícias, pôde voltar a jogar na sua casa, o Engenhão, reaberto após quase dois anos fechado para obras. Mais um motivo para a liderança de Jefferson aforar, dessa vez em constantes conclamações à torcida. “O campo, em si, tanto faz. Quem o transforma em nossa casa é a torcida. O Engenhão só vai fazer diferença a nosso favor se o torcedor aparecer”, diz, deixando claro que nem se sente um líder. Até um ano atrás, quando se falava em líder no Botafogo, a imagem que vinha à mente nem era a dele, e sim a do holandês Seedorf. Jefferson se sente bem diferente do antigo companheiro de equipe. “Minha liderança não é vaidosa. Não quero foco, não quero glória. A liderança do Seedorf é boa, mas forte, de cobrança. Sou mais de conversar até o cara se abrir do que de dar dura. Em campo cobro mais, mas mais do pessoal da defesa. ‘Fulano, bate forte na bola. Beltrano, chega mais por esse lado’. Mas cada um sabe o que fazer e não me meto no trabalho do treinador. Não digo como bater pênalti, não mando meia cair por esse ou aquele lado. Sei meu papel.”

Com Seedorf, liderança dividida | Crédito: Site oficial do Botafogo

MALUCO, EU?

Jefferson muitas vezes nem sabe bem o que está acontecendo no ataque, a ponto de nem sequer ver alguns gols. O que ajuda a explicar uma cena que se repete nas partidas: a bola no ataque de seu time e ele se mexendo sozinho de um lado para o outro, como se ela estivesse na defesa. “Já me perguntaram se eu sou louco”, conta, rindo. “É que eu aproveito enquanto a bola está na frente para simular situações de jogo. Se, numa jogada anterior, o atacante chutou para fora, eu fico simulando como se tivesse chutado certo.” Para coroar a fama, Jefferson ainda apareceu em 2015 com um corte de cabelo que desenhava uma estrela solitária na cabeça.

Jefferson colocou a estrela solitária na cabeça
| Crédito: Site oficial do Botafogo
PRIMEIRO A META. DEPOIS, SÓ FAMÍLIA

Com 379 jogos com a camisa alvinegra, Jefferson tem uma meta pessoal: chegar a 500. Imagina que vai jogar ainda por uns cinco anos, o que daria tempo de sobra para inclusive ultrapassar a meta. Ele é o segundo goleiro com mais jogos pelo Botafogo, atrás de outro ícone, Haílton Correa de Arruda, o Manga.

Durante nove anos, de 1959 a 1968, Manguinha foi supremo sob as traves alvinegras. Com 442 jogos, ainda é o arqueiro que mais atuou pelo alvinegro – na lista geral, é ultrapassado por Nilton Santos, Garrincha, Quarentinha e Waltencir. Basta uma temporada completa para Jefferson superá-lo.

Depois, vai se dedicar integralmente às mulheres de sua vida: sua esposa, Michelle, e as flhas, Nicole, de 6 anos, Débora, de 4, e Jéssica, de 1. À noite, quando chega dos treinos, brinca de boneca e serve de touro para as meninas montarem. Depois que elas dormem, vê filmes na TV com Michelle. Sai pouco. “Com criança é difícil”, diz ele, que é evangélico e leva a religião, a família e o Botafogo a sério.

Manga, goleiro com mais jogos pelo Botafogo
| Crédito: Arquivo do Estado
"JEFFERSON MUDOU MINHA VIDA"

"Estou preso há 11 anos. Cumpro uma pena de 81 anos por assaltos a bancos e carros-fortes. Estou no RDD, o Regime Disciplinar Diferenciado. Não tenho TV nem rádio. Só podem entrar livros e revistas. É na PLACAR que acompanho o Cruzeiro, meu time de coração. Antes, estava na [penitenciária] Nelson Hungria, em Contagem (MG), a mesma do ex-goleiro Bruno. Gosto de goleiros: eu já havia mandado uma carta para Jefferson, do Botafogo.

Tentei fugir uma vez: com um revólver 38, rendi um agente e uma professora. Tentei pular o muro, mas não consegui. Virou a maior rebelião daquele presídio. No mesmo dia em que era transferido para a segurança máxima recebi a resposta de Jefferson. Ele me mandou uma Bíblia e uma camisa autografada. Disse para ler João, capítulo 8, versículo 32: 'Conhecereis a verdade, e a verdade o libertará'.

Aquela foi uma resposta Padrão Fifa. Jefferson acreditou em mim. Em pleno Campeonato Brasileiro, ele tirou um tempo para me responder. Suas palavras mudaram minha vida: larguei o crime. Não fosse Jefferson, poderia ter morrido em uma nova fuga.”

Carta enviada à PLACAR por Daniel Augusto Cypriano, detento da Penitenciária de Segurança Máxima de Francisco Sá (MG)

Larguei o crime e não sou mais um preso revoltado e agradeço isso tudo ao goleiro Jefferson | Crédito: Reprodução

Fonte: Revista PLACAR

René aguarda por Bill e Marcelo Mattos para montar time alvinegro


Jogadores estão com desconforto muscular e podem não enfrentar o Resende



Bill está com desconforto muscular
(Foto: Wagner Meier/LANCE!Press)
O técnico René Simões ainda aguarda para saber as condições físicas de Bill e Marcelo Mattos para montar o time do Botafogo neste domingo, contra o Resende, no Estádio Nilton Santos. De acordo com o próprio treinador, a dupla está com desconforto muscular.

Outro titular que ainda é dúvida para a partida deste domingo, válida pela décima rodada do Campeonato Carioca, é o zagueiro Roger Carvalho. Ele se recupera de uma lesão na panturrilha direita, mas treinou no campo nesta sexta-feira, sem sentir dores.

Bill e Mattos foram desfalques na vitória sobre o Tigres, por 3 a 0, no Estádio Nilton Santos, na quarta-feira. No entanto, eles não jogaram porque estavam suspensos e não por causa de problemas físicos. Se não puder contar com a dupla, René poderá escolher várias opções, como Dierson ou Fernandes para a cabeça de área, e Sassá ou Tássio, para o ataque.

O Botafogo é o vice-líder do Campeonato Carioca, com 22 pontos, um a menos do que o líder Vasco, que tem 23.

Paulo Victor Reis - LANCENET!

Número de lesões faz preparação física entrar em pauta no Botafogo


René Simões evita a palavra preocupação, mas admite que comissão técnica está em busca do motivo de alto número de jogadores indisponíveis neste início de temporada



Na última sexta-feira, René Simões comandou um treino com apenas 14 jogadores de linha, metade do total do elenco. Sem contar Jobson e Carleto, que foram liberados por questões particulares, os demais estão no departamento médico, em tratamento, ou foram poupados por causa de dores musculares. O treinador prefere não usar a palavra preocupação, mas admite que a questão física vem sendo discutida na comissão técnica.

Da equipe titular, Gilberto, Renan Fonseca, Marcelo Mattos, Diego Jardel e Bill estão em observação por causa de queixas de dores musculares. Volante e centroavante, inclusive, ainda são dúvida contra o Resende, neste domingo. O zagueiro Roger Carvalho perdeu a última partida por causa de dor na panturrilha direita e também não está confirmado no próximo jogo.

René e Antônio Lopes conversam com preparador físico Marcello
Campello: lesões em pauta (Foto: Gustavo Rotstein)
Em pouco mais de dois meses desde o início da pré-temporada, outros jogadores como Jobson, Rodrigo Pimpão, Andreazzi, Dankler, Lucas Zen, Airton, Fernandes, Alisson e Luis Ricardo ficaram fora da lista de opções por causa de lesões ou problemas musculares.

- Temos discutido muito isso e queremos saber o motivo. De qualquer forma, é possível concluir com mais segurança quando existe um histórico dos jogadores com os quais você trabalha após seis, oito meses. Quando é assim, os indicadores mostram que determinado atleta não está legal, mas em 63 dias não temos isso. Então, nos treinos a gente aperta mais ou menos. Vejo tudo como absolutamente normal, mas claro que não quero que aconteça - analisou o treinador.

René, entretanto, não descarta o psicológico como um fator que influencie o rendimento da equipe em campo. Mesmo assim, destacou o bom desempenho alvinegro ao longo das nove partidas disputadas na temporada.

- Muitos aqui saíram de clubes pequenos para um gigante, e isso é uma pressão. O Botafogo foi o único que não saiu do G-4 do Carioca, o que também é uma pressão. Trabalhar assim influencia na adrenalina do jogador. Mas outro fator importante é que dos nossos 20 gols, 14 foram marcados no segundo tempo, o que mostra um grupo bem preparado. Apesar disso, temos reuniões diárias sobre a questão física. É um tema que está em pauta - explicou.

Renan Fonseca e Willian Arão fazem trabalho específico:
preocupação de evitar novas lesões (Foto: Gustavo Rotstein)
Responsável pela preparação física do Botafogo, Marcello Campello, contratado pelo clube em 2015, avaliou como satisfatória a preparação da equipe desde o início da temporada e acredita que isso tem se refletido positivamente nas partidas.

- Nosso planejamento foi muito bem executado pela comissão, liderada pelo René, e conseguimos dar um lastro para a equipe. Isso está valendo no segundo tempo das partidas. Está sendo muito proveitoso, conseguindo fazer gols. Estamos conseguindo nos sobrepor, principalmente no segundo tempo - observou ele, em entrevista à Rádio Brasil.

Jogadores como Renan Fonseca e Willian Arão atuaram em todas as partidas do ano sem que fossem substituídos, assim como o goleiro Jefferson. O lateral-direito Gilberto tem apenas 30 minutos de descanso até o momento. René Simões também prefere usar a comparação para avaliar as condições físicas de seu elenco.

- Tenho a lista de todos os clubes e quantos jogadores eles já perderam. Mas nós estamos um pouco acima da média.

Nos últimos dias, Rodrigo Pimpão, Andreazzi e Dankler voltaram a treinar com bola com o restante dos companheiros. Marcelo Mattos, Bill, Roger Carvalho, Luis Ricardo, Fernandes, Lucas Zen e Cidinho ainda estão sob cuidados de médicos e preparadores.

Por Gustavo Rotstein Rio de Janeiro/GE