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sábado, 27 de fevereiro de 2016

Prazo por CND termina, e TJD marca julgamento do Bota para quinta-feira


Alvinegro e mais quatro times terão julgados os mandados de garantia que garantem participação no Carioca. Clube se diz tranquilo e crê em prorrogação ou nova liminar




Diretoria não vê riscos de Botafogo ser eliminado
judicialmente do Carioca (Foto: Marcelo Baltar)
Termina neste domingo o prazo de 30 dias dado pelo presidente do Tribunal de Justiça Desportiva do Rio de Janeiro (TJD-RJ), José Teixeira Fernandes, para o Botafogo e outros quatro clubes obterem as Certidões Negativas de Débito (CNDs) a fim de continuarem jogando o Campeonato Carioca - as certidões passaram a ser pré-requisito para a disputa de qualquer competição no Brasil desde que a MP do Futebol foi sancionada em agosto do ano passado. Com isso, o tribunal marcou para a próxima quinta-feira, às 18h em sua sede, no Centro do Rio de Janeiro, o julgamento do mandado de garantia que permitiu a regularização no estadual até o momento. Além do Alvinegro, encontram-se na mesma situação América, Bangu, Bonsucesso e Cabofriense.


O Botafogo, porém, está tranquilo em relação ao processo e não vê risco de ser eliminado do Carioca judicialmente. A diretoria garante que a dívida já foi equacionada e que apenas a burocracia do procedimento está atrasando a oficialização. O clube já possui uma parte das CNDs, referente à Receita Federal do Brasil, faltando só a outra metade relacionada à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional. Internamente, não se trabalha com um prazo para resolver o problema de vez. Porém, como possuem provas da regularização dos débitos, todos têm certeza de que será dado mais tempo ao Alvinegro no julgamento de quinta-feira, seja com a prorrogação do mandado de garantia já deferido ou com base em uma nova liminar.


De qualquer forma, as instituições que se encontram em situação irregular podem ganhar mais tempo para se adequarem em breve. Em dezembro, foi aprovada na comissão mista no Congresso a MP 695/2015, que estende prazos de adesão dos clubes ao Profut e para implantação das contrapartidas nas competições - falta aprovação na Câmara dos Deputados e pelo Senado. Pelo texto apresentado, as exigência das CNDs e comprovantes de pagamento dos vencimentos em contratos de trabalho e de imagem dos atletas valerão só a partir de 1º de agosto de 2016.


Apesar de estar sem patrocinador master há um ano e vivendo uma crise financeira, o clube vem conseguindo nos últimos meses honrar os seus compromissos com a liberação das cotas referentes aos direitos de transmissão da televisão. Tanto que, na última sexta-feira, pagou antecipadamente os salários de fevereiro aos jogadores e funcionários. E a expectativa é quitar os direitos de imagem e a premiação ao elenco campeão da Série B do Campeonato Brasileiro do ano passado, no valor de R$ 400 mil, durante esta semana.


Por Thiago Lima/Rio de Janeiro/GE

Ricardo testa Neilton como titular no Bota; Jefferson e Luis Ricardo voltam


Time que bateu Fluminense treina normalmente, mas atacante pode começar clássico contra Vasco na vaga de Luís Henrique. Octávio se recupera de lesão e fica disponível




Neilton foi testado na vaga de Luís Henrique e pode
 ser a novidade (Foto: Vitor Silva/SSPress/Botafogo)
O Botafogo realizou na manhã deste sábado o último treino antes do clássico deste domingo contra o Vasco, às 19h (de Brasília), em São Januário. E Ricardo Gomes inovou, fechou pela primeira vez uma atividade desde que chegou ao Alvinegro, mas no final liberou imagens. Foi possível ver que o time que venceu o Fluminense na última quarta-feira foi mantido, mas o técnico depois testou Neilton no lugar de Luís Henrique. O atacante, que se recuperou de lesão na coxa esquerda, pode formar dupla com Ribamar e ser titular pela primeira vez em 2016.


Jefferson e Luis Ricardo também treinaram normalmente após terem sido poupados na última sexta. O goleiro já está melhor de uma virose, enquanto o lateral-direito se apresentou melhor das dores musculares. Quem também voltou a ficar à disposição de Ricardo Gomes foi Octávio. O meia se recuperou totalmente de uma lesão grave na coxa, sofrida no amistoso contra a Desportiva Ferroviária, ainda na pré-temporada, e trabalhou sem restrições de toda a atividade.


Tirando a dúvida no ataque, o restante do time deve ser o mesmo, com Carli mantido na zaga ao lado de Emerson. Mas ainda há a possibilidade de alguns jogadores com maior desgaste físico serem poupados, já que o Botafogo já está classificado. O treino em General Severiano teve presença de alguns torcedores, e entre eles estava João Leite, ídolo do Atlético-MG e pai de Helton Leite. O ex-goleiro veio ao Rio de Janeiro passar o fim de semana com o filho.


Por Thiago Lima/Rio de Janeiro/GE

Choque de líderes: veja números de Vasco e Botafogo antes do clássico


Cruz-maltino tem o melhor ataque, poder de penetração na área e o brilho de Nenê. Glorioso vai bem na defesa, decide rápido seus jogos,mas ainda busca formação ideal







BLITZ ALVINEGRA X VOLUME VASCAÍNO

Donos das melhores campanhas do Campeonato Carioca até o momento, Vasco e Botafogo se enfrentam neste domingo, às 19 horas, em São Januário, tendo de um lado o melhor ataque e de outro a melhor defesa da competição. Mas não são apenas esses os números que chamam a atenção do Espião Estatístico* do GloboEsporte.com. Além do potencial ofensivo dos cruz-maltinos, líderes do Grupo A, com 16 pontos, e do defensivo dos botafoguenses, únicos que seguem com 100% de aproveitamento e lideram o Grupo B, com 18 pontos, outras características podem ajudar a decifrar os caminhos para cada equipe vencer o clássico.


Meia Gegê abriu o placar aos 6 minutos 
contra o Fluminense (Reprodução: Twitter)
Colombiano Riascos já fez três gols após o
 intervalo
das partidas (Foto: André Durão)























O Botafogo pode não vir se destacando pela quantidade de gols marcados - tem apenas o sétimo melhor ataque -, mas isso não necessariamente significa falta de ímpeto ofensivo. Na comparação com o Vasco, por exemplo, nota-se como o Glorioso precisa, em média, de bem menos tempo para abrir vantagem no placar. Dos 10 gols do Botafogo, oito (80%) foram antes do intervalo, sendo quatro (40%) até os 12 minutos do primeiro tempo. O Vasco é praticamente o oposto, tornando-se muito mais decisivo na etapa final. O time de Jorginho fez 11 (78,6%) de seus 14 gols no segundo tempo, sendo oito (57%) dos 33 minutos em diante.

Apesar dessa diferença do momento em que fazem seu primeiro gol, os dois times costumam abrir o placar em seus jogos. O Botafogo, no caso, jamais esteve atrás no marcador neste estadual. Já o Vasco só saiu perdendo uma vez em seis rodadas, justamente na única partida que não conseguiu vencer, o empate em 2 a 2 com o Friburguense.


VASCO: FORÇA PARA ENTRAR NA ÁREA

Na análise dos gols dos times, nota-se que a bola aérea ofensiva do o Vasco mostra-se mais efetiva, com seis gols tendo nascido assim, contra três do Botafogo. A diferença mais clara entre os dois times na hora de construir seus gols, no entanto, é a capacidade de penetração de quem dá o passe para gol. No Vasco, o autor das assistências estava dentro da área em 63,7% dos lances (7 dos 11, excluídos da análise os três marcados de pênalti). No Botafogo, ao contrário, o passe para gol costuma vir de fora da área. Foi assim em 87,5% dos gols alvinegros (sete dos oito, excluídos os dois convertidos de pênalti).

Nenê (esq.) já fez quatro gols e deu quatro assistências (Foto: MARCELLO DIAS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO)

Os destaques individuais em termos de ataque são evidentes no Vasco: além do artilheiro Riascos, com cinco gols, Nenê confirma o status de estrela da companhia, com quatro gols e quatro assistências já acumulados. No Botafogo, por enquanto, os méritos estão mais divididos. Luis Henrique, Gegê e Gervasio Núñez fizeram dois gols cada. Outros quatro jogadores marcaram uma única vez. E é o lateral-direito Luis Ricardo quem desponta como garçom, sendo autor de quatro assistências.


BOTAFOGO: EM BUSCA DO TIME IDEAL

O Botafogo tem três jogadores - o goleiro Jefferson e os laterais Luis Ricardo e Diogo Barbosa - que jogaram todos os minutos até agora. No Vasco, por exemplo, só Martín Silva ficou em campo todo o tempo. Ainda assim, Ricardo Gomes testou bastante seu time, sempre variando dois ou três nomes na escalação alvinegra - só repetiu os titulares da primeira para a segunda rodada. Suas substituições, que não seguiram um padrão muito rígido, também serviram para avaliar: ao todo, dez jogadores diferentes foram lançados no decorrer dos jogos. E as trocas mais comuns aconteceram apenas duas vezes, como Luis Henrique por Ribamar ou Gegê por Leandrinho.

Por já ter uma base de 2015, Vasco revezou mais por necessidade, caso das suspensões de Luan e Rodrigo na zaga, que deram chance a Rafael Vaz e Jomar. Ao contrário de Ricardo Gomes, Jorginho também tendeu a repetir mais as mudanças durante as partidas, fazendo quatro vezes a troca de Jorge Henrique por Eder Luis. E se o Bota teve dez, o Vasco teve só seis nomes revezando-se entre os substitutos, destaque para Yago Pikachu, que entrou cinco vezes durante os jogos, quatro delas no intervalo, em mais um exemplo dos padrões de Jorginho.

Jovem Ribamar é um dos jogadores que Ricardo Gomes experimentou até a 6ª rodada (Foto: Vitor Silva/SSPress/Botafogo) 

GLORIOSO LEVA MENOS CARTÕES

No aspecto disciplina, o Botafogo vai bem. Recebeu apenas nove cartões (todos amarelos), enquanto o Vasco levou o dobro, 18 (17 amarelos e um vermelho, com Luan). Rodrigo e Nenê já cumpriram suspensão por amarelos. Mas Nenê também costuma motivar cartões nos adversários: foram três dos 19 provocados pelo Vasco, mesmo número de Eder Luis e Jorge Henrique. No Botafogo, o volante Airton é o destaque, tanto para receber amarelos (foram dois), quanto para forçar cartões no rivais, o que aconteceu três vezes.

A quantidade pequena de gols sofridos impede uma avaliação muito aprofundada dos pontos fracos de cada defesa. O Botafogo sofreu somente dois. O Vasco foi vazado quatro vezes. Cada um sofreu um gol de contra-ataque. O Bota falhou em duas bolas aéreas, um cruzamento e um lançamento direto para a área, enquanto o Vasco em uma. O Cruz-maltino também cometeu um pênalti, aproveitado pelo Friburguense. Cada time tomou metade de seus gols no primeiro tempo e metade no segundo.


Por Bruno Marques/Rio de Janeiro/GE*A equipe do Espião Estatístico é formada por Bruno Marques, Guilherme Marçal, Igor Gonçalves, Leandro Silva e Valmir Storti.