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domingo, 22 de julho de 2018

Trio de volantes não encaixa, gols no início e pouca criação: por que o Bota perdeu


Com 2 a 0 de desvantagem no placar com apenas seis minutos de jogo, time de Marcos Paquetá não consegue fazer nada de diferente para tentar o empate com o Flamengo





Melhores momentos de Flamengo 2 x 0 Botafogo pela 14ª rodada do Campeonato Brasileiro

Duas derrotas por 2 a 0 diante de rivais difíceis, ambas com gols que mudaram a história do jogo ainda nos minutos iniciais, mas comportamentos e sentimentos diferentes nos últimos dias. Se o Botafogo deixou a Arena Corinthians na última quarta-feira orgulhoso pelo bom rendimento e futebol vistoso, neste sábado, diante do arquirrival Flamengo, neste sábado, o panorama foi diferente. Não jogou bem e em nenhum momento deu impressão de que poderia empatar.


AVENIDA PELA DIREITA
O início avassalador do Flamengo teve um atalho para a vitória: o lado direito da defesa alvinegra. Matheus Savio levou a melhor na maioria das disputas individuais com Luís Ricardo. Na primeira delas, aos quatro minutos, pedalou com tranquilidade e espaço antes de bater com efeito e abrir o placar.



O Botafogo teve um domingo bastante infeliz diante do Flamengo (Foto: Gilvan de Souza/Flamengo)


Dois minutos depois, Savio recebeu de Diego e teve tempo para ajeitar o corpo e cruzar para a área. A dupla de zaga vacilou diante de Diego, que tentou o domínio, e a bola sobrou para Paquetá marcar. Lindoso não acompanhou o camisa 11 do Flamengo no lance.


VOLANTES NÃO SE ENTENDEM
Ao desembarcar no Maracanã, Rodrigo Pimpão, destaque contra o Corinthians, avisou que o Botafogo chegava com uma equipe nova com o objetivo de segurar o Flamengo e tentar o gol no contra-ataque. A estratégia com a escalação da trinca Rodrigo Lindoso, Jean e Matheus Fernandes, porém, não deu certo. O trio bateu cabeça e deu espaços.


A marcação "não encaixou", conforme o próprio Marcos Paquetá confirmou em coletiva, e o Flamengo conseguia infiltrar pelo meio sem fazer muito esforço. Sorte do Botafogo que, após o rival fazer 2 a 0, Diego, Paquetá e Guerrero passaram a errar muito.


- Sempre difícil sair atrás muito cedo, isso realmente te faz sair para o jogo e buscar o resultado. Você se abre e dá os espaços. Tentamos fazer uma marcação, e ela não encaixou. Foi encaixando durante o jogo, mas você fica exposto. Tínhamos que correr riscos. No segundo tempo, acho que o time se portou melhor. É um desgaste muito grande. O outro jogo também foi dessa maneira. Intervalo muito curto de recuperação, tem muita coisa para consertar e evoluir - afirmou o técnico.


POBRE NO SETOR DE CRIAÇÃO
Embora Matheus Fernandes e Lindoso tenham bom passe, e o primeiro apareça com frequência como elemento surpresa, o sistema ofensivo do Botafogo careceu de mais peças e não funcionou. Valencia, muito solitário, bem que tentou municiar a dupla Pimpão/Kieza, mas o Flamengo não sofreu no primeiro tempo.


SEGUNDO TEMPO NO CHUVEIRINHO
Embora o Flamengo tenha diminuído o ritmo após os gols, o Botafogo também pouco assustou na etapa final, mesmo com Paquetá abdicando dos três volantes - trocou Jean por Aguirre. O uruguaio finalizou com perigo em seu primeiro lance, mas, após isso, o time mais insistiu no chuveirinho do que buscou soluções criativas. Segundo o Footstats, foram 32 cruzamentos, apenas cinco certos. Num deles, Carli recebeu de Moisés e cabeceou à esquerda do gol rubro-negro.


O outro lance de relativo perigo foi no primeiro tempo, aos 27 minutos, após Moisés dar arrancada impressionada e entregar para Kieza chutar à esquerda de Diego Alves. O lateral-esquerdo, aliás, foi um dos poucos que se salvou. Com aplicação e entrega, foi o melhor botafoguense. Valencia também tentou bastante.



Moisés foi de longe o melhor jogador do Botafogo em campo (Foto: Alexandre Durão)


SAULO ENTRA BEM
Após Jefferson se machucar em choque com Paquetá no lance do segundo gol rubro-negro, Saulo voltou a atuar pelo time principal do Botafogo após mais de um ano. Não atuava pelos profissionais desde 26 de março de 2017, quando, pelo Carioca, a equipe venceu por 2 a 0 o Bangu.



Jefferson cumprimenta Saulo ao deixar o campo (Foto: Fred Gomes)


No segundo semestre, jogou em quatro jogos válidos pelo Brasileiro de Aspirantes. O último deles em 15 de novembro, na vitória por 2 a 1 sobre o Grêmio.


- Não esperava essa infelicidade do Jefferson, não foi da maneira que eu queria entrar com ele se lesionando. Mas goleiro tem que esperar preparado, cara. Todos os jogadores têm que estar preparados. Mas, para um goleiro, entrar num jogo assim é muito mais difícil. Procurei me manter concentrado e colocar me prática tudo o que tenho feito nos treinos. Glória a Deus que deu tudo certo - disse Saulo.


Fonte: GE/Por Fred Gomes, Rio de Janeiro