Páginas

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Lodeiro minimiza desfalques do rival e diz: ‘Viemos para ganhar’


Uruguaio afirma que Botafogo vai ignorar condições do Estádio Santa Laura e prevê dificuldades diante do Unión Española




Lodeiro durante o treino de reconhecimento do Bota no
 estádio Santa Laura, em Santiago (Foto: Gustavo Rotstein)
Acanhado e com um gramado de dimensões reduzidas, o Santa Laura é um caldeirão em potencial. Mas o Botafogo treinou no estádio onde enfrenta o Unión Española sem mostrar-se intimidado. A equipe comandada por Eduardo Hungaro deixou claro que vai atuar nesta quarta-feira buscando a vitória, que o colocaria em posição confortável na tabela de classificação do Grupo 2.

Mas essa confiança, entretanto, não tem a ver com os desfalques da equipe chilena. O técnico José Luis Sierra não poderá contar com cinco jogadores, sendo que quatro por lesão. Mesmo assim, o meia Lodeiro prevê dificuldades.

- Viemos para ganhar. Sabemos que será difícil, mas estamos tranquilos quanto ao estádio. Na Libertadores é assim: você joga na altitude, em gramados grandes, como o Maracanã, e em campos menores, como este. Nada disso pode ser desculpa - destacou.

O jogador uruguaio afirmou ainda que o Botafogo não leva em consideração o grande número de desfalques do adversário, que na primeira rodada empatou em 2 a 2 com o Independiente Del Valle no Equador.

- É uma equipe dinâmica, que gosta de atacar, e em casa será assim. Vai jogar com a obrigação de vencer, mas não vejo um time enfraquecido. Vamos enfrentar o Unión Española, independentemente dos jogadores que estarão em campo. A mentalidade será a mesma - disse Lodeiro.

Por Gustavo Rotstein Santiago, Chile

Conversa e treino: Bota reconhece estádio do duelo com Unión Española


Papo entre os jogadores e atividade recreativa marcam treinamento no Estádio Santa Laura, local de jogo desta quarta-feira




O Botafogo realizou na tarde desta terça-feira o treino de reconhecimento do Estádio Santa Laura, onde enfrenta o Unión Española, quarta, pela segunda rodada do Grupo 2 da Libertadores. Com sol e temperatura amena, tendo como fundo a cordilheira dos Andes, a equipe comandada por Eduardo Hungaro fez uma atividade recreativa leve, marcada pela descontração.

Treino Botafogo Libertadores (Foto: Gustavo Rotstein)

Após uma conversa no centro do gramado, na qual Eduardo Hungaro e o capitão Jefferson falaram com todo o grupo, a equipe fez uma atividade com bola, na qual não foram divididos titulares e reservas. No entanto, a expectativa é de que seja mantida a formação que iniciou o jogo contra o San Lorenzo: Jefferson, Edílson, Bolívar, Dória e Julio Cesar; Marcelo Mattos, Gabriel, Jorge Wagner e Lodeiro; Wallyson e Ferreyra.

Presentes ao treino estavam os torcedores que viajaram no voo fretado com a equipe. Eles compraram pacotes oferecidos pelo clube, que possibilitaram a aproximação com o elenco do Botafogo durante a viagem ao Chile.

Depois de vencer por 2 a 0 o San Lorenzo no Maracanã, o Botafogo se beneficiou do empate entre Independiente Del Valle e Unión Española para garantir a liderança isolada de seu grupo.

Por Gustavo Rotstein Santiago, Chile

Rival do Bota tem pouco espaço na imprensa, e desfalques são destaque


Jornais de Santiago reservam pouca atenção ao Unión Española na véspera de partida contra o Alvinegro pela Taça Libertadores




A véspera da partida contra o Botafogo ainda é fria nos meios de comunicação do Chile em relação à atenção dada para a Unión Española. Considerado um time de menor expressão no país, o adversário do Alvinegro tem um espaço bem menor se comparado a Colo Colo, Universidad de Chile e Universidad Católica, os grandes.

O jornal "La Tercera", por exemplo, ignorou a cobertura dos preparativos da partida, dando mais destaque ao jogo da Universidad de Chile contra o Cruzeiro, em Belo Horizonte.

Apenas o jornal El Mercurio dá maior destaque ao jogo da Unión Española contra o Botafogo (Foto: Gustavo Rotstein)
Já o jornal "El Mercurio" reserva o pé de uma página aos problemas do Unión Española para enfrentar o Botafogo. O técnico José Luis Sierra não sabe se poderá estar à beira do campo, já que foi expulso no empate em 1 a 1 com o Independente Del Valle. O clube ainda tenta sua absolvição junto à Conmebol.

Quem está confirmado como desfalque é o atacante Canales, que recebeu cartão vermelho na primeira rodada. Currimilla, Scotti e Villagra estão machucados e também não enfrentam o Botafogo. Entretanto, nenhum desses três foi titular contra o Independente Del Valle.

Por Gustavo Rotstein Santiago

Após clássico dos sonhos, Helton Leite se orgulha de vencer duelo com Fred


Em seu primeiro clássico pelo Bota, goleiro, de 23 anos, fez boas defesas e pegou o pênalti batido pelo atacante do Fluminense




Se o clássico entre Botafogo e Fluminense, domingo, no Maracanã, fosse um filme, e o goleiro Helton Leite fosse o roteirista, dificilmente teria escrito uma história diferente da que realmente aconteceu. Além do 3 a 0 do Alvinegro sobre o rival, o arqueiro, de 23 anos, fez boas defesas e ainda defendeu um pênalti cobrado pelo atacante Fred.

Helton Leite, de 1,96m, cai para defender o pênalti cobrado por Fred (Foto: André Durão)

No dia seguinte ao jogo, o sorriso teimava em não sair do rosto do goleiro ao lembrar dos detalhes do dia que ficará marcado para sempre em sua carreira. Foi também a estreia dele no Maracanã pelo Bota, e ainda mais em um clássico.

- Foi tudo perfeito. Dois dias antes tinha até sonhado com isso, mas foi algo que não é tangível. Foi uma coisa muito grande mesmo. Teve o pênalti do Fred, que é um atacante que todos respeitam muito. Não é à toa que está na seleção brasileira. Foi um orgulho muito grande para mim. Agradeço a Deus por esse dia tão marcante.

A atuação de Helton Leite mereceu elogios até de Jefferson, que serve de exemplo para o companheiro mais jovem.

- Ele é um grande garoto. Apesar do pouco tempo de convívio, já vi que é um cara sensacional. Fico feliz de ser um exemplo. Não sou tão velho assim, mas acho que já sou meio tio, né. É uma responsabilidade a mais. Sei que tudo que faço reflete neles. O Renan também é um grande goleiro e já ajudou muito o time. Não vão ser dois ou três jogos que vão apagar a história que ele já construiu aqui - disse Jefferson.

Além da torcida botafoguense, Helton Leite deixou muito contente seu maior torcedor, seu pai, o ex-goleiro e ídolo do Atlético-MG João Leite. O pai orgulhoso ficou tenso durante a partida, mas depois foi só alegria.

Confira a entrevista com Helton Leite:

GloboEsporte.com: Um dia depois, a ficha já caiu sobre tudo o que aconteceu no clássico?

Helton Leite: Fiquei muito feliz com tudo o que aconteceu. Logo depois do jogo realmente a ficha ainda não tinha caído. Quando coisas assim acontecem com a pessoa, parece até que não aconteceu. Liguei para minha esposa e ela atendeu gritando toda feliz e empolgada. Falei com os meus pais também. Todos ficaram entusiasmados.

Será que seu pai ficou nervoso novamente assistindo ao jogo?


Com certeza. Tem até um vídeo que gravaram toda a família acompanhando. Foi uma alegria enorme.

Como foi para você fazer a defesa do pênalti cobrado pelo Fred? Já tinha visto um jogador desistir de bater ao ver que o goleiro se adiantou?

Foi inusitado. Não lembro de ter visto algo parecido. Ele esperou eu fazer algum movimento, este é o estilo de cobrança dele. Quando ele dava a parada, eu me adiantava, não podia ir para o lado. Chegou uma hora que ele parou... até estranhei. Ficou reclamando. Ele é um cara muito experiente, mas pode ser que tenha o atrapalhado depois um pouco. Foi um fator que poderia fazê-lo recorrer a uma batida de segurança. Eu, o Renan e o Flávio (Tênius, preparador de goleiros) já tínhamos estudado bastante os cobradores do Fluminense, coisa que sempre fazemos. O Fred não bateu tão no canto, mas foi forte e rasteira. Felizmente consegui fazer a defesa e o pessoal chegou no rebote rápido. Sensacional.

Teve ainda a defesa na finalização do Conca de dentro da área...

Depois revi este lance na TV. O Conca foi incrível. Tinha quatro marcadores em cima dele, ainda sim ele conseguiu passar e chutar. Tive a felicidade de fechar o ângulo e, como ele estava muito rápido, não conseguiu tirar muito do meu alcance.

Acredita que esta atuação lhe dará mais crédito e confiança daqui para frente?

Sei que cheguei há pouco tempo, e agora estou tendo oportunidades. Espero continuar crescendo. O Botafogo tem o Jefferson, que é referência no Brasil, é o cara a ser seguido, observado. A confiança certamente aumenta depois deste jogo, mas sei que também tenho limitações, pontos fracos e pontos fortes.

Por Fred Huber Rio de Janeiro

Botafogo conquista status de favorito no grupo e deixa chilenos temerosos


Resultados nesta Copa Libertadores, com um passado vitorioso de botafoguenses no Chile, resultam em um discurso de muito respeito ao Glorioso por parte do Unión Española





Botafogo Comemorando - Botafogo x San Lorenzo (Foto: Bruno de Lima/ LANCE!Press)
Botafogo conquistou duas boas vitórias nessa
 Copa Libertadores (Foto: Bruno de Lima/ LANCE!Press)
O Botafogo foi o último a chegar ao grupo, mas os resultados conquistados até agora na Copa Libertadores já deram ao time um status de favorito. Principalmente após a vitória por 2 a 0 sobre o San Lorenzo, que até então era apontado como o mais forte do Grupo 2. No Chile, o discurso é de muito respeito ao Glorioso, que nesta quarta-feira, às 19h45, enfrenta o Unión Española, em Santiago.

O Botafogo, diferentemente dos outros integrantes do grupo, teve de passar pela primeira fase da Libertadores. No placar acumulado, venceu o Deportivo Quito (EQU) por 4 a 1 e carimbou a vaga.

A vitória, que contou com show de Wallyson, autor de três gols, chamou atenção dos rivais. Uma semana depois, foi a vez do San Lorenzo, que veio ao Maracanã, perdeu por 2 a 0 e não levou dificuldade alguma ao Alvinegro. Agora, chega a vez do Unión Española. O clima no Chile é de respeito ao Glorioso.

O atacante Carlos Salom, um dos destaques do rival desta quarta-feira, diz que uma vitória sobre o “duro” Botafogo deixaria uma ótima impressão, após empatar na estreia com o Independiente del Valle (EQU).

– É um adversário muito duro. É como uma superfinal e nós temos de deixar uma boa impressão – disse.

Perguntado sobre o respeito por parte do rival chileno, Jefferson ressalta que o Botafogo tem características ofensivas e vai em busca da vitória, mesmo atuando fora de casa.

– Não temos características de esperar atrás, somos ofensivos. O Botafogo é força e, com todo o respeito, vamos em busca da vitória – destacou o goleiro e capitão do time alvinegro.

Mas o respeito e admiração pelos botafoguenses vem lá de trás, com as apresentações de craques alvinegros com a camisa da Seleção Brasileira, na Copa de 1962, no Chile.

A Seleção campeã mundial daquele ano contava com cinco jogadores do Fogão no time titular: Nilton Santos, Garrincha, Didi, Amarildo e Zagallo. Ou seja, é para respeitar mesmo!

– O Brasil de 1962 tinha cinco jogadores do Botafogo na equipe titular: Nilton Santos, Didi, Garrincha, Zagallo e Amarildo, que entrou no lugar de Pelé, machucado. Ao lado dos companheiros de Botafogo, Garrincha jogou muito naquele esquema 4-3-3. Ninguém conseguia segurá-lo – lembrou Roberto Porto, historiador e jornalista, que tem o relato endossado por Roberto Assaf, também historiador e jornalista, além de colunista do LANCE!.

– O Botafogo, por causa dos muitos jogadores naquela equipe titular, ganhou fama, mas foi o Brasil, que, de fato, ganhou a Copa e, consequentemente, o coração dos chilenos. Garrincha foi o grande jogador daquela Copa – analisou.


Alexandre Braz, Paulo Victor Reis e Rodrigo Ciantar - LANCENET!