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sexta-feira, 3 de maio de 2019

Cícero vê Botafogo encontrando identidade e afirma: "Minha melhor posição é por dentro"


Sem Diego Souza na estreia, Eduardo Barroca escalou meio-campista aberto pelo lado direito, algo que, segundo o próprio, está fora de suas características




Melhor alvinegro em campo na vitória por 3 a 2 sobre o Bahia, Cícero evoluiu muito em relação ao que apresentou na derrota por 2 a 0 para o São Paulo, jogo no qual atuou aberto pela direita. Bastou jogar centralizado para seu futebol fluir. Fez gol, finalizou com perigo e deu assistência. Em coletiva no Nilton Santos, o meio-campista do Botafogo falou sobre a questão do posicionamento.


- Barroca conversou comigo, sabia das minhas características. Queria tentar ficar com a bola no Morumbi e para tentar ter mais jogadores no meio. Funcionou às vezes, mas faltou agressividade. Fugiu um pouco das minhas características jogando mais aberto.



Cícero concedeu coletiva nesta sexta-feira — Foto: Edgard Maciel de Sá


- A minha melhor posição é jogando por dentro, segundo ou terceiro homem, onde posso encontrar meu jogo melhor, minha chegada na área, ajudar na saída de bola. É ali que me sinto bem. As cobranças existem, mas quando você começa a jogar mais na sua posição, lógico que é diferente. Barroca está conhecendo cada vez mais o time e está encontrando uma identidade.



Confira outros tópicos da entrevista:


O que mudou de domingo para quinta-feira?

- Significou muita coisa. Com a chegada do Barroca a equipe vem tentando implantar um estilo de jogo convincente. Esse resultado de ontem salvou um pouco da partida que fizemos contra o São Paulo. Conseguimos encurralar o adversário fora de casa e não vencemos. O resultado de ontem valorizou a mudança de postura da equipe. O placar na estreia não foi bom, mas o São Paulo não fez muito para ganhar. Se termina empatado, as notícias seriam diferentes.


- Só que faltou mais agressividade. Ontem o Barroca botou um time mais para frente e a gente conseguiu fazer um belo primeiro tempo apesar do início complicado. Acho que isso diz muita coisa. O resultado nos traz confiança. É o que a equipe esta precisando nesse momento. Se você parar para olhar, alguns jogadores chegaram, outros que machucaram, voltando de lesão... No ano, ontem foi a primeira partida com todos à disposição. Isso é muito válido. O resultado nos dá um conjunto a mais.



Necessidade de vencer em casa no Brasileirão

- Difícil falar do Campeonato Brasileiro, um dos mais equilibrados. Quem ganhou na primeira rodada, vários perderam na segunda. A tabela está totalmente embolada. É tudo muito nivelado. Até mesmo entre os clubes com mais poder econômico. A gente costuma falar que fora de casa vai tentar o resultado. Mas se ele não vier, em casa não pode escapar.


- O Fortaleza vem jogando certinho faz tempo. Não tem jogo fácil. Sabíamos a pressão de ter de ganhar ontem, assim como sabemos a pressão de domingo. A vitória nos deu confiança. Os jogos em casa são essenciais. Se ganhar todas em casa, você vai estar bem colocado na tabela. Temos que encontrar o equilíbrio de vencer em casa e ganhar pontos fora.



No que precisam evoluir?
- Temos que continuar sendo consistentes com a bola, mas com cuidado na hora de defender. Sair sempre atrás do resultado é ruim. Depois a equipe encaixou e fez um excelente primeiro tempo, mas não será assim sempre. Temos que ter a autoestima lá em cima, mas também o equilíbrio para fazer partidas consistentes.


Fonte: GE/Por Edgard Maciel de Sá — Rio de Janeiro

Análise: trio de meio-campo acorda, e Botafogo apaga início ruim em virada contra o Bahia


Time volta a vacilar no fim do jogo, mas conquista vitória com grande participação de Cícero, Bochecha e João Paulo




A falta de efetividade demonstrada contra o São Paulo, no último domingo, não se repetiu, e o Botafogo conseguiu importante vitória por 3 a 2 sobre o Bahia, nesta quinta-feira, no Nilton Santos. O time não foi constante, oscilou, mas aproveitou o momento em que foi para cima e empolgou sua torcida. Manteve o propósito de ter a bola, mostrou um entrosamento melhor e mereceu vencer.



Início ruim e com time muito desligado

O Botafogo, com a mesma proposta de jogo da apresentada contra o São Paulo, começou com muita posse de bola, tanto que terminou a primeira etapa com 67% no quesito.


O início, porém, foi bem ruim. O time não fazia o simples e, por isso, sofreu o primeiro gol. João Paulo foi driblar na saída de bola, e Arthur Caíke aproveitou cruzamento de Moisés. A pressão feita no campo de defesa do São Paulo também não se repetiu nos primeiros minutos desta quinta-feira.



João Paulo começou mal, mas depois ganhou confiança e deu ótimos passes, como esse de calcanhar — Foto: André Durão/GloboEsporte.com


Após o gol dos visitantes, os comandados de Eduardo Barroca seguiam errando muito. Cícero e Bochecha, os dois melhores passadores da equipe, não iam bem, e o time não andava.


Bastou a dupla acordar para o Botafogo passar a ser agressivo. Empate na bola parada com um golaço. Virada em boa jogada de Cícero e Gilson. E o terceiro veio da esperteza de Erik, que roubou bola na intermediária e adiantou para Cícero arrancar e guardar.


O Glorioso foi para o intervalo com outro ânimo e, diferentemente do que acontecera no início do tempo, nos braços da torcida.



Bochecha e João Paulo cresceram muito na parte final do primeiro tempo — Foto: Fred Gomes



- Tomamos um gol muito cedo, não esperávamos isso. Queríamos pressionar o Bahia desde o início. Nesse contexto, diante dos resultados no início do ano, o jogo não ficou bom para nós. Mas rapidamente trouxemos o jogo para a nossa característica e conseguimos algo muito difícil no primeiro tempo com uma virada importante, com imposição - disse Barroca.



Botafogo cozinha jogo na etapa final, mas quase se enrola

Após conseguir rápida virada com muita intensidade e "imposição", como disse Barroca, o Botafogo voltou do vestiário pisando no freio. Procurou trocar passes e, em dado momento, envolveu o Bahia. A intenção era cozinhar o rival, mas isso não se deu na totalidade da etapa final.


Mas a verdade é que o time perdeu o domínio da bola. Se teve 67% de posse, esta caiu para 54%. As substituições também mudaram muito o Botafogo. Valencia, apesar de quase ter marcado, não aproveitou a oportunidade na vaga de Pimpão.


Erik e Cícero estavam muito bem e participavam de quase todas as ações ofensivas. Alex Santana e Luiz Fernando, porém, não mantiveram a mesma pegada.


O Bahia explorava o lado esquerdo de seu ataque, por onde Moisés e Rogério levavam a melhor na maioria dos confrontos diretos com Marcinho.


Sem serem muito pressionados, os rivais ganharam campo e, quando o jogo parecia morto, conseguiram um gol, mas pelo outro lado. Após bola parada, Shaylon deu belo drible em Marcinho, cruzou, e Ernando pegou o rebote.


Se foi superior em finalizações no primeiro tempo (8 a 6), o Botafogo pouco ameaçou na etapa final, e o Bahia virou a estatística para 19 a 10.


O Botafogo ainda sofreu um pouco no final, mas conseguiu suportar e saiu com vitória importante. Eduardo Barroca admitiu a queda e explicou que para evitar tais oscilações é necessário tempo, principalmente na questão de ser intenso durante os 90 minutos.


- No segundo tempo, a gente pressionou menos do que deveria. Estamos em um momento de virada de chip. Tenho exigido sempre intensidade. E para jogar assim sempre precisa de tempo. Deixamos de pressionar, e o jogo saiu do que imaginávamos. Mas a vitória foi importante, sabíamos da importância desse jogo em casa. O Bahia é uma equipe forte.



Pontos positivos:


Poder de reação dos meio-campistas: o trio começou mal. Bochecha tentava o mais difícil em jogadas simples. Cícero estava apagado, e João Paulo, fora de sua característica, foi driblar na saída de bola.



Depois, Bochecha passou a arredondar todas as bolas, Cícero se tornou o protagonista, com muita participação e movimentação, e João Paulo, depois de marcar seu gol, cresceu muito e deu ótimos passes.



Gilson foi bem contra o Bahia — Foto: André Durão/GloboEsporte.com



Geralmente mais efetivo nos ataques e cruzamentos, Gilson apareceu bem na frente, mas se destacou mesmo com muitos desarmes (foi o líder do jogo no quesito, com sete).


Pontos negativos:


Falta de concentração no início: se começou mordendo contra o São Paulo, nesta quinta-feira o time iniciou o duelo muito mal coletivamente.


Tais vacilos fizeram a torcida perder a paciência com a equipe, vaiando e xingando jogadores, cenário ruim num momento em que se busca a reabilitação na temporada.


Fonte: GE/Por Fred Gomes — Rio de Janeiro

Barroca valoriza entrega do Botafogo e resume vitória: ''Resultado fundamental''


Alvinegro vence Bahia de virada por 3 a 2, com gols de Erik, João Paulo e Cícero. Na estreia, tinha perdido por 2 a 0 para o São Paulo




Melhores momentos: Botafogo 3 x 2 Bahia pelo Campeonato Brasileiro 2019


O Botafogo até saiu perdendo, mas virou e venceu o Bahia por 3 a 2, com gols de Erik, João Paulo e Cícero. O empenho dos jogadores no primeiro resultado positivo no Campeonato Brasileiro, no Nilton Santos, na noite desta quinta-feira, agradou ao técnico Eduardo Barroca.


Recém-chegado, o treinador disse, em entrevista coletiva, que o elenco está incomodado com o desempenho do Botafogo até aqui na temporada - ficou fora do mata-mata do Campeonato Carioca e foi eliminado na Copa do Brasil.


- Esses jogadores estão trabalhando muito forte, estão incomodados com os resultados de 2019 até aqui. Eles querem dar uma resposta a todos. Isso para mim é claro. Tem tentado reagir a todos os meus estímulos. Eles sabem da importância desses primeiros noves jogos antes da Copa América. Para ai sim na parada a gente conseguir planejar a médio e longo prazo. Os jogadores tem um mérito muito grande na vitória de hoje. Tomamos um gol cedo de uma equipe bem treinada. Na situação que vivemos, reverter isso foi muito importante - disse Barroca.



Barroca em entrevista coletiva no Nilton Santos — Foto: Edgard Maciel de Sá


Na estreia, o Botafogo jogou bem, mas perdeu por 2 a 0 para o São Paulo, fora de casa. Por isso, o treinador classifica como fundamental a vitória sobre o Bahia.



- É muito melhor se preparar para pegar o Fortaleza fazendo ajustes na vitória. Foi um resultado fundamental para nós. Exalto os jogadores, que se entregaram e têm trabalhado sério. Fazer os ajustes necessários nessa situação é muito melhor.


Veja outros trechos da entrevista de Barroca:


Virada

- Tomamos um gol muito cedo, não esperávamos isso. Queríamos pressionar o Bahia desde o início. Nesse contexto, diante dos resultados no início do ano, o jogo não ficou bom para nós. Mas rapidamente trouxemos o jogo para a nossa característica e conseguimos algo muito difícil no primeiro tempo com uma virada importante, com imposição.


- No segundo tempo, a gente pressionou menos do que deveria. Estamos em um momento de virada de chip. Tenho exigido sempre intensidade. E para jogar assim sempre precisa de tempo. Deixamos de pressionar e o jogo saiu do que imaginávamos. Mas a vitória foi importante, sabíamos da importância desse jogo em casa. O Bahia é uma equipe forte.


Desenho tático

- Era um jogo que o Bahia começou com duas linhas de quatro e dois atacantes. Tentar fazer o 3 x 2 no meio em cima dos volantes deles seria interessante. Dai a movimentação de Bochecha, Cícero e João Paulo. Queríamos progredir com o controle da bola e funcionou muito bem no primeiro tempo.


Mudança no estilo de jogo

- Não vi resistência alguma desde o primeiro dia. Claro que não vou propor algo que eles não entendam como factível. Estamos em um início de trabalho, que eles se sintam a vontade, importante, que entendam que essa forma de jogar vai aproximar o Botafogo da vitória na maior parte do tempo.


Atuação do Bochecha

- Gustavo Bochecha foi muito importante nesses dois jogos na retenção de bola, em fazer o time fluir. Assim como Jean, Alan Santos, acho que o Botafogo tem jogadores de bom nível nessa posição. Ele foi muito importante nessa vitória contra o Bahia.


Jonathan e Gilson

- Não sei se o Jonathan volta domingo. Vamos ter mais noção amanhã. Estou feliz pela atuação do Gilson, ele merece, é trabalhador. Fez grande partida. Torcida do Botafogo não pega no pé do Gilson, ela reconhece quando o jogador vai bem. Foi o que aconteceu. É um jogador que tem o respeito de todos, participou do gol do João Paulo e foi importante para a vitória.


Atuação da arbitragem

- Acho que o árbitro foi muito bem. Foi uma grande partida, de duas equipes que tentaram jogar um futebol agradável. Sobre os técnicos levarem cartão, tenho por hábito não perder o foco do que posso intervir. Então não é sobre a arbitragem, e sim em cima da minha equipe. Sobre os cartões, acho justo e interessante.

Fonte: Ge/Por Edgard Maciel de Sá — Rio de Janeiro