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sexta-feira, 22 de maio de 2015

Torcedor leva tatuador a treino no DF e eterniza autógrafo de Jefferson


Idolatria sem limites: batizado em homenagem a ex-atacante alvinegro da década de 60, Roberto Oliveira agora soma 31 tatuagens do Botafogo no corpo



Até onde vai a paixão de um torcedor por seu clube e por seu ídolo? Roberto Oliveira provou que não há limites. Alvinegro apaixonado, o brasiliense, de 44 anos, aproveitou a presença do Botafogo na Capital Federal para ver de perto Jefferson, na manhã desta sexta-feira, no treino no CT do Brasiliense. Mas Roberto foi além. Ele levou contigo um tatuador e, após pedir para o goleiro autografar suas costas, Roberto eternizou, ali mesmo, a assinatura do camisa 1.

Roberto tatua autógrafo de Jefferson logo após encontrar ídolo (Foto: Marcelo Baltar / GloboEsporte.com)
- O Jefferson é maravilhoso, humilde, carinhoso, atencioso. Um ídolo não é feito de títulos. Um ídolo é feito de atitude e respeito. E isso esse cara tem pela torcida e pelo Botafogo.

A paixão pelo Botafogo é de família. O nome Roberto, por exemplo, é em homenagem ao ex-atacante, que brilhou com a camisa alvinegra na década de 60. O torcedor se emocionou e chorou ao falar do pai, que faleceu a dois anos, e batizou todos os cinco filhos com nomes de craques botafoguenses. 
 
Roberto, torcedor alvinegro, exibe suas tatuagens
no treino do Botafogo em Brasília
(Foto: Marcelo Baltar / GloboEsporte.com)
- Somos cinco irmãos: Roberto, Jair, Mendonça, Gérson e Marinho. Por isso vou ser botafoguense a vida inteira. Estou continuando a história do meu pai.

Com a assinatura de Jefferson tatuada nas costas, Roberto agora soma 36 tatuagens do Botafogo. Fotos de Nilton Santos, Maurício, Túlio Maravilha e do próprio Jefferson fazer parte do repertório. A meta é chegar a 71 tatuagens em homenagem ao clube do coração.

- É muito legal mesmo ter esse reconhecimento. Isso mostra que estamos fazendo um bom trabalho. Muito bacana – disse Jefferson, enquanto Roberto tatuava a assinatura do ídolo nas costas.

O técnico René Simões também falou sobre o carinho da torcida alvinegro em Brasília. Nesta sexta, cerca de 50 torcedores acompanharam o treino no CT do Brasiliense.

- O legal é que a torcida do Botafogo está precisando ser visitada. O Milton Nascimento já dizia que o artista tem que ir até o publico. Tanto que abri os portões para que os torcedores ficassem perto do Jefferson e dos demais jogadores. A torcida do Botafogo sofreu muito no ano passado, e as feridas ainda não cicatrizaram. Esse contato faz bem para os jogadores – desse René Simões.

Na segunda colocação, com seis pontos, o Botafogo enfrenta o Atlético-GO neste sábado, às 16h30, no Estádio Mané Garrincha, em Brasília. O GloboEsporte.com acompanha a partida em Tempo Real.

Por Marcelo Baltar Brasília/GE

Com apoio da torcida, Bota treina em Brasília e deve ter Lulinha como titular


Meia-atacante é o provável substituto de Rodrigo Pimpão, suspenso. Poupado da partida contra o Figueirense, Daniel Carvalho volta à equipe




Torcedores apoiam o time em Brasília
(Foto: Marcelo Baltar)
Em uma manhã agradável, à beira do Lago Paranoá, em Brasília, o Botafogo treinou no CT do Brasiliense, na véspera da partida contra o Atlético-GO. Na atividade, o técnico René Simões deu indício do time que vai mandar a campo neste sábado. Com Rodrigo Pimpão suspenso e Sassá machucado, Lulinha deve fazer seu primeiro jogo como titular.

No treino, que contou com a presença de aproximadamente 50 torcedores, René Simões comandou uma atividade e dividiu o setor ofensivo em dois quartetos. De um lado treinaram Elvis, Daniel Carvalho, Lulinha e Bill. Do outro, Tomas, Diego Jardel, Gegê e Henrique.

Time alvinegro treina diante do Lago Paranoá em Brasília (Foto: Marcelo Baltar)
Com isso, a provável escalação do Botafogo para a partida deste sábado é Jefferson, Gilberto, Renan Fonseca, Diego Giaretta, Carleto; Aírton, Willian Arão, Elvis, Daniel Carvalho, Lulinha e Bill. Machucados, Sassá, Marcelo Mattos e Roger Carvalho não seguiram com a delegação para Brasília.

Além dos torcedores, o gerente Antônio Lopes e o vice de futebol, Antônio Carlos Mantuano, acompanharam a atividade. Os dois aproveitaram o bonito visual para caminhar pelo CT do Brasiliense.

René conversa com Antônio Lopes durante treino do Botafogo em Brasília (Foto: Marcelo Baltar)

Na segunda colocação, com seis pontos, o Botafogo enfrenta o Atlético-GO neste sábado, às 16h30, no Estádio Mané Garrincha, em Brasília. O GloboEsporte.com acompanha a partida em Tempo Real.

Por Marcelo Baltar Brasília/GE

Aos 17 anos, Luis Henrique mostra sua cara no Bota: "Sempre fiz muitos gols"


Após passagem apagada pelo Flamengo, joia brilha no Alvinegro, marca 14 vezes em 10 partidas na Copa do Brasil, sobe para profissional e revela patrulha da mãe e irmã




De seu pai, Evilmar, um ex-jogador que atuou por vários clubes do Espírito Santo, Luis Henrique herdou o talento para o futebol e aprendeu o caminho do gol. Com a mãe, a comissária de bordo Tanara, ele entendeu a importância de voar alto e, ao mesmo tempo, saber que a segurança existe mesmo quando os pés estão no chão. São esses os ensinamentos que guiam o artilheiro da campanha do vice-campeonato da Copa do Brasil Sub-17, com impressionantes 14 gols em 10 partidas, a caminho do elenco profissional do Botafogo. Isso depois de uma passagem que não vingou no Flamengo.

- Sempre fiz muitos gols. No ano passado fui vice-artilheiro do Campeonato Carioca sub-17 mesmo com 16 anos. A média sempre foi boa, mas a diferença desta Copa do Brasil é que foi contra adversários expressivos - afirmou o atacante.

Luis Henrique recebe o carinho da mãe Tanara e da irmã Cinara: incentivo com doses de patrulha em casa por conta da vida fora das quatro linhas (Foto: Gustavo Rotstein)
Embora ainda seja considerado uma promessa, Luis Henrique tem sido tão falado quanto Bill e Rodrigo Pimpão, titulares da equipe profissional que, aliás, somados marcaram menos gols (13) do que ele na atual temporada. Nos próximos dias, o atacante de 17 anos estará junto deles e dos demais comandados de René Simões para ser observado. Mas embora admita que não pretende queimar etapas em seu desenvolvimento, a joia alvinegra admite que seu desejo é não mais deixar os profissionais.

- Esse sempre foi o meu sonho, jogar pelo clube que me acolheu quando eu precisava. Não sei se vou ficar nos profissionais, mas chego para buscar o meu lugar e não voltar mais para a base.

Em entrevista ao GloboEsporte.com, Luis Henrique, que na última quarta-feira foi convocado para a seleção brasileira sub-17 para a disputa de um torneio na Coreia do Sul, fala sobre a dura marcação que sofre da mãe em relação à vida fora dos gramados e de como lida com a expectativa da torcida. Confira a íntegra:

GloboEsporte.com: Depois de ser o destaque do Botafogo na Copa do Brasil sub-17, você está perto de iniciar um período de treinos com o profissional. Como vê essa chance?

Luis Henrique em ação diante do Vitória, na final
da Copa do Brasil (Foto: Satiro Sodre/SSPress)
Luis Henrique: Fizemos uma pré-temporada intensa durante dois meses, e o resultado disso foi essa campanha na Copa do Brasil. Claro que seria muito melhor com o título, mas o futebol é maravilhoso porque prega algumas peças. Fiquei animado e feliz com as declarações do René, apesar de desde o início do ano eu saber que poderia treinar com os profissionais. Mas também não quero pular etapas. Então, estou preparado, seja para ficar em definitivo ou não.

E sua ideia é ficar em definitivo?

Penso em ficar, sim. Esse sempre foi o meu sonho, jogar pelo clube que me acolheu quando eu precisava. Não sei se vou ficar nos profissionais, mas chego para buscar o meu lugar e não voltar mais para a base. Mas se tiver que retornar para a minha categoria, faço com a maior tranquilidade. Posso estar pulando algumas etapas, mas estou preparado para as duas situações.

Está também preparado para corresponder à expectativa da torcida após as atuações que chamaram a atenção de todos na Copa do Brasil sub-17?

Desde criança é preciso saber lidar com isso, pois foi a profissão que escolhi. Sei que existe pressão e expectativa. Mas concordo com o René quando ele diz que pouca idade não significa inexperiência. Uso toda essa badalação como algo positivo, como uma motivação, e procuro não pensar que posso me frustrar ou frustrar alguém.

Mas certamente vai ser diferente enfrentar jogadores mais velhos e muitas vezes mais fortes. Acha que dá conta?

Acho que dou conta, sim. É apenas o começo de uma carreira longa. Sei que vou enfrentar jogadores mais velhos e mais fortes, mas estou me preparando muito. Além de treinar muito, sou focado no extracampo: costumo descansar, me hidratar...

Não sei se vou ficar nos profissionais, mas chego para buscar o meu lugar e não voltar mais para a base. Mas se tiver que retornar, faço com a maior tranquilidade"
Luis Henrique

Em casa tem uma patrulha em relação a isso?

Tem, sim (risos). Moro com minha mãe (Tanara) e minha irmã mais nova (Cinara), e elas marcam em cima. Quando eu saio, minha mãe me liga ou manda mensagem perguntando onde eu estou e falando que eu preciso voltar logo. Se como besteira, ela chama minha atenção. Mas sou bem disciplinado também em relação aos horários e à alimentação.

Antes de chegar ao Botafogo, em 2013, você passou pelo Flamengo, que o dispensou. Como foi viver essa primeira frustração? Existe alguma mágoa com o ex-clube e uma motivação a mais quando disputa esse clássico?

Sou de Itarana, uma cidade de 15 mil habitantes do Interior do Espírito Santo. Vim para o Rio de Janeiro quando meus pais se separaram, em 2009, morando com minha mãe e meus irmãos. Joguei seis meses antes de ir para o Flamengo. Lá tive problemas de adaptação, porque era muito diferente chegar a uma cidade tão grande. Eu ainda não tinha a cabeça no lugar como tenho agora. Além disso, minha mãe, como comissária, viajava muito e ficava longe, e eu sentia falta, apesar de entender que era o trabalho dela. Tudo isso influenciou para que eu não desenvolvesse o meu melhor. Então eu pouco joguei pelo Flamengo. Quando vem a dispensa você diz que não quer mais jogar, fica aborrecido com o treinador, com o clube... Mas não tenho mágoa e agradeço ao Flamengo pela oportunidade. Aprendi muito naquele período.

Depois de uma semana de teste no Bahia, sem sucesso, você chegou ao Botafogo em 2013 e desandou a fazer gols.

Sempre fiz muitos gols. No ano passado fui vice-artilheiro do Campeonato Carioca sub-17 mesmo com 16 anos. A média sempre foi boa, mas a diferença desta Copa do Brasil é que foi contra adversários expressivos. De certa forma essa marca surpreendeu, mas eu esperava começar o ano bem, pelo que fiz na pré-temporada e desde que cheguei ao Botafogo. Então foi uma surpresa boa.

Costuma contar seus gols, fazer algum tipo de estatística pessoal?

Aos 11 anos, Luis Henrique posa com marca de Dunga na calçada da
 fama do Maracanã: "reencontro" no futuro? (Foto: Arquivo Pessoal)
Conto meus gols no ano, mas comecei a fazer isso no ano passado. Foram 24, e neste ano já tenho 14 em partidas oficiais. Acho legal o atacante contar os gols que faz e tentar manter a regularidade.

Quais são suas referências de atacantes?

Para mim, o Ronaldo dentro da área foi o melhor. Além disso foi disciplinado e dedicado. O Ibrahimovic é completo, tem personalidade dentro de campo, liderança e faz gol de qualquer jeito, além de participar bem taticamente. Atacante atual tem que fazer gol e ajudar na marcação quando é preciso. Eu gosto muito de entender o jogo, saber quando atacar e defender.

Pretende levar seus estudos adiante?

No fim deste ano eu termino o Ensino Médio. Vou à escola à noite, já que os treinos são de manhã. Gostaria de cursar uma faculdade, mas vai depender muito se vou ficar na base ou se vou de vez para os profissionais. Minha área de interesse é comunicação, seja publicidade, marketing ou jornalismo.

Por Gustavo Rotstein Rio de Janeiro/GE

Presidente entrega dossiê que discute contratos da gestão Assumpção


Carlos Eduardo Pereira e Conselho Fiscal transmitem a Deliberativo relatório que analisa empréstimo junto à Odebrecht e até aluguel de casa próxima ao Engenhão




Carlos Eduardo Pereira lê relatório emn reunião do
conselho na última quinta (Foto: Gustavo Rotstein)
Em reunião realizada na noite da última quinta-feira, a diretoria do Botafogo entregou ao Conselho Deliberativo um relatório no qual detalha contratos firmados pela administração anterior. O documento é resultado de uma investigação de Conselho Diretor e Conselho Fiscal, que tem como objetivo dar mais subsídios para que o clube analise o processo de exclusão do ex-presidente Maurício Assumpção do quadro social.

Antes de entregar o dossiê nas mãos de Jorge Aurélio Domingues, presidente do Conselho Deliberativo, o presidente Carlos Eduardo Pereira leu os principais pontos da investigação, que tem como base o questionamento a diversos contratos estabelecidos pelo Botafogo na gestão de Maurício Assumpção. Entre eles o relativo à venda do zagueiro Dória para o Olympique de Marselha, no ano passado. Muitos, de acordo com a auditoria interna, foram feitos sem assinatura de testemunhas e sem que ficassem claros a finalidade e o objeto dos contratos.

Outro alvo de investigação é o contrato de empréstimo junto à construtora Odebrecht, no valor de R$ 20 milhões. Segundo o relato exposto por Carlos Eduardo Pereira aos conselheiros, o acordo dava como garantia os direitos econômicos de 88 jogadores, além de porcentagens da bilheteria do Engenhão e de futuros contratos do estádio, como publicidade, naming rights, entre outros. Esta dívida, segundo o atual conselho diretor, já está em R$ 23 milhões.

Além disso, vem sendo analisado o empréstimo de R$ 3 milhões feito junto a empresários paulistas, com o Botafogo pagando 10% de comissão a intermediários e que, segundo o presidente, não teve seu objetivo claramente identificado.

- Existem indícios de que o valor foi usado única e exclusivamente para a quitação de salários de funcionários do círculo de “amigos da praia” do ex-mandatário - explicou Carlos Eduardo Pereira no relatório entregue ao conselho deliberativo, também assinado pela presidente do Conselho Fiscal, Leila Freitas Soares.

Também estão sob investigação contratos de patrocínio que destinariam 1% para o beach soccer e até o aluguel de uma casa no bairro do Engenho de Dentro – no valor de R$ 1 mil por mês – que serviria para depósito de material de torcidas organizadas.

No entanto, será a Junta de Julgamento e Recursos o poder responsável por analisar o pedido de expulsão de Maurício Assumpção. A primeira reunião do órgão para discutir o assunto deverá ocorrer na próxima quarta-feira. O ex-presidente terá o direito de se defender das acusações feitas pelo Conselho Diretor.

Por Gustavo Rotstein Rio de Janeiro/GE