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domingo, 11 de novembro de 2018

Análise: cirúrgico e sem se preocupar com a bola, Botafogo decide clássico na etapa inicial


Alvinegro termina o jogo com 31% de posse, mas, com extrema organização, é eficiente no primeiro tempo e neutraliza peças ofensivas do Flamengo




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O Botafogo não precisou de posse de bola para vencer, com certa facilidade, o Flamengo por 2 a 1 no Nilton Santos. Definiu a parada no primeiro tempo com uma atuação de muita entrega, mais uma vez, e que provou o quanto Zé Ricardo sabe enfrentar o clube onde estreou no futebol profissional.


Cirúrgico no primeiro tempo

O Botafogo foi cirúrgico no primeiro tempo. Com muito menos posse de bola do que o arquirrival (terminou a etapa com 28%), dificilmente não foi incomodado. O Flamengo chegava até a intermediária, mas não conseguia penetrar diante de linhas tão bem montadas.


Erik, autor do primeiro gol numa jogada de muita velocidade e esperteza dele, que aproveitou ótimo lançamento de Valencia, já mordia desde o início. Não deixava Réver e Renê saírem com tranquilidade e voltava constantemente para auxiliar Marcinho na perseguição a Vitinho.


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Erik tira de César para abrir o caminho da vitória no Nilton Santos — Foto: André Durão/GloboEsporte.com


Embora não ficasse tanto com a bola, o Botafogo era muito mais objetivo. Aos 30 minutos, tinha três finalizações, enquanto o rival não somava nenhuma ainda. Numa delas, ousadia de Valencia, que, com vários alvinegros na área e sem muito ângulo para tentar o gol direto, resolveu bater fechado. Deu certo.

Depois, foi só cozinhar e seguir deixando o adversário cada vez mais longe da área.

Time toma susto, mas fica perto do terceiro nos contra-ataques

Na etapa final, um susto logo no início com uma falha de todo o sistema defensivo. Paquetá e Pará trocaram passes com tranquilidade até o lateral cruzar. Ninguém chegou duro. A bola passou por toda a zaga, e nenhum alvinegro viu o ex-botafoguense Vitinho aparecer para diminuir.

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Brenner disputa bola com Arão: atacante chegou a voltar para ajudar na marcação — Foto: André Durão/GloboEsporte.com


Assim como no primeiro tempo, o Botafogo deixou a bola com o Flamengo. Terminou a partida com 31% de posse. Mas fez bons contra-ataques. Erik perdeu duas ótimas chances, Valencia levou perigo em outra oportunidade que poderia ter matado o duelo, e Pimpão ainda colocou uma bola na trave.


O Botafogo foi paciente e, com uma atuação muito positiva coletivamente, não deixou o Flamengo fazer nada de produtivo. Brenner, que costuma ser o único atacante a não voltar, chegou a formar a segunda linha por diversas vezes.


Erik incansável, e Valencia agressivo, para variar

Se já havia evoluído contra o Corinthians, o atacante foi figura decisiva no jogo. Usou de sua habitual velocidade para ganhar de Réver antes de bater com muita calma no gol marcado.


Além da participação ofensiva, desde os minutos iniciais incomodou - e muito - a saída de bola do Flamengo pelo lado esquerdo. Réver e Renê terão pesadelos com ele. Foi o líder de roubadas de bola do Botafogo, com três.


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O sorriso de Leo Valencia: um gol e uma assistência na conta do chileno no clássico — Foto: Jorge R Jorge/BP Filmes


No segundo tempo, poderia ter feito em outras duas oportunidades, mas, apesar dos gols perdidos, foi um dos grandes nomes.


O outro grande destaque foi Valencia. Não pelo gol de extrema inteligência, mas também por não desistir. Foi o maior finalizador (com cinco), correu para recuperar bolas e pegou na lateral com um carrinho de zagueiro. Se não se estica, daria o contra-ataque ao rival.


Laterais-esquerdo importantes


Gilson, com muita velocidade, foi uma das principais peças ofensivas do Botafogo. Puxou muitos contra-ataques, deu opção pelo lado esquerdo por diversas vezes e ganhou muitas disputas com Pará.


No segundo tempo, deu lugar a Moisés, que inibiu a ofensividade do Flamengo por aquele setor. Marcou bem e também apareceu ofensivamente. Boa mexida.


Zé Ricardo aumenta invencibilidade sobre o Flamengo

Zé, assim como nos outros três jogos em que enfrentou o Flamengo desde a saída da Gávea, não deixou o adversário jogar.


Montou um meio-campo muito organizado na marcação, e o rival só cercava, cercava e nada fazia. Rodava a bola e nada conseguia de mais efetivo. Mérito do treinador, estudioso e que conhece muito bem seu ex-clube.


Fonte: GE/Por Fred Gomes — Rio de Janeiro