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quarta-feira, 3 de abril de 2013

Bota dispara na etapa final, derrota o Vasco e praticamente elimina o rival


Com gols de Rafael Marques, Lodeiro e Fellype Gabriel, time de Oswaldo de Oliveira se aproveita do desespero cruz-maltino e vence mais uma vez


Se o Vasco depositava no clássico as suas esperanças de se manter vivo na Taça Rio, o Botafogo tratou de enterrá-las sem piedade. Com um segundo tempo muito eficiente, o Glorioso se aproveitou da grave crise no rival e fez 3 a 0, no estádio Raulino de Oliveira, em Volta Redonda, na noite desta quarta-feira. Os gols foram de Rafael Marques, Lodeiro e Fellype Gabriel.

Agora, só um milagre dará a classificação ao clube de São Januário, que permanece com um ponto e na última posição do Grupo A. Basta uma vitória do próprio time de Oswaldo de Oliveira nas quatro partidas que lhe restam para eliminar o Vasco. O Alvinegro tem nove pontos e está em segundo, atrás do Volta Redonda, que tem um jogo a mais e 12 pontos.

Depois de um ano e quatro meses, o estádio Raulino de Oliveira recebeu um jogo de grande porte, em virtude da interdição do Engenhão, e teve 5.478 pagantes (6994 presentes) com renda de R$ 111.670,00. Parte dos torcedores cruz-maltinos virou de costas nos minutos finais do duelo, em protesto pela péssima fase. São cinco partidas consecutivas sem anotar um gol sequer.

Início morno e encharcado

Em termos de estrutura, o novo palco principal do futebol carioca não teve reestreia pomposa. Com rachaduras maquiadas na arquibancada, que recebeu público razoável, e poças no gramado castigado pela chuva, o Raulino viu um clássico ríspido e de pouca categoria em seu início. Não faltaram eventuais lances de perigo, no entanto, mesmo que atabalhoados de lado a lado. Aos oito minutos, Fellype Gabriel acertou belo voleio da entrada da área, que passou pertinho da trave direita de Alessandro e esquentou o clássico.

Fellype Gabriel comemora seu gol com André Bahia, Renan, Sassá e Bruno (Foto: Fábio Castro / Agif)
O Botafogo foi melhor em campo e dominou as ações nos primeiros 15 minutos. Aos poucos, porém, o Vasco equilibrou e, mesmo desordenado, assustou Jefferson em cruzamentos para a área e contragolpes. Na parada técnica, Paulo Autuori pediu que Wendel e Eder Luis presisonassem a saída do rival, para reduzir a diferença de posse de bola entre as equipes.

Mas a jogada que talvez tenha chamado mais atenção no Raulino de Oliveira foi o duro carrinho de Sandro Silva em Fellype Gabriel, que acertou em cheio o tornozelo direito do meia alvinegro. O árbitro mostrou apenas o cartão amarelo ao volante, ignorando dos protestos de time e torcida. Aos 37, Alessandro rebateu duas bolas em uma tentativa ofensiva esquisita do Botafogo, num reflexo das dificuldades que ambos encontraram para criar com qualidade.

Carlos Alberto é desarmado no clássico e reclama
de falta (Foto: Marcelo Sadio / Site do Vasco)
Eficiência x descontrole

Na volta do intervalo, nenhuma alteração no papel nem na prática. Entretanto, logo aos sete minutos, saiu o primeiro gol. Bruno Mendes desviou de cabeça no primeiro pau, Alessandro só raspou na bola, e Rafael Marques completou para o fundo da rede. Era a senha para o desespero do Vasco, que partiu para cima em desespero. Pedro Ken e Bernardo entraram nas vagas de Wendel e Eder.

Apesar disso, foi o Glorioso que marcou novamente, afundando o Cruz-maltino ainda mais na crise: aos 13, Julio Cesar cruzou, Alessandro errou mais uma vez e deixou Lodeiro livre para tocar para a meta vazia. Para completar a lambança, o camisa 12 foi expulso no lance posterior, ao colocar a mão na bola fora da área. Para evitar o vexame, Tenorio, o único atacante do Vasco, foi quem saiu para o goleiro reserva Michel Alves entrar e fazer sua estreia. Mas o clássico já parecia definido.

Sob os gritos de "eliminado", a equipe de Autuori não tinha mais forças. Ciente da virtual saída melancólica do Carioca, mesmo a três rodadas do fim, baixou a cabeça e assumiu o golpe. Restou ao Bota tocar a bola, e a Oswaldo fazer substituições para experimentar outras situações, sem forçar mais a barra. No fim, protestos cruz-maltinos e vibração alvinegra.

Por GLOBOESPORTE.COMVolta Redonda, RJ

Goleada! Botafogo faz 3 a 0 no Vasco e praticamente elimina rival da Taça Rio

Rafael Marques, Lodeiro e Fellype Gabriel marcaram para o Alvinegro; Cruz-Maltino teve goleiro Alessandro expulso após colocar a mão na bola fora da área



Vasco x Botafogo - Lodeiro (Foto: Bruno de Lima/LANCE!Press)
Lodeiro fez o segundo gol do Botafogo
(Foto: Bruno de Lima/LANCE!Press)
Quem irá parar o Botafogo? Com uma ótima atuação no segundo tempo e contando com a expulsão do goleiro Alessandro, o campeão da Taça Guanabara goleou o Vasco por 3 a 0 e afundou de vez um de seus maiores rivais, na noite desta quarta-feira, no péssimo gramado do Raulino de Oliveira, em Volta Redonda.

Com gols de Rafael Marques, Lodeiro e Fellype Gabriel, o Alvinegro manteve 100% de aproveitamento na Taça Rio e praticamente eliminou o Cruz-Maltino, que tem apenas um ponto e segura a lanterna do Grupo A. Apenas um milagre fará o Gigante da Colina passar de fase.

A próxima partida do Bota será contra o Olaria, domingo, também no Raulino. Enquanto isso, o Vasco joga no mesmo dia, mas contra o Friburguense, em São Januário.

PRIMEIRO TEMPO MONÓTONO

Disputada em um campo com péssimas condições e repleto de poças de água, a partida não foi das melhores no primeiro tempo. A mudança tática imposta por Oswaldo de Oliveira, com Rafael Marques e Bruno Mendes no ataque, não surtiu muito efeito. Os jogadores não encontravam o melhor posicionamento e o time não criava muitas chances.

Do lado do Vasco, Carlos Alberto tentava chamar o jogo mas estava em uma péssima noite. Com Eder Luis sumido e um trio de volantes que não possui muita criatividade, o Cruz-Maltino ficou sem poder de fogo e Tenório isolado no ataque não conseguia fazer nada diante de Bolívar e Dória.

O lance que mais chamou atenção na primeira etapa foi uma entrada criminosa do volante Sandro Silva no apoiador Fellype Gabriel. O lance com força excessiva por parte do vascaíno no tornozelo esquerdo do alvinegro poderia ter causado uma fratura e o juiz apenas aplicou o cartão amarelo.
Fellype saiu de campo, retornou mancando, mas aos poucos foi melhorando e não precisou ser substituído - Vitinho já estava no aquecimento.

É GOLEADA!

Ao retornar para o segundo tempo, Oswaldo afirmou que tinha ajeitado o posicionamento do ataque e do meio-campo do Botafogo. E dessa vez, a mudança foi efetiva.

Logo aos sete minutos, Bruno Mendes desviou a bola após cobrança de escanteio, Alessandro não segurou e a pelota sobrou limpa para ele, Rafael Marques, empurrar para o gol. Foi o segundo do centroavante com a camisa do Botafogo.

Prontamente, Paulo Autuori - que segue sem vencer no comando do Vasco - pôs Bernardo no lugar de Wendel e botou o time para cima. Mas quando o Vasco ainda tentava assimilar o golpe, Julio Cesar cruzou da esquerda e Alessandro - em péssima noite - espalmou nos pés de Lodeiro, que só teve o trabalho de colocar no fundo das redes, de direita.

Com o Glorioso cada vez mais à vontade, nem o próprio time alvinegro contava com mais um lance infeliz de Alessandro. O goleiro cortou uma bola com a mão e recebeu o cartão vermelho. Foi a senha para desanimar de vez a torcida vascaína e incendiar o lado vencedor, que começou a gritar "Eliminado" para o time do Vasco, que está praticamente fora da disputa da Taça Rio.

Para fechar com chave de ouro, Fellype Gabriel - aquele que levou uma entrada criminosa no primeiro tempo - ainda marcou o terceiro gol e afundou de vez o rival, que segue em uma crise que parece não ter fim. Ah, ainda tiveram de ouvir o grito de "Olé"...
FICHA TÉCNICA

VASCO 0 X 3 BOTAFOGO

Local: Raulino de Oliveira, Volta Redonda (RJ)
Data-Hora: 3/4/2013 - 19h30 (de Brasília)
Árbitro: Luis Antonio Silva Santos (RJ)
Auxiliares: Wagner de Almeida Santos (RJ) e Jackson Lourenço Massara Santos (RJ)
Renda e público: R$ 111.670,00 / 5.478 pagantes / 6.994 presentes
Cartões amarelos: Sandro Silva e Yotún (VAS); Bolívar (BOT)
Cartão vermelho: Alessandro 16'/2ºT (VAS)
Gols: Rafael Marques 7'/2ºT (0-1), Lodeiro 13'/2ºT (0-2) e Fellype Gabriel 27'/2ºT (0-3)

VASCO: Alessandro; Nei, Dedé, Renato Silva e Yotún; Sandro Silva, Wendel (Bernardo 11'/2ºT), Fellipe Bastos e Carlos Alberto; Eder Luis (Pedro Ken 14'/2ºT) e Tenório (Michel Alves 17'/2ºT) - Técnico: Paulo Autuori.

BOTAFOGO: Jefferson; Lucas (Edílson 40'/2ºT), Bolívar, Dória e Julio Cesar; Marcelo Mattos, Gabriel, Fellype Gabriel (Henrique 41'/2ºT) e Lodeiro; Rafael Marques (Vitinho 36'/2ºT) e Bruno Mendes - Técnico: Oswaldo de Oliveira.


Luiz Gustavo Moreira Rio de Janeiro (RJ)LANCENET! 

Botafogo se reúne com prefeitura, mas situação do Engenhão segue indefinida



Diretor executivo Sérgio Landau afirmou que não existe chance de devolver estádio para a prefeitura do Rio de Janeiro




Engenhão (Foto: Alexandre Loureiro/LANCE!Press)
Prefeitura e Botafogo ainda não
 chegaram a uma definição sobre estádio
(Foto: Alexandre Loureiro/LANCE!Press)
O presidente do Botafogo Mauricio Assumpção se reuniu na manhã desta quarta-feira com o prefeito Eduardo Paes para tentar chegar a uma definição em relação ao Engenhão, que está sob concessão do clube até 2027. Em pauta, assuntos como a manutenção do estádio enquanto estiver interditado e o prejuízo que o Botafogo terá por não poder utilizá-lo.

Porém, nada ficou decidido no encontro. Por ora, o prefeito mantém o discurso de trabalhar ao lado do Glorioso e ajudar o clube no que for necessário.

Os conselheiros mais influentes do clube vão se reunir com as principais lideranças da situação - entre elas o presidente Mauricio Assumpção - na noite de quinta-feira, em General Severiano, para um "conselho de emergência".

Nele irão discutir, entre outros assuntos, a possível devolução do Engenhão para a prefeitura, hipótese defendida por uma ala mais conservadora da política do Botafogo e que tem Carlos Augusto Montenegro, ex-presidente do clube, como principal defensor.

Do outro lado da política alvinegra, alguns conselheiros acreditam que seria um absurdo a devolução. Eles também temem uma possível aquisição do Engenhão por Flamengo ou Fluminense após a desistência do Botafogo em utilizar o estádio.

- É um ex-presidente e está expressando uma opinião dele. É uma manifestação pessoal e ele está no direito. Mas não tem nada disso (sobre a devolução). Teremos uma reunião interna do Botafogo com beneméritos e com o presidente para discutirmos alternativas. Estamos cobrando da prefeitura e ela está cobrando do consórcio. Não temos um prazo (que o estádio ficará fechado) e necessitamos disso - afirmou o diretor executivo do clube, Sérgio Landau ao LANCE!Net.


Alexandre Braz e Luiz Gustavo Moreira Rio de Janeiro (RJ)LANCENET! 

PRÉ-JOGO: Vasco e Bota abrem era de clássicos pós-fechamento do Engenhão


Rivais se enfrentam nesta quarta-feira, em Volta Redonda, no primeiro jogo depois da interdição de estádio que sofre com problemas estruturais




Vasco e Botafogo inauguram nesta quarta-feira uma espécie de nova era do futebol carioca. O clássico que começa às 19h30m, pela quarta rodada do Grupo A da Taça Rio, marca o início do Estádio Raulino de Oliveira como a alternativa para abrigar os clássicos regionais após a interdição do Engenhão, que sofre com problemas estruturais. Assim, Volta Redonda será, por tempo indeterminado, a cidade-sede dos jogos entre os maiores rivais do Rio de Janeiro.

Equipes que decidiram a Taça Guanabara, ainda no Engenhão, Vasco e Botafogo vivem momentos distintos no segundo turno. Garantido na final do Carioca, o Alvinegro soma seis pontos em duas partidas disputadas (duas a menos do que o líder Volta Redonda, que tem 12). Já o time cruz-maltino está em situação desesperadora. Somou apenas um ponto em três rodadas e é o lanterna do Grupo A. No caso de um tropeço, o time de Paulo Autuori perderá as chances de chegar à semifinal da Taça Rio.

O inusitado será o fato de o confronto ser disputado em Volta Redonda, onde os dois clubes não contam com bons retrospectos em clássicos. O Vasco sofreu duas derrotas no Raulino de Oliveira em 2005, quando perdeu para Flamengo (1 a 0) e Fluminense (3 a 2). Contra os outros três grandes do Rio, sua única vitória aconteceu em 1976, em um amistoso, por 2 a 0, sobre o Botafogo.

A situação não é diferente com o Glorioso. O time venceu por 3 a 1 o Fluminense na inauguração do estádio em 1951. Desde então, em clássicos, foram três derrotas (duas para o Fluminense e uma para o Flamengo), todas em 2005, e um empate, com o Fluminense, em 2011. Para mudar o cenário, o técnico Oswaldo de Oliveira colocou Bruno Mendes no lugar de Seedorf, suspenso, na volta a campo 10 dias depois da vitória por 2 a 1 sobre o Madureira.

O árbitro Luís Antônio Silva dos Santos apita a partida, auxiliado por Wagner de Almeida Santos e Jackson Lourenço Massarra dos Santos. O Premiere FC exibe o jogo para todo o país pelo sistema pay-per-view. O GLOBOESPORTE.COM acompanha os lances em Tempo Real, com vídeos exclusivos.



Vasco: Paulo Autuori não fez mistério e confirmou a formação para enfrentar o Botafogo. A novidade fica por conta o lateral-esquerdo peruano Yotún, que faz sua primeira partida como titular do Vasco. O restante do time será o mesmo que enfrentou o Olaria na estreia do técnico: Alessandro, Nei, Dedé, Renato Silva e Yotún; Sandro Silva, Wendel, Fellipe Bastos e Carlos Alberto; Eder Luis e Tenorio.

Botafogo: sem poder contar com Seedorf, suspenso, o técnico Oswaldo de Oliveira optou pela escalação de Bruno Mendes. Com isso, Rafael Marques ocupará o espaço do holandês no meio-campo, atuando um pouco mais recuado. O time vai a campo com Jefferson, Lucas, Bolívar, Dória e Julio Cesar; Marcelo Mattos, Gabriel, Fellype Gabriel, Lodeiro e Rafael Marques; Bruno Mendes.


Vasco: entregues ao departamento médico, os atacantes Leonardo e Robinho não foram relacionados para o clássico.

Botafogo: Andrezinho, com uma lesão no púbis, e Seedorf, suspenso, são dois desfalques importantes. Além deles, o volante Renato e o zagueiro Antônio Carlos, mesmo recuperados de lesões musculares, ainda não estão à disposição do técnico Oswaldo de Oliveira.


Vasco: Yotún será pela primeira vez titular do Vasco. Após servir à seleção peruana nas eliminatórias da Copa do Mundo, o lateral-esquerdo vai logo ganhar uma oportunidade de Paulo Autuori, substituindo Thiago Feltri. O jogador disputou apenas uma partida com a camisa cruz-maltina, entrando no segundo tempo da derrota por 1 a 0 para o Volta Redonda.

Botafogo: Bruno Mendes volta a ser titular do time, justamente contra o Vasco. No ano passado, pelo Brasileiro, ele fez dois gols na vitória por 3 a 2 sobre o rival.

Paulo Autuori, técnico do Vasco: "Tenho tremendo respeito por aquela instituição. Devo muito ao Botafogo, (devo) quase a minha vida de treinador ao Botafogo. Mas nesse momento não tenho que tecer esse tipo de comentário. Como homem de futebol, posso falar que é óbvio que o clube cresceu muito de maneira estrutural".

Oswaldo de Oliveira, técnico do Botafogo: "A gente lamenta (ter que jogar em Volta Redonda), pois esse era um jogo para o Engenhão, principalmente pela situação do gramado. Aqui temos o melhor do Rio de Janeiro".



* Quem tem vantagem? Confira o histórico do confronto na Futpédia.

* Vasco e Botafogo se enfrentaram apenas 11 vezes fora da cidade do Rio de Janeiro. O clássico aconteceu em Niterói (quatro vezes), Brasília (três), Mesquita, Volta Redonda, Aracaju e Ipatinga (MG), todos uma vez. Nesses 11 jogos, foram quatro vitórias do Botafogo, quatro empates e três vitórias do Vasco.

* A última derrota do Botafogo para o Vasco no Campeonato Carioca ocorreu há dois anos. Em março de 2011 o Vasco venceu por 2 a 0 no Engenhão, com gols de Eder Luis e Diego Souza. Desde então, foram três clássicos, com três vitórias do Botafogo, sendo que duas finais (Taça Rio 2012 e Taça Guanabara 2013).

* Em jogos por todas as competições e amistosos, Vasco e Botafogo já se enfrentaram 318 vezes, com 137 vitórias do Vasco, 95 empates e 86 vitórias do Botafogo. A equipe de São Januário marcou 502 gols e sofreu 430.



Vasco e Botafogo se enfrentaram pela última vez no dia 10 de março, em jogo válido pela final da Taça Guanabara. O clássico, realizado no Engenhão, terminou com vitória do Glorioso por 1 a 0, com um gol marcado por Lucas aos 35 minutos do segundo tempo. Dono da vantagem do empate, o Vasco sofreu pressão durante praticamente os 90 minutos, e o Alvinegro garantiu a vitória numa jogada que começou com um toque de calcanhar de Seedorf.

Por GLOBOESPORTE.COM Rio de Janeiro

Contrato não prevê a devolução do Engenhão por problemas estruturais


Contudo, advogado diz que o fato de a interdição impedir o clube de obter renda com imóvel é motivo para rescisão e até para ação do Bota por danos


O contrato de concessão do Engenhão, celebrado em 24 de agosto de 2007 entre a Prefeitura do Rio e a Companhia Botafogo, não prevê em suas cláusulas de rescisão a hipótese de devolução do imóvel por conta de problemas estruturais. Essa possibilidade vem sendo estudada pela diretoria alvinegra e defendida abertamente pelo ex-presidente do Botafogo, Carlos Augusto Montenegro. Pelo contrato, só está descrita a rescisão por conta de descumprimento de obrigações ou insolvência por parte da concessionária. No entanto, segundo o presidente da Comissão de Direito Desportivo da OAB-RJ, Marcelo Jucá, o clube pode pedir a rescisão por conta das questões estruturais que motivaram a interdição do estádio.

De acordo com o documento obtido pelo GLOBOESPORTE.COM, a concessão tem prazo "improrrogável" de 20 anos e, segundo a cláusula oitava, só pode ser extinta por descumprimento das obrigações por parte da concessionária. A cláusula nona trata de outra possibilidade para extinção da concessão, no caso de insolvência da concessionária. O texto dessa parte do contrato, porém, abre uma brecha, apesar de ressaltar que a decisão sobre a ruptura do acordo é do município.
Cláusula oitava fala em extinção apenas se o Botafogo descumprir sua parte (Foto: Reprodução)
Diz a cláusula nona, sob o título "outros fatos extintivos da concessão": "Resolver-se-á o presente termo em caso de falência, concordata, ou qualquer outro fato alheio à execução do contrato que, a juízo do município, comprometa o cumprimento das obrigações assumidas ou o desempenho da presente concessão, ou caracterize a insolvência da concessionária".
Na cláusula nona, brecha para rompimento, mas só se a Prefeitura assim o quiser (Foto: Reprodução)
Jucá analisa, contudo, que ocorre uma condição não conhecida anteriormente e afirma que o clube pode, além de rescindir, entrar com uma ação para reaver o prejuízo.

- A presente causa de rescisão (falha estrutural da arena), se trata de condição resolutiva por vício oculto, ou seja, condição anteriormente não conhecida e, sendo assim, obviamente não existe necessidade dessa condição estar prevista no contrato. Logo, constatando-se a causa do mal no plano da existência deste contrato, ele pode deixar de existir, tendo o contratante o direito, inclusive, de ingressar com ação judicial visando o ressarcimento pelos prejuízos gerados.

Consultada, a assessoria do prefeito Eduardo Paes informou que ele e o presidente do Botafogo, Maurício Assumpção, estão em contato desde a semana passada sobre a questão e que até o momento a Prefeitura não tem um parecer oficial sobre a questão do contrato e que será necessária análise pelo departamento jurídico. A assessoria do clube de General Severiano limitou-se a dizer que ninguém no Botafogo está autorizado a comentar o assunto, pois a questão ainda está sendo debatida entre o presidente Maurício Assumpção e Eduardo Paes.

Constatando-se a causa do mal no plano da existência deste contrato, ele pode deixar de existir, tendo o contratante o direito, inclusive, de ingressar com ação judicial visando o ressarcimento pelos prejuízos gerados"
Marcelo Jucá, presidente da Comissão de Direito Desportivo da OAB-RJ

Em 2007, o Botafogo foi o único a apresentar proposta na licitação aberta para a concessão do Engenhão, na gestão de Bebeto de Freitas. O clube ofereceu pagamento de aluguel mensal de R$ 36.000,00 durante os 20 anos de concessão (total de R$ 8.640.000,00). O reajuste é anual e regulado pelo "Índice de Preços ao Consumidor Ampliado - Especial (IPCA-E)". Entre as obrigações da Companhia Botafogo que constam no contrato de concessão estão a manutenção de equipamentos e instalações, além da cessão gratuita do imóvel ao município para realização de eventos como Copa do Mundo e Olimpíadas.

No dia 27, o presidente da RioUrbe, Armando Queiroga, e o engenheiro do consórcio que assumiu a obra, Marcos Vidigal, explicaram que a causa da interdição foi um deslocamento da estrutura 50% maior do que o calculado pelo engenheiro Flavio D'Alambert, da empresa Projeto Alpha, e que, atualmente, segundo relatório de uma empresa especializada alemã, a SBP, ventos de 63km/h colocariam em risco a construção. Ambos afirmaram que o problema já era conhecido e vem sendo acompanhado desde 2007, mas, no entanto, até a emissão do laudo pela empresa alemã, estimava-se que só haveria risco com ventos superiores a 115km/h.

- O deslocamento foi superior ao previsto. Sempre foi motivo de investigação nossa. Ainda em 2007, começamos uma intensa pesquisa para saber que fenômeno era esse, sua consequência e suas causas. Em 2009, saiu o primeiro relatório da projetista com restrição. Não poderia ser usado com ventos acima de 115km/h. Entre 2009 e 2010, continuamos a pesquisa e conseguimos desenvolver um dispositivo que permitiu a medição das cargas nos pendurais. Feitas as leituras dos 100 pendurais, foram feitas 10 leituras para cada um e três foram aproveitadas. Optou-se pela contratação de uma terceira empresa especializada em cobertura de estádios. O relatório final da SBP aponta que a estrutura do Engenhão deverá passar por intervenções preventivas para restaurar os níveis de segurança recomendados - explicou Vidigal na entrevista coletiva do dia 27, na sede da Prefeitura.
Engenhão está fechado por tempo indeterminado (Foto: Ivo Gonzalez / Agencia O Globo)
Em entrevista ao GLOBOESPORTE.COM publicada também no dia 27, o engenheiro Flavio D'Alambert, que além da cobertura do Engenhão é responsável pelos estádios de Cuiabá e Fortaleza da Copa do Mundo de 2014, Ele citou "pressa" nas obras por conta da mudança de construtora durante a execução do projeto. As obras começaram em 2003, quando o prefeito era César Maia. Foram executadas pela Delta e concluídas em 2007 pelo consórcio formado pelas construtoras OAS e Norberto Odebrecht.

- A pressa é inimiga da perfeição. Apesar de terem sido tomados todos os cuidados necessários, o ideal era que houvesse um prazo maior para a construção do estádio. O consórcio, quando houve a troca (da Delta para a dupla OAS/Odebrecht), só tinha mais quatro ou cinco meses para entregar - afirmou D'Alambert.


INFO_ENGENHAO_02 (Foto: Infoesporte)

Por Thiago de Lima e Vicente SedaRio de Janeiro

Botafogo contrata estudo para avaliar as condições do estádio Caio Martins



Alvinegro pode colocar novamente arquibancadas tubulares atrás de cada gol, a exemplo do que foi feito nas temporadas 2003 e 2004




Caio Martins (Foto: Álvaro Rosa/LANCE!Press)
O campo está razoável. A arquibancada
 tubular seria montada na área mais deteriorada
 da grama (Foto: Álvaro Rosa/LANCE!Press)
Nos corredores de General Severiano, amadurece cada vez mais a ideia de revitalizar o Estádio Caio Martins para ser novamente a casa do Botafogo. O LANCE!Net apurou que o clube já encomendou um estudo para avaliar as condições do local com o objetivo de preparar a casa para os jogos do Campeonato Brasileiro deste ano.

Se o Engenhão ficar fechado de seis meses a um ano, o Botafogo deverá retornar para o estádio em Niterói, que pertence ao governo do estado do Rio de Janeiro e está cedido ao Glorioso até 2027. A última partida do clube no local foi em 12 de dezembro de 2004, em derrota para o Corinthians por 2 a 1, pelo Brasileirão.

Uma fórmula para o possível futuro estádio a ser montado já é bem conhecida pelo Botafogo. Em 2003, o estádio foi reformado e a capacidade foi aumentada para 15 mil pessoas, com a instalação de arquibancadas tubulares. Com o adeus após 2004, a estrutura foi retirada, mas poderá voltar para 2013. O regulamento do Brasileirão permite o uso de tubulares e apenas exige que todo estádio tenha, no mínimo, a capacidade de público com 15 mil pessoas sentadas, além das garantias de segurança necessárias dadas pelos órgãos competentes.

Com arquibancadas tubulares atrás de cada gol, o Caio Martins ganhou o apelido de Caldeirão e caiu nas graças da torcida quando o Botafogo voltou à Série A do Campeonato Brasileiro no próprio ano de 2003.
Ontem, a reportagem do L!Net foi ao Caio Martins para ver as condições do estádio e constatou uma série de problemas no entorno. As bilheterias estão em estado de abandono, as entradas de acesso para as arquibancadas são muito estreitas e os muros estão descascados em boa parte. Porém, obras nestas áreas não seriam difíceis.

O L!Net não teve permissão para entrar no estádio, mas, por brechas no portão, viu que as arquibancadas de concreto estão bem cuidadas e o gramado se encontra pelo menos razoável. Hoje, o campo é usado para treinos da base.

Estádio tem a cara do Botafogo

Em tempos em que o Botafogo prega uma união com a torcida, um retorno ao Caio Martins pode ser um fator importante. A possibilidade de fazer um caldeirão no estádio anima correntes no clube.

De acordo com o conselheiro e ex-presidente do Alvinegro, Carlos Augusto Montenegro, o Caio Martins é, e sempre foi, a verdadeira casa do Glorioso.
– O Botafogo tem a cara do Caio Martins. Seria ótimo voltar a mandar os jogos lá em Niterói. É claro que está todo mundo atordoado ainda e não há nada de concreto para a volta – garantiu Montenegro, que espera ajuda do vice-governador do Rio de Janeiro, Pezão, para resolver o problema:

– Para que o Botafogo volte a jogar no Caio Martins, eu realmente conto com a ajuda do Pezão. Ele vai poder nos ajudar com esse problema.

CBF entende polêmica

O regulamento da CBF afirma que o Botafogo tem de informar com 45 dias de antecedência o estádio que irá atuar no Brasileirão. Porém, com a polêmica do Engenhão, o Glorioso não terá de cumprir este pré-requisito:

O diretor de competições da confederação, Virgílio Elísio, explicou a situação ao LANCE!Net:

– O Botafogo está sendo prejudicado por não jogar em casa. E não é culpa do clube. Existe uma lei para as situações normais. Porém, este é um problema diferente. Nada será feito a ferro e fogo. Vamos olhar os jogos do Botafogo rodada após rodada, com calma.

Com a palavra, Walace Borges, setorista do Botafogo no LANCE!
"O maior problema é na infraestrutura"

"No ano passado, quando Túlio Maravilha fez o primeiro treino dele em Caio Martins, deu para perceber que o local precisa de melhorias significativas na infraestrutura.

Verdade seja dita, o gramado não está dos piores, até porque o time de juniores manda os jogos lá. Porém, para ser palco dos grandes times do Brasil até o fim do ano, precisa passar por uma boa reforma, desde os vestiários à arquibancada. E que isso seja feito rapidamente"


Vinícius Perazzini e Walace Borges - Rio de Janeiro (RJ)LANCENET!

Botafogo terá reunião com prefeito na quinta e depois decidirá futuro do Engenhão



Após encontro com Eduardo Paes, Mauricio Assumpção irá até General Severiano, onde fará uma reunião com uma "comissão de emergência", formada por conselheiros influentes do clube




Engenhão (Foto: Alexandre Loureiro/LANCE!Press)
Botafogo ainda irá decidir se vai
 permanecer ou não com estádio
(Foto: Alexandre Loureiro/LANCE!Press)
Ainda em busca de muitas respostas sobre o futuro do Engenhão, o Botafogo viverá na quinta-feira um dia de muitas reuniões e decisões importantes pelo estádio.

Às 15h, na sede da prefeitura do Rio, o presidente Mauricio Assumpção irá se encontrar com o prefeito Eduardo Paes, à espera de uma estimativa de tempo do fechamento da arena. Em seguida, às 18h, Assumpção levará as informações para uma "comissão de emergência" do clube, que discutirá em General Severiano o que fazer com o estádio.

O Botafogo tem contrato para administrar o Engenhão até 2027, mas pode até mesmo devolver o estádio para a prefeitura, dependendo do prazo de fechamento que for estabelecido. O LANCE!Net apurou que nenhuma decisão foi tomada de maneira prévia e ambas as alternativas ainda serão estudadas.
Internamente no clube, a política está em ebulição. O movimento de devolução do estádio é liderado pelo ex-presidente e conselheiro Carlos Augusto Montenegro, que afirmou ter convencido o presidente de que a saída da arena é o melhor caminho.

– No dia da interdição liguei para o Mauricio. Depois, tive outras várias conversas com ele e esta reunião no clube é para fazer um documento para a devolução. O Botafogo devolverá o estádio – disse Montenegro.

A reunião de quinta no Botafogo será restrita, apenas com a comissão permanente do clube. Serão de dez a 15 pessoas, chamadas por conta do caráter emergencial.

Na semana passada, Montenegro expôs em reunião do conselho deliberativo a decisão em devolver o Engenhão, mas foi apoiado apenas por integrantes mais antigos do órgão. Porém, Montenegro é da "comissão de emergência" do clube e por ser muito influente pode ser preponderante em reunião mais reservada.

Montenegro explica saída

Em conversa com a reportagem do LANCE!Net, Carlos Augusto Montenegro demonstrou completo pessimismo sobre uma rápida reabertura do Engenhão e destacou que a devolução não é loucura.

– Devolver o Engenhão não seria uma decisão precipitada. Sabemos que o problema é grave, que vai ter que refazer muita coisa. Ainda não nos passaram um prazo oficial do fechamento, mas temos que ter pressa. A gente não tem condição de pagar mais pelo estádio como está, o "taxímetro" está ligado, cobrando. O Botafogo não pode pagar 600 mil reais por mês pela manutenção do Engenhão – comentou Montenegro, que não vê os contratos de camarotes e placas publicitárias no Engenhão como fatores que possam impedir a saída do estádio:

– O Botafogo terá de reembolsar essas empresas de qualquer jeito, ficando no Engenhão ou não. Sem jogo, tem que pagar – disse.


Luiz Gustavo Moreira e Vinícius Perazzini Rio de Janeiro (RJ)LANCENET!