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domingo, 28 de outubro de 2012

Em dia de folga, Seedorf vai ao Botafogo e faz sessões de gelo



Com ressonância magnética prevista para esta segunda, holandês continua tratamento na coxa direita e tenta se recuperar para jogo contra o Palmeiras




Após a goleada por 4 a 0 sobre o Atlético-GO, o dia de folga dos jogadores não teve o mesmo significado para Seedorf. O holandês, que sentiu dores na coxa direita e deixou o jogo ainda na primeira etapa, tenta não perder tempo para ter condições de enfrentar o Palmeiras, daqui a uma semana. No fim da manhã deste domingo, ele seguiu o tratamento que começou ainda no vestiário do Engenhão e foi à sede do clube, em General Severiano, para fazer sessões de gelo no local da lesão.

Está prevista para esta segunda-feira uma ressonância magnética na perna de Seedorf, numa clínica credenciada pelo Botafogo e de confiança do departamento médico, para averiguar a gravidade da lesão. O clube, no entanto, ainda irá marcar o exame. Dependendo do horário, o resultado poderá sair no mesmo dia.

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Embora o camisa 10 tenha mais sete dias para se recuperar, a possibilidade de o meia ser escalado na próxima rodada é tratada com cautela no clube, que evita manifestar opinião antes do resultado do exame. Depois da vitória sobre o Atlético-GO, o holandês, aos 36 anos, admitiu que vem sofrendo um desgaste com a sequência de partidas.



- Agora a gente não sabe o que tem ainda. Em 48 horas, vamos poder fazer uma ressonância… Espero que não seja muito grave. Estou jogando desde agosto do ano passado, um ano e meio direto e, às vezes, o corpo quer descansar também - disse o meia, com os olhos marejados, na sapida de campo.

Botafogo e Palmeiras se enfrentam no próximo domingo, às 17h (de Brasília), na Fonte Luminosa, em Araraquara (SP). O Alvinegro está em sexto lugar com 50 pontos, oito atrás do São Paulo, último integrante do G-4. Restam cinco jogos para o fim do Brasileirão.

Seedorf chorou ao deixar o jogo com dores na coxa (Foto: Dhavid Normando/Futura Press/Agência Estado)
Por Thiago de Lima Rio de Janeiro



Malandragem, crianças e música: as lições de educação de Seedorf


Com o apelido de Professor, holandês do Botafogo pede mais lealdade e honestidade dos brasileiros em campo e fala sobre sua paixão pela música


No dia 10 de julho, Seedorf fez seu primeiro treinamento como jogador do Botafogo em General Severiano. Doze dias depois, entrou em campo na sua estreia pelo novo clube na derrota por 1 a 0 para o Grêmio, no Engenhão. De lá para cá, são quase quatro meses, com 21 partidas e nove gols conhecendo de perto virtudes e defeitos do futebol brasileiro e vivendo intensamente suas rivalidades, dramas e histórias.

Aos 36 anos, Seedorf sempre foi conhecido em sua carreira por ser um jogador educado ao extremo em campo e ganhou o apelido de Professor. Fora dele, exibe o mesmo perfil. Com sorriso fácil e cumprimento simples e cordial a quem sabe respeitá-lo, o holandês conquistou rapidamente seu espaço em um novo país, onde desembarcou como ídolo, com recepção de gala no Aeroporto Internacional Tom Jobim.

- Cada um vive a sua maneira. A minha disponibilidade tem a ver com a educalçao da pessoa. Se estou jantando, peço para esperar. Geralmente, entendem e atendo sempre que possível. É uma pequena ação para fazer feliz uma pessoa. Ela gosta do que vocês está fazendo e quer um pouco de atenção - disse Seedorf.
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Essa preocupação com a educação fora de campo adentra os gramados do país. Nesses quase quatro meses, Seedorf identificou a preocupação do brasileiro em ludibriar os árbitros como um problema a ser corrigido. A lealdade entre os jogadores, segundo ele, é importante para manter o profissionalismo do jogo.

- O futebol tem uma importância enorme socialmente falando e os jogadores precisam ser mais leais. Ser malandro parece um pouco demais. É importante que haja solidaeridade, que sejam honestos. A Uefa combate isso há uns cinco, seis anos. Entro em campo para fazer o meu melhor e com o pensamento de que quem se sair melhor vai vencer. Um precisa do outro. Se jogar no chão para o árbitro entender mal a jogada é um malandragem e não respeito isso. Complica a vida da arbitragem, que já trabalha em um nível de velocidade extremo. Transmitimos coisas para as crianças e ganhar fazendo as coisas de forma correta é melhor. Não precisa de malandragem para ganhar. É uma coisa habitual de vários jogadores que pode ser atacada para passar valores positivos - comentou Seedorf.

Seedorf entra no combate contra a malandragem no futebol (Foto: Thales Soares / Globoesporte.com)
Sua preocupação vai além. Para Seedorf, o trabalho de desenvolvimento dos jogadores na base precisa melhorar. Muitos chegam aos profissionais sem a formação ideal de educação para sobreviver ao fim da carreira no futebol. Convidado para palestras em empresas pelo mundo afora, o holandês espera poder contribuir para isso e usou mais uma vez o desafio de Ronaldo no quadro "Medida Certa", do Fantástico, como exemplo.

- Todo mundo gosta de dizer que os jovens são o futuro. Ter uma educação boa e praticar esporte são duas coisas muito importantes para o crescimento de uma criança. Sei da minha posição e o que minha palavra representa, assim como a atitude do Ronaldo de aceitar seus problemas e trabalhar para melhorar por causa de sua saída. Saber falar não às drogas é importante. Há jogadores que chegaram pelo talento e não tiveram uma base. Depois dos 40 anos, vão fazer o quê?. Esta é minha filosofia de vida que quero passar para os outro direta ou indiretamente com atividades sociais, falando em escolas, empresas, que chamam para palestras e tem valores muito parecidos com o do esporte. Não adianta ganhar uma Copa. Ela sozinha não tem significado. Quero colocar valores dentro dela, o trabalho duro, o suor, a disciplina, o comprometimento dos jogadores. Mostra que isso não vem de graça, mas de um desempenho convertido em uma realidade atravás de um trabalho - explicou Seedorf.

Nessa relação com os brasileiros, o holandês também tem elogios. Depois de conviver com muitos deles em sua longa carreira na Europa, conseguiu traçar um perfil. Com alguns, Seedorf tem um contato mais próximo, mas sempre teve um tratamento de respeito com todos. Ele percebeu nesse tempo um comprometimento entre eles, que serve como exemplo para o crescimento do Brasil como país.

Seedorf autografa camisa levada pelo volante
Gabriel (Foto: Thales Soares / Globoesporte.com)
- Os brasileiros têm virtudes interessantes, especialmente jogando juntos. Nunca vi um falar mal do outro pelas costas. Isso mostra que o crescimento do país não é casual, mesmo com todos os problemas que ainda precisa resolver e as dificuldades. Mas já existe esse espírito, de um sempre apoiar o outro. Para o brasileiro é mais difícil ser sério, tirar o drama que o futebol leva em várias situações. Precisa de uma mentalidade mais europeia para dar esse equilíbrio - analisou Seedorf.

O discurso sobre o futebol brasileiro também serve para o Botafogo. Seedorf já disse outras vezes que sua motivação para aceitar o convite do clube foi o desafio da mudança e como poderia contribuir em uma situação diferente das que já havia passado em sua carreira, em clubes da elite mundial, como Milan e Real Madrid. Ele acredita no trabalho que vem sendo realizado para conquistas futuras.

- Se o Botafogo tiver coragem, força e tranquilidade para continuar nesse caminho que o clube começou há quatro anos, é uma questão de tempo. Nada é construído em doias dias. Uma casa não é feita em dois dias, principalmente sabendo onde o Botafogo estava antes. Foram muitos trabalhos bem feitos, mas só olham o resultado no campo. O torcedor está certo em ver assim, mas internamente, qualquer clube precisa de um projeto para construir alguma coisa. Se o resultado vem antes, tudo bem, mas você não pode fazer um time forte agora para depois ficar 20 anos sem ganhar porque não construiu uma base - comentou o holandês.

Família, vida e música

Nessa sua nova vida, Seedorf tem sua família, que mantém distante dos holofotes, administra de longe três restaurantes japoneses na Itália e conta com projetos sociais no Suriname, sua terra natal. No Brasil, ainda espera fazer mais e tem na Copa do Mundo de 2014 uma boa oportunidade de investimento no futuro.

- Minha felicidade é quando consigo dar algo a alguém. Não falo em dinheiro, mas uma palavra, uma atitude. A felicidade do outro é a minha. Quem sabe dar sem pedir, vai receber também. Isso não significa que não goste de fazer dinheiro, negócios, mas você pode fazer isso com certos valores. Na vida, não há só o futebol. Apenas 1% chega ao máximo nível. Por isso, as crianças precisam entender como a escola é importante - disse.

A vida no Brasil, segundo o próprio Seedorf, tornou-se mais fácil do que ele mesmo esperava. A adaptação tem sido simples, mas com métodos de trabalho, uma rotina e temperaturas bem diferentes do que estava acostumada em 20 a nos de futebol europeu. Até mesmo no relacionamento entre os membros da comissão técnica, o holandês percebeu diferenças.
Aqui, quando levanto, está sempre sol. Uma qualidade de vida para treinar muito boa. No Brasil, o preparador físico fala mais, tem uma interferência maior, o que na Europa não existe. Lá, ele faz o trabalho dele e vai embora"
Seedorf

- Aqui, quando levanto, está sempre sol. Uma qualidade de vida para treinar muito boa. No Brasil, o preparador físico fala mais, tem uma interferência maior, o que na Europa não existe. Lá, ele faz o trabalho dele e vai embora. No Brasil, todo mundo está sempre presente, na preleção, há uma participação de todos. A comida também. Tem muita - brincou Seedorf.

Sempre sorridente e com tiradas bem humoradas, Seedorf falou sobre seu lado cantor. Fã de Bob Marley, Michael Jackson e soul dos anos 60 e 70, ele chegou a gravar ao lado do irmão Jurgen. No Brasil, citou Ivete Sangalo como a mais popular até agora, mas fez elogios aos estilos em geral.

- Nada que ouvi até agora aqui fez barulho na minha orelha. Algumas têm um ritmo mais interessante, como pagode, samba, bossa nova. Mas a Ivete Sangalo é a que eu mais conheço. Nas festas, toca o tempo todo. Gosto de cantar mesmo, mas de onde vem, não sei. Tenho um irmão também que canta muito bem. Os escravos sempre cantavam para botar o estresse para fora. Talvez tenham limpado a voz para a gente. Acho que todo mundo deveria cantar. Faz bem para a alma - disse Seedorf.

A carreira de jogador está em seus últimos anos, mas o futuro ainda é um mistério para Seedorf. Seu contrato com o Botafogo vai até o dia 30 de junho de 2014. O holandês não gosta de fazer previsões e diz que muita coisa pode mudar de um ano para o outro.

- Vou fazendo coisas que estão no meu caminho. Há três anos não pensava em vir para cá jogar futebol. As coisas mudam - afirmou Seedorf.

Por Kiko Menezes e Thales Soares Rio de Janeiro


Maicosuel ergue a cabeça após cavadinha e diz: 'Faria de novo'



Jogador nega displicência ao arriscar em pênalti que tirou Udinese da Champions League, mas comemora nova chance no clube


Quando ajeitou a bola para cobrar o pênalti naquele dia 28 de agosto, Maicosuel fazia apenas sua segunda partida pelo Udinese. Pensou que seria a última. Uma cavadinha frustrada no duelo contra o Braga deixou a equipe italiana fora da fase de grupos da Liga dos Campeões. Com a eliminação, o clube deixou de arrecadar o equivalente a quase R$ 20 milhões. Além disso, houve uma enxurrada de críticas ao meia-atacante brasileiro, que até o primeiro semestre defendia o Botafogo.

Abalado, Maicosuel evitou acompanhar a repercussão daquele pênalti, principalmente no Brasil. Sua opção foi a reclusão e a busca pelo apoio da mulher, Mari, e da filha, Duda. Enquanto isso, esperava uma punição do Udinese, clube com o qual acabara de assinar contrato de cinco anos de duração. O que se viu inicialmente foi uma “geladeira” aplicada pelo técnico Francesco Guidolin, que não o increveu na primeira fase da Liga Europa. No entanto, uma punição mais severa não aconteceu. O brasileiro recebeu apoio do grupo de jogadores – e não apenas de seus compatriotas Gabriel, Danilo, Allan e Willians –, da comissão técnica e da diretoria. A resposta positiva veio há uma semana, no Campeonato Italiano. No último domingo, em seu segundo jogo como titular, marcou o gol da vitória por 1 a 0 sobre o Pescara.

Maicosuel arrisca cavadinha e goleiro do Braga defende: início do calvário (Foto: Agência Getty Images)
Novamente com a confiança em alta, Maicosuel deixou a reclusão de lado e pela primeira vez desde o episódio da cavadinha concedeu uma entrevista a um veículo de imprensa do Brasil. Ele lembra que ficou profundamente abalado com o ocorrido há exatos dois meses no Estádio Friulli, em Udine. Mas, agora, sem medo de olhar para trás, estabeleceu um novo início para sua trajetória na Itália e é categórico quando fala sobre o que muitos consideraram um ato de arrogância ou displicência:

- Faria tudo de novo. Da mesma maneira - afirmou Maicosuel, em entrevista ao GLOBOESPORTE.COM.

Neste domingo, dois meses depois da cavadinha frustrada, Maicosuel dará mais um passo em busca de sua recuperação integrando a equipe que enfrenta o Roma. Inspirado por Zico e Amoroso, ele tenta apagar o episódio em que foi vilão e transformar-se em mais um brasileiro como referência no Udinese.

GLOBOESPORTE.COM - Demorou quase dois meses para que você voltasse a ter uma oportunidade como titular do Udinese. Como está se sentindo depois de tudo aquilo que aconteceu?

Maicosuel - Agora as coisas estão começando a caminhar. A chance demorou a chegar, mas agora estou jogando mais e com confiança. De qualquer maneira, vinha treinando bem até que surgiu a oportunidade de ser titular contra o Napoli. Apesar da derrota por 2 a 1, dei o passe para o nosso gol.

Depois daquela cavadinha, a reação de jogadores, técnico e até do presidente do Udinese, Giampaolo Pozzo, foi a de transmitir apoio a você. Ficou surpreso com essas manifestações?

Maicosuel comemora gol sobre o Pescara: volta
por cima na Itália (Foto: Getty Images)
Isso foi impressionante. Todo mundo me deu força, mesmo eu não tendo conquistado nada até agora. Não sei qual seria a reação se fosse no Brasil. Achei que fosse levar multa, mas minha punição foi não jogar, não ser inscrito na primeira fase da Liga Europa. Mas este período foi bom, porque comecei a entender mais o jeito deles. Por exemplo, aqui o treino é essencial e muito forte. Treino é jogo, e jogo é guerra.

De alguma maneira você acompanhou a repercussão da cavadinha no Brasil?

Preferi me recolher e me concentrar no trabalho. Sei que muita gente falou que eu estava de sacanagem, mas meu contrato aqui é de cinco anos. Então, qualquer coisa que eu fizesse iria refletir na minha trajetória no Udinese. Não tem essa história de que não estou nem aí.

Mas então o que aconteceu? Por que decidiu arriscar a cavadinha num lance crucial para o Udinese?

Numa cobrança de pênalti, você faz ou erra, independentemente da maneira que você bate. Infelizmente, errei cobrando de um jeito que muitos acham displicente. Chutei no meio do gol e o goleiro não pulou. Nunca pensei em fazer algo para aparecer. Odeio perder. Sei que prejudiquei o Udinese, mas me prejudiquei muito mais. Vou ser lembrado por isso até o fim da minha carreira. Então, o que eu fiz até aqui não conta mais. Comecei de novo.

Achou que havia terminado sua trajetória no Udinese naquele momento?

Quando cheguei em casa depois do jogo, meu primeiro pensamento foi sair. Era muito difícil passar por aquela situação. Pensei que ficaria de castigo e não jogaria nunca mais. Mas depois, por estar treinando bem, tinha certeza de que poderia superar. Pedi desculpas aos meus companheiros e até à minha família, porque fomos motivo de chacota. Mas o gosto da volta por cima é muito bom.

Mas você repetiria aquela cavadinha se houvesse uma situação semelhante?
Sei que prejudiquei o Udinese, mas me prejudiquei muito mais. Vou ser lembrado por isso até o fim da minha carreira."
Maicosuel

Uma vez, conversando com o treinador, ele me perguntou: “Maicosuel, se você fosse bater novamente aquele pênalti e soubesse que torcedores incendiariam sua casa se perdesse, você repetiria aquela cavadinha?”. Eu respondi que faria tudo de novo. Da mesma maneira. Tentaria fazer o gol, como foi naquele lance. As pessoas não acompanham o dia a dia, então muitos não sabem que tinha marcado muitos gols nos amistosos e que havia feito uma cavadinha num jogo-treino pouco tempo antes. Estava confiante. Naquela oportunidade, misturaram personalidade com vontade de aparecer.

E como se sente agora?

Muitos pensaram que eu ficaria largado aqui, mas aos poucos venho mostrando que estavam errados. Para mim, esse gol sobre o Pescara foi muito importante. Mostrei superação, exatamente como foi quando sofri algumas lesões sérias. Nunca fui de falar muito, sempre preferi mostrar meu potencial dentro de campo. É desse jeito que pretendo agradecer ao Udinese o apoio que me deu. Mas não foi somente o clube que me deu a nova chance. Eu também corri atrás.

O Udinese é um clube médio da Itália. Tem o objetivo de buscar um clube de maior expressão no país?

Não gosto muito de ficar saindo de um lugar para outro. Sempre penso em fazer história no clube. O Udinese é um clube médio, mas me sinto à vontade. Estou num país excelente e em boas condições. Agora tenho essa dívida a pagar pelo que fiz e quero ficar na história do Udinese, mas de forma positiva.

Nesse caso, Zico é uma referência para você?

Claro. O Zico tem moral aqui. Há fotos dele por todo lugar, a torcida leva bandeira com imagem dele nas partidas... O Amoroso também. Entre os italianos, o Di Natale é a principal referência. É um exemplo porque joga por amor ao clube, é um representante da região de Friuli. O Di Natale me ajudou muito nesse meu momento de dificuldade.

E fora de campo, como tem sido a nova vida na Itália?

A adaptação tem sido ótima. Minha filha está na escola, a cidade é bem diferente do Rio: pequena, tranquila e pouco movimentada. Agora que já conheço os lugares, fica mais fácil me locomover. Além disso, a presença de outros jogadores brasileiros ajuda muito. Nos reunimos sempre para fazer churrasco.
Maicosuel curte folga em Veneza ao lado da mulher, Mari, e da filha, Duda (Foto: Arquivo Pessoal)
E o Botafogo ainda está no seu pensamento?
Claro que sim. Sempre que posso, acompanho os jogos, seja pela televisão ou pela internet. Recentemente, não pude ver muita coisa, estou meio desatualizado do Brasileirão, mas sei que o Botafogo vem numa crescente e passou a ter chances de chegar ao G-4. Também mantenho contato com alguns jogadores.

Recentemente, você viveu um episódio curioso, ajudando um homem que sofria um infarto...

Foi uma situação muito curiosa. Era um dia de folga, e nós, brasileiros, combinamos de ir até Veneza de carro. Marcamos um encontro na porta do clube para seguirmos de lá. Eu e o Gabriel (ex-Palmeiras) chegamos mais cedo e, enquanto esperávamos, vimos um senhor passar pela gente. Ele andava trôpego e caía. Achávamos que ele estava bêbado, mas ele disse que estava passando mal e que não havia bebido nada. Nós duvidamos, mas mesmo assim o levamos para dentro do clube, e os médicos assumiram o caso. Apenas no dia seguinte eu soube que ele estava sofrendo um infarto.

Então antes mesmo de reconquistar seu espaço no Udinese você já foi herói?

(Risos) Não sei. O importante é que o momento é bom em todos os sentidos. Quando você trabalha sério, vem a recompensa.


Por Gustavo RotsteinRio de Janeiro