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sábado, 14 de outubro de 2017

Bota marca bem, mas tem dificuldades na criação e perde clássico para o Vasco


Equipe até que dominou as iniciativas no meio de campo, mas não teve muitas chances de gol. Suspenso, Carli está fora da próxima rodada, diante do Avaí




Melhores momentos: Vasco 1 x 0 Botafogo pela 28ª rodada do Campeonato Brasileiro 2017


O Botafogo entrou em campo para enfrentar o Vasco, neste sábado, com uma formação, teoricamente, mais ofensiva. Marcos Vinícius no lugar do suspenso Matheus Fernandes, mas isso não resultou em gol. Pior, o time ainda saiu derrotado por 1 a 0.


A opção mais certa seria a entrada de Leo Valencia, mas o chileno voltou das partidas das Eliminatórias da Copa reclamando de dores no tornozelo e acabou ficando fora do clássico. Fez falta, principalmente na velocidade que dá ao time.



Bruno Silva disputa bola no clássico do Maracanã (Foto: André Durão / GloboEsporte.com)


Duas chances no primeiro tempo

No primeiro tempo, por exemplo, o time, que marcou muito bem, teve duas chances: com Marcos Vinicius (aos 18) e em um contra-ataque (aos 40), mas Victor Luis no último passe para Brenner. Por sinal, o lateral voltou a não render como antes e foi discreto em campo.


Assim como no primeiro, o segundo tempo começou truncado, e o Vasco abriu o placar após uma dividida entre Igor Rabello e Nenê, que finalizou de fora da área. Os jogadores do Botafogo reclamaram muito de um toque de mão do vascaíno, mas o árbitro ignorou.


Após o lance, Jair usou o que tinha no banco para reverter o resultado e colocou de uma vez Guilherme e Vinicius Tanque. O risco do técnico era calculado, pois sabia que o time sairia para o ataque e poderia sofre um contra-ataque.


O time até que tentou, pressionou o Vasco, mas não conseguiu. Agora volta as atenções para o jogo diante do Avaí, na próxima quarta, em Florianópolis. Para o confronto, Jair Ventura não poderá contar com o zagueiro Carli, que recebeu o terceiro cartão amarelo e está suspenso.


Fonte: GE/Por Felippe Costa, Rio de Janeiro

O espelho: por Libertadores, Vasco tenta seguir os passos do rival Botafogo


No ano passado, Glorioso voltou da Segunda Divisão, superou previsões pessimistas e terminou temporada classificado para a Libertadores; Cruz-Maltino pode repetir situação em 2017




Um time retorna à Primeira Divisão após um calvário na Segundona, supera as previsões de que lutaria contra o rebaixamento e termina o Campeonato Brasileiro classificado para a Libertadores. Esta foi a história do Botafogo em 2016 - e esta é a história que o Vasco tenta repetir em 2017.


Os dois times se enfrentam neste sábado, no Maracanã, às 19h (de Brasília). O Glorioso aproveitou a boa campanha do ano passado para se fortalecer ainda mais na atual temporada: chegou às quartas de final da Libertadores e está em sexto lugar no Brasileiro, na briga por nova classificação continental. Um caminho que o Vasco espera trilhar também.


O Cruz-Maltino retornou à Série A neste ano. Teve diversos obstáculos ao longo da campanha, mas, perto de começar a 28ª rodada, está em nono lugar, com 36 pontos, a quatro do atual G-7. Ainda está perto do Z-4 - a diferença é de cinco pontos -, mas o tom é de confiança. Confira semelhanças e diferenças dos dois clubes:


SEMELHANÇAS

Situação na tabela

Passadas 27 rodadas em 2016, o Botafogo ocupava a 10ª posição do Campeonato Brasileiro na época e estava até atrás na tabela do que o Vasco agora, atualmente o nono colocado. Porém, tinha 38 pontos, dois a mais do que o Cruz-Maltino tem hoje no campeonato. Porém, a distância para a zona de classificação da Pré-Libertadores é a mesma.


Vasco está a quatro pontos do G-7, mesma distância que o Botafogo tinha para o G-6 (Foto: Reprodução)

No ano passado, o Glorioso estava quatro pontos atrás do Atlético-PR, sexto colocado com 42, mesma distância atual do Vasco para o Flamengo, sétimo. A diferença é que na época, no final de setembro, ainda não se sabia que o G-4 viraria G-6, o que só foi confirmado pela CBF no início de outubro. E hoje há um G-7 com a presença no bolo do Cruzeiro, campeão da Copa do Brasil.


Base como apoio

Sem possibilidades de grandes investimentos, ambos os clubes usaram a base para completar o elenco. Nem todos os jovens foram titulares: no Botafogo de 2016, o zagueiro Emerson Santos foi quem mais se firmou, enquanto que no Vasco atual, Mateus Vital é quem mais jogou.



Mateus Vital é o jovem da base com maior sequência de titular no Vasco (Foto: André Durão)


Mas muitos garotos recém-saídos da base foram úteis nas campanhas, como reservas confiáveis e eventuais titulares. Luís Henrique, Ribamar, Fernandes e Leandrinho pelo lado do Glorioso; Paulo Vitor, Paulinho, Evander e Andrey por parte do Cruz-Maltino.


Contratações certeiras

Camilo comemora gol em 2017, antes de deixar o Botafogo após boas
atuações em 2016 (Foto: GloboEsporte.com)
Camilo chegou no meio do ano passado ao Botafogo e encaixou como uma luva no time. As boas atuações do meia impulsionaram o Glorioso à briga na parte de cima da tabela e renderam até uma convocação para a Seleção, em amistoso contra a Colômbia, em janeiro.

No Vasco deste ano, a chegada de Anderson Martins ajudou bastante a solucionar os problemas de uma defesa que era das mais vazadas do Brasileiro. Desde que estreou, o zagueiro aumentou o nível técnico e deu um ganho considerável de performance ao Cruz-Maltino.




Anderson Martins em sua chegada ao Vasco (Foto: Paulo Fernandes/Vasco.com.br)


DIFERENÇAS:

Continuidade x trocas de comando


O Botafogo iniciou o Brasileiro com Ricardo Gomes. Quando o treinador foi para o São Paulo, o comando ficou com Jair Ventura, auxiliar, que conseguiu incrementar a produção do time. A continuidade no trabalho, porém, foi apontada como fundamental para a campanha alvinegra.



Ex-auxiliar, Jair Ventura continuou o trabalho de Ricardo Gomes no Botafogo (Foto: André Durão)


O caso do Vasco é o oposto. O Cruz-Maltino está em seu terceiro treinador no ano - Cristóvão Borges, Milton Mendes e Zé Ricardo. De parecido, está o fato de Zé ter conseguido melhorar o desempenho da equipe nas últimas rodadas.


Fator casa


O Vasco perdeu São Januário no meio do Brasileiro. A confusão no clássico contra o Flamengo gerou seis jogos de punição - três deles em Volta Redonda e outros três com portões fechados. Isso afetou diretamente o desempenho do time, que vinha muito bem atuando em casa.



São Januário sem torcida para jogo contra o Grêmio: punição atrapalhou o Vasco (Foto: André Durão)

O Botafogo também perdeu o Nilton Santos em 2016 por causa dos Jogos Olímpicos, mas sabia desde o início e se programou para montar a Arena Botafogo no Luso-Brasileiro, na Ilha do Governador. O desempenho no estádio fez o time alcançar a Libertadores.


Ano político
A eleição no Vasco está marcada para o dia 7 de novembro, mas os bastidores políticos do clube fervem desde o início do ano. Para a diretoria, isso influenciou diretamente nos atos de hostilidade em São Januário que culminaram na punição de perda de mando. Eurico Miranda chegou a vir a público garantir a blindagem ao futebol do que considerava ataques da oposição.



Eurico chegou a dar coletiva para blindar o futebol dos "ataques da oposição" (Foto: Paulo Fernandes/Vasco)


No Botafogo, a estabilidade política permitiu maior tranquilidade. Em 2016 não havia eleição nem maiores críticas à gestão de Carlos Eduardo Pereira, que equacionou as dívidas e acabou com um problema antigo no clube: salários atrasados. O trabalho é tão elogiado que seu candidato a sucessor da chapa, Nelson Mufarrej, é o favorito às eleições do dia 25 de novembro.


Fonte: GE/Por Felipe Schmidt, Felippe Costa e Thiago Lima, Rio de Janeiro