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segunda-feira, 6 de março de 2023

TJD-RJ suspende Tiquinho, por oito jogos, e Marçal, por cinco; Botafogo perde mandos de campo




Jogadores e clube foram punidos por incidentes no clássico contra o Flamengo



O lateral-esquerdo Marçal e o atacante Tiquinho Soares vão desfalcar o Botafogo nos próximos jogos do Carioca . A 5ª Comissão Disciplinar do Tribunal de Justiça Desportiva do Rio (TJD-RJ) condenou o atacante com oito jogos de suspensão; e o lateral com cinco partidas em julgamento realizado na tarde desta segunda-feira. Ambos já cumpriram uma partida fora, e a punição abrange apenas jogos do estadual.


A sessão julgou incidentes ocorridos no clássico entre Botafogo e Flamengo na nona rodada do Carioca, no estádio Mané Garrincha.





Tiquinho Soares aguarda sentença no TJD-RJ — Foto: Luca Bíscaro


O Botafogo foi punido por problemas relacionados à partida. O clube perdeu dois mandos e recebeu multa de R$30 mil. O zagueiro Carli também recebeu um jogo de suspensão, já cumprido diante do Resende.


Os advogados do clube, ao fim da audiência, afirmaram que irão recorrer das punições no Pleno do TJD-RJ, que é a última instância da justiça desportiva carioca.


- A defesa do Botafogo entende que embora bem conduzida alguns pontos foram excessivos, então, nós vamos recorrer ao Pleno do TJD, vamos fazer isso até amanhã, para tentar alguma medida que consiga devolver condições de jogo aos atletas punidos - afirmou André Alves, gerente jurídico do Botafogo.


A situação mais delicada era a de Tiquinho Soares que poderia pegar mais de seis meses de suspensão. Ao fim do clássico, o árbitro Tarcizo Pinheiro Caetano registrou na súmula que teria recebido uma cabeçada do jogador do Botafogo. Durante a sessão, o atacante chegou a se emocionar, e se defendeu da acusação de agressão contra o árbitro.


- Não foi minha intenção agredir o árbitro. Em 15 anos de carreira, isso nunca aconteceu. Teve uma falta não marcada, eu xinguei ele e depois me irritei com a expulsão. Eu não dei cabeçada nele, apenas uma encarada. Me arrependo do que aconteceu - afirmou o jogador.


O goleiro Lucas Perri, e os rubro-negros Marinho e Everton Cebolinha também foram julgados, mas foram absolvidos por presentear torcedores que invadiram o gramado.



Fernando Marçal, do Botafogo, recebe cartão vermelho do árbitro em jogo contra o Flamengo no Mané Garrincha — Foto: Mateus Bonomi/AGIF


O clássico disputado na nona rodada do Carioca foi marcado por muitos momentos de tensão. Ao todo, doze cartões foram distribuídos. O Botafogo terminou a partida com três expulsões: de Tiquinho, Marçal e Carli, além de ter recebido outros quatro amarelos. O Flamengo também foi advertido com cinco cartões. O trio de arbitragem precisou sair do campo com escolta policial.


Julgamento

Tiquinho escapou de uma punição pesada. Ele foi denunciado no artigo 243-F e no 254-A (agressão). O último prevê suspensão mínima de 180 dias, caso a vítima seja membro da arbitragem. No entanto, os auditores decidiram alterar para o artigo 258, parágrafo 2º, e ele foi punido por quatro jogos neste artigo; e por mais quatro no 243-F. Na soma, ele ficou suspenso por 8 jogos do estadual. O tribunal também imputou a ele uma multa de R$3 mil.




Quinta Comissão Disciplinar do TJD-RJ julga jogadores de Botafogo e Flamengo — Foto: Luca Bíscaro



A denúncia da expulsão de Joel Carli foi julgada após a absolvição de Perri, Cebolinha e Marinho. A defesa questionou o árbitro Tarcizo Pinheiro Caetano em relação à postura dele na aplicação dos cartões ao zagueiro alvinegro. O argentino foi condenado a cumprir um jogo de suspensão como punição, cumprido automaticamente contra o Resende por conta do cartão vermelho na partida.


O lateral-esquerdo Fernando Marçal foi o terceiro réu do Botafogo, denunciado por "ofender a honra" do árbitro, no artigo 243-F, e por chutar o microfone na saída de campo, no art . 258, II, na forma do art. 184 d o CBJD.


Apesar do pedido da defesa de redução para desacato, que geraria pena mais branda, o tribunal considerou o jogador culpado nos dois casos, estabelecendo pena total de R$ 3 mil e cinco jogos de suspensão, a ser cumpridos no Campeonato Carioca. Marçal já cumpriu uma das suspensões na partida contra o Resende.


O penúltimo caso foi em relação às invasões do campo do estádio Mané Garrincha, aos objetos atirados no gramado e falta de luz no local. Os auditores consideraram o clube inocente pela falta de energia e absolveram também pelas invasões, já que todos os torcedores foram detidos e ficahdos. Pelo arremesso de objetos em campo, foi punido com multa de 20 mil no Art.211 + 10 mil no Art.213 + 2 jogos sem mando.


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Fonte: GE/Por Giba Perez e Luca Bíscaro — Rio de Janeiro

Análise: Botafogo cumpre obrigação, mas ainda não convence



Glorioso precisava vencer o Resende, lanterna do Carioca, para seguir na briga pela semifinal do Carioca e cumpriu a missão, mas com muito mais dificuldade que o esperado




O Botafogo cumpriu a obrigação que tinha neste domingo ao vencer o Resende por 2 a 0, na 10ª rodada da Taça Guanabara, encerrando uma sequência de três jogos sem vencer e se mantendo na briga por uma vaga na semifinal do Campeonato Carioca 2023.







Resende 0 x 2 Botafogo - melhores momentos - Campeonato Carioca 2023


Mas se o resultado foi o necessário e esperado, considerando que o adversário é o último colocado da competição, o que se viu em campo, especialmente no primeiro tempo, não mostrou grande evolução no futebol praticado.


É sempre necessário ressaltar a quantidade de problemas que Luís Castro tem para escalar o time, é bem verdade. Em comparação com o time que teve sucesso na reta final de 2022, o treinador português não tinha nenhum dos três atacantes à disposição (Jeffinho vendido para o Lyon, Junior Santos não teve o empréstimo renovado e Tiquinho Soares suspenso).


Ainda assim, apesar de criar duas boas chances logo nos primeiros minutos, com Carlos Alberto parando no goleiro Jefferson Luís, o Botafogo carece de dinâmica para se impôr contra adversários que jogam mais fechados. Apesar das muitas críticas, é injusto dizer que Matheus Nascimento não fez um bom jogo no começo, afinal, a bola pouco chegou.





Carlos Alberto comemora gol contra o Resende — Foto: Vitor Silva/Botafogo.


JP Galvão, surpresa de Luís Castro na escalação titular, formou boa dupla pela direita com Carlos Alberto e recebendo apoio de Marlon Freitas, que ocupava o setor mais próximo na linha de meio. Do outro lado, a química já não funcionou tão bem. Hugo não comprometeu, mas Gabriel Pires e Victor Sá pouco produziram.


O meia, inclusive, foi o principal alvo das vaias dos torcedores, especialmente depois que gesticulou para as arquibancadas pedindo mais gritos depois das primeiras. A pouco contundência virou problemas especialmente nos contra-ataques do Resende. Não fosse um milagre de Lucas Perri, o Botafogo teria saído atrás e complicado ainda mais a partida.


Apesar dos muitos problemas, um dos pontos positivos conseguiu dar a vantagem antes do intervalo que abriu os caminhos para a vitória. Depois de trocar de lado com Victor Sá, Carlos Alberto pressionou e forçou o erro que gerou seu próprio gol, após ótimo trabalho de pivô de Matheus Nascimento.


Melhora após o intervalo

Com a vantagem, o Botafogo naturalmente teve mais espaços no segundo tempo. Mas além disso, a entrada de Lucas Fernandes no lugar de Gabriel Pires fez o time evoluir. O camisa 18 roubou pelo menos três bolas no campo ataque, impondo mais dinâmica e agressividade no meio-campo alvinegro.


O meia teve participação direta no segundo gol. Foi ele que levantou a bola na área que Victor Sá ajeitou para trás para Matheus Nascimento chutar de primeira e romper a longa seca de 297 dias sem marcar que já incomodava o centroavante.




Matheus Nascimento celebra gol contra o Resende — Foto: Vitor Silva/Botafogo.


Além de Lucas Fernandes, quem entrou e teve boa participação foi Luís Henrique. Com espaço na transição, o atacante criou boas chances no final do segundo tempo e poderia ter ampliado o placar e dado mais chances de classificação.


É claro que o Botafogo ainda precisa de mais peças para dar opções a Luís Castro. Enquanto isso, o treinador ainda busca encontrar uma formação que dê mais agressividade sem perder o equilíbrio defensivo e o caminho talvez esteja na juventude de jogadores como Carlos Alberto, JP Galvão e Raí. Uma coisa é certa, Lucas Fernandes é claramente uma peça necessária nesse meio-campo.




"Primeiro tempo deu dó", diz Pedro Dep | A Voz da Torcida (https://ge.globo.com/futebol/voz-da-torcida/video/primeiro-tempo-deu-do-diz-pedro-dep-a-voz-da-torcida-11421770.ghtml)


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Fonte: GE/Por Giba Perez — Rio de Janeiro