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quinta-feira, 22 de outubro de 2020

Botafogo estuda recuperação judicial como plano B à S/A e apresenta panorama a candidatos


Diretoria explica a Alessandro Leite e Durcésio Mello detalhes do projeto, que está em fase de captação e negociação com credores. Alternativa seria aproveitar mudança na Lei de Falências




Com dificuldade de tirar a S/A do papel, o Botafogo estuda entrar em recuperação judicial como alternativa caso o projeto de clube-empresa fracasse. A proposta foi discutida nesta quinta-feira, quando Nelson Mufarrej deu primeiros passos rumo à própria sucessão e apresentou o panorama do clube a dois dos três candidatos a presidente pelos próximos quatro anos.


Entre as pautas, a principal foi o andamento do grupo de trabalho que planeja a conversão a empresa. Os candidatos Alessandro Leite e Durcésio Mello compareceram à reunião. O terceiro nome na disputa, Walmer Machado, se recusou a atender o chamado da diretoria por não concordar com a legalidade do "plano B" e contestou o local da reunião.


Nenhum martelo foi batido porque o encontro serviu para apresentar a realidade do clube aos candidatos. Mas, os dois presidenciáveis presentes foram informados que o Bota já possui boa parte dos recursos necessários para a S/A e está em negociação com credores para diminuir consideravelmente a dívida.


Caso esse acordo não saia, a alternativa será a recuperação judicial. Para isso, o clube acompanha um projeto que corre no Senado para mudar a Lei de Falências.



Nelson Mufarrej, presidente do Botafogo até dezembro — Foto: Julio Gracco/Botafogo


Também foi apresentada a situação financeira do clube, como detalhes do acordo que possibilitou o pagamento de salários em dia pelo menos até dezembro. E novidades sobre o patrimônio, principalmente o andamento da construção do novo centro de treinamentos.


Da atual diretoria, estiverem presentes o presidente Nelson, o vice-presidente geral Carlos Eduardo Pereira e o vice jurídico Domingos Fleury. Completam a lista de convidados os membros do comitê de futebol Carlos Augusto Montenegro, Manoel Renha e Ricardo Rotenberg, o presidente do conselho deliberativo, Edson Alves, o presidente do conselho fiscal, Sergio Cerqueira, o advogado André Chame, que faz parte do grupo de trabalho da S/A.



Fonte: GE/Por Davi Barros e Thayuan Leiras — Rio de Janeiro

Conheça José Welison, o clássico primeiro volante que chega ao Botafogo


Forte no poder de marcação, jogador revelado no Vitória se destacou pela raça no Atlético-MG, mas ficou encostado com a chegada de Sampaoli por dificuldade em criar jogadas


Falta apenas aprovação nos exames médicos para que José Welison seja a nova contratação do Botafogo para o restante da temporada. O volante chega por empréstimo até o fim do Campeonato Carioca do ano que vem e vai atuar em uma das funções mais carentes do time de Bruno Lazaroni, a de primeiro volante.


Revelado pelo Vitória, o jogador de 25 anos passou as últimas três temporadas no Atlético-MG entre altos e baixos. Emprestado na temporada de 2018 ao Galo, o volante começou a ter atuações consistentes e foi contratado em definitivo pelo clube mineiro. Primeiro volante clássico, mais de marcação do que de construção de jogo, Zé Welison se destacou pela raça e entrega nos jogos, mas começou a cair de rendimento em 2019, ano que mais jogou pelo Atlético.


- Ele não conseguiu manter o nível de atuação e mostrou algumas limitações técnicas mais sérias, como questão de passe e proposição de jogo. É um cara que tem mais dificuldade do meio pra frente. E acabou caindo em desgraça aqui depois de uma falha num clássico, o 3 a 0 na Copa do Brasil que o Cruzeiro aplica no Atlético (jogo de ida das quartas de final) e praticamente sela a eliminação. Ele falha num lance capital com o Réver. Isso quase que inviabiliza a sequência dele aqui. Mas ele seguiu no elenco e só saiu de vez quando o Sampaoli chegou.



José Welison junto com Luan em 2019, ano em que mais atuou pelo Galo — Foto: Bruno Cantini/Atlético-MG


A análise é de Henrique Fernandes, comentarista da Globo em Minas Gerais. Para o jornalista, são justamente essas características de um primeiro volante dos velhos tempos que fizeram com que José Welison perdesse espaço com o técnico argentino. De acordo com Henrique, apesar da capacidade de marcação, a dificuldade com a bola no pé foi determinante para que o volante ficasse encostado no elenco atleticano.


- É um cara com pegada, com muita intensidade pra marcar, principalmente. É um primeiro homem de meio de campo bem clássico. Saiu de uma temporada que ele foi, de certa forma, desmoralizado em 2019 e vai tentar reencontrar esse jogo no Botafogo. Vai se encaixar numa carência até porque volante está em falta no Botafogo atualmente.



José Welison foi revelado em 2014, no Vitória, e foi emprestado para o Atlético-MG em 2018 — Foto: Felipe Oliveira/ divulgação/ EC Vitória



Mas não é só na posição de primeiro volante que o jogador pode suprir a carência no elenco alvinegro. José Welison também pode ser improvisado na lateral direita, função que já exerceu no Vitória. Por outro lado, o volante sofreu lesões com certa frequência ao longo da carreira. Conforme Raphael Santana, repórter do ge que cobria o dia a dia do clube baiano no período em que o jogador esteve por lá, o volante ainda tem como arma o chute de média distância.


- Formado nas categorias de base do Vitória, Welison foi promovido ao profissional em 2014. No clube baiano, foram 110 partidas disputadas ao longo de quatro temporadas, em que atuou predominantemente como volante, sua posição de origem, mas chegou a ser utilizado na lateral direita quando preciso. José Welison sempre foi considerado um bom jogador, mas nunca chegou a se firmar, até por causa das lesões que o acompanham desde os tempos de Toca do Leão. É um jogador com bom poder de marcação, saída de bola e que finaliza bem de média distância.


Caso concretize a negociação, José Welison será a segunda contratação do Botafogo desde a chegada do gerente de futebol Túlio Lustosa. Se vai ser titular do time Bruno Lazaroni ainda não é certo, mas chega para uma das posições mais carentes do elenco, que vinha improvisando o zagueiro Rafael Forster como primeiro volante.



Fonte: Por Redação do ge — Rio de Janeiro