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domingo, 27 de janeiro de 2019

Análise: pobre na criação e cansado na etapa final, Botafogo se desmonta após sofrer empate


Time marca muito bem no primeiro tempo, faz Flamengo só tocar bola, mas se limitou a lampejos no setor ofensivo




É verdade que o Botafogo do clássico contra o Flamengo em nada tem a ver com a versão do fim de ano de 2018 e são necessários ajustes, entrosamento e tempo de jogo. Porém é importante destacar que na derrota por 2 a 1, no Nilton Santos, o time pouco criou. Marcou bem, sobretudo na etapa inicial, mas carece de mais peças capazes de conseguirem lances mais decisivos.


Organizado, porém pouco criativo

Bem postado, o Botafogo, que sempre tinha cinco jogadores na primeira ou na segunda linha de marcação (Luiz Fernando e Erik recompunham bem, com destaque para o primeiro), pouco sofreu na etapa inicial.



Defesa com cinco jogadores na frente da área — Foto: Fred Gomes/GloboEsporte.com


Com uma marcação eficaz, obrigava o Flamengo a tocar bolas para o lado e apostar no chuveirinho. As únicas chances rubro-negras no primeiro tempo saíram em um chute de Diego e numa finalização de Vitinho na rede pelo lado de fora. Mas a última não nasceu de um erro de marcação, mas sim de um individual de Jean na saída de bola.


O poder de criação da equipe ainda é muito limitado. As jogadas nascem de lampejos, ora com Erik, muito veloz, ora com Luiz Fernando, jogador técnico.


O gol, por exemplo, saiu em um lance de inteligência de João Paulo, ainda longe de suas condições ideais. Jean arriscou um chute fraco, e o camisa 8, com um belo toque de calcanhar esquerdo abriu o placar.



Time cansa e fica sem forças para reagir

Após perder João Paulo, termômetro do time, Zé Ricardo teve de tirar Jonathan, que controlava Pará e Éverton Ribeiro, aos 15 minutos. O jovem sentiu cãibras.


O time já mostrava cansaço, vide as substituições, mas ainda marcava bem e teve boas chances de definir o jogo. Erik deixou Kieza livre após bote errado de Rodrigo Caio, e o centroavante desperdiçou. Em seguida o ponta fez fila e chutou para defesa de Diego Alves.



Depois disso, o gol de empate do Flamengo, originado em um escanteio em que Kieza perdeu a bola na intermediária e o próprio centroavante foi superado por Bruno Henrique pelo alto, desmoronou a equipe.


A virada veio rapidamente, novamente com Bruno Henrique, após uma estourada na área da qual participaram os botafoguenses Lucas Barros e Gabriel e o flamenguista Éverton Ribeiro.


O segundo gol, aliado ao cansaço alvinegro, definiu o jogo. O Botafogo ainda teve chance em falta lateral que os alvinegros pediram pênalti em Erik, mas Rhodolfo afastou facilmente. O Flamengo ainda fez um terceiro, anulado erradamente segundo o comentarista de arbitragem Sandro Meira Ricci.


Pontos positivos:


- Jean: apesar de ainda longe de seu auge físico, lutou muito, dividiu, participou do gol e levantou a torcida.


- Jonathan: de bom passe, não se intimidou e apareceu bem defensiva e ofensivamente. Cansou na etapa final.


- Marcação até o gol: Zé Ricardo sabe montar equipes organizadas e neutralizou o Flamengo até a entrada de Bruno Henrique.


Pontos negativos:
- Parte física: assim como nos outros jogos em 2019, o Botafogo não conseguiu manter o nível de intensidade durante os 90 minutos.


- Não definir: enquanto o Flamengo estava apagado no jogo, o Botafogo teve chances de matar, mas não o fez.


- Desentrosamento: com um time muito modificado em relação à temporada passada, o Alvinegro ainda tem dificuldades para fazer o jogo coletivo prevalecer.


Fonte: GE/Por Fred Gomes — Rio de Janeiro