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domingo, 18 de abril de 2021

Análise: início ruim de Chamusca coloca Botafogo à prova após as muitas mudanças de 2020


Campanha nas redes sociais pede demissão do treinador, mas diretoria promete autonomia para Eduardo Freeland. Após início com bons números, time cai e já acumula duas eliminações




Melhores momentos de Fluminense 1 x 0 Botafogo pela 10ª rodada do Campeonato Carioca



Três vitórias em 12 jogos e duas eliminações na mesma semana. Os resultados ruins do Botafogo no início da temporada fazem torcedores se voltarem a apenas um assunto: a permanência de Marcelo Chamusca. Com menos de dois meses de trabalho, o treinador ouve o som alto das cornetas.


Nas redes sociais, a maior parte dos alvinegros já perdeu a paciência com o novo comandante, à frente do time desde o fim de fevereiro. O que coloca pressão externa sobre o trabalho e a nova diretoria, que assumiu nesse ano com a promessa de profissionalismo e fim do modo de operar que afundou o clube e esteve potencializado, em muitos sentidos, na temporada traumática de 2020.


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Torcedores pedem demissão do treinadores nas redes — Foto: André Durão



Apesar do apelo de parte da torcida, a análise interna é de mudança, mas não do treinador. A diretoria entende que o trabalho apenas começou e havia risco de percalços por conta da reformulação profunda do elenco. Mesmo assim, a queda na Copa do Brasil foi considerada precoce demais.


O momento coloca à prova o discurso com o qual a gestão Durcesio Mello foi recentemente eleita. A nova diretoria contratou profissionais para gerir o clube e não quer dar a impressão de que velhas práticas continuam em General Severiano. Principalmente depois da última temporada, de muitas decisões erradas e nada menos do que cinco treinadores diferentes.


A expectativa é que o time melhore até o fim de maio, quando começa a Série B. Primeiro, porque Chamusca terá mais tempo para treinar. Nesse início, a média foi de um jogo a cada quatro dias. Além disso, os dirigentes sabem que o time precisa de reforços, e planeja contratações para defesa, meio de campo e ataque antes do campeonato nacional.



Clube teve cinco técnicos em 2020 e terminou rebaixado — Foto: ge



Em campo, muito a melhorar

Mesmo que a exigência dos torcedores não seja atendida, até agora, a insatisfação tem fundamento. Não só pelas eliminações na Copa do Brasil e no Campeonato Carioca, mas por conta da queda de rendimento a tão pouco tempo do pontapé inicial na grande meta da temporada. Há senso de urgência porque falta pouco mais de um mês para a primeira rodada da Série B.



O início foi promissor. O time não levou gol nos primeiros quatro jogos da temporada. Mostrou consistência na defesa e velocidade no ataque com dois atacantes rápidos pelos lados. Atributos que faltaram na temporada anterior.


Só que alguns jogadores se machucaram, outros perderam espaço e o time voltou a ser lento e pouco eficiente. Para completar, a defesa perdeu consistência e levou gols em todos os últimos oito jogos nessa temporada. A última vez que ficou com o marcador zerado foi em 13 de março.



Além do ataque em baixa, defesa falhou no clássico — Foto: André Durão


Contra o Fluminense, tudo isso aconteceu. Marcos Felipe, goleiro do Flu, praticamente não trabalhou. No primeiro tempo, o Bota foi inofensivo. O time terminou o jogo com sete finalizações, mas nenhuma chance clara de gol criada. Foi envolvido pelo toque de bola do adversário na maior parte do tempo. E perdeu o jogo porque a defesa deu mole na bola parada que culminou no gol de Nino.


Agora, Chamusca terá mais tempo para treinar e mostrar trabalho. O próximo jogo é no domingo, dia 25, contra o Macaé, no Nilton Santos. Mas não há mais chances de classificação para o mata-mata. A única possibilidade é ficar entre os oito melhores para disputar a Taça Rio, que acontecerá em paralelo à decisão do Estadual.



Fonte: GE/Por Thayuan Leiras — Rio de Janeiro