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sexta-feira, 5 de junho de 2020

Voto vencido de Autuori, alívio financeiro e tristeza com diretoria: Carli dá adeus ao Botafogo


Zagueiro era visto como importante para o grupo, mas necessidade de reduzir a folha salarial falou mais alto. Economia com salários e encargos pode chegar a R$ 9 milhões




Terminou com turbulência a passagem de Joel Carli pelo Botafogo. Herói de título e líder do elenco nos últimos anos, o zagueiro passou os últimos tempos no clube na reserva e saiu com mágoa da diretoria. O capítulo final foi escrito na última quinta-feira, quando o clube informou a dispensa do argentino.


O próprio anúncio é reflexo da relação que ficou arranhada nas últimas semanas. O Comitê Executivo de Futebol tirou o jogador do elenco antes mesmo de acertar um acordo de rescisão. Nas redes sociais, o jogador lembrou com carinho de ex-companheiros, funcionários e torcedores do clube, mas não escondeu a mágoa com os dirigentes: "Não me deram outra opção".



Carli estava no Botafogo desde 2016 — Foto: Vitor Silva/SSPress/Botafogo



Voto vencido de Autuori


A saída de Carli no meio da temporada foi algo que o técnico Paulo Autuori tentou evitar. O treinador foi informado logo nos primeiros dias de trabalho sobre a intenção de negociar o zagueiro pelo custo-benefício considerado desfavorável. Por motivos técnicos, Autuori buscou manter o jogador, mas foi voto vencido diante dos argumentos financeiros.


Para o treinador, o argentino seria útil dentro e fora de campo em um elenco que sofreu baixas e está ficando cada vez mais jovem. Pensamento que também foi externado por boa parte do elenco. No texto de despedida, o zagueiro destacou as "inúmeras manifestações de carinho e agradecimento" que recebeu.


Só que a expectativa era de banco de reservas para o restante da temporada, o que fez a diretoria repensar a relação. Marcelo Benevenuto e Kanu são considerados os titulares no momento. Com a dificuldade para pagar salários, agravada pela pandemia do novo coronavírus, a projeção de economia falou mais alto.


Negociação e alívio financeiro


A grande motivação do Botafogo foi o alívio financeiro. Com vínculo até o fim de 2021, Carli tinha um dos maiores salários do elenco, equiparável ao do goleiro Gatito Fernandéz, mas deixou de ser dono da posição na zaga. A economia total com o jogador fora da folha salarial, entre pagamentos e encargos, passa dos R$ 9 milhões, como informou primeiro a Rádio Tupi.


Desde o início da temporada, o argentino esteve na mira da diretoria, que vê a diminuição da folha como essencial para a sobrevivência do clube. Antes, Diego Souza e Valencia foram embora. Agora, a bola da vez pode ser Cícero, outro que, assim como o zagueiro, foi para o banco de reservas. Só que o volante assinou um acordo para reduzir os salários até a transição para S/A, o que ameniza a situação.



Desde a estreia contra o Resende, Carli fez mais de 150 jogos pelo Bota — Foto: Vitor Silva / SSPress


Como deixou claro no texto de despedida, Carli se ressentiu com a forma como a negociação foi conduzida. Com a vida estabilizada no Rio de Janeiro, o atleta não planejava deixar a cidade. Mas, a diretoria buscou diretamente a rescisão por entender que a redução de salário não seria possível. Agora, o clube precisa chegar a acordo com o atleta, que tem o contrato assinado a seu favor.



Joel Carli deixa o Botafogo depois de 154 jogos e seis gols. Estreou com a camisa da estrela solitária em 13 de fevereiro de 2016 e, nos anos seguintes, virou titular e líder do time. Ficou marcado na memória do torcedor pelo gol na final do Campeonato Carioca de 2018, contra o Vasco. O clube venceu nos pênaltis e levantou aquela taça.



Fonte: GE/Por Emanuelle Ribeiro e Thayuan Leiras — Rio de Janeiro

Presidente do Botafogo faz cobrança a Rubens Lopes, e Ferj nega ironia em grupo de WhatsApp


Nelson Mufarrej conversou com presidente da federação após comentário que soou como ironia à dificuldade financeira do clube. Ferj nega ameaças por oposição ao plano de volta do Carioca




O presidente do Botafogo, Nelson Mufarrej, cobrou explicações do presidente da Ferj, Rubens Lopes, sobre comentários avaliados como pejorativos sobre a situação financeira do clube. Ao GloboEsporte.com, o dirigente alvinegro afirmou que a posição estimula divergências em momento já quente nos bastidores do futebol carioca.


- Falei ao telefone com o Rubens Lopes após o episódio e manifestei a minha insatisfação com a maneira que esse assunto foi conduzido. Certas posições servem apenas para estimular divergências, quando o momento pede respeito às opiniões e posicionamentos de todos os envolvidos - disse.



Lopes e Mufarrej em reunião na Ferj antes da pandemia — Foto: Úrsula Nery/Agência FERJ


+ Presidente do Flu cita "ameaças e hostilidade" em grupo da Ferj


Nesta quinta-feira, a Rádio Globo informou que declarações de Rubens Lopes geraram desconforto entre presidentes de clubes que participam de um grupo de WhatsApp. Rubens compartilhou notícia sobre salários atrasados em General Severiano com comentários que foram interpretados como irônicos.


Segundo a reportagem, outro episódio que causou desentendimento foi uma possível ameaça de W.O. caso Botafogo e Fluminense se negassem a disputar a retomada do Campeonato Carioca. Fato que é negado pela Ferj (veja a nota abaixo). Mufarrej não confirmou o caso, mas classificou as pressões pelo retorno como "absurdo". A sequência de desavenças levou o presidente do Flu, Mário Bittencourt, a deixar o grupo.



- Pressão e ameaças, se existirem, beiram ao absurdo. Estamos no meio de uma pandemia, no ápice de mortes, e forçar qualquer situação nesse momento é algo que o Botafogo não irá tolerar. O Clube mantém sua posição de que não é o momento para treinos presenciais e vai defender seu ponto de vista nas reuniões, que são o fórum adequado para esse tipo de discussão. A avaliação do Botafogo é dia a dia, conforme a evolução da COVID-19, não havendo elementos para pensarmos diferente - completou.


O Botafogo segue sem anunciar oficialmente a volta dos treinos presenciais no Nilton Santos. O clube chegou a estipular datas possíveis para o retorno dos trabalhos e até dos jogos, mas garante que só baterá o martelo com um momento mais brando da pandemia.


Confira a nota da Ferj

"A Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro nega veementemente qualquer ameaça a um de seus filiados e não trabalha com hipótese de abandono da competição por nenhum clube, por se tratar de medida sem nenhum sentido, radical e geradora das indesejáveis e graves consequências que foram estabelecidas pelos próprios clubes. Acreditamos na convergência, trabalhamos para isso e a tradição e importância das instituições não admitem equívocos nesse sentido e de tamanha magnitude.


A FERJ afirma ainda que nutre grande respeito ao Botafogo e que jamais faria qualquer ironia ao Glorioso, assim como de outro filiado."


Fonte: GE/Por Thayuan Leiras — Rio de Janeiro

Treinador, empresário e até fazendeiro: por onde andam os campeões do Botafogo de 1995


Veja como estão os titulares e reservas mais ativos da campanha do título nacional depois de 25 anos; TV Globo transmite jogo da final contra o Santos no próximo domingo, às 15h45




Vinte e cinco anos depois de um dos títulos mais significativos da história do Botafogo, por onde andam os campeões brasileiros de 1995? Os jogadores já penduraram as chuteiras, e o GloboEsporte.com conta o que fazem atualmente os titulares e reservas mais ativos naquela conquista.



A Globo reprisa o jogo do título brasileiro do Botafogo em 1995, contra o Santos, neste domingo, às 15h45.


+ Bicho em derrota, avião lotado e desconfiança com o "português": histórias de 95
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Wágner


Campeão pelo Botafogo em 1995, Wágner é dono de um bar/restaurante em Niterói, onde mora — Foto: Luiz Cláudio Amaral/GloboEsporte.com



Wágner pode ser considerado um dos principais responsáveis pelo título brasileiro. Com defesas incríveis, salvou o Botafogo várias vezes e, na grande final, fechou o gol. Não participou de apenas um jogo daquele campeonato, contra o Bahia, no segundo turno. Ficou no Botafogo até 2002.


O ex-goleiro vive atualmente em Niterói (RJ), onde é dono de um bar/restaurante no mercado de peixes da cidade.


Wilson Goiano



Campeão pelo Botafogo em 1995, Wilson Goiano é advogado e coordena escola de futebol em Goiás — Foto: Arquivo pessoal


O lateral-direito tornou-se titular a partir da 3ª rodada. Marcou um gol de pênalti contra o Bahia, na segunda fase, e deu assistências importantes de bola parada, como nos dois gols da primeira partida da final contra o Santos, em escanteio.


Hoje com 51 anos, Wilson Goiano mora em Trindade (Goiás) e é advogado. O ex-jogador é ainda sócio-proprietário do Centro Esportivo Wilson Goiano e coordenador da Escola de Futebol Wilson Goiano, um projeto que envolve aproximadamente 400 garotos.



Wilson Gottardo



Campeão pelo Botafogo em 1995, Wilson Gottardo é treinador e está disponível no mercado — Foto: Arquivo pessoal


Gottardo era o capitão do Botafogo em 1995 e jogador de confiança de Paulo Autuori. Marcou apenas um gol, mas um dos mais importantes da campanha: o primeiro da final contra o Santos, na vitória carioca por 2 a 1.


Atualmente, está disponível no mercado como treinador e também se especializou como diretor técnico de futebol.


Gonçalves



Gonçalves, ex-zagueiro do Botafogo — Foto: Arquivo Pessoal


O ex-zagueiro chegou ao Botafogo para o Brasileiro de 1995, após cinco anos futebol do México. Um dos líderes do grupo, atuou 25 vezes e marcou dois gols, contra Flamengo e Atlético-MG.


Hoje, está no mundo dos negócios envolvendo futebol e mora em Miami, nos Estados Unidos. É responsável por uma empresa de consultoria esportiva, acionista de uma start up que trabalha com avaliação de atletas e é embaixador de um dos maiores complexos esportivos do mundo.



Gonçalves elege jogos memoráveis pelo Botafogo na campanha de 95
(Link do vídeo: https://globoesporte.globo.com/video/goncalves-elege-jogos-memoraveis-pelo-botafogo-na-campanha-de-95-8602493.ghtml)

André Silva


Campeão pelo Botafogo em 1995, André Silva é profissional de Educação Física — Foto: Arquivo pessoal


Revelado na base do Botafogo, tornou-se lateral-esquerdo pela carência da posição e conquistou-a, atuando em 19 partidas. Em 1996, André Silva transferiu-se para o Grêmio, sendo novamente campeão brasileiro.


Atualmente é profissional de Educação Física e tem uma escolinha de futebol - com três unidades no Rio de Janeiro - para crianças com idade entre 5 e 14 anos. André Silva mora em Campo Grande, bairro da zona oeste do Rio, e ainda é dono de uma empresa de transportes que trabalha com navios transatlânticos. O ex-jogador é pré-candidato a vereador no Rio de Janeiro.


Leandro Ávila


Campeão pelo Botafogo em 1995, Leandro Ávila é assessor do ex-jogador Bebeto na Alerj — Foto: Arquivo pessoal


O volante chegou ao Botafogo no decorrer do campeonato, vindo do Vasco. Estreou na 5ª rodada e logo conquistou a titularidade, desbancando Moisés. Atuou em 19 partidas e não marcou nenhum gol.


Leandro Ávila atua hoje como assessor do ex-jogador e deputado estadual Bebeto, na Alerj - Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro.


Jamir



Campeão pelo Botafogo em 1995, Jamir é sócio-proprietário de uma agência digital de design — Foto: Arquivo pessoal


O volante marcou o primeiro gol do Botafogo no Brasileirão de 95, no empate em 2 a 2 contra o Vitória, pela estreia da competição. Paulo Autuori gostou tanto de Jamir que o levou para o Benfica no ano seguinte.


Jamir é sócio-proprietário de uma agência chamada D.vida com foco em design e marketing digital.


Beto



Campeão pelo Botafogo em 1995, Beto (à direita) mora com a família no Rio de Janeiro — Foto: Arquivo pessoal


Cria da base, Beto foi fundamental naquele time, e as boas atuações lhe renderam as primeiras convocações para a seleção brasileira. Atuou em 24 partidas, todas como titular.



Atualmente, o ex-meia mora na zona oeste do Rio de Janeiro e trabalha com uma universidade de trading esportivo, vendendo cursos online sobre como operar no mercado de apostas esportivas. Também trabalha com venda de sinais.



Sérgio Manoel


Sergio Manoel, ex-jogador do Botafogo — Foto: Arquivo Pessoal


Destaque nas bolas paradas, Sérgio Manoel participou de 25 partidas, marcando três gols - um contra o Palmeiras, na primeira fase, e os outros dois contra o Sport, na segunda fase. Em 1996, transferiu-se para o Japão.


A carreira de jogador já passou, mas Sergio Manoel não conseguiu ficar longe do campo e da bola. Hoje, é treinador da Juventus Academy em Miami e trabalha com futebol de base. Está nos Estados Unidos há quase 10 anos.


Donizete


Donizete Pantera e Túlio, a grande dupla do Botafogo de 95 — Foto: Reprodução/RPC


Depois de quatro anos no México, chegou ao Botafogo e formou, ao lado de Túlio, um dos ataques mais efetivos da história do clube. Atuou em 24 partidas, marcando seis gols. Na final, com uma lesão na coxa, jogou na superação e ajudou o time a ser campeão.


Hoje, participa de eventos e jogos de máster pelo país. Recentemente, concluiu cursos para treinador e pensa na possibilidade de retornar ao futebol. Planeja ser comentarista.


Túlio


— Foto: Fernando Vasconcelos / Globoesporte.com


Personagem principal daquela conquista, foi o artilheiro da competição, com 23 gols, e ficou fora de apenas dois jogos.


Depois de pendurar as chuteiras, Túlio voltou para Goiânia e passou a participar de jogos festivos e solidários. É também palestrante motivacional e tem uma escolinha social para crianças carentes de Goiás. Planeja virar comentarista.


Moisés


Campeão pelo Botafogo em 1995, Moisés (de preto, à esquerda) coordena projeta social em Vitória — Foto: Arquivo Pessoal


Era um reserva de luxo. Titular até a 4ª rodada, acabou perdendo a posição para Leandro Ávila, contratado no decorrer do Brasileiro. Atuou em mais 13 partidas, inclusive entrando nas duas finais. Marcou um gol contra o Fluminense.


Hoje, Moisés mora em Vitória, no Espírito Santo, é técnico em segurança do trabalho e coordena um projeto social com crianças na Escola de Futebol Moisés 95. O ex-volante é ainda assessor parlamentar do vereador Denninho Silva.


Iranildo


Campeão pelo Botafogo em 1995, Iranildo mora no Rio de Janeiro — Foto: Arquivo pessoal


Outro reserva bastante utilizado, Iranildo foi contratado quatro dias antes do começo do Brasileirão. Disputou 17 partidas, incluindo as duas semifinais e a primeira final. As boas atuações chamaram a atenção de Zagallo, que e o convocou para a seleção brasileira. Marcou um gol, contra o Corinthians.


Depois de viver em Brasília por 13 anos e atuar no Brasiliense até 2013, Iranildo voltou a morar no Rio de Janeiro em 2015 para acompanhar o filho Yago, atacante do time sub-20 do Fluminense.



Marcelo Alves


Marcelo Alves, ex-jogador do Botafogo — Foto: Arquivo Pessoal


O ex-meia também era reserva e participou de 14 partidas no Brasileiro. Marcou um gol contra, logo na estreia diante do Vitória, mas garantiu o seu também sobre o Flamengo, na vitória por 3 a 1 no Castelão.


Marcelo é outro que entrou no mundo dos negócios. Voltou para Minas Gerais, mora na cidade de Caratinga e virou produtor de café, gado de leite e tem uma lanchonete, que garante ser a melhor da cidade.


Narcízio



Campeão pelo Botafogo em 1995, Narcízio (à esquerda) é treinador e mora em Fortaleza — Foto: Arquivo pessoal


O ex-atacante foi titular do Botafogo no Campeonato Carioca de 1995, mas lesionou-se e perdeu posição para Donizete no Brasileiro. Disputou 12 partidas na campanha do título e marcou quatro gols.


Narcízio fez curso de treinador e trabalha com categorias de base em Fortaleza, no Ceará. Treinou clubes como Ferroviário, Atlético Cearense e Eusébio, além de ter sido auxiliar técnico no Floresta.


Fonte: GE/Por Emanuelle Ribeiro e Thayuan Leiras — Rio de Janeiro