Páginas

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Com lesão na coxa direita, Fabiano é mais um problema para o Botafogo


Volante não viaja com o restante da delegação para o jogo contra o Corinthians. Maurício Assumpção acompanha o treino e conversa com atletas



O técnico Vagner Mancini teve a confirmação na manhã desta quinta-feira que terá mais um desfalque para o jogo contra o Corinthians, sábado, na Arena Amazônia. O volante Fabiano, que deixou o campo ainda no primeiro tempo na derrota para o Palmeiras por 1 a 0, quarta, no Maracanã, está com uma lesão na coxa direita. Ele não segue com o restante da delegação para Manaus.

Além dele, Mancini não poderá contar com Carlos Alberto e Ramírez, suspensos, e Airton, que também se machucou contra o Palmeiras. O treinador terá dificuldades para montar o meio de campo, principalmente no setor de criação. A principal novidade na viagem será Jobson, apesar de o departamento jurídico ainda não ter dado o aval final para sua escalação.

Sem Fabiano, Vagner Mancini tem mais um desafio ao montar equipe. Jobson viaja com o time (Foto: Vitor Silva / SSPress)
Na manhã desta terça, os jogadores que participaram do duelo com o Palmeiras fizeram apenas um trabalho regenerativo. Os reservas foram para o campo e fizeram um trabalho técnico em campo reduzido. O presidente Maurício Assumpção assistiu a toda movimentação, o que deve ser mais constante daqui para frente. Ele conversou com alguns atletas em particular.

- Ele vem para nos dar força, conversou comigo pessoalmente. Falamos que não podemos baixar a cabeça, que precisamos ter força. Se fizermos um bom resultado contra o Corinthians, a fase pode virar. A união continua - disse o zagueiro Matheus Menezes.

A derrota para o Palmeiras manteve o Botafogo com 26 pontos no Campeonato Brasileiro, mas a equipe agora é a lanterna da competição.

Por Fred Huber Rio de Janeiro/GE

Até o fim com o Bota, Mancini espera rechaçar "conformismo" com fracasso


Técnico diz que viu alguns casos de abatimento com o sério risco de rebaixamento à Série B. Ele garante que a rusga com Gottardo não passou de um mal-entendido



Mancini conversa com Carlos Alberto durante a derrota para o
 Palmeiras, quarta-feira, no Maracanã (Foto: André Durão)
O Botafogo colocou como meta se sair bem nos confrontos diretos contra Vitória e Palmeiras, nas duas últimas rodadas, mas não teve sucesso. Perdeu os dois jogos e agora é o lanterna do Campeonato Brasileiro. Entre os alvinegros, o temor pelo rebaixamento bateu forte. Agora, a missão do técnico Vagner Mancini é não deixar que este sentimento de "conformismo" com o fracasso se estenda para o time.

Após a derrota por 1 a 0 para o Palmeiras, quarta-feira, no Maracanã (assista aos principais lances no vídeo abaixo), o treinador disse que, apesar de reconhecer a entrega dos jogadores em campo, pela primeira vez viu sinais de que houve certo abatimento com o sério risco de rebaixamento.

– Bateu um pouco de conformismo. Vi que a equipe entendeu que isso (rebaixamento) pode acontecer. Mas não pode acontecer. Temos que dar exemplos e mais exemplos de equipes consideradas inferiores que venceram. Vamos brigar até o fim sem deixar a peteca cair. A luta não está faltando, está faltando um pouco de futebol. Ficamos abatidos, é normal. Não tem como sair sorrindo. Será difícil acordar nesta quinta, mas isso é do futebol. Temos que saber encarar.


A ida para a lanterna e o fato de o time não dar indícios de reação aumentaram os questionamentos sobre uma possível mudança no comando. O presidente Maurício Assumpção garantiu que não fará mudanças, e Mancini descartou abandonar o barco. Pela primeira vez o treinador comentou a recente rusga que teve com o gerente Wilson Gottardo. O comandante alvinegro ficou sabendo da possível busca de um nome para seu cargo, mas garante que tudo não passou de um mal-entendido e que tudo está resolvido.

– Ficou uma coisa "dita ou não dita". Sentei com o Gottardo, e conversamos. Já nos conhecemos há muito tempo, jogamos juntos. Foi um mal-entendido. Se existem outras pessoas que querem me tirar, não vão ter força para isso. O presidente já falou neste microfone que não vou sair. No mundo do futebol as pessoas falam o que querem. Eu tenho que ter a calma necessária e a postura correta. Caráter é para ser usado.

O elenco já se reapresenta na manhã desta quinta-feira para um rápido treino regenerativo. No início da tarde, os jogadores viajam para Manaus, local da partida contra o Corinthians, sábado, na Arena Amazônia. Carlos Alberto e Ramírez, suspensos, e Airton, com uma lesão muscular, estão fora da partida.

Por Fred Huber RIo de Janeiro/GE

Esperança, aflição, desespero e clima hostil: novo drama da torcida do Bota


Início da partida mistura apoio e apreensão, mas gol do Palmeiras é senha para a arquibancada do Maracanã virar palco de protestos. Alvinegros criticam dispensas




O silêncio nunca fez parte da noite da torcida do Botafogo no Maracanã. O início do jogo contra o Palmeiras foi de incentivo, mesmo que tímido, e esperança em meio à apreensão de como o time se comportaria na primeira vez em casa após a bombástica dispensa de quatro titulares anunciada na última sexta-feira – Emerson Sheik, Bolívar, Edilson e Julio Cesar tiveram seus contratos rescindidos, e o goleiro e capitão Jefferson escapou da demissão graças à condição de ídolo. No entanto, os erros foram minando a paciência dos alvinegros, e o gol de Henrique virou o estopim para uma série de xingamentos e momentos de desespero com a lanterna do Campeonato Brasileiro a 11 rodadas do fim.




O horário das 19h30 costuma atrair mais o público, mas também faz com que a maioria chegue em cima da hora. Por isso, havia filas nas bilheterias do Setor Sul faltando 30 minutos para a bola rolar – o número de pagantes foi de 9.123, com cerca de 2.500 alviverdes presentes. O primeiro tempo irregular em campo ensaiou a irritação que viria a tomar conta do estádio mais tarde. O rival na luta contra o rebaixamento abriu o placar e gerou reações diversas: uma organizada não parou de cantar, mas outros se calaram e se sentaram, desolados.

Havia centenas de botafoguenses solitários na arquibancada. Questionado sobre o motivo, um deles respondeu que "os amigos já desistiram". O cenário foi motivado pela crise fora das quatro linhas, com falta de pagamento, má relação entre jogadores e diretoria e a saída repentina dos quatro jogadores. A maioria dos torcedores pareceu ter reprovado a atitude do presidente Mauricio Assumpção.



– Jobson é um jogador polêmico, mas está requisitado para reforçar por um desespero de causa. Ele (Assumpção) acabou com o que restava do time, que está em frangalhos, e a torcida está revoltada – afirmou Carlos Possolo.

– Eram jogadores importantes para o time, e é difícil aceitar nos casos de Edilson e Sheik. Não era o momento, porque precisamos deles. Entendo que saísse um, se fosse por indisciplina, mas os quatro... Aí quem sai prejudicado é o Botafogo – acredita Mateus Marques, acompanhado do colega de trabalho Renan Lima.

Outros alvinegros, ainda no intervalo, ressaltaram que não se sabe ao certo o que houve nos bastidores e preferem esperar para descobrir se a medida terá efeito positivo.
Torcedor enrolado à bandeira diz que não
abandonará o time (Foto: André Casado)
O fato é que, perto do apito final, a torcida hostilizou o dirigente, aos gritos de "Assumpção, vá se f..., o Botafogo não precisa de você!". Mas a lista de eleitos foi longa. Sobrou para Ramírez, pelo desempenho ruim; Carlos Alberto, cuja volta para o Vasco foi pedida; para o técnico Vagner Mancini, chamado de burro; e para Zeballos, vaiado de forma unânime ao ser substituído por Yuri Mamute. O nome de Bolívar, em meio à revolta, foi lembrado como o "general". Mas, quando o coro por Edilson foi puxado, houve vaias e contestação.

Até um princípio de confusão aconteceu. Depois de reclamar várias vezes que o bandeirão estava atrapalhando sua visão, um torcedor gritou para o responsável:

– O time vai cair e vai voltar, e você não vai abaixar essa bandeira! – ironizou, recebendo uma encarada que foi o estopim para uma discussão de baixo nível.

Já o alvinegro Fernando Salina, enrolado numa bandeira, deixou a revolta de lado para garantir seu lugar nas próximas partidas. Na alegria e na tristeza.

– Não importa a situação. Eu venho até o fim.





Por André Casado e Felippe Costa Rio de Janeiro/GE