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quarta-feira, 8 de maio de 2013

Sub-20 do Bota decide vaga em final de torneio na Suíça contra o Borussia


Nas três primeiras partidas, o Alvinegro venceu duas e empatou uma.
Rival na decisão pode ser o Manchester United, da Inglaterra




O atacante Vinicius é o artilheiro do
 torneio 
com três gols (Foto: AGIF)
O time de juniores do Botafogo começou bem o Torneio Blue Stars, em Zurique, na Suíça, torneio organizado pela Fifa. Nesta quarta-feira, o Alvinegro jogou três partidas e terminou o primeiro dia em primeiro lugar no Grupo B, na frente do Borussia Dortmund. O Glorioso venceu o Grasshopper, da Suíça, por 2 a 1, e FC Basel, da Suíça, por 2 a 0, e empatou com o WYNRS NZ, da Nova Zelândia, por 1 a 1. O grande nome do time nas partidas foi o atacante Vinicius, que marcou três gols e é o artilheiro da competição.

Com sete pontos em três jogos, o Glorioso lidera o Grupo B da competição, que tem Borussia Dortmund na segunda colocação com quatro pontos em dois jogos. Nesta quinta-feira, o Botafogo enfrenta o Borussia pela vaga na final, às 6h40m (de Brasília), no Complexo Esportivo de Buchlern. FC Zürich e Manchester United dividem a liderança do outro grupo e só um deles avança para a decisão.

- A equipe foi bem demais conquistando duas vitórias e, no jogo que empatamos, pressionamos todo tempo e não fomos mal. Essa competição é uma oportunidade enorme para cada atleta, um torneio de importância também para o clube, que tem a oportunidade do título inédito. Temos muito a evoluir e com trabalho podemos entrar para a história. Amanhã são mais dois jogos que temos para conseguirmos nosso objetivo - comemorou o capitão Sidney Pages.

Por GLOBOESPORTE.COM Rio de Janeiro

O jogo que decidiu a parada a favor do Botafogo


É comum nos vários setores das atividades humanas se fazer um balanço ao final de cada ciclo de trabalho. É quando os envolvidos nos processos avaliam o que deu certo ou não, os pontos fortes e fracos, e o que pode melhorar nas próximas experiências.




No futebol não é diferente e é isso o que estão fazendo os times cariocas ao fim do Estadual, ou deveriam. No Botafogo, que conquistou o título de maneira fantástica ganhando os dois turnos da competição e eliminou os jogos finais, a tarefa não é menos complexa do que as dos rivais, dois deles eliminados da disputa prematuramente.

Essa análise abrange várias áreas, principalmente a que trata do elenco quando são definidas dispensas e contratações que, apesar de estar mais afeta aos dirigentes e profissionais do futebol, mexe muito com a torcida.

A condição de mero torcedor não diminui em nada a nossa importância nesse processo e devemos, sempre que possível, expressar opiniões sobre os temas que envolvem o clube e seu desempenho exercendo esse direito com responsabilidade e paixão como convém a nossa "categoria", inclusive nos que tratam da remontagem do elenco sem temor de sermos taxados de corneteiros ou coisas do gênero.

Por ora, enquanto somos embalados por assuntos requentados pela imprensa e as novidades não aparecem, vamos tratar da opinião dos jogadores sobre qual teria sido o momento decisivo dessa vitoriosa campanha que culminou com o honrado título de Campeão Carica de 2013 e mais três taças na galeria de General Severiano.

Para os protagonistas do espetáculo e, suponho, da maioria dos torcedores, o jogo semifinal do primeiro turno contra o Fla foi escolhido como o divisor de águas do Botafogo nesse Carioca. O time estava numa situação desfavorável e uma derrota naquela altura poderia complicar sua trajetória na competição. Oswaldo de Oliveira começava a sentir a pressão do momento e admitiu, após a conquista, que poderia ter sido demitido se não vencesse o jogo.

Só pra relembrar: o Alvinegro chegou a empatar com Boavista e Bangu, além de ter perdido para o próprio Flamengo na fase de grupos, até então, o time de melhor campanha do campeonato e idolatrado pela "mídia rubro-negra". No caso de uma desclassificação diante do rival, poderia colocar todo o trabalho do primeiro semestre a perder.

Para o goleirão Jefferson, o Bota ganhou esse campeonato contra o Flamengo - justamente nesse jogo. Ali foi o momento crucial para o título – disse o capitão.

Relembre os melhores momentos desse jogão que alavancou a campanha do Bota até o título




Por @felipaodf/Botafogodepriemira.com

Vitinho deseja ficar no Bota ‘muito tempo’, mas não descarta saída


Valorizado depois das boas atuações, promessa, de 19 anos, já tem propostas do exterior e coloca seu futuro nas mãos do seu empresário



Vitinho marcou cinco gols nesta temporada
(Foto: Ivo Gonzalez / Agência O Globo)
Depois do título carioca conquistado pelo Botafogo no último domingo, os olhares de muitos clubes se voltaram para os jogadores do clube. Entre os mais valorizados, mesmo sem ser titular, está o atacante Vitinho, de apenas 19 anos. Recentemente, o jogador recebeu propostas de representantes de equipes da Espanha e da Alemanha, chegando ao valor de cinco milhões de euros (R$ 13 milhões).

Nesta terça-feira, depois de um evento com o ator Carlos Villagrán, na sede de General Severiano, o xodó da torcida falou sobre o assunto. Aparentando tranquilidade, a promessa não quis aprofundar o tema, mas deixou claro sua felicidade de estar no Botafogo, apesar de não descartar uma futura saída.

- Estou bem tranquilo, pois tenho contrato bem longo. Deixo essa questão com meu empresário para ele ver o que é melhor. Estou aqui e quero passar muito tempo no Botafogo. Se ficar, ótimo, se tiver uma boa proposta e for melhor para todos, também ficarei feliz – opinou o jogador, convocado para uma série de amistoso da seleção brasileira sub-20 entre maio e junho.

Vitinho tem contrato com o Botafogo até o dia 10 de outubro de 2016. Na temporada, atuou por 16 vezes e marcou cinco gols.

Por Fabio Leme Rio de Janeiro

Seedorf faz família viver o clima do título: 'Vai ficar para o resto da vida


Em entrevista ao GLOBOESPORTE.COM, craque holandês conta que filho vestiu a medalha de campeão e comenta sobre seu futuro e o do Botafogo



Aos 37 anos e acostumado a comemorar grandes títulos, como os três da Liga dos Campeões que possui no currículo, Seedorf parecia um iniciante ao celebrar, com lágrimas nos olhos, a conquista do Campeonato Carioca no último domingo. Nessa terça, enquanto curtia sua folga, ainda com entusiasmo e brilho nos olhos, o camisa 10 do Botafogo conversou com o GLOBOESPORTE sobre o primeiro título estadual de sua carreira.

O meia lembrou que os jogadores deixaram de lado os problemas que enfrentaram, como o atraso de salários, para gravar seus nomes na história do Glorioso. Ele destacou a vibração de seus familiares, que não foram a Volta Redonda e assistiram ao jogo pela televisão, no Rio.

- O Carioca, grande ou pequeno que seja, vai ficar para o resto da vida. Ninguém vai mudar que este time ganhou uma taça, na verdade três (Guanabara, Rio e Carioca), no começo de 2013. Vai ficar com a gente para sempre, e o dinheiro acaba. Temos que ter sempre esta motivação. Cheguei em casa muito tarde no domingo, deixei a medalha para meus filhos antes de irem para a escola. Quando levantei, vi que tinham mexido. Mais tarde, meu filho a colocou no peito. Todos ficaram felizes.

Animado, Seedorf acredita que o Botafogo tem o direito de traçar o título como meta no Campeonato Brasileiro, porém alertou para a importância de manter o elenco em meio à crise financeira vivida pelo clube.

Ao falar sobre seu futuro, o meia garantiu que não recebeu qualquer proposta para ser técnico do Milan na próxima temporada europeia, apesar de o presidente Silvio Berlusconi ter feito sondagens. O holandês reconheceu que trabalhar à beira do campo aparece como um caminho natural depois que pendurar as chuteiras. Gratos pela participação do holandês no título carioca, os alvinegros esperam que este dia demore a chegar.

Confira a entrevista completa com Seedorf:

GLOBOESPORTE.COM: O Botafogo vive um momento mágico e você ganhou seu primeiro título importante pelo clube. Qual é a sua parcela para esta boa fase e para esta conquista?

Seedorf: Para mim, é difícil falar destas coisas, prefiro até que outras pessoas avaliem. Tento fazer o que sempre fiz na minha carreira, ajudando dentro e fora de campo. Sou um cara que faz tudo para o grupo ficar forte como um todo. Ninguém pode fazer nada sozinho. Para conseguir qualquer coisa na vida, você precisa de ajuda, de união de forças. Acho que este espírito foi meu foco principal, além da ambição de querer melhorar a cada dia.




Durante o campeonato, houve uma fase complicada, quando o time empatou com o Boavista, perdeu para o Flamengo e teve dificuldade para vencer o Resende. Muito se fala do clima do vestiário naqueles jogos, mas o que foi determinante para a equipe passar a ter apenas vitórias?

Não gosto muito de compartilhar as coisas que acontecem internamente. Não precisa. São coisas que acontecem em qualquer casa. Há momentos de alegria, de tensão... Quando se está construindo algo, há falhas, erros e cobranças para melhorar a situação. Quando todos entenderam que precisamos ter uma certa mentalidade, determinação, lealdade e colocar de lado aspectos pessoais, as coisas mudam. Aí o grupo fica forte, e o resultado é uma consequência. Podem ter mais equipes assim, mas ao menos vamos ser sempre competitivos e difícil de sermos batidos.

No seu currículo há títulos importantíssimos, como a Liga dos Campeões, e a sua emoção após conquistar o Carioca o levou a chorar. O que este troféu representa para você?

Vivo muito intensamente o que faço. Quem acompanha o dia a dia vê o suor, o trabalho, os momentos de dor quando há uma lesão, problemas internos, viagens, sacrifícios físicos... Jogamos contra times que sempre fazem o jogo da vida contra nós. Então, se não tem a motivação certa, você perde para os pequenos. Tivemos dificuldades contra o Resende e o Boavista. Então, todas estas coisas eu vivo sempre intensamente. Quando se consegue um título, é como um carimbo de que o trabalho foi bem feito, a missão foi cumprida. Emoção, seja ela grande ou pequena, faz parte da minha espiritualidade.
Sonhar não faz mal a ninguém, mas também tem que trabalhar todos os dias. Conhecemos os problemas que o Botafogo ainda tem, como tantos outros clubes, financeiramente falando. Não vai ser fácil segurar alguns jogadores."
Seedorf

Em qual momento do campeonato você acreditou que o Botafogo estava preparado para o título?

A disciplina tática foi crescendo bastante. O importante foi ser um grupo forte fora de campo primeiro, para depois ser dentro do campo. Não digo só os jogadores, mas todos: setor médico, auxiliares, diretoria... todos têm que pensar na mesma direção. Mas claro que, no fim, são os atletas que vão levar a bandeira. Acho que chegou um momento em que havia essa união de pensamento.

Como foi a reação da família ao primeiro título no Brasil?

Eles acompanharam pela televisão. Estão tão acostumados que nem deram tanta importância (risos). Estou brincando. Não os encontrei depois do jogo, cheguei em casa muito tarde. Deixei a medalha para eles verem antes de irem para a escola. Quando levantei, vi que tinha mexido. Mais tarde, meu filho a colocou no peito. Todos ficaram felizes. Com certeza viveram uma tarde bonita.

Depois de quase um ano no Brasil, o que mais você sente diferença em relação ao futebol europeu, seja na parte tática ou arbitragem?

Todos os países são diferentes entre si. A Itália é diferente da Espanha, que é diferente da Holanda. São culturas diferentes, as pessoas pensam de maneiras diferentes. Uns mais passionais, outros mais frios. Não gosto de comparar, não adianta muito. No Brasil tem muita paixão, é o país do futebol mesmo, não tem jeito. É um país em que há muitas camisas na rua, cada um faz questão de mostrar que é ligado a algum clube. Estádios vazios? É um momento social do país, acredito que a economia vai crescer e dar a possibilidade de que as pessoas também possam fazer o que gostam, ir ao estádio. Os governos vão conseguir dra uma infraestrutura melhor. Precisa de tempo, mas com certeza o Brasil não vai ficar atrás. Nos próximos 25 anos vai evoluir muito.

O presidente Maurício Assumpção já declarou que sua contratação foi importante também para suprir a carência de ter um grande ídolo e que você chacoalhou todos os conceitos de profissionalismo. Concorda com ele?

Não sei (risos). Não estava aqui antes. Mas é um prazer passar coisas boas para os brasileiros, e quero continuar assim. É uma troca, também recebi muitas coisas boas, muito carinho e afeto. Isso me ajudou, a adaptação não é fácil. Começando pelos meus companheiros, pelo Oswaldo, todos tentaram me ajudar a facilitar minha adaptação.

No último Brasileiro, o Botafogo terminou em sétimo. Acredita que o time está preparado para conquistar uma vaga na Libertadores e lutar pelo título desta vez?

Todo mundo está querendo saber isso. São muitos jogos pela frente, o campeonato ainda está por começar. Sonhar não faz mal a ninguém, mas também tem que trabalhar todos os dias. Conhecemos os problemas que o Botafogo ainda tem, como tantos outros clubes, financeiramente falando. Não vai ser fácil segurar alguns jogadores. Acho que vai ter muita movimentação no mercado, porque os clubes precisam sobreviver. Mas o bom é que estamos jogando um bom futebol, e isso é importante porque o Brasil é conhecido por isso, por esse futebol de qualidade.

Seedorf orgulhoso com o troféu de campeão da
Taça Rio (Foto: André Durão / Globoesporte.com) 
Você acredita que o hoje o Botafogo reflete o que você pensa do futebol brasileiro, o jogo bonito?

O Botafogo está refletindo o que o Oswaldo de Oliveira está querendo. Ele está tentando que os jogadores possam se expressar dentro de campo da melhor maneira possível. Com a qualidade, normalmente acontece este tipo de jogo. Eu não escolheria um time que só quer correr, que só colocasse a bola para frente para lutar o tempo todo. O importante é bola no chão e fazer muitos gols. É uma filosofia de que gostei muito.

Acredita que é possível medir se o Botafogo atual poderia competir de igual para igual nas principais ligas da Europa?

Não dá para comparar. Sei que todos gostariam de saber, mas não é assim. O Brasil tem que olhar para dentro e para a América do Sul e ver como pode melhorar em âmbito internacional. Quem pode ter essa avaliação é a Seleção. Porque você leva todos os melhores jogadores do Brasil contra os melhores do resto do mundo, aí podemos ver a diferença, porque jogaria contra os melhores italianos, os melhores holandeses, ingleses... Nessa avaliação, os outros também querem saber se são competitivos contra os brasileiros, considerados os melhores do mundo. Acho muito importante o foco nas escolas dentro dos clubes, essa é uma pequena preocupação que tenho. Tem que ter mais investimento em infraestrutura na base.

O elenco do Botafogo viveu uma situação complicada durante o Carioca, o atraso de salários. Como você observou este problema?

Na Europa também tem isso. No Botafogo, o grupo soube lidar bem com o problema ganhando o Carioca, ajudando o clube a cumprir com os seus deveres. Os patrocinadores também estão mais abertos e empolgados em investir no clube hoje do que há três meses. Foi a força do grupo que fez superar e olhar para a verdadeira ambição que tem que ter. Não é dinheiro, que é uma consequência do trabalho. Todo mundo quer ganhar bem, claro, e é preciso dinheiro para viver, mas, quando essa é a principal motivação, é difícil. É preciso uma coisa maior, superior. Foi isso que esse elenco conseguiu. O Carioca, grande ou pequeno que seja, vai ficar para o resto da vida. Ninguém vai mudar que este time ganhou uma taça, na verdade três (Guanabara, Rio e Carioca), no começo de 2013. Vai ficar com a gente para sempre, e o dinheiro acaba. Temos que ter sempre esta motivação. Claro que é preciso cobrar, mas o Botafogo está trabalhando para solucionar este problema. Estão com vontade de cumprir os deveres. Com o tempo, vai melhorar.



O Engenhão está interditado e sem previsão de reabertura, e o Maracanã está bem próximo de ser novamente utilizado. Qual é sua expectativa para jogar lá? Já passou por perto recentemente?

Espero jogar no Maracanã, sim, sempre foi um sonho. Da mesma forma que foi com o Azteca, no México, o Santiago Bernabéu, o San Siro... os grandes estádios do mundo. Espero que consigam limpar o entorno, porque, pelo que soube, é o principal problema agora. É um pecado ter que viajar para Volta Redonda, com todo o respeito. É um lugar que nos deu alegria, que tem um bom ambiente para o futebol, mas quantas pessoas estamos deixando fora por causa do tamanho do estádio? Se pudermos usar o Maracanã, seria maravilhoso.

O Botafogo tem tentado usar sua fama internacional para alavancar projetos de marketing. Você se sente feliz em poder ajudar também desta forma?

Não sei quanto o Botafogo soube, conscientente, utilizar minha imagem no mundo. Acho que foi uma consequência natural o mundo reconhecer mais o clube por causa da minha presença. Projetos internos ainda não foram feitos especificamente, por vários motivos, mas com certeza as minhas ações aqui no Brasil interessam ao mundo, e o Botafogo acaba recebendo uma atenção superior.

No Rio de Janeiro, é comum as pessoas famosas virarem alvo de paparazzi, especialmente na região de Ipanema e Leblon, onde você mora. Até o momento, você só foi clicado andando de bicicleta na orla. Como faz para manter a sua discrição e a da sua família?

A minha vida que é assim, eu não sou interessante para paparazzi, não. Não faço as coisas que eles querem (risos).

Seedorf na festa de comemoração do título, em
General Severiano (Foto: Satiro Sodré / Agif) 
Você está perto de entrar em seu último ano de contrato. A torcida já pode sonhar com uma ampliação deste vínculo?

Ainda temos contrato, não estou nem pensando nisso. Temos vários objetivos pela frente, como a Copa do Brasil. Isso são coisas de mercado. Sempre falo: quando tem uma coisa concreta, a gente senta e fala.

Você já comandou treinos para jovens do Boavista e Nova Iguaçu. Na Itália, seu nome é frequentemente apontado como um possível técnico do Milan no futuro. Quais são os seus planos para quando decidir parar de jogar?

Ser treinador é algo que gostaria de ser e estou me preparando para isso faz tempo. Não diretamente no campo, mas em outros aspectos. Treinador não é apenas um trabalho de campo, são muitas coisas envolvidas. Sempre são publicados estes interesses de clubes, mas de concreto não tem nada. Quando tiver, podemos conversar melhor. Já tenho minhas empresas, quero ter uma atividade fora do mundo do futebol diretamente. Sou empreendedor.

Por que a música "One Love", do Bob Marley? Gostaria de ver essa música nas arquibancadas nos jogos do Botafogo?

Eu cantei essa canção porque, no fim, tem que procurar amor na vida. Entre os torcedores, é importante limitar o ódio, não precisa disso, já há bastante no mundo. É uma coisa bonita a rivalidade esportiva, mas tem que saber limitar. Foi bonito ver torcedores de Botafogo e Fluminense praticamente juntos. É uma festa para todo mundo. Quando acaba o jogo, recomeça a vida. Flamenguistas, botafoguenses, tricolores e vascaínos precisam manter esse respeito. A gente sabe que o futebol é um esporte que envolve muito dinheiro, mas tem muita paixão também. É um momento importante da semana para algumas pessoas ver o time jogar. Gosto de passar que é preciso manter essa tranquilidade de aceitar os resultados. Estou gostando desse ambiente aqui no Rio. Sinceramente, todos os clássicos foram bonitos.

Por Fred Huber e Thales Soares Rio de Janeiro

Pressão cresce e chance de mudança de nome do Engenhão aumenta


Homenageado mais cotado é o jornalista João Saldanha em substituição a João Havelange



Botafogo não poderá mais utilizar o Engenhão no ano de 2013. (Foto: Paulo Sérgio/LANCE!Press)
Pressão pela mudança do nome
 oficial do estádio cresce
(Foto: Paulo Sérgio/LANCE!Press)
Com a pressão popular aumentando para que João Havelange não figure mais como o nome oficial do Engenhão, o prefeito do Rio de Janeiro não mantém mais uma postura tão distante do assunto, como fazia há até poucos dias. Questionado se o processo de substituição para o nome de João Saldanha estava em curso, o prefeito disse, pela sua assessoria, que não iria comentar o assunto. Mas a possibilidade a cada dia ganha mais corpo, principalmente se o homenageado for Saldanha.

O Botafogo, por sua vez, prefere não tomar partido na questão, mas apóia a manifestação dos torcedores que querem desassociar o nome do estádio ao de um corrupto confesso, caso de João Havelange.

- O Botafogo não vai interferir nisso. Nosso ponto de vista não é esse. Nós temos é que vender naming rights, que é a parte que nos compete. Mas claro que se decidirem mudar para João Saldanha ou Nilton Santos tem muito mais a ver com a identidade do Botafogo - disse ao LANCE!net o diretor-executivo do clube, Sérgio Landau.

Pelo contrato de concessão do Engenhão entre prefeitura e Botafogo, o clube não pode alterar o nome do estádio. O único que tem o poder de fazê-lo é justamente o poder municipal, dono do estádio. Relatório do Comitê de Ética da Fifa e da Justiça Suíça comprovou que Havelange recebeu propina da empresa ISL para facilitar acordos de televisionamento com federações nacionais, assim como Ricardo Teixeira, ex-presidente da CBF. O artigo 37 da Constituição estabelece que "os poderes públicos Federais, Estaduais e Municipais devem se pautar, entre outros, pelos princípios da impessoalidade e da moralidade". Caso certamente que não se aplica a Havelange.

LANCENET!



Veja o que escrevemos sobre o assunto:

Corrupção, não! Vamos mudar o nome do Engenhão!
Publicado: 30 de abril de 2013

Felip@odfemBlog do Felipaodf


O jornalista Jamil Chade publicou no seu blog Contos da Bola, do Estadão.com, que o brasileiro João Havelange, ex-cartola da FIFA, renunciou ao cargo de presidente de honra da entidade em razão dos escândalos de corrupção em que se envolveu, acusado de receber propinas da empresa suíça de marketing esportivo ISL, na década de 90.

O blogueiro lembra que Havelange, que já havia renunciado ao cargo que ocupava no COI, não sofrerá qualquer tipo de punição do órgão máximo do futebol mundial, já que se antecipou ao anúncio da decisão e renunciou ao cargo que ocupava na entidade.

Ainda resta uma questão nessa história. Qual será a atitude dos cartolas brasileiros em relação ao nome oficial do Engenhão – estádio arrendado ao Botafogo e hoje, interditado pela Prefeitura, que leva o nome do ex-dirigente. A imagem corrupta de João Havelange continuará vinculada ao estádio que será o palco principal dos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro?

Desde meados do ano passado, quando foi divulgado o documento da Suprema Corte da Suíça comprovando que Havelange e seu genro, Ricardo Teixeira, então presidente da CBF, receberam propina da ISL para facilitar a aquisição de direitos de transmissão de partidas, tomou vulto no Rio de Janeiro o movimento para a mudança do nome do Estádio Olímpico João Havelange – o popular Engenhão – para Estádio João Saldanha, jornalista e técnico do Botafogo e Seleção.

O movimento ganhou força com o lançamento de um abaixo-assinado na internet que pedia a troca do nome à prefeitura do Rio, com adesão de jornalistas, políticos, advogados, botafoguenses ilustres e torcedores alvinegros de toda parte do Brasil.

Não sabemos como anda o movimento, mas o momento parece propício para reativá-lo, inclusive com a cobrança de reposta da Prefeitura sobre o futuro do estádio, fechado a mais de um mês, com grandes prejuízos ao Botafogo. Vamos à luta!… mais »

Seedorf conta ao LANCE!Net: 'O atraso de salário virou a maior motivação'


Camisa 10 do Botafogo abre o jogo sobre as dificuldades enfrentadas no título do Carioca



Veja as imagens da entrevista de Seedorf ao LANCE!Net (Foto: Alexandre Loureiro/LANCE!Press)
Seedorf concedeu entrevista exclusiva ao L!Net (Foto: Alexandre Loureiro/LANCE!Press)
O cenário no restaurante Pérgula era um prato e tanto. Mesas forradas com toalhas brilhantes de tão brancas, prataria impecável e até a presença de estrelas do cinema brasileiro, como Selton Mello. A conversa dos turistas espalhados pelas espreguiçadeiras da piscina contrastava com o barulho do trânsito na Avenida Atlântica. E o aroma da cozinha refinada dava a última pitada: estávamos no coração do Copacabana Palace.

Nosso entrevistado já estava sentado, conectado ao celular e mergulhado no laptop. Cuidava dos negócios da Europa. Vestia camisa leve azul marinho e calça cáqui. Composição despojada, sem perder a elegância. Seedorf viveu dez anos em Milão, tem gosto refinado. Porém, sabe o que é passar por dificuldades.

Nascido no Suriname, ele voltou a ver bem de perto a questão dos problemas financeiros, no Botafogo. Não que tenha passado fome, pois tem outras fontes de renda e uma boa reserva de garantia. Mas também ficou incomodado com o atraso de salários. Acompanhou o aperto de jogadores, comissão técnica e funcionários do clube.

Em outros lugares, o atraso é usado como justificativa para a falta de comprometimento dentro e fora de campo. O grupo poderia ter escolhido pelo descaso, mas esse não foi o rumo do Botafogo. A opção foi pela superação. A dívida virou a principal motivação para seguir lutando – e ferramenta de cobrança. Combustível para as vitórias. Para os títulos. O que poderia ter derrubado o Glorioso em 2013, foi transformado na peça fundamental para a conquista do Campeonato Carioca.

– O atraso de salários me afetou também, claro. Eu faço parte do grupo. Foi uma coisa de princípio. Todo mundo tem suas contas para pagar. Grande, pequeno, quem seja. Todo mundo tem suas contas. Isso foi a nossa grande motivação. Conseguimos transformar isso em motivação. Foi difícil, por isso foi emocionante. Vários jogadores têm uma reserva, mas há aqueles que não têm. E precisam se virar. Foi uma situação que sentimos muito, porque somos uma família lá dentro – comentou Seedorf, em entrevista ao LANCE!Net.

Com a transparência de sempre, o holandês falou sobre os problemas enfrentados até o título, a importância da mentalidade vencedora, arbitragem, Engenhão, entre outros temas delicados. Mas também houve tempo para sorrisos, ao contar da relação com Oswaldo de Oliveira, o elenco e futuros projetos. Confira:

Como o grupo reagiu ao atraso dos salários?
Nos juntamos e falamos: “Podemos fazer duas coisas”. A primeira seria ficar com raiva e não cumprir com o nosso dever dentro de campo. Mas isso vai nos prejudicar no final. Então escolhemos fazer de tudo para ganhar o Carioca, nos ajudarmos, termos mais força para cobrar e fazer com que o Botafogo tenha como pagar. O grupo tomou uma atitude de se fechar e topar assumir as coisas que estão dentro das nossas mãos. Ninguém começou a jogar desde criança para orgia. Todo mundo quer o quê? Ganhar Copa do Mundo, Ligas dos Campeões? Não é o sonho que temos? Então essa é a motivação. O outro lado é obrigação do clube. Esse grupo vai ser lembrado para sempre pelo Carioca deste ano. É o que acontece quando se tem um título. Pequeno, médio ou grande.

Você teve alguma participação na suspensão das concentrações?
Não tive participação quase. Não falei nada. O grupo tomou a decisão e eu dei suporte. Não acredito muito nessa coisa de concentração. O importante não é concentrar, mas a atitude do grupo. Ficar em hotel não vai ganhar jogo ou trazer dinheiro. Atitude teve o grupo, que se fechou e assumiu a responsabilidade. Quanto mais responsabilidade esse grupo teve, cresceu cada vez mais.

O Botafogo levou o Carioca. Quais são as próximas missões?
A missão é manter essa mentalidade vencedora, a vontade para sempre. Dentro do clube, digo. Tem que fazer certas coisas para ser vencedor. Não é só o título, é a maneira de trabalhar, o que fazemos todos os dias. Isso vira algo enorme. Acho que nós conseguimos, com relação ao grupo, atletas, funcionários e técnico, ter um padrão que virou normalidade. Agora é manter.

Mas como? Quais são as maneiras para manter a mentalidade?
Cada um tem que procurar a sua. Penso que o que me motiva é algo mais espiritual. O que posso fazer através do futebol, da comunicação, de ações dentro e fora de campo. Para mim, é uma grande felicidade saber que tenho um impacto positivo aqui no Brasil. Isso é o que integra minha maior motivação, a parte espiritual. Me motiva para levantar da cama todos os dias.


O que acha que mudou no Botafogo desde que você chegou?
Não sei. Gostaria que outros falassem melhor, sobre antes. Num grupo cada um tem o seu valor. Hoje acho que cataliso muito. Mas há outros combustíveis, outras partes. Ninguém faz nada sem ser em grupo. O grupo faz a diferença, em tudo.

O Oswaldo seria outra pessoa que faz a diferença?
Com certeza. Mais que um técnico, é uma pessoa que vejo como um cidadão muito humano, leal, digno. Não precisamos falar muito dele aqui no Brasil, já conquistou muitos títulos importantes por vários clubes. Nesse aspecto de como ele conduz o time, o grupo, é sensacional. A capacidade, competência específica de lidar com o elenco. Partes técnica e tática, todo mundo estudou o mesmo, não há muita surpresa. Para mim o diferencial dele está aí, e os jogadores sabem. Já tive vários técnicos maravilhosos, mas o Oswaldo é diferente.

Falando do elenco... Como você tem contribuído para o crescimento dos atletas mais jovens?
Contribuo, mas não é só com os garotos, não. Tem o Jefferson, Antônio Carlos, tem os mais veteranos também. Eles contribuem comigo e eu contribuo com eles, aprendemos juntos. Claro que com certos jogadores tenho uma relação mais intensa, com o Fellype, o Biel (Gabriel), o primeiro que conheci, e com o Dória.

O que você poderia detalhar da relação com o Gabriel?
Foi o primeiro com quem comecei a conversar, a ajudar. Fomos trocando experiências. Ele e o Dória querem aprender tudo (risos). Eles brincam o tempo todo. Claro que a minha cobrança foi crescendo, porque eles têm que se preparar para o mundo. Eles conseguem sempre canalizar as informações no final e pegar o bom para eles. Eles querem sempre mais, aprender mais, têm personalidade.

Ainda sobre jovens: você planeja fazer mais palestras pelo país?
Palestras sempre faço, é uma boa experiência. Mas vamos passar mais em escolas públicas, estou programando isso também. Com certeza, é bacana. Faz parte da minha missão. Passar uma mensagem positiva para as pessoas, principalmente para as crianças, os mais jovens, nesse país aqui. Isso me dá felicidade.

E os negócios no Brasil? Já conseguiu implantar algo?
Vamos ter em breve algo bacana, uma novidade. Deixa assim.

Um assunto complicado: Engenhão. Faz muita falta?
O campo estava muito bom agora, perdemos muito nesse aspecto. Agora é só pensar na solução. Tem que tomar algum caminho.

Outro agora: não achou o julgamento no TJD (pela expulsão contra o Madureira) quase que um circo?
Foi meio circo, sim. Era complicado, já sabíamos que aconteceria. Faltou capacidade para fazer melhor gestão da situação. Complicado porque não mostraram imagens minhas antes do caso com o árbitro.

Você foi visto dando treinos no Boavista e no Nova Iguaçu. Tem o sonho de virar técnico?
Penso, sim, em ser técnico, até porque negócios já tenho, outras empresas, atividades... Ser treinador é algo positivo. Minha finalidade é sempre crescer, me preparar para o futuro. Tenho que me preparar para o dia em que a minha carreira de jogador acabar, ou decidir trocar de trabalho.

Vai seguir no Botafogo depois do fim do contrato (2014)?
Eu cumpro com o meu trabalho. Contratos dão as condições para as duas partes. Quando acontece uma situação antecipada, não tem problema. Se não, tem uma linha bem clara de quando a relação acaba. Sinceramente não sou movido por contratos, mas por projetos. Sempre fui assim na vida. Tenho contrato até 2014, hoje, não tenho outras coisas para colocar na mesa. Se amanhã chegar algo, vamos conversar.


Rodrigo Lois Rio de Janeiro (RJ)LANCENET!