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domingo, 2 de dezembro de 2018

Análise: 2018 termina para o Botafogo com ataque em baixa e evidente necessidade de reforços


Alvinegro volta a perder gols feitos em derrota para o Atlético-MG e fecha o ano com 18 jogos sem estufar as redes. Sem Erik e Luiz Fernando, e com muitos jovens, time vê rendimento cair



FELIPE CORREIA / ESTADÃO CONTEÚDO


O ano chegou ao fim para o Botafogo. A derrota por 1 a 0 para o Atlético-MG no último sábado (veja os melhores momentos no vídeo abaixo), na despedida de 2018, quebrou uma sequência de seis jogos invictos do Alvinegro no Campeonato Brasileiro. Apesar do resultado, Zé Ricardo até que gostou do que viu no Independência com um time desfigurado. Porém, a sensação de "dever cumprido" não esconde a decepção com que o ataque termina a temporada, tampouco a evidente necessidade de se buscar reforços.



Melhores momentos: Atlético-MG 1 x 0 Botafogo pela 38ª rodada do Campeonato Brasileiro


Sem Erik (deixou o clube) e Luiz Fernando (com febre), dois de seus principais destaques, além de Leo Valencia (suspenso) e Carli (machucado), a escalação ficou repleta de jovens com pouca experiência para partidas "cascudas" como essa no Independência. O time sofreu muito no primeiro tempo, poderia ter tomado mais gols, e só passou a levar perigo a Victor a partir do momento que o Atlético-MG recuou para segurar o resultado na etapa final.


Na pressão, o Botafogo teve chances claras de buscar pelo menos o empate, porém, os atacantes ficaram devendo mais uma vez. Principalmente Pimpão e Kieza, que foi muito mal no jogo e perdeu um gol feito no fim. Concorrentes do centroavante, Brenner já foi até dispensado, e Aguirre, que foi a principal contratação do clube e era a maior esperança da torcida, marcou apenas um gol e tem encontrado dificuldades de adaptação ao futebol brasileiro.


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A derrota para o Atlético-MG foi o 18º jogo neste ano em que o Botafogo passou sem estufar as redes, sendo quatro partidas do Carioca e 14 no Brasileiro, quase um turno inteiro da Série A. A média de gols também diminuiu em relação aos últimos anos: foram 68 em 62 partidas, contra 91 em 73 jogos em 2017 e 76 em 65 duelos em 2016. Kieza e Brenner terminaram juntos como os artilheiros do time em 2018, mas sem um número expressivo: foram 10 gols de cada.


Observações:Meia de origem, o lateral-esquerdo Yuri foi a maior surpresa da escalação de Zé Ricardo sendo improvisado como ponta. Embora canhoto, ele foi escalado na direita, na vaga deixada pelo também baixinho Erik. O garoto, de 22 anos, até salvou o time no início, mas não conseguiu construir muita coisa ofensivamente. Ele fez apenas sua segunda partida em 2018 e sentiu o peso da falta de ritmo;


Em um time recheado de jovens, Matheus Fernandes nem parecia ter só 20 anos tamanha a experiência que já adquiriu em duas temporadas no profissional. Cobiçado pelo Genoa, o volante não sentiu a pressão de um Independência lotado e foi o melhor da equipe. Inclusive chegando ao ataque e criando jogadas, como na cabeçada de Pimpão que raspou a trave;



Matheus Fernandes foi o melhor em campo pelo Botafogo no Independência — Foto: Futura Press


Quem também decepcionou foi Marcos Vinícius. O meia teve a chance de voltar a ser titular depois de seis meses, mas foi pouco participativo e teve duas finalizações sem nenhum perigo. Com muitas lesões em 2018, ele teve um ano para esquecer, longe do que pode mostrar e já demonstrou quando chegou ao clube em 2017;

O gol sofrido desta vez foi por falha dupla de marcação pelo lado esquerdo, e não pelo fantasma das bolas aéreas. Mas é nítida a dificuldade do time, sem Carli, quando o assunto é chuveirinho. Todo cruzamento do Atlético-MG na área alvinegra era um "Deus nos acuda" no Independência. Ricardo Oliveira, Adilson e Maidana tiveram espaço e por pouco não aproveitaram.


O Botafogo entra de férias com a consciência de que a base é o caminho, vide o enorme crescimento de Igor Rabello e Matheus Fernandes por exemplo. Porém, vai precisar de reforços de mais nome na frente, além de repor a perda de Erik. Em nono lugar na tabela, o Alvinegro agora seca o Santos contra o Sport neste domingo, na Ilha do Retiro, para manter a posição e receber R$ 1,8 milhão da CBF. Se for ultrapassado, perderá cerca de R$ 200 mil de premiação.



Fonte: GE/Por Thiago Lima — do Rio de Janeiro