Páginas

terça-feira, 27 de agosto de 2019

Análise: ainda sem brilho, Botafogo cria mais e bate na trave contra a Chapecoense


Depois de um primeiro tempo sonolento, Alvinegro melhora na segunda etapa, mas não tem êxito no Nilton Santos; meta para os próximos jogos é audaciosa



André Durão



Melhores momentos de Botafogo 0x0 Chapecoense pela 16ª rodada do Brasileirão


Um primeiro tempo abaixo da média e produtividade maior na segunda etapa. O Botafogo seguiu a linha de seus últimos jogos no empate com a Chapecoense e, apesar de ter criado mais, manteve a postura sonolenta durante boa parte dos 90 minutos. A atuação ruim foi percebida pelos torcedores, que saíram decepcionados do Nilton Santos na noite de segunda-feira.


Para enfrentar a pior defesa do Campeonato Brasileiro, o Botafogo focou no aperfeiçoamento das finalizações na última semana, mas não teve êxito na primeira parte do jogo. Com o primeiro chute a gol depois dos 25 minutos, a apatia do Alvinegro incomodava.


A Chape iniciou a partida com marcação alta, pressionando a defesa e impedindo o Botafogo de avançar. Quando a bola alcançava os atacantes, dois marcadores logo chegavam para fechar os espaços.


>>> Barroca vê resultado insuficiente em casa, mas afirma que Botafogo criou várias chances de gol <<<


Em busca de dar mais velocidade ao time, Eduardo Barroca optou por começar com Lucas Campos, que teve problemas com a defesa adversária e não se saiu bem no um contra um, uma de suas principais características. Normal para uma estreia como titular. O garoto já mostrou potencial e, em um jogo com mais espaços, pode desenvolver melhor seu estilo.


Mas a velocidade pretendida pelo técnico não foi alcançada nos primeiros minutos. Alex Santana e João Paulo jogaram mais afastados da defesa e não conseguiram receber bolas em boas condições para dar dinamismo ao setor ofensivo. Prevendo o jogo do Botafogo, a Chape se antecipava e aproveitava da lentidão do mandante.


Primeiro tempo - Botafogo 0 x 0 Chapecoense

Finalizações: 5 x 7
Chances reais de gol: 1 x 1
Bolas levantadas: 6 x 9



Botafogo melhora na criação, mas mantém problemas diante da Chapecoense — Foto: André Durão/GloboEsporte.com


Na segunda etapa, Barroca conseguiu com que os jogadores transformassem a posse em pressão. O jogo ficou mais rápido e o Botafogo dobrou o número de finalizações, levando perigo ao gol de Tiepo. Alex Santana acertou a trave logo aos três minutos em jogada de bola parada.


O time alvinegro conseguiu verticalizar mais o seu jogo, e Bochecha e Alex Santana participaram bem em algumas situações. Em seu melhor momento na partida, o Glorioso criou outra chance clara, com Diego Souza tocando na saída de Tiepo aos 17 minutos. A torcida se levantou para comemorar, mas Gum tirou em cima da linha.


Com as dificuldades e o cansaço aparecendo, Barroca alterou o ataque mandando Rhuan, Marcos Vinícius e Victor Rangel a campo. As substituições não mudaram a cara do Botafogo, e quem voltou a assustar já nos acréscimos foi Alex Santana, que teve quatro chutes na partida. Apenas Diego Souza finalizou mais que o volante: cinco vezes.


Segundo tempo - Botafogo x ChapecoenseFinalizações: 10 x 8
Chances reais de gol: 4 x 3
Bolas levantadas: 11 x 8



Alex Santana carimbou a trave — Foto: André Durão/GloboEsporte.com


O que fica de bom neste empate em casa é o aumento da criatividade da equipe, especialmente no segundo tempo. Mas os problemas permanecem, e as soluções estão se esgotando. Com as perdas recentes no elenco, citadas por Barroca na coletiva, o técnico também terá que ser criativo para que o Botafogo faça melhores apresentações.


A meta é audaciosa: sete pontos nos próximos três jogos contra Internacional (fora), Atlético-MG (casa) e Ceará (fora). Eduardo Barroca e elenco terão muito trabalho para alcançar o desejo do treinador, que é chegar ao fim da competição com chances de se classificar para a Libertadores de 2020. Pelo que apresentou diante da Chapecoense, é difícil acreditar que o objetivo será alcançado.



Fonte: GE/Por Emanuelle Ribeiro — Rio de Janeiro