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domingo, 14 de junho de 2015

Líder em tudo! Botafogo iguala campanha histórica do Corinthians na Série B




Pedro Martins/AGIF

O início do Botafogo nesta Série B é arrasador. Após sete jogos, o time venceu seis e empatou outro, o que representa um aproveitamento de 90,5% dos pontos disputados. Além disso, o Alvinegro acumula também o posto de melhor ataque, com 13 gols marcados, e a defesa menos vazada – apenas duas vezes. Tamanha eficiência, fez o clube de General Severiano igualar a campanha histórica do Corinthians, em 2008.

Na oportunidade, os paulistas conseguiram seis vitórias e dois empates nos oito primeiros jogos. Caso vença o Boa Esporte, na próximas sexta-feira, no Engenhão, o Botafogo ultrapassará o Corinthians. Mas o recorde nas oito primeiras rodadas da Série B pertence ao Guarani, em 2009. O time de Campinas chegou aos 22 pontos após o 8º duelo da competição. Esse número poderá ser igualado pelo Alvinegro de General Severiano.

E o sucesso do Botafogo na temporada passa diretamente pelo técnico René Simões. O treinador traçou junto com a diretoria um perfil de jogadores: precisa ter "sede, fome e pressa". Como o próprio comandante diz, o Alvinegro tem se destacado na temporada porque leva muito a sério o trabalho no dia a dia.

"Temos que ficar de olho sempre, sabendo que tudo muda muito rápido. Converso muito com os jogadores. Todos eles sabem como funciona e a conversa é muito franca, com liberdade. Já falei que podemos marcar uma pelada para brincar, mas aqui não é um parque de diversão, é um chão de fábrica", disse René Simões.

O treinador, no entanto, vibra com o período de dez dias sem jogos. Para René, os jogadores já precisavam de um período de descanso e ficar junto à família. O comandante acredita que a boa fase será mantida após 'renovar as baterias'.

"Estou dando cambalhotas por esses dez dias de trabalho. Vou dar dois dias de folga para eles passarem com a família, o que faz muito bem. Será excelente para recarregar as baterias afetivas e alguns estão precisando namorar com mais calma. Vai ser ótimo", resumiu. É o que a torcida espera.


Bernardo Gentile
Do UOL, no Rio de Janeiro

Botafogo vê saída de Marcelo Mattos como fundamental para manter salários em dia


Nelson Lima Neto
O alto salário do volante Marcelo Mattos não virou um problema para a diretoria do Botafogo somente agora. Desde o início da temporada, o peso dos cerca de R$ 200 mil que Mattos recebe dificultam a tarefa dos cartolas de manter o salário do elenco em dia. Atualmente, a folha salarial do futebol está na casa dos R$ 1,8 milhão.

O Botafogo chegou a conversar com o jogador atrás de um novo acordo salarial, sem que Mattos desse uma reposta, positiva ou negativa, sobre o que lhe fora apresentado. A reunião na última sexta-feira entre o gerente de futebol, Antônio Lopes, e o empresário do jogador, Carlos Leite, serviu para que o Botafogo decidisse por apresenta uma oferta de rescisão do contrato do atleta, sendo a única alternativa encontrada.

Porta-voz da diretoria nas conversas com Leite, Antônio Lopes já confirmou que o Botafogo não tem mais condições de arcar com os custos de manter o volante em seu elenco.

— Essa situação do Marcelo não é nova. Vem desde o início do ano. Propusemos a redução, mas o tempo foi passando. A rescisão acabou virando opção — confirmou uma pessoa próxima à diretoria.

Ao acertar a rescisão do jogador, o Botafogo terá de pagar os direitos de imagem devidos de maio. Mattos, porém, não tem nada a receber das últimas temporadas. O volante tem contrato com o Alvinegro até julho de 2016.


Fonte: Extra

Reforços caseiros? René Simões vai observar joias da base do Botafogo




Luis Henrique, à direita, será observado
 por René (Foto: Divulgação)
Em meio a uma crise financeira, o Botafogo ainda tem muitas dificuldades para buscar reforços no mercado. Por causa disso, o clube deve aproveitar duas joias formadas nas categorias de base para reforçar o elenco na Série B: o meia Octavio e o atacante Luis Henrique. O primeiro retornou ao clube após empréstimo à Fiorentina e será observado pelo técnico René Simões. Já o segundo será integrado ao elenco profissional alvinegro em breve. Antes, porém, ele vai disputar o Campeonato Brasileiro sub-20.

Octavio, de 21 anos, foi lançado no time profissional do Glorioso em 2013, pelo então técnico Oswaldo de Oliveira. Ele fez um gol em 17 jogos com a camisa alvinegra. René Simões contou que vai pegar algumas informações sobre o atleta com o ex-comandante alvinegro.

– Temos que olhar ele. Particularmente, não o conheço. Sei que o Oswaldo (de Oliveira) lançou o Octavio nos profissionais. Vou pegar informações com ele e olhar melhor – disse o treinador.

Artilheiro do time sub-17, Luis Henrique estava com a Seleção Brasileira da categoria nos últimos dias. O jogador será avaliado por René Simões, que não está nem um pouco preocupado com os 17 anos da joia.

– O Luis Henrique é um jogador que, há algum tempo, quero que treino conosco para eu dar uma olhada. A idade não tem nada a ver. O Gerson está jogando muito bem no Fluminense. Espero que dê certo. Tomara – disse o treinador.

O Botafogo estava à procura de dois atacantes, mas o presidente Carlos Eduardo Pereira deixou claro que só vai trazer mais jogadores se tiver garantias de que poderá pagar em dia. O Glorioso tem tudo acertado com o uruguaio Emiliano Alfaro, de 27 anos, para reforçar o setor ofensivo. Porém, a negociação ainda depende da Lazio, dona dos direitos federativos e econômicos do jogador.

TANQUE SERÁ MAIS UTILIZADO

O centroatacante Vinicius Tanque deverá ser mais utilizado pelo técnico René Simões. O jovem de 20 anos foi promovido ao elenco profissional neste ano e figurou como opção no banco de reservas do Glorioso nos últimos jogos. Henrique, substituto imediato de Bill, tem um salário considerado muito alto e, se receber proposta, pode deixar o Botafogo.

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René, o sincero: treinador solta o verbo e pede fim da hipocrisia no futebol


Treinador deixa corporativismo de lado, não se posiciona contra troca de técnicos, critica altos salários no meio e lamenta postura de brasileiros em relação a ex-atletas




Temos que acabar com esse negocio de que só se pode pensar em contratar um treinador depois que o outro já foi embora. Precisamos acabar com essa bobagem. Qualquer empresa faz isso. É uma continuidade. Nós treinadores temos que acabar com essa hipocrisia"
René Simões

René Simões nunca foi um treinador convencional. Ao longo da carreira, adotou métodos e trilhou caminhos, muitas vezes, pouco comuns entre os técnicos brasileiros. No Botafogo desde janeiro, ele vem, de certa forma, inovando com "treinos em sala" e vídeos individualizados para cada jogador. O atleta recebe, via Whatsapp, o que precisa ser corrigido e estudado para a próxima partida. Fora das quatro linhas, no entanto, René também tem demonstrado características quase singulares. Sincero, ele muitas vezes nada contra a corrente e emite opiniões pouco habituais no meio do futebol.

Uma delas, por exemplo, é sobre a constante troca de treinadores nos clubes brasileiros. Nas últimas semanas, algumas equipes demitiram técnico e repuseram imediatamente. Foi o caso de Vanderlei Luxemburgo no Cruzeiro, por exemplo, anunciado poucas horas após a demissão de Marcelo Oliveira. Na "ética do futebol", negociar com um clube que ainda conta com técnico no cargo é mal visto. Na opinião de René Simões, não.

- Costumava dizer que achava antiético e um absurdo um treinador negociar com o clube, enquanto outro estivesse empregado. Aí um amigo me questionou: "Você não tem um restaurante? Você demitiria um chefe de cozinha na sexta à noite e começaria a procurar outro no sábado?". Temos que acabar com esse negócio de que só se pode pensar em contratar um treinador depois que o outro já foi embora. Precisamos acabar com essa bobagem. Qualquer empresa faz isso. É uma continuidade. Nós treinadores temos que acabar com essa hipocrisia. Se alguém não está satisfeito comigo, tem todo o direito de procurar outro. Nunca pedi demissão em nenhum clube. Mas acho que o treinador também tem todo o direito de escutar propostas, mesmo estando empregado - afirmou René.

A folga do Botafogo no fim de semana abriu espaço para René falar sobre outros assuntos (Foto: Vitor Silva / SSPress)
Com o Botafogo de folga no fim de semana, houve espaço para René falar sobre outros assuntos. A onda de treinadores demitidos foi um deles. Sete foram mandados embora nas seis primeiras rodadas da Série A do Campeonato Brasileiro. Nessa caso, René também nada contra a maré, deixa o corporativismo de lado e ressalta que cada clube sabe onde seu calo aperta.

- A partir do momento em que o treinador perde o vestiário, tem que ser trocado. Não tem o grupo na mão, esqueça. Temos que começar a falar mais a verdade no futebol. Era a hora de tirar o Oswaldo do Palmeiras? Não sei. Só quem está lá pode dizer. A verdade é que os clubes estão contratando no Brasil por um perfil financeiro. Não é levado em conta o currículo ou os métodos.

Treinador critica salários do futebol brasileiro

René falou de tudo um pouco em coletiva
(Foto: DANIEL VORLEY /AGIF/ESTADÃO)
O próprio René Simões foi contratado pelo Botafogo por um salário abaixo da média do que recebem os principais treinadores do país. O treinador, no entanto, garante não se incomodar, alega que seus vencimentos não são baixos e critica os altos salários de jogadores e técnicos no futebol brasileiro.

- Logo quando cheguei ao Botafogo, me perguntaram se o meu salário não me incomodava. Afirmar que meu salário é baixo em um país como o Brasil é um absurdo. O que temos que imaginar é que os clubes pagam mais do que deveriam a jogadores e treinadores. Não pode. No Real Madrid, o Ronaldo recebia € 1 milhão por mês. Tudo bem, porque ele atraia patrocínios que justificavam esse valor. Mas o futebol brasileiro precisa rever os salários.

Até sobre uma possível debandada no Botafogo por conta da valorização do elenco, René Simões não se opôs. O treinador torce para que não haja desmanche, mas afirma que essa é uma decisão pessoal de cada jogador.

- Acho que esse é o momento de o grupo se valorizar ainda mais. Acho que temos jogadores que ainda não chegaram aonde podem chegar. Mas essa é uma questão muito individual de cada um.

Sobrou até para a postura dos brasileiros em relação aos ídolos do passado.

- No Brasil, não olhamos para os nossos velhos, para a nossa história. Não damos valor aos nosso ídolos. O Brasil é um pais lamentável, temos muito o que mudar. Tenho que parabenizar o Botafogo por essas atitudes (homenagear ex-jogadores antes de cada partida no Estádio Nilton Santos).

E isso tudo, apenas na coletiva de imprensa de sexta-feira.

Por Marcelo Baltar Rio de Janeiro/GE