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domingo, 24 de fevereiro de 2019

Análise: após novo 1º tempo ruim, Botafogo põe bola no chão, melhora a saída e empata clássico


Entrada de Bochecha dá mais posse de bola ao time de Zé Ricardo, que "acorda" na etapa final e chega perto de virar o jogo contra o Vasco no Nilton Santos



Melhores momentos de Botafogo 1 x 1 Vasco pela 1ª rodada da Taça Rio 2019



A exemplo do ocorrido na vitória por 3 a 0 sobre o Defensa y Justicia, na Argentina, neste sábado o Botafogo voltou a fazer um primeiro tempo bem ruim, no empate por 1 a 1 com o Vasco, no Nilton Santos. Mas, se na última quarta-feira a evolução de um tempo para o outro foi grande, no clássico também houve crescimento. Com a entrada de Bochecha e Ferrareis, botou a bola no chão, buscou rapidamente o empate e esteve perto da virada.


Erros coletivos no gol e bobos em passes simples


Sem Jonathan, Alex Santana, Pimpão e Kieza, todos poupados, Zé Ricardo montou o Botafogo no 4-1-4-1. Na frente, Rickson, da base, ficou no lado direito. Erik posicionou-se no meio dos zagueiros rivais, e Luiz Fernando, que trocava de posição com Valencia, abriu pela esquerda.


O gol vascaíno, marcado muito cedo, foi repleto de erros coletivos. Gilson tocou mal, Luiz Fernando vacilou no domínio e perdeu a bola para Bruno César. Com Gilson fora da posição, Gabriel teve de deixar a área para dar bote em Cáceres, e um buraco se formou no miolo. Ninguém acompanhou Pikachu, que, com calma, finalizou duas vezes antes de marcar.



Confira o desenho do meio-campo para a frente no clássico; Erik centralizado, Luiz Fernando na esquerda e Rickson na direita — Foto: Fred Gomes/GloboEsporte.com


Outro erro aconteceu logo depois. Maxi López, mesmo pesadão, saiu do meio e passou nas costas de Marcelo e Gabriel antes de receber e finalizar com perigo.



Na sequência da etapa, o Botafogo cometeu muitos erros de passes simples. Luiz Fernando não conseguia dar sequência às jogadas e fez a torcida perder a paciência com ele.


A única chance de perigo botafoguense nasceu de bom passe em profundidade de Alan Santos para Erik, que finalizou mal, para fora, mesmo com espaço na área vascaína. Nem mesmo o camisa 11, principal jogador da equipe, rendeu na etapa. O próprio admitiu após o duelo.





Fred Gomes

Erik defende Luiz Fernando, mas admite que colega e ele próprio foram mal no primeiro tempo.


Segundo tempo: Bochecha melhora a saída de bola, e Ferrareis dá intensidade
Na volta do intervalo, Zé Ricardo fez mexida importante. Trocou o volante Jean, mais de destruição, por Bochecha, jogador técnico, de bom controle de bola e com ótimo passe. A entrada do canhoto melhorou - e muito - a saída de jogo do Alvinegro, que passou a ter mais posse e paciência na busca pelas melhores jogadas.


O empate veio rapidamente, aos oito minutos, com Marcelo Benevenuto, novamente destaque alvinegro em uma partida. Pouco após o empate com cabeçada certeira, levou os botafoguenses à loucura ao evitar o que parecia um gol praticamente certo de Pikachu. Com muita velocidade, recuperou-se e travou o rival na área.


Além de ter colocado a bola no chão com Bochecha, o Botafogo passou a ter movimentação muito interessante. Gustavo Ferrareis foi para a esquerda, Luiz Fernando passou ao outro lado, onde passou a render mais. Os dois, aliás, protagonizaram a jogada mais perigosa da etapa final. Luiz cruzou, e Ferrareis carimbou o travessão.



Gustavo Bochecha puxou reação do Botafogo — Foto: Vitor Silva/SSPress/Botafogo


Chamou atenção o quanto os homens de frente trocavam de lado. Erik saiu da zona central e ficou revezando a ponta esquerda com Ferrareis. Valencia, por vezes, atuava no meio dos zagueiros e também mudava de direção com Luiz Fernando. Tanta variação levou muitos problemas ao Vasco.


De fato, o Botafogo era outro. Uma jogada que exemplifica o quanto teve mais calma foi em uma finalização de Valencia por cima do gol de Fernando Miguel. A bola estava nas mãos de Gatito, que sinalizou para Ferrareis disparar. Ao ser atendido, lançou, o meia-atacante disparou, tocou em Erik, que infiltrou e dividiu. Na sobra, o chileno disparou.


A bola parada, principal fundamento do Vasco, funcionou para o Botafogo. Além do gol de Marcelo, marcado após escanteio batido por Valencia, o Glorioso quase virou com Gabriel também em um córner. Marcinho colocou na cabeça do zagueiro, que parou em bela defesa de Fernando Miguel.


Se não foi avassalador como contra o Defensa, pelo menos o Botafogo acordou e novamente apagou um primeiro tempo ruim. Isso, porém, não pode virar rotina, principalmente no Campeonato Carioca, já que o Botafogo é apenas o oitavo colocado na classificação geral, com cinco pontos.


Fonte: GE/Por Fred Gomes — Rio de Janeiro