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domingo, 7 de dezembro de 2014

Melancolia em Brasília: Bota e Galo não saem do zero no Mané Garrincha


Com cariocas já rebaixados e mineiros desinteressados, equipes fazem jogo sem emoções e se despedem do Campeonato Brasileiro de 2014



De um lado, o mandante Botafogo, já rebaixado para a Série B. Do outo, o Atlético-MG, atual campeão da Copa do Brasil, com vaga garantida na Libertadores da América de 2015. O jogo realizado entre as duas equipes, no Mané Garrincha, neste domingo, não tinha grandes pretensões. E o que 3.964 torcedores viram em campo fez jus a esta significação. Em confronto no qual os reservas foram explorados, com poucas chances de gol e baixa qualidade técnica, Glorioso e Galo empataram por 0 a 0.

O Botafogo, que completou sete jogos sem marcar um gol, terminou o Campeonato Brasileiro na penúltima colocação, com 34 pontos. Já o Galo encerra sua participação em quinto lugar, com 62 pontos. Se em campo o jogo foi desanimado, nas arquibancadas uma confusão entre membros de torcidas organizadas chamou atenção no fim da primeira etapa. A briga generalizada só foi interrompida quando a polícia chegou.

Bota e Galo fazem jogo morno no Mané Garrincha (Foto: André Coelho / Agência o Globo)

Atuação retrata a campanha do Botafogo

O primeiro tempo foi um retrato da campanha do Botafogo durante todo o Campeonato Brasileiro: dificuldades na parte criativa, desorganização na marcação e nenhuma chance clara de gol. Do outro lado, um Atlético-MG formado predominantemente por reservas. Mesmo assim, o time de Levir Culpi foi o que protagonizou os melhores lances da etapa inicial. Aos 30 Pedro Botelho aproveitou cruzamento na área e desviou de mão, intencionalmente, para o fundo das redes. O árbitro não deixou barato e aplicou o cartão amarelo. Sete minutos depois, uma bela jogada de Carlos: recebeu na direita, deu uma finta em Fabiano e bateu colocado, por cima da trave de Helton Leite.

No segundo tempo, nenhuma melhora considerável. O Galo começou pressionando, aproveitou os erros da defesa adversária, mas não conseguiu abrir o placar. O Botafogo, por sua vez, errou muitos passes. Pierre, de um lado, obrigou Helton Leite a fazer boa defesa. Como resposta, Fabiano assustou com um chute improvável, e Uilson pulou para espalmar. O momento que mais chamou a atenção ficou por conta de Jemerson. O zagueiro do Atlético fez uma dura falta em Maikon, último homem do Bota, na entrada da área e levou apenas o cartão amarelo. O lance causou indignação dos jogadores de Vagner Mancini. O restante da partida não reservou maiores emoções, e a despedida das duas equipes do Campeonato Brasileiro de 2014 não saiu do zero.

Por GloboEsporte.com/Brasília

A história do Fogão não se rebaixa


Com tantas glórias e craques inesquecíveis, o Botafogo tem na trajetória de 110 anos a certeza de que pode voltar a brilhar com sua Estrela Solitária

FERNANDO FARIA


Rio - São 110 anos de uma gloriosa história. Gerações e gerações que aprenderam a amar o time da Estrela Solitária. Defendendo um escudo tão simples e imponente, um desfilar de craques de fino trato com a bola, de paixão pela rede, de inesquecíveis emoções. Quantos deles, com a Amarelinha, encantaram não só os alvinegros, mas o país e o mundo. Quanta felicidade proporcionaram! Quantas plateias surpreenderam!

Como esquecer a categoria de Nilton Santos, aquele que sabia tanto de bola, que era chamado de Enciclopédia do Futebol. E de Garrincha, o Mané, Alegria do Povo, que imortalizou a camisa 7 do clube, levando à loucura os Joões mundo afora e trazendo o caneco do Bi em 1962, depois de a Seleção ficar sem Pelé, tão bem substituído pelo Possesso Amarildo. Didi, monstro sagrado do meio-campo, deus no gramado. Zagallo, formiguinha de futebol incansável. Gerson, Canhotinha de Ouro, jardas e jardas em lançamentos de precisão milimétrica. Jairzinho, o Furacão da Copa, gols em todos os jogos na inesquecível conquista do Tri em 1970.

Garrincha (ao centro) é o maior ídolo da história do BotafogoFoto: Uanderson Fernandes / Agência O Dia

O arrojo de Manga, a simplicidade de Wagner, a frieza de Jefferson, o talento de Carlos Alberto Torres, o fôlego de Josimar, a valentia de Brito, a segurança de Mauro Galvão, a qualidade de Leônidas, a classe de Rildo, a bomba de Marinho Chagas, o faro de gol de Paulinho Valentim, a falsa lentidão de Fischer, a fixação pela rede de Quarentinha, a redenção de Maurício. Quantos craques!

A corajosa rebeldia do cabeludo e barbudo Afonsinho, a insanidade de Heleno de Freitas, a lucidez de Seedorf, a habilidade desconcertante de Paulo Cezar Caju, a dedicação de Donizete, a irreverência de Túlio Maravilha e Loco Abreu, o trabalho incansável de Dirceu, o fôlego de Alemão, a precisão de Mendonça, a elegância de Nilson Dias.

Maior lateral-esquerdo da história, Nilton Santos só jogou pela Seleção e pelo GloriosoFoto: Divulgação
O Botafogo trilhou seu glorioso caminho nos passos de jogadores espetaculares, gênios da bola. Se hoje a Estrela Solitária não brilha com tanta intensidade, se está ofuscada por nuvens densas e decisões obscuras de dirigentes, novos dias de céu aberto virão. A camisa preta e branca deve ser sempre vestida com muito orgulho. Afinal, se a Série B emudece, a história do clube grita. E a história não se rebaixa!

‘O clube jamais se perderá na poeira do tempo. A crise atual passará’

O torcedor do Botafogo sempre foi conhecido como ‘sofredor’ por causa de expectativas frustradas. Teve período glorioso nos anos 60, quando times poderosos liquidavam adversários. Após mais de duas décadas sem títulos e da venda da sede de General Severiano, houve quem desse como certo o fim do clube como instituição de primeira.

Tulio foi o grande nome do título brasileiro do Botafogo em 1995Foto: Reprodução Internet
Mas o Botafogo sobreviveu a tudo e teve década vitoriosa nos anos 90. No século 21, a coisa piorou, mesmo com os três títulos cariocas. Mas, pela sua grande e apaixonada torcida, o clube jamais se perderá na poeira do tempo e personagens recentes como Loco Abreu, Seedorf e Jefferson seguram a mística incomparável, semeada a partir do grande Heleno de Freitas.

Por isso, o botafoguense é um alucinado pelo clube, não importam resultados e obstáculos. A crise atual passará porque há mutirão a favor. Como dizia o saudoso teatrólogo Sérgio Rangel: “O jogo em si e o papo sobre o futebol em si não me interessam. O Botafogo está acima de tudo.”

Marcio Guedes, Colunista do O DIA

Série B e Libertadores: com destinos selados, Bota e Galo duelam no DF


Partida deste domingo, no Mané Garrincha, marca a despedida da temporada com gostos diferentes para os times. Fora, Jefferson pode ter se despedido do Alvinegro




Botafogo e Atlético-MG se enfrentam neste domingo sem objetivos a cumprir no Campeonato Brasileiro. Mas a partida que começa às 17h no Estádio Mané Garrincha, em Brasília, apresentará duas equipes que encerram a temporada com seus destinos selados e em climas bem diferentes. Para o bem e para o mal. Enquanto o time carioca amarga o rebaixamento para a Série B, o mineiro celebra o título da Copa do Brasil e a vaga na Libertadores de 2015.

Após a confirmação do rebaixamento, com a derrota por 2 a 0 para o Santos, no último domingo, o Botafogo passou toda a semana em busca de motivação para a disputa de sua última partida pela Série A. Um motivo pode ser o reencontro com uma vitória, que não acontece há mais de um mês. A última foi em 25 de outubro (2 a 1 sobre o Flamengo), e desde então o Alvinegro colecionou apenas derrotas nas seis partidas que disputou. Além disso, o único gol marcado foi contra (contra o Cruzeiro).

E o Botafogo não contará com seu capitão e principal jogador. Jefferson teve as suas férias antecipadas, e como a sua permanência ainda é uma incógnita, devido à dívida do clube com o camisa 1, o goleiro pode ter se despedido do Alvinegro contra o Peixe.

Sem aspirações no Brasileirão, já que garantiu vaga na Libertadores por ter conquistado a Copa do Brasil, o Atlético-MG vai com um time quase todo formado por reservas para esta partida. Os titulares ganharam férias antecipadas e nem viajaram para Brasília. Dentre os que estarão em campo, Réver é a grande novidade, já que voltará a atuar depois de quatro meses, após ser submetido a uma cirurgia no tornozelo direito no início de agosto.

O Premiere transmite o jogo para todo Brasil, e o GloboEsporte.com acompanha em Tempo Real, com vídeos, a partir das 16h30.



Botafogo: Vagner Mancini vai manter o esquema que utilizou durante a maior parte da reta final do Campeonato Brasileiro, com três volantes e três atacantes. Marcelo Mattos, que cumpriu suspensão contra o Santos, retorna à equipe. Poupado, Jefferson não joga, e Helton Leite, que treinou como titular, deve começar jogando. A novidade será o volante Fabiano improvisado na lateral esquerda. O Botafogo deve começar com a seguinte formação: Helton Leite (Andrey), Régis, Dankler, André Bahia e Fabiano; Marcelo Mattos, Airton e Gabriel; Murilo, Yuri Mamute e Bruno Corrêa.

Atlético-MG: o Galo vai entrar em campo com Giovanni; Alex Silva, Tiago, Réver e Pedro Botelho; Pierre, Josué, Eduardo e Dodô; Marion e Carlos.




Botafogo: o lateral-esquerdo Junior Cesar cumpre suspensão. No departamento médico estão Carlos Alberto, Jobson, Zeballos, Rogério, Wallyson e Tanque Ferreyra.

Atlético-MG: ninguém está suspenso. Estão em fase de transição Cesinha, Emerson e Lucas Cândido. Além deles, quase todos os titulares ganharam férias antecipadas pelo técnico Levir Culpi e não entram em campo.








Por GloboEsporte.comRio de Janeiro

Adeus, 2014! Botafogo entra em campo para o último ato de um ano para ser esquecido


Eliminações vergonhosas, atuações pífias e muitos problemas... Que venha 2015!





Botafogo perde para o Unión Española (Foto: Paulo Sérgio/LANCE!Press)
Eliminação na Libertadores foi frustrante para a
torcida e jogadores (Foto: Paulo Sérgio/LANCE!Press)
Enfim, vai acabar. O pior capítulo da história gloriosa do Botafogo terminará assim que o juiz der o apito final na partida deste domingo, contra o Atlético-MG, às 17h, no Estádio Mané Garrincha, em Brasília. O confronto, válido pela última rodada do Campeonato Brasileiro, terá transmissão em tempo real pelo LANCE!Net.

Em 2015, a ordem dentro do clube é melhorar a situação. Na verdade, não tem como piorar. Mesmo com diversos problemas de ordem financeira, a promessa do presidente Carlos Eduardo Pereira é montar um time forte e barato. E assim, torcer para o Botafogo conseguir o retorno à Série A.

Durante 2014, foram muitas tragédias para o Glorioso. A primeira, aconteceu no fraco Estadual. Deixado de lado pela comissão técnica para priorizar a Libertadores, o Botafogo fez a pior campanha da história alvinegra no Carioca, terminando num inédito nono lugar.

Talvez o vexame no Rio tivesse sido esquecido caso o time fosse bem na Libertadores. De fato, o início da campanha animou, mas duas derrotas nos dois últimos jogos eliminaram o Glorioso ainda na fase de grupos.

Para juntar os cacos, Vagner Mancini foi contratado para o Brasileiro. Ele até tentou, é verdade, mas a sucessão de erros da diretoria, que atrasou salários e dispensou titulares, minou a força da equipe, que acabou rebaixada.

Na Copa do Brasil, a situação foi parecida com a Libertadores. Começou bem, com classificação histórica sobre o Ceará, mas a eliminação vexaminosa para o Santos, após goleada por 5 a 0, foi a cara do Botafogo em 2014.

Fica a torcida para que o novo capítulo, em 2015, tenha final feliz.

Mudanças drásticas em 2015

A prioridade da nova diretoria será pagar impostos e manter as contas em dia, pois 2015 foi marcado por atrasos e muitos problemas. Mas para isso, o presidente Carlos Eduardo Pereira deverá cortar gastos com o time de futebol.

A folha salarial será enxugada e o novo técnico terá ganhos abaixo de R$ 100 mil. Para Mancini permanecer, ele deverá aceitar uma redução nos vencimentos.

Em matéria de jogadores, o Alvinegro deverá aproveitar mais os criados na base e dar chance aos que voltam de empréstimos, como Gilberto, Lima e Henrique.

CAMPANHAS DESASTROSAS DE 2014

CARIOCA - Na competição regional, o Botafogo passou por diversos vexames. Na campanha, derrotas para Cabofriense, Friburguense, Macaé e Boavista.

LIBERTADORES - Sem disputar o torneio desde 1996, o Botafogo priorizou a competição, mas não deu certo. Foi eliminado na fase de grupos, após perder para o Unión Española em pleno Maracanã, por 1 a 0, e para o San Lorenzo, na Argentina, por 3 a 0.

COPA DO BRASIL - Depois de virada histórica sobre o Ceará, o time foi eliminado pelo Santos nas quartas de final, após derrotas por 3 a 2, no Maracanã, e 5 a 0, na Vila Belmiro.

BRASILEIRO - De 37 jogos disputados, o Botafogo perdeu 22. Resultado? Rebaixado com uma rodada de antecedência para a Série B do Brasileiro.


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