Páginas

sexta-feira, 24 de abril de 2015

Jobson dispensado, Bill em campo: René intensifica trabalho defensivo


Em meio à polêmica da suspensão do atacante alvinegro, treinador do Botafogo vê o camisa 9 recuperado e trabalhando com bola, mas não dá pistas da equipe titular



O dia foi de tensão no Botafogo. Após uma tranquila semana de treinamentos, o Alvinegro começou a atividade desta sexta-feira com a notícia da suspensão de quatro anos de Jobson. O atacante chegou a aparecer no Engenhão, mas foi liberado pela comissão técnica. O torcedor, porém, tem um motivo para comemorar. Pela primeira vez na semana Bill fez trabalho com bola no gramado. O camisa 9 vinha se recuperando de uma lesão no tornozelo esquerdo, sofrida na semifinal contra o Fluminense.

René Simões intensificou o trabalho do setor defensivo do Botafogo durante grande parte do treinamento, montando situações de jogo contra a defesa formada por Gilberto, Renan Fonseca, Giaretta e Diego Jardel. Mas o treinador não deu pistas da equipe que entrará em campo domingo, no Maracanã, contra o Vasco.

Bill treina com bola após semana tratando lesão no tornozelo esquerdo (Foto: Igor Rodrigues)
O atacante Henrique, utilizado no chamado time titular no treinamento de quinta-feira, também foi liberado pela comissão por uma indisposição estomacal. Bill, maior esperança de gols da torcida – já foram seis no estadual –, fez um trabalho à parte com bola.

O Botafogo faz o último treinamento antes do primeiro jogo da final neste sábado, às 9h, no Engenhão. A primeira partida da decisão do Campeonato Carioca acontece às 16h deste domingo, no Maracanã, e o GloboEsporte.com acompanha todo o ambiente do clássico a partir das 13h, e Tempo Real com vídeos quando a bola rolar.


Por Igor Rodrigues* e Marcelo BaltarRio de Janeiro - Estagiário sob supervisão de Daniel Dutra

Jobson: Fifa valida suspensão árabe, e atacante não joga a final do Carioca

Jobson, durante passagem pelo ‎Al-Ittihad, quando teve o problema com a federação saudita (Foto: Reprodução/Twitter)

Jogador havia sido penalizado por se negar a fazer um exame antidoping enquanto atuava pelo Al-Ittihad, da Arábia Saudita, em 2014.

O atacante Jobson, do Botafogo, está suspenso do futebol por quatro anos. A punição acontece por ele ter se negado a fazer um exame antidoping enquanto atuava no futebol da Arábia Saudita, em 2014. Sempre existiu a dúvida sobre a validade da pena fora do país árabe, mas nesta sexta-feira a Fifa confirmou que a suspensão é válida em todo mundo.

O Botafogo já foi notificado, e o departamento jurídico está analisando o caso. O clube pode recorrer, mas Jobson já está fora do primeiro jogo da decisão do Carioca, contra o Vasco, no próximo domingo.

Entenda o caso:

Há um ano, Jobson foi notificado de que estaria suspenso por quatro anos por ter se recusado a fazer um exame antidoping no dia 25 de março de 2014 pelo Antidoping da Arábia Saudita. O documento dizia que a suspensão preventiva vale para jogos "internamente e externamente". De acordo com a nota, o jogador se omitiu a realizar o teste e não deu ouvidos aos avisos subsequentes. O Comitê Antidoping afirma ter comunicado, primeiramente, o clube sobre a infração. Depois, o jogador teria sido procurado pessoalmente através de telefone e até mesmo em sua residência, não sendo encontrado.

Por fim, Jobson teria faltado a duas audiências no Gabinete da Presidência Geral da Juventude e Bem-Estar de Jidá. O comunicado do comitê lembrou que o jogador já teve outros dois problemas com doping, em 2009, testando positivo para o uso de cocaína, o que o deixou afastado dos gramados, primeiramente, por sete meses, e, depois, por mais seis.

Os advogados do atacante, no entanto, sempre afirmaram que o que aconteceu na ocasião foi uma arbitrariedade. A principal tese levantada pelos responsáveis pela defesa de Jobson é de que trata-se de uma espécie de represália, já que o atacante acionou o Al Ittihad na Fifa para receber salários e outros pagamentos devidos. Como o clube tem força na Federação Saudita, teria havido uma suposta articulação para punir o jogador numa situação no mínimo incomum quando se trata de um procedimento antidoping.

Jobson voltou a entrar em campo e reestreou com a camisa do Botafogo apenas no dia 20 de outubro do ano passado, no empate com o Sport, pelo Campeonato Brasileiro.

Atualmente, o jogador negocia a renovação do contrato com o clube alvinegro.

Por GloboEsporte.com Rio de Janeiro/GE

Com menos medalhões do que em 2013, Marcelo Mattos valoriza René


Capitão do Bota na ausência de Jefferson destaca diferenças do experiente time campeão de 2013 com o atual, exalta luta e afirma: "Merecemos estar nessa final"




Marcelo Mattos é um dos líderes do jovem Botafogo
 de René Simões (Foto: Lucas Loss)
Quando o Botafogo apresentou o elenco para a disputa do Campeonato Carioca de 2015, poucos apostavam em um resultado positivo, muito pela inexperiência dos jogadores. Porém, sob comando de René Simões, as jovens apostas do Alvinegro surpreenderam com a conquista da Taça Guanabara e seguem na briga pelo primeiro título da temporada. Um dos mais experientes do grupo, Marcelo Mattosvive um momento diferente na equipe. Em 2013, o volante esteve ao lado de Seedorf e companhia para levantar a taça do estadual. Hoje, com menos referências no grupo, o jogador exerce papel de liderança e faz questão de destacar a importância do treinador durante todo o período de treinamento.

- Em 2013 tinha Seedorf, Bolívar, Jefferson... Muitos experientes que facilitam essa caminhada. A diferença é que em janeiro tivemos muitos jogadores novos, que estavam se conhecendo e que não conheciam o clube. Então precisou ser feito um trabalho muito forte, um trabalho muito bem feito desde o primeiro dia. Aqui temos jogadores que querem vencer na vida, e isso ajuda muito. Vejo nos olhos deles que querem vencer. Temos um treinador que vem sendo fundamental, uma pessoa especial e muito experiente - analisou.

Comparação dos jogadores mais experientes do Botafogo de 2013 e 2015 (Foto: GloboEsporte.com)

Quanto à falta de confiança de muitos no grupo, Marcelo Mattos não se espanta. Pelo contrário. De acordo com o volante, o momento do Botafogo, rebaixado no Campeonato Brasileiro, faz com que a dúvida sobre a continuidade do trabalho seja constante. Contudo, o capitão da equipe - na ausência de Jefferson - destaca a união dos jogadores e afirma que a luta para chegar até a decisão do estadual faz do time merecedor do título.

- Quando você vê uma equipe com jogadores novos, uma equipe que caiu para a Segunda Divisão, é normal falar que o Botafogo não chegaria a lugar nenhum. Mas nós sempre acreditamos. Nada nos foi dado, sofremos muito na pré-temporada e nos jogos. Merecemos estar nessa final, com certeza. O Vasco também merece. O Botafogo está de parabéns pelo que fez no campeonato. Agora vamos buscar fazer mais dois bons jogos e comemorar.

Botafogo e Vasco se enfrentam neste domingo, às 16h (de Brasília), no Maracanã, pelo primeiro jogo da final do Campeonato Carioca. O Alvinegro joga por dois empates para ficar com o título. 

Em 2013, Seedorf liderou o Botafogo e conquistou o título do Campeonato Carioca (Foto: Satiro Sodré / Agif)



Por Gustavo Rotstein e Igor Rodrigues*Rio de Janeiro
*Estagiário, sob supervisão de Gustavo Rotstein.

Botafogo-PB já se prepara para a vida sem o artilheiro Rafael Oliveira


Belo só espera comunicação oficial do empresário João Feijó para liberar o atacante, que pode se apresentar na semana que vem no Botafogo para as disputas da Série B



A saída de Rafael Oliveira do Botafogo-PB parece ser uma questão de tempo. Ou melhor, de um comunicado oficial do Corinthians-AL, dono dos direitos federativos do jogador, confirmando que aceitou a proposta do Botafogo do Rio de Janeiro. É assim, fácil, fácil. Isso porque, apesar de ter contrato com o Belo até o fim do ano, o artilheiro do Brasil em 2015 tem uma cláusula que o libera automaticamente em caso de propostas de clubes das séries A ou B do futebol brasileiro.

- O nosso interesse é continuar com Rafael até o fim da Série C. Mas realmente existe essa cláusula em seu contrato. Hoje ele é um jogador valorizado, é o artilheiro do futebol brasileiro, por isso muitos clubes o querem. Mas o Botafogo não recebeu nenhum pedido oficial para liberar o atleta - frisou o diretor de futebol Zezinho Botafogo.

Rafael Oliveira tem uma média de quase um gol por jogo em 2015 (Foto: Francisco França / Jornal da Paraíba )

Na verdade, a diretoria do Belo já sabe que dificilmente terá condições de segurar Rafael Oliveira, se esse não for o interesse do jogador (como de fato é). No entanto, ainda tenta alguma compensação com o Botafogo carioca, assim que for oficialmente comunicado do interesse. A outra possibilidade, mais remota, é o Botafogo paraibano procurar o jogador para um novo acerto financeiro, demovendo-o da ideia de sair de João Pessoa.

Oliveira é hoje a grande referência do ataque do
Belo (Foto: Francisco França / Jornal da Paraíba)
No Rio de Janeiro, a contratação de Rafael Oliveira pelo Glorioso já é dada como certa. Nesta quinta-feira, inclusive, informações de dentro do clube carioca davam conta que o atacante se apresentaria na semana que vem para exames médicos.

Com isso, o Botafogo-PB já prepara a vida sem o seu artilheiro. O primeiro passo foi acelerar a contratação de Luiz Carlos, que estava no Brasiliense. O jogador de 34 anos e em sua chegada a João Pessoa teve que responder a muitas perguntas sobre a possibilidade de substituir Rafael Oliveira.

- Eu não estou sabendo se Rafael Oliveira vai ou não. Ele não se pronunciou em relação a isso. Espero ter a felicidade de jogar com ele e dar o meu melhor, até porque acho com dois matadores quem ganha é o Belo - emendou.

Em meio a tudo isso, Rafael Oliveira adota a lei do silêncio. Ele vem ficando fora das escalas de entrevistas elaboradas pela assessoria do Botafogo. Após a partida contra o Sousa, na quarta-feira, em que fez um dos gols da vitória de 4 a 2 no Marizão, o jogador se limitou a dizer que está feliz no Belo, e que qualquer mudança de endereço está nas mãos do empresário João Feijó. Assim, tudo parece ser mesmo uma questão de tempo - e de trâmites burocráticos.

Raio-x de Rafael Oliveira em 2015 (Foto: GloboEsporte.com)

Por Expedito MadrugaJoão Pessoa/GE

Gols e raça: Gilberto e Bill driblam desconfiança e viram protagonistas


Atacantes deixam os badalados Fred e Marcelo Cirino para trás, ganham moral com os torcedores e começam a decidir o título do Carioca neste domingo, no Maracanã



Eles não tem a fama de Fred, do Fluminense, e nem chegaram sob os holofotes de Marcelo Cirino, do Flamengo. Mas Gilberto e Bill têm muito o que comemorar nos primeiros meses de 2015. Com gols, raça e muita superação, a dupla driblou a desconfiança dos torcedores de Vasco e Botafogo para virar protagonista na decisão do Campeonato Carioca. O primeiro embate será no domingo, às 16h (de Brasília), no Maracanã.

Gilbeto e Bill roubaram a cena no Carioca e viraram os protagonistas da final (Foto: Montagem sobre foto de Divulgação)
No confronto pela Taça Guanabara, tudo igual no placar: 1 a 1. Melhor para Gilberto, autor do gol do Vasco (veja no vídeo abaixo). Foi um de seus oito em 11 jogos no estadual. Um desempenho que o fez cair nas graças dos cruz-maltinos em pouco tempo. Com o estilo de nunca desistir das jogadas, o camisa 9 não sossegou enquanto não conseguiu concretizar sua transferência por empréstimo para São Januário. Depois de uma temporada no Toronto FC, do Canadá, estava com saudade das grandes partidas, da emoção de fazer o gol decisivo e comemorar com a galera. Como a que sentiu diante do Flamengo no último domingo.

- Eu sentia falta desse calor da torcida. A liga dos Estados Unidos (MLS, que conta com clubes canadenses) está evoluindo, mas o futebol não é o esporte preferido por lá. Eu também tinha meus objetivos de crescer mais e mais. E isso o Vasco me proporciona. É difícil descrever o que eu senti na hora do gol contra o Flamengo. Foi muito emocionante. Estou feliz, me sentindo em casa - resumi Gilberto.



Depois de uma campanha irregular na Série B do Campeonato Brasileiro de 2014 (subiu em terceiro lugar), o Vasco reformulou seu elenco. O retorno à elite, aliado à eleição do presidente Eurico Miranda, trouxeram muitas mudanças para São Januário. Com uma política econômica mais conservadora, a diretoria abriu mão de jogadores com alto salários e estipulou um teto de R$ 150 mil para os novos contratados. A aposta no técnico Doriva foi uma das iniciativas.

- O nosso segredo é que não temos um cara que resolve. Nosso grupo é o cara. Por isso espero que a torcida pare de pegar no pé de um ou outro. Precisamos de todos - pediu Gilberto.

Situação parecida com a do Botafogo. Rebaixado para a Série B do Brasileirão no ano passado, o Alvinegro reconstruiu seu elenco. Um dos jogadores que chegou para somar foi justamente Bill. Depois de se destacar no Ceará, o atacante precisou driblar a desconfiança dos torcedores alvinegros em sua primeira passagem pelo futebol carioca. Já tem seis gols no estadual. Mas a situação que mais lhe marcou no torneio foi a superação na classificação sobre o Fluminense, justamente quando balançou a rede pela primeira vez em clássicos do Carioca (veja no vídeo abaixo). Depois de sofrer uma entorse no tornozelo esquerdo no segundo tempo, precisou ficar em campo até o fim - René já tinha feito as três substituições. Não só ajudou, como ainda bateu e converteu sua cobrança na decisão por pênaltis.

- Calamos a boca dos críticos que falaram que os jogadores que estavam chegando ao Botafogo eram indigentes, que o Botafogo não tinha feito contratações perfeitas. É claro que os reforços não são perfeitos, mas quem está aqui está ajudando, trabalhando e mostrando muito empenhado em busca do título. O Botafogo está de parabéns por contratar esses jogadores. Todos sabem a qualidade do grupo que está aqui - desabafou.




No domingo, Gilberto e Bill estarão frente a frente outra vez. Após driblarem as desconfianças dos torcedores com gols e raça, os atacantes sonham com título carioca. Quem leva a melhor?

- Deixa ele vender o peixe dele lá, que eu vendo o meu aqui - encerrou Bill.

Por Edgard Maciel de Sá e Marcelo Baltar Rio de Janeiro/GE