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segunda-feira, 26 de abril de 2021

CEO do Botafogo diz que "se fosse uma empresa, o clube já teria falido há tempos"



Jorge Braga faz diagnóstico após mais de um mês de imersão no Botafogo; alto custo do Estádio Nilton Santos, objetivo do time na Série B e S/A estão entre os temas abordados



O silêncio acabou. Depois de mais de um mês do anúncio de Jorge Braga para o cargo de CEO, o executivo se pronunciou na tarde desta segunda-feira por meio do site oficial do Botafogo. O diagnóstico do economista é negativo, mas ele acredita que o clube está no caminho da mudança.


Para alterar a situação do clube com dívida superior a um bilhão de reais, o CEO prioriza quatro etapas: "parar a hemorragia do caixa; reestruturar o modelo de negócio (custos vs. receitas) que é historicamente deficitário; captar novos recursos em quantidade e forma suficientes para podermos, por último, enfrentar e reestruturar a dívida bilionária".


- A situação do clube é desafiadora em todos os sentidos. Do caixa ao futebol, temos tudo para fazer. Não basta saber o quê mas também o como. Se fosse uma empresa, o Botafogo já teria falido há tempos. Devem existir poucos clubes no mundo com uma relação dívida/receita igual à nossa que ainda estejam vivos - disse.


Um dos assuntos abordados por Jorge Braga foi o alto custo de manutenção do Nilton Santos. Ele reconhece a importância do estádio para o clube e a torcida, mas frisa que o prejuízo diário chega a R$ 20 mil, o que agrava com o período sem jogos e a falta de bilheteria.


Quanto ao desempenho esportivo e as metas do time na temporada, Jorge deixou claro que o "único objetivo realista é perseguir o 4º Lugar" na Série B visando recuperar as receitas que o clube terá direito quando voltar à primeira divisão. Por isso, ele diz que será iniciado um "trabalho de reestruturação da parte de análise de mercado dos atletas" para melhorar o processo de negociações.


+ Análise: goleada sobre o Macaé não apaga campanha ruim do Botafogo no Campeonato Carioca





Jorge Braga, CEO do Botafogo — Foto: Vitor Silva/Botafogo



O executivo deixou de lado os planos e optou por destacar as ações que foram realizadas desde a sua chegada ao Botafogo, na segunda quinzena de março:


Fizemos uma força-tarefa para cumprir o prazo das demonstrações financeiras, garantindo a transparência e qualidade dos números que lá estão;

Alteramos o Código de Ética de todos os funcionários incluindo gestão de informações confidenciais, conflitos de interesse, partes relacionadas etc.;

Revisitamos e redesenhamos todos os processos de negócio exigindo contrapartidas mínimas de performance e adimplência para licenciamento e patrocínio;

Instituímos a exigência de concorrência (RFP) para atração e seleção de parcerias comerciais;
Criamos novos controles de gestão de ativos imobilizados;

Mudamos toda a parte administrativa para uma única grande sala de reunião no estádio Nilton Santos, colocando todos os gestores juntos, quebrando silos e paredes, melhorando a comunicação e o tempo de decisão e liberando espaço nobre na sede;

Iniciamos um mapeamento do real perfil da dívida, incluindo ônus reais sobre imóveis e contencioso jurídico.



Entre as realizações, está a criação do "Comitê de Caixa" para identificar quais dívidas são possíveis de serem quitadas no momento e como negociar com os credores. Para cortar gastos, o CEO propôs a análise de contratos, fornecedores, prestadores de serviço e colaboradores.


Tema que mexe com o torcedor, a S/A também foi citada pelo executivo. O CEO destacou quatro pilares fundamentais para o sucesso do modelo e afirmou que, enquanto os requisitos não forem atendidos, é um risco colocar o projeto em prática.


- Para funcionar, ele precisa ter quatro pilares fundamentais que não podem ser descuidados: Credibilidade de quem o conduz; Segurança jurídica e financeira para ambos investidores e Clube; Destinação específica e clara de recursos para o futebol (profissional e base) e retorno atraente para investidores profissionais e individuais. Não atender de forma eficaz a qualquer destes requisitos é por em risco a única chance do BFR de sair deste ciclo vicioso em que se encontra. O Botafogo tem pressa, mas não pode errar mais. Ou o balanço de consequências será inevitável - concluiu.




Melhores momentos: Botafogo 4 x 0 Macaé pelo Campeonato Carioca 2021



Leia a carta na íntegra:

"Após mergulhar em todas as áreas e conversar com integrantes do universo do Botafogo, incluindo conselheiros, beneméritos, diretores, sócios e torcedores, e após 30 dias de total imersão, me sinto em condições de me manifestar.


A situação do clube é desafiadora em todos os sentidos. Do caixa ao futebol, temos tudo para fazer. Não basta saber o quê mas também o como. Se fosse uma empresa, o BFR já teria falido há tempos. Devem existir poucos clubes no mundo com uma relação dívida/receita igual à nossa que ainda estejam vivos.


Porém, a parte mais importante desta transformação é a visão e a convicção da mudança radical de práticas amadoras, que já aconteceu com a nova gestão liderada pelo Presidente Durcesio Mello. Mudar uma cultura centenária requer primeiro coragem e convicção, e isto, com a sua liderança, este time tem de sobra.


Segundo a minha visão de CEO, o projeto possível para o Botafogo tem quatro etapas que precisam ser executadas com urgência e precisão: parar a hemorragia do caixa; reestruturar o modelo de negócio (custos vs. receitas) que é historicamente deficitário; captar novos recursos em quantidade e forma suficientes para podermos, por último, enfrentar e reestruturar a dívida bilionária.



Mas para tanto é necessário primeiro estabelecer uma fundação de governança, transparência e credibilidade. Tudo fácil de falar e difícil de fazer!


Meu estilo é falar menos de planos e mais de realizações. Mas considero importante contar o que acredito ser o caminho daqui pra frente, junto com o que fizemos nos últimos 30 dias, desde a minha chegada:


Em Governança:


a) Fizemos uma força-tarefa para cumprir o prazo das demonstrações financeiras, garantindo a transparência e qualidade dos números que lá estão;


b) Alteramos o Código de Ética de todos os funcionários incluindo gestão de informações confidenciais, conflitos de interesse, partes relacionadas, etc.;


c) Revisitamos e redesenhamos todos os processos de negócio exigindo contrapartidas mínimas de performance e adimplência para licenciamento e patrocínio;


d) Instituímos a exigência de concorrência (RFP) para atração e seleção de parcerias comerciais;


e) Criamos novos controles de gestão de ativos imobilizados;


f) Mudamos toda a parte administrativa para uma única grande sala de reunião no estádio Nilton Santos, colocando todos os gestores juntos, quebrando silos e paredes, melhorando a comunicação e o tempo de decisão e liberando espaço nobre na sede;


g) Iniciamos um mapeamento do real perfil da dívida, incluindo ônus reais sobre imóveis e contencioso jurídico.


Na Gestão do Caixa, reestruturamos e centralizamos todos os processos críticos de fornecedores, compras, e pagamentos e criamos um “Comitê de Caixa” liderado pelo Vinícius Assumpção, nosso VP Geral e Financeiro, que se reúne diariamente para entender e decidir o que se pode e/ou o que se consegue pagar. E como negociar com os credores.


Para mudar o historicamente deficitário modelo de negócios, revisitamos todos os principais custos, desafiando-os individualmente, passando por uma criteriosa análise de contratos, fornecedores, prestadores de serviço e colaboradores, sob a ótica da nova realidade de receitas que é estar na Série B. E fica muito claro que teremos que fazer duros e necessários cortes que passarão necessariamente por enxugar quadros, serviços, estruturas e repensar esportes e negócios que sejam deficitários. Mas sempre com responsabilidade e zelo por nossos sócios, funcionários e atletas.



Ainda falando em realidade, toda vez que acesso o Nilton Santos me impressiono com a grandeza das dimensões, da beleza do estádio, da importância que ele tem para nossa torcida e do prejuízo diário que chega a R$ 20 mil reais, que precisamos resolver em meio a esta pandemia, sem jogos e bilheteria.


Na dimensão das receitas de médio/curto prazo, nada se compara àquelas que receberemos ao voltar à Série A do Campeonato Brasileiro. Serão mais de R$ 100 milhões quando se somam as receitas de transmissão (abertas e pay-per-view) com a valorização das propriedades de marca e patrocínios.


Entendo e respeito profundamente o desejo da torcida por títulos mas, frente à nossa dura realidade, nosso único objetivo realista é perseguir o 4º Lugar no Campeonato que começa agora no fim de maio, e voltarmos para a Série A, de onde nunca deveríamos ter saído. Qualquer coisa diferente disso é pedir para fracassar.


E, também por isso, teremos que acelerar a transformação do time que já começou. Precisamos selecionar, atrair e contratar alguns reforços com a máxima assertividade. E para tanto faremos um sacrifício financeiro desproporcional à realidade do clube, mas fundamental para termos chance de subir.


Vale ressaltar que, apoiados por uma consultoria externa, começaremos um trabalho de reestruturação da parte de análise de mercado dos atletas, reunindo competências numa nova área que se reportará a mim e à Presidência, prestando melhores serviços ao Eduardo Freeland, nosso Diretor de Futebol, liberando seu tempo para focar em performance, e garantindo melhores negociações e valorização (valuation) do nosso maior ativo que são os direitos econômicos federativos.


Quanto à reestruturação da dívida, é evidente que não existe uma solução simples. Se alguém disser o contrário está muito equivocado. Tenho muita esperança no novo marco regulatório que está sendo discutido no Congresso, assim como a natural evolução das alternativas legais disponíveis (p.ex: recuperação judicial) que estão em curso, dado que o cenário é parecido para todos os times do Brasil, mas nada disto ainda é um fato.



Por último, quero falar do projeto da S/A ou qualquer outro modelo que permita captar recursos para enfrentarmos esta dívida bilionária. Para funcionar, ele precisa ter quatro pilares fundamentais que não podem ser descuidados: Credibilidade de quem o conduz; Segurança jurídica e financeira para ambos investidores e Clube; Destinação específica e clara de recursos para o futebol (profissional e base) e retorno atraente para investidores profissionais e individuais. Não atender de forma eficaz a qualquer destes requisitos é por em risco a única chance do BFR de sair deste ciclo vicioso em que se encontra.


O Botafogo tem pressa, mas não pode errar mais. Ou o balanço de consequências será inevitável.


Encerro pedindo à gloriosa torcida que não nos abandone agora. Precisamos de sua paixão e de seu apoio, incondicionais. Não tenho ilusões de que alguém conseguirá mudar essa realidade sozinho, mas vocês podem contar comigo neste enorme desafio".



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Fonte: Por Redação do ge — Rio de Janeiro

Chamusca diz que Botafogo cumpriu obrigação de vencer com autoridade: "Muita coisa positiva"


Treinador fica satisfeito com produção diante do Macaé e avalia trabalho de olho na Série B






Melhores momentos: Botafogo 4 x 0 Macaé pelo Campeonato Carioca 2021



Marcelo Chamusca ficou satisfeito com a vitória do Botafogo sobre o Macaé por 4 a 0, neste domingo, na despedida da Taça Guanabara. Em entrevista coletiva, o treinador afirmou que a equipe cumpriu a obrigação de vencer com autoridade o lanterna do Carioca.


- Acho que a mecânica que foi trabalhada ao longo da semana foi muito boa. Os jogadores, inclusive, tiveram uma fidelidade muito grande. E nós tivemos no primeiro tempo um controle muito bom do jogo. O adversário pouco nos atacou, pressionamos muito. Conseguimos recuperar muito a bola no campo deles. E o goleiro deles trabalhou muito bem. Foi um jogo em que fizemos muitas finalizações, sendo que acertamos algumas vezes e fizemos quatro gols. A obrigação do Botafogo era vencer o jogo e vencer com autoridade. Independente da fragilidade ou não do adversário. E foi isso que nós fizemos.


- Fizemos um jogo só que em um momento do segundo tempo, quando fizemos as substituições, perdemos o controle pelas substituições que acabaram entrando, mas depois voltamos a controlar. Terminamos o jogo jogando muito bem. O trabalho na semana foi para que tivéssemos imposição. E tivemos 62% de posse de bola, 20 finalizações e para que pudéssemos terminar vencendo. Uma vitória que para nós é importante. E vencemos com autoridade. Teve muita coisa positiva - avaliou o comandante.



Fora das semifinais do estadual, o Botafogo disputará a Taça Rio - enfrentará o Nova Iguaçu. Em maio, começará a disputa da Série B. Na avaliação do treinador, o Botafogo precisa evoluir para voltar à Série A:


- Se tem uma coisa positiva ao longo deste período é que jogamos bastante contra adversários com características diferentes. Jogos com mais pressão e menos pressão. Pegamos adversários de bloco baixo, adversários que pressionaram a gente. Rodamos bastante. Hoje eu tenho um conhecimento, que é o lado mais positivo. Hoje eu tenho conhecimento dos nossos atletas. E isso nos dá uma condição de construção, que fizemos na última semana e vínhamos tentando com certeza dificuldade pelo tempo que não tivemos de treinos. Mas, com conhecimento maior da característica dos atletas, ter um conhecimento maior do clube, dos encaixes.


- O futebol na verdade é você conseguir encaixar os jogadores dentro de uma mecânica que você possa ter equilíbrio e atacar. Com mais tempo de treino, hoje já conseguimos apresentar um volume maior. Mas precisamos evoluir em vários aspectos. Hoje melhoramos nossa efetividade, nossas finalizações e gols marcados. Hoje evoluímos, mas precisamos ainda evoluir, porque vamos ter jogos em que não teremos oportunidade igual contra o Macaé. Temos que crescer na consistência defensiva. Já apresentamos no jogo contra o Fluminense uma consistência maior. E quando tivermos fazendo nossas construções, melhorar nas construções pós-perda. Mas isso só se consegue com semana cheia para treinar.



Marcelo Chamusca, técnico do Botafogo, na goleada sobre o Macaé — Foto: Jorge Rodrigues/AGIF



Mais respostas de Chamusca


Jogadores que saíram


- Todos os atletas que saíram ao longo da competição, quando iniciamos o trabalho, eram jogadores que tinham contrato com o Botafogo e não tinham nenhuma proposta oficial para eles. Era natural que a gente utilizasse. Não existia nenhum indicativo. Tinha algumas especulações, como no caso do Babi, no caso do Nazário, do próprio Benevenuto. Mas a proposta oficial não tinha. O próprio Zé Welison também foi um processo parecido. Utilizamos porque entendemos que os jogadores já tinham uma mecânica e um entrosamento interessante e iam abreviar um pouco a nossa construção e entrosamento da equipe por termos jogadores que se conheciam um pouco mais. Apesar de entendermos que existia uma questão de desgaste para eles. Acabaram surgindo propostas que foram interessantes para eles e para o clube. E a vida de cada um segue.


Rickson


- Em relação ao Rickson, ele é um jogador que tem contrato, vem evoluindo nos jogos. Não é porque ele fez um gol hoje. Ele fez um gol por mérito. Mas ele fez um jogo muito bom hoje. No jogo do Fluminense ele também fez um jogo muito consistente. E aqui trabalhamos na perspectiva de análise permanente de performance. Em todas as semanas, em todos jogos, vamos continuar analisando e mantendo o nosso trabalho, a organização da equipe.


- A implementação da mecânica não está atrelada a jogador A ou B. Independente do jogador que vai fazer a função, nós vamos e já estamos tentando estabelecer. É dessa forma que vamos continuar trabalhando. Caso tenhamos a opção de outro jogador, e isso pode acontecer, para o lugar do Rickson, ele vai entrar para exercer basicamente a mesma função que o Rickson. Estamos buscando uma mecânica, estamos aprimorando essa mecânica nessas semanas cheias que tivemos. E o ideal é que continuemos analisando os jogadores que estão performando melhor.



PV é titular?


Em relação ao PV, ele é um jogador que tem essa virtude, essa qualidade, de ter uma visão muito boa nessa última bola, naquele espaço. E como nós temos jogadores mais com características de atacar com bola rápida... Por exemplo, quando tínhamos o Babi, optamos pela opção de fazer o jogo aéreo com o Babi. Com Nascimento, com Ronald, com Ênio, com Marcinho, com Felipe e com o próprio Marco Antônio, temos a opção de bola rápida. Com o PV treinamos a opção de bola rápida. E uma parte do treino foi isso de jogo que chamamos de combinação com posicionamento de bola rápida, por conta da característica dos nossos jogadores.


- E o PV vem evoluindo, vem maturando, porque é um jogador jovem que vem tendo as primeiras oportunidades no profissional. Não temos neste momento nenhuma intenção de irmos ao mercado buscarmos lateral-esquerdo. Temos na posição quatro jogadores. Além do Guilherme e do PV, temos o Rafael Carioca e o Hugo, que está voltando de lesão. Então, estamos muito bem servidos na posição.


Warley


O Warley é lateral de origem, então, não é nenhuma improvisação. Ele consegue bem fazer bem o corredor. Principalmente na recomposição defensiva e pode ser usado tranquilamente. Mas também temos a intenção, independente da atuação do Warley, de trazer um jogador para disputar posição com o Jonathan. É só questão de tempo e acharmos no mercado. Mas está muito difícil neste momento achar um jogador com a característica que vai nos ajudar na montagem do elenco para a Série B


Pedro Castro


O Pedro Castro encaixou muito bem, desde o primeiro jogo, se eu não me engano, fez a estreia contra o Resende. Ele fez um jogo bem consistente, é um jogador que tem um bom controle. Um jogador que joga por dentro. E dá muita opção de saída para a linha defensiva e consegue ter ações bem interessantes no último terço do campo. Como o chute de fora da área, ele rifa bem a bola. É um jogador que nos primeiros jogos encaixou muito bem na mecânica da equipe. E eu concordo que quando ele machucou, tivemos muita dificuldade dentro do nosso elenco para substituí-lo e acharmos um jogador com suas características.



- Não só características posição-função como falamos. É um jogador maduro, muito experiente, que jogou em várias equipes. E isso traz um diferencial para o Botafogo. E eu não acho que é coincidência, não. E à medida que formos entrosando a equipe, a tendência é que ele até jogue melhor e evolua. Ele ficou mais de um mês sem jogar e fez um bom jogo. Fez o primeiro gol e isso deu uma aliviada. Estávamos muito ansiosos. É um jogador muito importante para nós e vamos continuar com uma ideia onde ele possa trabalhar em alguns momentos como volante e até mais adiantado também.


Orientações na parada técnica


Na parada técnica quando eu cobrei dos jogadores diminuir a inversão com bola longa, porque a característica do adversário, eles montavam uma linha de seis jogadores. E quando tentamos fazer a inversão em bola longa, eles balançavam e fechavam bem os espaços. Trabalhamos ao longo da semana esta última linha, esta linha de seis, mas atacar com a bola no chão, como fizemos no segundo tempo. E foi isso que cobrei dos jogadores.


- Acho que nós tivemos muito controle no primeiro tempo, tivemos quatro ou cinco oportunidades de abrir, mas o time estava muito ansioso nessa última bola. Mas a partir do momento que fizemos o primeiro gol, aí deu um pouco mais de confiança, de forma mais natural, sem controlar as ações. E crescemos. Depois do segundo gol e das substituições, até perdemos um pouco de controle ao longo de cinco minutos. Mas depois o time se ajustou e em um trabalho de pé em pé conseguimos criar boas oportunidades. Então, o que eu cobrava da equipe era um ataque maior nas linhas adversárias e atacar mais nos corredores com bola no chão.


Matheus Nascimento


É um jogador muito jovem. Se você for analisar o histórico dele. É um jogador que subiu do sub-17 direto para o profissional. Jogou poucos jogos no sub-20 e está tendo a oportunidade jogar em um momento que estamos trabalhando para encaixar melhor a equipe. Não era o momento ideal, mas na nossa necessidade tivemos que colocar o Matheus. Ele estava ansioso, porque é um jogador de muita qualidade técnica e a maior virtude dele, ele não estava conseguindo transferir para o jogo. Hoje ele conseguiu. Acredito que com esse gol ele vai ganhar confiança e a tendência é ele crescer porque é um jogador de muito potencial.



Planejamento para a Taça Rio


Na verdade, a nossa ideia é utilizar a nossa equipe principal para iniciar a competição (Taça Rio). O que vai acontecer durante a competição vai depender do calendário proposto pela federação do Carioca. Então, agora no vestiário, eu já conversei com Freeland, que vai conversar com a Federação sobre as datas. E vamos semana a semana, com calma, em cima das datas, fazer o nosso planejamento, tentando melhorar a nossa equipe. Mas o Botafogo quando entra em qualquer competição tem que jogar para vencer. Tem jogar para ter resultado. Eu vim aqui para buscar os três pontos, não vim aqui para empatar. Vim aqui para buscar os objetivos.


Importância da vitória


A vitória é muito importante pelo momento. Vínhamos de uma sequência de empates. Empatamos demais alguns jogos que tivemos condições de vencer. E isso causa um desgaste para todos, não só para o treinador. E sentimos nos jogadores as dificuldades. As vitórias são importantes dentro do nosso cenário, do imediatismo que é o nosso futuro. O que te garante continuidade e crescimento são os resultados. Deveria ser o inverso. E não é só ganhar. Poderíamos ter vindo aqui, ter ganhado, muitos adversários ganharam do Macaé, mas ganhamos com autoridade, construindo, fizemos gols com construção de jogadas. E isso nos dá um alento que a equipe está começando a assimilar e ter uma mecânica de jogar.



Fonte: GE/Por Emanuelle Ribeiro — Rio de Janeiro