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quarta-feira, 25 de outubro de 2023

Lúcio Flávio muda lógica no Botafogo e aposta na repetição do time; comentaristas analisam



Treinador optou por manter a equipe nos três jogos desde que assumiu, algo que os portugueses Bruno Lage e Luís Castro raramente faziam



Desde que o Botafogo optou por colocar Lúcio Flávio no cargo de treinador, no último dia 3 de outubro, uma coisa ficou clara a cada partida: há um time titular muito bem definido na cabeça do novo comandante.






ge Botafogo analisa repetição na escalação do Botafogo (https://ge.globo.com/video/ge-botafogo-analisa-repeticao-na-escalacao-do-botafogo-12051008.ghtml)


Lúcio comandou o Glorioso em três jogos e em todos eles usou a mesma estrutura, alterando nomes apenas em caso de suspensão. A formação, que somou 7 pontos em 9 possíveis contra Fluminense, América-MG e Athletico-PR, tem Lucas Perri, Di Plácido, Adryelson, Cuesta e Marçal; Marlon Freitas, Tchê Tchê e Eduardo; Júnior Santos, Victor Sá e Tiquinho Soares. Gabriel Pires e Hugo foram utilizados para cobrir as suspensões de Marçal e Tchê Tchê.


- Vocês acompanham desde o inicio e sabem que essa é uma equipe que, no decorrer do primeiro turno, quebrou muitos números da competição - afirmou Lúcio Flávio após o empate com Athletico.


A repetição do time dá mais segurança aos jogadores e faz com que eles consigam explorar melhor as características do próprio jogo de acordo com o técnico. Além de potencializar os titulares, facilita também para os que precisam entrar eventualmente.

São jogadores que se sentem confortáveis na forma como trabalham e a gente procurou dar sequência. Quando você consegue repetir a escalação e tem a ausência de um ou outro, facilita a entrada desses jogadores que já sabem como a equipe atua.
— Lúcio Flávio


Mais do que ter 11 inicias bem definidos, é preciso ter um grupo sólido de pelo menos 15 jogadores com sequência para rodar de acordo com as partidas, é o que acredita a comentarista Rafaelle Seraphim.


- Quando se repete escalação e alterna uma peça ou outra por suspensão ou lesão, o treinador consegue dar sequência aos jogadores, trabalhar variações táticas e de jogadas. Consegue ter um grupo mais sólido e consistente. É importante manter um equilíbrio. Não utilizar os chamados 11 titulares mas ter uns 15 jogadores que vão rodando no elenco para manter o ritmo, o entrosamento e dar descanso a algumas peças.


Para o comentarista Pedro Moreno, o fato de o clube estar em apenas uma competição nesta reta final de temporada permite que Lúcio Flávio se utilize de uma base frequentemente.


- No contexto do Botafogo, com apenas uma competição pra disputar nessa reta final de temporada, é mais viável repetir a mesma formação, mesmo jogando duas vezes por semana. Dessa forma, você mantém o padrão e o entrosamento de um time que voltou a ter regularmente um bom desempenho.


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Mas expor os mesmos jogadores a uma sequência grande de partidas naturalmente pode se tornar também um prejuízo físico. Com um calendário apertado, é necessário ter variações, destacou Moreno.


- No Brasil, estamos culturalmente acostumados com a repetição maior de um time base. Mas o calendário cada vez mais espremido tem nos ensinado que é impossível ser competitivo em diversas frentes sem um elenco com mais opções. Entretanto, mesmo que seja necessário fazer alterações e ter variações, o ideal é ter um base sólida e mudar o mínimo possível na estrutura da equipe - completou.


Utilizar um time base em quase todas as partidas fazendo trocas apenas por necessidade é diferente do método usado pelos antecessores no Botafogo. Tanto Luís Castro quanto Bruno Lage faziam mudanças, o segundo mais que o primeiro, no time de acordo com o adversário que iriam encontrar pela frente.


Não existe um método de trabalho correto, como os resultados inquestionáveis de Castro no Brasileirão comprovam. Porém os torcedores no futebol brasileiro tem a cultura de conhecer o time "do goleiro ao ponta-esquerda".


- Não existe uma fórmula exata pro sucesso que passe por repetição ou pelo rodízio de um elenco. Tudo depende muito do contexto da equipe, características, profundidade e as estratégias de cada treinador - concluiu Pedro Moreno.





Lúcio Flávio, Botafogo x Athletico-PR — Foto: Vitor Silva/Botafogo



O Botafogo lidera o Campeonato Brasileiro com 59 pontos somados e sete de vantagem sobre o vice Bragantino. Após adiamento do duelo contra o Fortaleza, que seria na última terça, a equipe volta a entrar em campo apenas no domingo (29), às 20h, contra o Cuiabá no Estádio Nilton Santos.


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Por Giba Perez — Rio de Janeiro