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quinta-feira, 4 de outubro de 2018

Eliminado, Botafogo fica com R$ 3,5 milhões por participação na 'Sula'


Clube tentará adiantar a verba da premiação das oitavas com a CBF, enquanto está para quitar os meses de agosto e setembro com os seus jogadores




Botafogo passou por Audax Italiano-CHI e Nacional-PAR, mas caiu para o Bahia (Foto: Vitor Silva/SSPress/Botafogo)


O Botafogo deixou a Copa Sul-Americana após ser superado no confronto brasileiro diante do Bahia, no Nilton Santos, pelas oitavas de final. O clube carioca ficou por detalhes de avançar, uma vez que a vaga só foi decidida nos pênaltis, depois de um 3 a 3 no placar agregado, e embolsará a quantia geral de 920 mil dólares (cerca de R$ 3,5 milhões) pela participação no torneio.

As dificuldades financeiras vividas pelo Glorioso em 2018 não são novidade. Evidente que a diretoria, além da torcida, jogadores e comissão técnica, esperava que que o time de Zé Ricardo fosse mais longe na Sul-Americana, mas a quantia já servirá como desafogo quanto ao pagamento de salários.

De acordo com o apurado pelo LANCE!, o Botafogo pedirá um adiantamento da última fase, ou seja, aproximadamente 370 mil dólares (R$ 1,43 milhão), à CBF, que é responsável por repassar a verba aos clubes brasileiros. O destino, como já esperado, será o pagamento de jogadores e demais funcionários.

O Botafogo, hoje, deve os meses de agosto e setembro para os jogadores, enquanto os colaboradores já receberam agosto, em sua maioria. Cabe destacar ainda que, além da eliminação precoce na Copa do Brasil, cujas premiações são recordes neste ano, a não venda de pratas da casa, como Matheus Fernandes e Igor Rabello, principalmente, prejudicaram o andamento de 2018 no quesito financeiro. 


AS PREMIAÇÕES DAS FASES DA SUL-AMERICANA

1ª Fase – 250 mil dólares (R$ 975 mil)
2ª Fase – 300 mil dólares (R$ 1,17 milhão)
Oitavas de final – 370 mil dólares (R$ 1,44 milhão)
Quartas de final – 450 mil dólares (R$ 1,75 milhão)
Semifinal – 550 mil dólares (R$ 2,14 milhões)
Vice-campeão – 1,2 milhão de dólares (R$ 4,70 milhões)
Campeão – 2,5 milhões de dólares (R$ 9,75 milhões)


Fonte: Lancenet/Lazlo Dalfovo/Rio de Janeiro (RJ)

E o Gatito? Eliminação do Botafogo nos pênaltis gera questionamento sobre situação de seu especialista


Queda na Sul-Americana é marcada por falha de Diego na Fonte Nova e revés de Saulo no duelo da marca da cal com Douglas Friedrich, no Nilton Santos. Goleiro paraguaio segue sem previsão



Vitor Silva/SSPress/Botafogo


Quis o destino que o Botafogo fosse eliminado da Copa Sul-Americana nos pênaltis, onde tem um especialista no assunto, mas que está fora de combate desde abril: Gatito Fernández. A queda diante do Bahia na noite da última quarta-feira no Nilton Santos, após vitória por 2 a 1 no tempo normal (veja os lances no vídeo abaixo), ficou marcada em cima dos goleiros:




Melhores momentos: Botafogo 2 (4 x 5) 1 Bahia pelas oitavas da Copa Sul-Americana


Com Diego, pela falha no segundo gol sofrido na derrota por 2 a 1 na Fonte Nova; com Saulo, que mesmo defendendo uma cobrança perdeu o duelo da marca da cal para Douglas Friedrich, que pegou duas no Nilton Santos; e pela expectativa mais uma vez frustrada da volta de Gatito à meta alvinegra.


Situação que faz aumentar os questionamentos sobre a real condição do goleiro paraguaio, que vinha treinando com desenvoltura semana passada. Quando Zé Ricardo chegou a cogitar seu retorno contra o São Paulo no último domingo, o que não aconteceu, a torcida inteira contava com a volta dele diante do Bahia três dias depois. Mas novamente não foi relacionado.


A pergunta que todo torcedor se faz é: como um jogador que está prestes a voltar, e acaba ganhando mais três dias de preparação, continua fora na partida seguinte? Importante destacar também que diversos registros da imprensa nos treinos relatam saltos, impactos no chão e defesas arrojadas de Gatito. O que leva mais dúvidas ao torcedor. Como o paraguaio se atira contra as bolas, defende chutes violentos e ainda não está pronto?


Zé Ricardo foi questionado sobre o assunto na entrevista coletiva após a eliminação da Sul-Americana. Perguntado se Gatito voltou a sentir dor no punho direito da lesão, Zé Ricardo explicou, sem entrar em detalhes, que o goleiro ainda não está confiante. E deu a entender que o retorno só depende do paraguaio:


– Não só a torcida, mas todos nós ficamos na expectativa de ele voltar. É um grande goleiro, também tem um rendimento muito grande em penalidade máxima. Mas é uma posição que exige muito da confiança do próprio atleta, tem que se sentir totalmente apto. Como não se recuperou 100%, ficou fora. É trabalhar dia a dia, esperar que se recupere para os próximos jogos do Brasileiro.


O técnico, porém, está exposto diante de um cenário repetido. A previsão inicial de um mês de recuperação durou mais pela consolidação do osso. Depois, o próprio Gatito calculou seu retorno logo após a Copa do Mundo... E nada. Antecessor de Zé Ricardo, Marcos Paquetá chegou a dizer que contava com o goleiro em duas semanas. Mas uma inflamação no punho regrediu o quadro.


Muito feliz de voltar aos trabalhos. Obrigado a todos pelas mensagens que me ajudam muito na minha recuperação! 🙌🏼😼🔥 Foto: @foto_vitorsilva


Em agosto voltou a treinar normalmente e comemorou com uma publicação no Instagram (veja acima), mas novamente sentiu dores no local. Se continuar sem jogar por mais 20 dias, Gatito vai completar um semestre longe dos gramados em 2018. O último posicionamento oficial do departamento médico do clube foi no início de setembro.


Junto com os médicos alvinegros, Gatito chegou a procurar um especialista em punhos fora do clube nos últimos meses, e lhe foi recomendado continuar o tratamento que vinha sendo feito. Internamente, há quem acredite se tratar mais de uma questão psicológica do goleiro em relação ao punho. Enquanto não sentir segurança, continuará fora do time.


Pesa também o desfalque simultâneo de Jefferson, outro que não tem previsão de volta ainda e está sem jogar desde julho. Enquanto isso, os jovens Saulo e Diego vão continuar segurando a barra e tendo que assumir a responsabilidade no gol. Mas nitidamente o time vem demonstrando uma insegurança defensiva, e a pressão das arquibancadas tende a aumentar pós-eliminação.


Fonte: GE/Por Fred Gomes e Thiago Lima — do Rio de Janeiro

Análise: assim como no domingo, Bota encurrala rival, mas cansa na etapa final e acaba eliminado


A exemplo do realizado contra o São Paulo, em que fez seus gols no primeiro tempo e jogou muito bem, time pouco cria na reta final e cai nos pênalti






Melhores momentos: Botafogo 2 (4 x 5) 1 Bahia pelas oitavas da Copa Sul-Americana
Copa Sul-Americana de Futebol


Roteiro repetido no Nilton Santos de domingo para quarta-feira. Assim como jogou bem diante do São Paulo, então líder da competição, no empate por 2 a 2, o Botafogo voltou a mostrar um futebol interessante três dias depois, contra o Bahia, na vitória por 2 a 1. O problema é que outro ponto comum às duas partidas custou caro: o desgaste. Se estivesse inteiro na etapa final, o Alvinegro teria chances maiores de evitar a disputa de pênaltis que o eliminou da Copa Sul-Americana.


Botafogo com tudo na etapa inicial

Imponente nos primeiros minutos contra os dois tricolores, o time de Zé Ricardo apresentou repertório vasto em termos de agressividade em ambas as etapas iniciais: intenso, veloz, competitivo e participativo coletivamente.


Antes de marcar o gol, o Bota já havia chegado três vezes com grande perigo e sempre com a participação de vários atletas. Aos 15, Kieza deu passe que quebrou a defesa, Pimpão infiltrou, cortou Nino e chutou por cima. No minuto seguinte, Moisés, que havia roubado bola na defesa, avançou e cruzou na medida para Luiz Fernando escorar, e Lindoso soltar a bomba em voleio. Douglas espalmou.



No primeiro tempo, o Botafogo jogou muito bem e conseguiu belas jogadas, como esta de Luiz Fernando, a do segundo gol — Foto: André Durão


Aos 25, Pimpão resolveu tudo sozinho. Roubou bola de Grolli, "tocou para si mesmo" e bateu na saída de Douglas. Vantagem merecida, mas que durou pouco.


O Bahia deixou tudo igual num erro coletivo da defesa. Vinícius teve tempo para, diante de Marcinho, inverter para Gilberto, que, nas costas de Moisés, cabeceou para o meio da área. Edigar Junio ganhou de Carli e empatou.



Moisés e Marcinho participaram de erro coletivo no jogo, mas não jogaram mal, roubaram bolas e apareceram na frente — Foto: Fred Gomes / GloboEsporte.com


Ainda na etapa inicial, aos 39, mais uma bela jogada de um ótimo Botafogo. Matheus Fernandes achou passe milimétrico para Luiz Fernando limpar Douglas e recolocar o time da casa na frente. Merecidamente.


Time cansa na etapa final

Após um primeiro tempo exemplar, o Botafogo voltou pouco criativo e sem o mesmo ímpeto. A primeira mexida veio aos 16 minutos. Zé trocou Matheus Fernandes por Renatinho a fim de dar mais qualidade ao meio. Não deu certo.


Sem jogar desde 19 de agosto (45 dias), o meia só chamou atenção pelo pênalti bem batido após os 90 minutos e em uma jogada aos 38 minutos, quando, na empolgação, saiu limpando adversários.


Outro ponto negativo e que expôs o desgaste alvinegro foram os problemas físicos apresentados. Zé explicou que Luiz Fernando, um dos destaques do time, correu risco de nem atuar por não ter treinado na véspera. Pediu para sair. E Bochecha, no fim, sentiu incômodo na coxa.



Bochecha tem jogado bem com Zé Ricardo — Foto: André Durão


Zé substituiu Luiz por Aguirre, mas o uruguaio novamente decepcionou. Já para a vaga de Bochecha o escolhido foi o zagueiro Marcelo Benevenuto. Por falta de opção. O Botafogo cansou e, com menos velocidade e jogo de cintura, pouco ameaçou no segundo tempo. Sorte que o Bahia quase não chegou chegou também, e Saulo só trabalhou em um chute.


Pontos-chave da partida

Moisés e Marcinho, que perderam os pênaltis do Botafogo, foram injustamente criticados. Eles foram os líderes de roubadas de bola do jogo, com quatro cada. O lateral-esquerdo, além da firmeza em divididas, atacou com qualidade. Achou ótimos cruzamentos na primeira etapa. Na segunda, após cruzamento de Marcinho, quase fez belo gol ao cortar Flávio e chutar cruzado.


Luiz Fernando mais uma vez ratificou a condição de ser uma das lideranças técnicas do Botafogo. Tem escolhido os movimentos certos na hora de driblar, ganha jogadas por baixo e pelo alto. Assim como Erik, um acerto da diretoria. A questão física, atentada por Zé, merece destaque. Com estabilidade para atuar em alto nível durante os 90 minutos, vai ganhar espaço.


Rodrigo Pimpão pode deixar a desejar na parte técnica às vezes, mas é muito constante na entrega e no vigor físico. Além de ter acreditado no lance que resultou em seu gol, brigou até o fim do segundo tempo e, merecidamente, foi o jogador mais gritado pela torcida.


A questão física é de fato preocupante. Além de ter cansado no segundo tempo dos últimos dois jogos, o Botafogo perdeu um jogador de características únicas como Jean no domingo passado. Nesta quarta, não pôde ter Luiz Fernando e Bochecha até o fim. Embora se fale em sequência de partidas, o clube não está entre os que mais jogaram em 2018. Ao contrário, com 51 jogos, só atuou mais do que Fluminense (50 e que joga nesta quinta) Internacional (46), América-MG (43), Sport (42) e Paraná (41).


Fonte: GE/Por Fred Gomes e Thiago Lima — Rio de Janeiro