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terça-feira, 27 de dezembro de 2022

Promessa de estrutura e mais de R$ 70 milhões com elenco: o ano de estreia da SAF no Botafogo



Clube carioca fez 22 contratações para a equipe principal e voltou a uma competição internacional



A temporada 2022 ficará guardada na cabeça de muitos torcedores do Botafogo. O primeiro ano do clube carioca com John Textor à frente da instituição como sócio-majoritário da SAF trouxe uma nova realidade dentro e fora de campo nos corredores do Estádio Nilton Santos.


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John Textor com o presidente da associação Botafogo, Durcesio Mello — Foto: Divulgação/BFR


John Textor chegou com perfil de temperamento marcante, objetivos ambiciosos e de fortes declarações. Ainda na primeira entrevista como dono do Botafogo, ao ge, o norte-americano afirmou que quer ver o clube carioca como um grande expoente na identificação de talentos e sonha com títulos.


O proprietário trouxe uma importante mudança estrutural no clube: a criação do time B. A equipe sub-23, comandada por Lúcio Flávio, foi desenvolvida pela primeira vez no Botafogo e contratou mais de 20 jogadores ao longo do ano para a disputa do Brasileirão de Aspirantes. O caso mais marcante foi o de Jeffinho, atualmente um dos destaques do elenco principal. O plantel alternativo jogará o Campeonato Carioca no ano que vem.


Reforços

O Botafogo gastou mais de R$ 70 milhões em contratações durante o ano, a maior quantia que o clube já investiu em toda a história. Ao todo, 22 jogadores chegaram para o time principal - 12 na primeira janela, a que teve mais investimento, e dez na segunda, marcada por mais contratações de custo zero.


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A maior contratação foi Patrick de Paula, comprado por 6 milhões de euros (R$ 33 milhões, na cotação da época) junto ao Palmeiras em março. O clube carioca ainda tem parcelas para serem quitadas junto ao time paulista e pode adquirir mais 30% dos direitos econômicos do volante por 3 milhões de euros (R$ 16,5 milhões).


Contratações do Botafogo em 2022


Jogador Valor
Patrick de Paula R$ 33 milhões
Victor Sá R$ 13 milhões
Gustavo Sauer R$ 10,1 milhões
Tiquinho Soares R$ 5,5 milhões
Tchê Tchê R$ 5 milhões
Philipe Sampaio R$ 2 milhões
Luís Oyama R$ 1,5 milhão
Jeffinho R$ 1,5 milhão
Cuesta R$ 1 milhão
Danilo Barbosa R$ 500 mil
Lucas Piazon Empréstimo
Niko Hämäläinen Empréstimo
Lucas Fernandes Empréstimo
Luís Henrique Empréstimo
Gabriel Pires Empréstimo
Júnior Santos Empréstimo
Lucas Perri Livre no mercado
Adryelson Livre no mercado
Eduardo Livre no mercado
Jacob Montes Livre no mercado
Marçal Livre no mercado
Saravia Livre no mercado

Fonte: ge



Dívidas

Textor assumiu o Botafogo em um contexto de seguidas gestões negativas que, consequentemente, geraram um rombo nas finanças do clube. A instituição tinha mais de R$ 800 milhões em dívidas quando o acordo para a SAF foi assinado. Toda esta quantia foi "abraçada" pelo norte-americano no momento da compra.


Aos poucos, o proprietário e a equipe interna vão se estruturando para fazer com que este valor diminua. Em setembro, o Botafogo iniciou o plano de RCE (Regime Centralizado de Execuções), que auxilia o clube no pagamento aos credores. É uma espécie de fila: 20% das receitas mensais são destinadas à Justiça e o valor é repassado, por ordem de preferência, aos devedores.


Mais de R$ 10 milhões em dívidas trabalhistas foram pagos esse ano. Com o aumento de receitas e novas alternativas, o plano do Botafogo é quitar R$ 178 milhões neste plano nos próximos dez anos.


Estrutura


A parte estrutural é outro setor que demanda atenção de John Textor. O norte-americano não gosta do atual formato do Estádio Nilton Santos, por acreditar que as arquibancadas ficam muito longe do gramado pela pista de atletismo. O plano do norte-americano é demolir a parte de corrida e aproximar o torcedor do gramado, mas ainda não há nenhuma ação concreta para tirar este sonho do papel.





Elenco do Botafogo no CT Lonier — Foto: Vitor Silva/Botafogo


Para 2023, a ideia é colocar gramado sintético no estádio. Essa ideia, sim, deve ser colocada em prática. A tendência é que a mudança ocorra ainda na primeira semana de 2023 - desta forma, os primeiros jogos do Botafogo no Carioca serão disputados no Estádio Raulino de Oliveira, em Volta Redonda, ou Luso-Brasileiro, na Ilha do Governador.


Um dos outros dilemas de Textor no clube diz respeito ao CT. Atualmente, a equipe treina no Espaço Lonier, estrutura adquirida pelos Irmãos Moreira Salles ainda antes da compra da SAF. É entendido internamente que o local não é perfeitamente ideal para o dia a dia do Botafogo, já que não possui alojamentos prontos, área de descanso ou uma academia completa.


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Fonte: Por Redação do ge — Rio de Janeiro