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quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

Com foco no jogo a jogo, Botafogo muda ânimo com Barroca na luta contra o rebaixamento


Clube aposta na nova comissão técnica para mudar não só desempenho, mas também postura na reta final do Campeonato Brasileiro para dar último gás e continuar na elite



O desafio ainda é ingrato, mas o Botafogo ganhou novo ânimo na luta contra o rebaixamento. Depois de voltar a vencer após 10 jogos de jejum, o clube aposta na nova comissão técnica, liderada por Eduardo Barroca, para conseguir a mudança de postura que precisa para continuar na elite do Campeonato Brasileiro em 2021.


Internamente, os dirigentes avaliam que, além da expectativa de melhorar o rendimento do time nas rodadas finais, o treinador já mexeu com o brio do elenco. Se antes o cenário era de um time sem reação, agora a leitura é de que os jogadores ganharam novo gás para tentar a recuperação no campeonato.


O ambiente diferente veio com mudanças dentro e fora dos gramados que causaram ótima primeira impressão nos jogadores. No campo de treino, trabalhos táticos específicos e intensos agradaram cartolas e deram mais confiança aos atletas.



Time voltou a vencer após 10 rodadas — Foto: Vitor Silva/Botafogo


Mas, com menos de um mês desde o anúncio da volta, o maior impacto é no esforço de motivação. O novo treinador tem ligação estreita com o clube e já trabalhou com boa parte do elenco. O que facilitou a adaptação e o diálogo com os jogadores.


Nos primeiros dias, a diretoria chegou a sugerir a contratação de um motivador, mas Barroca pediu para o vestiário ser apenas dele e dos atletas. Outra atitude elogiada foi a volta ao trabalho assim que os médicos liberaram, mesmo com a capacidade do pulmão ainda prejudicada como consequência da Covid-19.


O grande exemplo dessa tentativa de parceria aconteceu nos últimos dias. Barroca foi o grande defensor das renovações de contratos dos atletas que ainda estavam com a vida indefinida. O restante do elenco fez coro e a diretoria aceitou a extensão por pelo menos mais dois meses, como informou o ge.


Uma semana após a outra

Desde o fim de novembro, uma frase que se tornou clichê no futebol virou novo mantra a ser repetido no Nilton Santos: cabeça no próximo jogo. Com muitos pontos de distância para sair do Z-4, é assim que a comissão e o psicólogo do clube tentam trabalhar o foco e a ansiedade do elenco. Projeções e matemática viraram assuntos proibidos.



Após se recuperar da Covid-19, Barroca comandou o time em dois jogos — Foto: Vitor Silva/Botafogo



- Não estou permitindo que a gente faça planejamento a médio prazo, pontuação, nada disso. O foco é no trabalho dia após dia. Agora, o foco total é no Coritiba. E será assim até o final. Qualquer coisa que a gente projete não é real, precisamos viver o presente e encontrar soluções rápido - disse Barroca em entrevista recente ao ge.


A intenção é manter a atenção no trabalho para recuperar a confiança. O que começou com a vitória da última rodada, sobre o Coritiba, em duelo direto.


No campo e bola, o time tenta a aumentar o repertório, seja de jogadas ou de atletas utilizados em um elenco que já se mostrou curto em momentos da temporada. Depois de cinco técnicos diferentes, o Botafogo tem dificuldade de definir uma identidade. A partir de agora, esse é o desafio nos dois meses que restam de campeonato.


Foram incluídas mais atividades para crescer em posse de bola, intensidade na marcação, presença no campo adversário. Sem tempo a perder o time vai trabalhar nesta quinta-feira e também na sexta, no Natal.


A tentativa de reação ficará à prova no próximo domingo, às 16h (de Brasília), contra o Corinthians, no Nilton Santos, pela 27ª rodada do Brasileirão. O Bota é o 18º colocado na tabela, com 23 pontos, cinco atrás do Bahia, que é o último fora da zona de rebaixamento.


Fonte: Por Davi Barros, Emanuelle Ribeiro e Thayuan Leiras — Rio de Janeiro