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terça-feira, 30 de outubro de 2018

João Paulo entra em contagem regressiva no Botafogo: “Acredito que posso jogar ainda neste ano”


Recuperado, volante dá primeira entrevista coletiva desde a grave lesão em março



Fred Gomes


Não é só Gatito e Jefferson que podem reforçar o Botafogo nesta reta final de temporada. Recuperado da grave fratura na perna direita, à la Andreson Silva, sofrida em março, João Paulo entrou em contagem regressiva para voltar a jogar. Tanto que o volante voltou a dar entrevista coletiva nesta terça-feira e se mostrou otimista em poder ajudar o time de Zé Ricardo na briga contra o rebaixamento no Campeonato Brasileiro:


– Prazer voltar a falar com vocês depois de tanto tempo, uma lesão séria, nunca tinha passado algo parecido. Está correndo muito bem. Muitos se falavam de seis ou oito meses, estou nesse período, cerca de sete meses e meio. Estou evoluindo satisfatoriamente, às vezes sinto dores na região e dores que fazem parte do processo. Estou confiante, departamento médico também, e os dados de GPS estão evoluindo. Não posso dizer quando, mas acredito que posso jogar ainda neste ano – afirmou, já planejando entrar com o filho recém-nascido Joaquim em campo:


– Vou sim. Acredito que esse ano seja muito difícil iniciar (ser titular), mas para o ano que a vem a roupinha já está preparada.


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João Paulo posou com o filho Joaquim para as redes sociais do Botafogo — Foto: Divulgação / Botafogo



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CONDIÇÃO FÍSICA

– Clinicamente estou próximo de 100%. Parte física sim falta bastante. Caso volte esse ano, será muito difícil fazer os 90 minutos. Intensidade de 90 minutos acho que só em 2019. Parte muscular exige bastante. Fiquei quase quatro ou cinco meses sem botar a cara em campo. Já trabalho há algumas semanas o contato físico, acho que no início foi o fator mais difícil. Hoje bem melhor, claro que tem receio numa dividida mais forte, mas acredito que isso vai passar


MUITAS LESÕES NO BOTAFOGO

– Lesão faz parte e acontece em todos os grupos. É natural, mas acho que aqui as lesões foram um pouco mais sérias, e o período de tratamento para voltar. Não sei o tempo que estou fazendo treinamento com o grupo. Faço alguns inteiros e outros separadamente. Acho que estou bem mais próximo de estar à disposição do grupo. Não posso dar data, mas evolução está boa.


PARTE PSICOLÓGICA

– Essa é a parte mais difícil, teve momento sim em que me perguntei se ia voltar a jogar ou voltar em alto nível. Tinham dias que eu treinava e me empolgava. No outro dia, muitas dores e tinha que descer um degrau. Consigo manter regularidade nos treinos, e as dores estão aparecendo cada vez menos. Na fisioterapia, a gente não pensa muito na questão da bola, de como vai ser, porque a gente está tratando. Quando chegou a hora de voltar, as dores apareceram, muitas dificuldades de fazer exercício. Acho que foi o momento mais difícil. Até psicologicamente foi o mais difícil.


PASSATEMPO NA AUSÊNCIA

– Meu filho. Nasceu em maio, e eu pude focar nele e desviar um pouco essa reabilitação. Foi muito bom, muito saudável acompanhar o nascimento, os primeiros meses. Foi minha terapia no início da recuperação. Fiz a fratura em março, e ele nasceu dois meses depois. O atleta se prepara para perder nos primeiros meses de nascimento, mas comigo foi diferente. Óbvio que não gostaria de uma lesão, mas pude ajudar minha melhor e foi muito bom para a minha cabeça


CONVERSA COM RILDO


Rildo dá entrada violenta, tira João Paulo da partida e recebe apenas amarelo aos 4 do 1º


– Falei na época, ele foi no hospital um dia após o acontecido. Depois, a gente não se falou mais, mas deixei bem claro que foi coisa do jogo, do futebol. Vida que segue.


MÁ FASE DO TIME

– Ansiedade existe desde março. Infelizmente a gente viveu uma situação que não é agradável, muito difícil viver isso de fora, queria estar com meus companheiros, mas é preciso paciência para voltar e dar o meu 100%. Meus companheiros, vivo isso dia a dia, não tem nenhum vagabundo nem fazendo corpo mole. Torcida está chateada, abatida, como a gente também está. Aproveitar para fazer apelo para domingo: que venham, nos ajudem. Se cada um remar para um lado, vai ser difícil.


MENSAGEM PARA A TORCIDA

– Quero falar diretamente com o torcedor. Sei que não tá fácil, mas temos um grupo que trabalha e não dorme direito. Domingo será uma final, e vamos lutar muito em busca dos três pontos. Grupo bastante jovem, e quando os resultados não vêm é natural termos uma queda de confiança. O Brasileiro é muito competitivo, mas o principal fator é tentarmos ter um time competitivo durante os 90 minutos.


SALÁRIOS ATRASADOS QUITADOS

– A gente não pode usar de falta de pagamento para botar isso acima do nosso desempenho, que isso seja o fator para não termos um desempenho e não conseguir a pontuação. Independentemente de o salário estar em dia, temos que honrar a camisa que a gente veste e desempenhar. A gente fala muito na diretoria, dos jogadores e da comissão técnica como se fossem três times. Na verdade é um só. Esses três formando um só e defendendo o Botafogo.


Fonte: GE/Por Fred Gomes — do Rio de Janeiro