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sexta-feira, 1 de novembro de 2019

Valentim lamenta derrota do Botafogo e destaca necessidade de somar pontos para fugir do Z-4


Treinador faz alerta para jogo de domingo contra o Santos, na Vila Belmiro: "Precisamos fazer pontos para aumentar distância para o time que cairia"




Melhores momentos de Botafogo 0 x 2 Cruzeiro pela 29ª rodada do Brasileirão 2019


Alberto Valentim não escondeu a decepção com a derrota por 2 a 0 para o Cruzeiro. A torcida do Botafogo compareceu e registrou seu maior público no ano (20.690 pagantes e 22.412 presentes), mas o time não respondeu positivamente. Para o treinador, seus comandados jogaram bem e não tiveram sorte.


- A gente procurou o gol o tempo todo, 12 escanteios, 20 finalizações, mas hoje a bola não quis entrar com ela passando muito perto do gol do Fábio.



Alberto Valentim, Botafogo — Foto: Edgard Maciel de Sá / GloboEsporte.com



Questionado sobre a sequência que tem jogos contra Santos e Flamengo, Valentim disse que o momento é de pensar somente no Peixe, adversário alvinegro neste domingo, às 19h, na Vila Belmiro.


- Temos que pensar somente no Santos. Com jogo em quinta-feira, temos menos um dia para recuperar. Esperamos recuperar bem os jogadores. Pedimos para que descansem ao máximo. Estamos a três pontos do time que cairia, que é o Fluminense. Eles (Fluminense) têm oito vitórias, e nós, 10. Precisamos fazer pontos em Santos para aumentar essa distância para o time que cairia.


Outros tópicos:


Um recuo de bola de Igor Cássio quando estava no mano a mano mostra falta de confiança do time?
- Tenho batido muito na tecla desde que cheguei que temos de fazer posse quando tiver que fazer, mas sem deixar o jogo lento. Temos que fazer bem a leitura de quando termos de verticalizar ou deixar jogo mais rápido com movimentação ou um drible. Lógico que com 1 a 0, o torcedor quer essa pressa. A gente mesmo quer que a bola chegue ao último terço.


- O lance do Igor eu vou ver depois. Direi se cabia ou não a bola recuado ou se ele deveria partir para cima do Orejuela. A ideia é que nós façamos um jogo mais dinâmico, não perdendo a posse, que é uma qualidade dos jogadores que temos, mas fazendo com que a bola chegue mais rapidamente ao campo do adversário.


Santos

- Time do Sampaoli tem muita qualidade, muito intenso, que marca forte e tem jogadores de muita velocidade. Temos que virar a página, e a comissão tem de trabalhar desde agora para preparar bem o que queremos fazer em Santos.


Dói não retribuir o carinho da torcida da Botafogo?

Deu um show mais uma vez a nossa torcida. Nos dois jogos da minha volta, impressionante o quanto nos apoiaram e estiveram do nosso lado. Vamos precisar muito do torcedor. Vamos nos sentir mais forte com eles ao nosso lado dessa forma. Lógico que a cobrança deve existir, como aconteceu com poucas vaias, e eles estão de parabéns. Vamos dar o troco rapidamente para que a gente se distancie o mais rapidamente dessa zona perigosa. Vamos precisar deles para ficarmos mais fortes.


Pedidos ao time

Foi até um pedido meu no intervalo para que antes de falar algo tático ou de posicionamento, pedi aos jogadores que tivessem tranquilidade, porque iríamos criar as oportunidades. Que fossemos lúcidos para tentar fazer a penúltima e a última bola e para que concretizássemos em gol. Para que não nos desorganizássemos defensivamente para que as jogadas saíssem normalmente. São situações que fogem um pouco pelo clima do jogo, importante, de confronto direto e com duas grandes equipes.


Alex Santana no banco faz parte da questão física do atleta?

Faz parte totalmente. Alex ficou parado 40 dias. Não podemos perder esse jogador. Estamos com ausência de Marcelo e Gilson, que queremos um pouco antes, mas não podemos fugir para que se torne um risco maior. Mais minutos do que jogou no outro jogo. Vai ganhando, como já falei, mais minutos na perna. A gente quer o Alex bem, ele procurou fazer bem a parte dele.


Escolha do Bochecha tem a ver com algo clínico do Cícero ou opção mesmo?

São jogadores com características parecidas. Gustavo vinha treinando bem, já vinha jogando. Talvez ele hoje estivesse mais descansado do que o Cícero. Foi absolutamente técnico e tático do que eu queria. Para que tivéssemos o jogo de qualidade que o Gustavo tem, ele procurando chegar no campo ofensivo e sendo o mais dinâmico possível. Jogador que tem uma qualidade muito boa e precisa melhorar essa dinâmica, fazer o jogo andar com um pouco mais de velocidade. Isso que queríamos.


Me atendeu, porque hoje pressionamos o Cruzeiro. Cruzeiro começou muito forte, foi muito equilibrado no começo, mas fomos ganhando campo. A bola não entrou. Pecado que ela passou várias vezes perto, não só com finalizações, mas também com cruzamentos e 12 escanteios. Se a bola tivesse entrado, eu estaria muito satisfeito com a atuação. Eles corresponderam, entrega muito grande. Sobrou caráter desse elenco.



Poucos gols do Botafogo no Brasileiro (25 em 29 jogos)


Coisas que valem às vezes é você ir até menos no ataque e concretizar essas ações em gol. Fica preocupante quando você não cria, quando não chega no último terço. Hoje finalizamos 20 vezes, fora as bolas que passam perto. Isso aí é uma chance clara que a gente não lembra e não coloca em números. É uma coisa positiva chegar perto do gol adversário, lógico que tem de ter tranquilidade, caprichar nessas penúltima e última bola para fazermos os gols.


Fonte: GE/ Por Edgard Maciel de Sá e Emanuelle Ribeiro — Rio de Janeiro

Análise: sem confiança, Botafogo não mostra sinais de reação e necessita de mudanças urgentes


Alvinegro errou quase tudo o que tentou e teve medo de arriscar em alguns momentos na derrota por 2 a 0 para o Cruzeiro; distância para a zona de rebaixamento é de três pontos




Melhores momentos de Botafogo 0 x 2 Cruzeiro pela 29ª rodada do Brasileirão 2019



Dez rodadas se passaram no segundo turno do Brasileirão, e o Botafogo nada. Com apenas duas vitórias e oito derrotas, o time não mostra sinais de reação e está a três pontos do Z-4. O novo revés, desta vez para o Cruzeiro, por 2 a 0, na noite desta quinta-feira, no Nilton Santos, mostra que o time precisa de mudanças radicais para espantar o fantasma do rebaixamento nas próximas nove partidas.


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Primeiro tempo sonolento

Aos 25 minutos do primeiro tempo, Cacá aproveitou cobrança de escanteio para abrir o placar para o Cruzeiro no Nilton Santos. Já o Botafogo só acertou a meta de Fábio aos 30, em chute fraco de Valencia.


O Cruzeiro pouco chegou ao gol defendido por Gatito, mas conseguiu encurtar os espaços do Botafogo, que se viu obrigado a apostar no jogo aéreo. Com mais volume no fim da primeira etapa, o time de Alberto Valentim aumentou as finalizações - chegou a cinco -, mas não teve êxito.


+ Botafogo se aproxima do Z-4, e Gabriel faz alerta: "Não temos mais tempo para errar"



Botafogo tem oito derrotas em 10 jogos no segundo turno — Foto: André Durão/GloboEsporte.com



Mais volume, mesmos erros

Dois lances no segundo tempo resumem bem a partida do Botafogo no Nilton Santos. Em um deles, Igor Cássio, que entrou no intervalo, está frente a frente com o marcador no lado esquerdo do ataque, mas prefere voltar o jogo do que partir pra cima. Já no fim, Luiz Fernando recebe na direita e cruza: a bola vai parar na pista de atletismo do estádio.


O Botafogo errou quase tudo o que tentou e teve medo de arriscar em alguns momentos. Recuperar a confiança dos atletas é outro desafio para Valentim nessa reta final.


O Botafogo teve bem mais volume de jogo que o Cruzeiro. Com 60% de posse de bola, terminou a partida com 12 escanteios, 19 finalizações e oito chances reais de gol. O time mineiro só teve duas chances reais, que foram transformadas em gols.


Mesmo abdicando do jogo, o adversário fez o que precisava - aproveitar as oportunidades - e também o que não precisava - muita cera -, o que afetou o emocional dos alvinegros.


+ Valentim lamenta: "Tivemos 12 escanteios, 20 finalizações, mas a bola não quis entrar"



Gabriel discute com Fred por cera do atacante — Foto: André Durão/GloboEsporte.com



Em noite festiva no Nilton Santos, que registrou o maior público do Botafogo temporada, a torcida deixou o estádio desanimada com o que assistiu e torcendo por uma reviravolta daquelas difíceis de acreditar nos próximos jogos.



Desespero


Com tudo dando errado, o desespero de Valentim aumenta quando olha para o banco de reservas. O elenco é limitado e não há ninguém com perfil decisivo para mudar a história do jogo.


O técnico resolveu apostar novamente em Igor Cássio, que não conseguiu brilhar como fez contra o CSA, há duas rodadas. Alex Santana, um dos principais finalizadores da temporada, voltou a entrar, mas ainda sem o mesmo ritmo após oito jogos fora. Vinicius Tanque, jogador que estava no futebol português até o meio do ano e não fazia parte dos planos do Botafogo, nada acrescentou.


Valentim sabia dos problemas que encontraria no Nilton Santos antes de assumir o Botafogo. Em seus primeiros jogos, manteve a base que vinha sendo usada por Barroca. Para a sequência, precisará de mais criatividade e ousadia para enfrentar dois dos melhores times do campeonato: Santos e Flamengo vêm aí.



Botafogo desperdiçou muitas chances contra o Cruzeiro — Foto: André Durão/GloboEsporte.com







Fonte: GE/Por Emanuelle Ribeiro — Rio de Janeiro