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sábado, 6 de outubro de 2018

Com a base em renovação, atacantes do sub-15 do Botafogo se destacam


Oito jogadores chegaram recentemente para a equipe sub-20. Mas são jogadores mais novos que chamam atenção para anos posteriores do time profissional do Glorioso





Matheus Nascimento (à esquerda) e Jhonnata (à direita) já são convocados à Seleção Brasileira (Arquivo pessoal)


Enquanto o time profissional vive a ressaca pós-eliminação na Copa Sul-Americana e a expectativa de se afastar mais ainda da zona de rebaixamento, a base do Botafogo se movimenta. Diferentes categorias têm diferentes desempenhos, mas o momento é de esperança. Só no mês passado, oito atletas foram apresentados visando à equipe sub-20. Mas é no time sub-15 que estão duas as maiores promessas atuais: Matheus Nascimento e Jhonnatha.


Os dois atacantes frequentemente utilizados na categoria, apesar de terem ainda 14 anos. Mas já foram convocados, este ano, para as três oportunidades possíveis para a Seleção Brasileira. Todavia, o gerente geral da base alvinegra, Tiano Gomes, prega paciência.


- Ter dois jogadores na Seleção sub-15 é uma alegria muito grande, mas sabemos que temos que ter os devidos cuidados para que eles permaneçam se desenvolvendo. Eles têm 14 anos, mas jogam no sub-15. Resolvemos levá-los à categoria acima e eles tiveram uma adaptação rápida. Temos que ter o cuidado com a conversa e com trabalho interdisciplinar - explicou o dirigente ao LANCE!.

Os números da dupla no ano (pelo Botafogo):

- 12 gols e 9 assistências para Jhonnatha;
- 12 gols e 5 Assistências para Matheus. 


Os oito mais recentemente contratados para a base alvinegra se destacaram no estado do Rio e até fora, e chegaram ao Glorioso com o objetivo de reforçar, especialmente, a categoria sub-20. Vale lembrar que o Glorioso foi campeão brasileiro de juniores em 2016, com uma geração de atletas que hoje está no time profissional: Marcinho, Bochecha e Matheus Fernandes são alguns.

Para as próximas competições o técnico de juniores, Anthoni Santoro, terá: o goleiro João Henrique, o lateral-direito Nicholas e o volante Pedro Paulo (os três têm 19 anos), os meias Israel Duarte e Vinicius Foguinho (ambos de 18 anos) e o atacante Pedro Lucas também de 18 anos. O volante Rafael e o atacante Luis Henrique também, e ambos ainda têm 17 anos.

- Eles são para reforçar. Tínhamos o Barroca (Eduardo, que foi para o Corinthians) e, com a mudança de treinador e alguns jogadores que saíram, por não vermos expectativa de projeção, trouxemos estes novos atletas - completou Tiano Gomes.



Fonte: GE/Felippe Rocha/Rio de Janeiro (RJ)

Médico do Botafogo diz que não houve erro com Gatito: "Tratamos com tudo de melhor no mercado"


Dr. Ricardo Bastos explica que goleiro voltaria em agosto sem a nova lesão, revela fisioterapia de até 6h e a busca do próprio clube por especialista: "Estamos tentando cercar de todas maneiras"




Vitor Silva/SSPress/Botafogo


O drama de Gatito Fernández, sem conseguir voltar a jogar seis meses depois de sua lesão no punho direito, levantou questionamentos por parte de torcedores se houve erro médico do Botafogo no tratamento do goleiro: devia ter passado por cirurgia? Foi liberado cedo demais para o treinamento com bola? Teve alguma coisa diferente que poderia ter sido feita para melhor? Internamente no clube, todos têm a convicção de que não teve falha alguma.


Procurado pela reportagem do GloboEsporte.com, o Dr. Ricardo Bastos, um dos três médicos do Alvinegro ao lado do Dr. Christiano Cinelli e do Dr. Salvio Magalhães, explicou por telefone o passo a passo da recuperação e garantiu que Gatito foi tratado com "o melhor disponível no mercado". Ele revelou ainda que foi o próprio clube que buscou um especialista para o caso e que o goleiro teria voltado a jogar em agosto, não fosse pela nova lesão, desta vez de ligamento.


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Bastos esclarece que os especialistas recomendaram o tratamento conservador, sem um procedimento invasivo como é a cirurgia, e que o problema atual foi um acidente ocorrido durante um treino quando ele já estava para voltar. A nova lesão é ainda mais delicada do que a primeira por ser tratar de partes moles do corpo, em que não é recomendável a imobilização, e por isso ele não tem previsão. Gatito atualmente tem feito até seis horas de sessões diárias de fisioterapia.



Ricardo Bastos (dir.) acompanha tratamento de Gatito desde o início — Foto: Vitor Silva/SSPress/Botafogo



Confira a entrevista






GloboEsporte.com: Como aconteceu essa nova lesão do Gatito?Ricardo Bastos: – No jogo contra o Sport, o Gatito teve uma lesão na mão, uma fratura completa da estilóide da ulna. Para um goleiro é incompatível com qualquer treino. Se fosse um jogador de linha tudo bem, mas um goleiro tem que tratar, consolidar. Foi feito isso, a gente tratou dele com tudo de melhor disponível no mercado: imobilização, pulsoterapia, exames de ressonância, tomografia... Toda recuperação dele foi feita, e com os exames vimos que estava consolidado. Com dez semanas consolidou bem e passamos para a fase de recuperação, com fisioterapia, reforço muscular, ganho de movimento... E voltou com tudo tranquilo para jogar contra o Sport.


– No dia 23 de agosto, no treino lá em cima de finalização, no final da atividade, em uma bola chutada no canto, ele pulou e botou a mão. Não sei se pegou de mal jeito, mas a mão foi toda para trás, e aí sofreu uma lesão no ligamento. Foi na parte ulnar da mão, que é um pouquinho no mesmo nível da ulna, mas na parte lateral. Ou seja, zerou o processo. Uma pessoa que está voltando para jogar teria que fazer todo o tratamento de novo. Aí a gente julgou chamar um especialista para acompanhar o caso, que ficou mais complicado.


Quem foi o especialista que vocês procuraram?

– Levamos para o Rodrigo Berlink, que trabalha no Comitê de Medicina Esportiva do Rio comigo. Junto com sua equipe, ele avaliou o Gatito como um todo e optou pelo tratamento conservador: analgesia, uma especialista fazendo a parte de recuperação, fisioterapia... Isso em agosto. E ele vem nessa pegada. No mês passado, ele procurou outro especialista de mão, Dr. Ricardo Laranjeiras, e as duas equipes corroboraram com a nossa no tratamento conservador, não cirúrgico.



Goleiro precisa controlar ansiedade e tratamento para conseguir voltar — Foto: Vitor Silva/SSPress/Botafogo



O psicológico também atrapalha nessas horas?


– A gente está desde o início acompanhando, correndo atrás, fazendo tudo que tem disponível para ele voltar, e agora está esbarrando também na ansiedade dele. Está ansioso, tem a pressão de todo mundo, clube, torcida, principalmente ele, que está sofrendo bastante. Uma coisa que a gente não tem como ajudar tanto é a parte subjetiva do atleta: a dor dele. Eu não posso liberar um jogador para treinar com dor, a minha função no clube é preservar a saúde do atleta mesmo diante de situação de pressão da imprensa, da comissão técnica, da torcida... Não posso abrir mão disso, se eu liberar um cara com dor para jogar, e no gol, com a mão, é contra o meu voto de ser médico.


Essa nova lesão é mais grave que a primeira?

– Tão grave quanto, mas o osso cola mais rápido. Quando você imobiliza o osso, ele cola. O ligamento, se você imobiliza, vai ter muita atrofia muscular ali. Então não sei até que ponto seria bom imobilizá-lo. Por isso a gente pergunta ao especialista, e os dois falaram: "Não imobiliza, faz uma fisioterapia, uma terapia manual para cicatrizar esse ligamento". Foi sendo feito isso desde o início. Agora está nesse ponto, ele está com um pouco de dor. Você vê os treinamentos, ele vai bem um dia, em outro dói mais um pouquinho. Se ele fosse atleta de linha, estaria jogando um jogo depois do Sport. Mas como goleiro, a mão dele tem que estar perfeita.


Como está a rotina de fisioterapia dele?
Diariamente. Já chegou a fazer seis horas de fisioterapia por dia. Ele brinca que a fisioterapia é uma terapia para ele: faz aqui com a gente, vai para campo, depois vai fazer fora (do clube). Estamos tentando cercar de todas maneiras possíveis o retorno dele em condições boas para jogo.


Fonte: GE/Por Felippe Costa e Thiago Lima — do Rio de Janeiro