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sexta-feira, 7 de junho de 2013

Sem Engenhão, Oswaldo pede ao Bota estádio com bom gramado


Técnico alvinegro considera interdição até 2015 lamentável e afirma que o planejamento da equipe e do clube ficam muito prejudicados


Oswaldo diz que time terá que se adaptar a uma
nova casa (Foto: Celso Pupo / Agência Estado)
A notícia de que o Engenhão precisará ficar cerca de 18 meses interditado para obras de reparo na cobertura caiu como uma bomba no Botafogo. A diretoria ficou sabendo de tudo pela imprensa, e só vai se pronunciar oficialmente na próxima semana, quando estiver por dentro de todos os detalhes. O técnico Oswaldo de Oliveira lamentou não poder jogar no estádio por este período, o que vai prejudicar o planejamento alvinegro.

Oswaldo afirmou que o desafio agora será se adaptar e não deixar o desempenho cair.

- É lamentável. É o que posso dizer. Um estádio com cinco anos de idade já ter que passar esse tempo de obras. Interfere muito no nosso planejamento, mas, mais uma vez, vamos ter que nos adaptar. Temos que fazer com que a equipe siga jogando bem e consiga vitórias fora do nosso habitat.

Sem o Engenhão, o Bota estuda as possibilidade para mandar os seus jogos. Brasília, onde há muitos alvinegros, é um dos locais favoritos, além do Maracanã. Depois de sofrer no campo irregular do Baptistão, em Aracaju, e perder por 2 a 1 para o Bahia, Oswaldo de Oliveira avisou que sua preferência é por um local que tem um bom gramado.

- Prefiro onde o campo for melhor, isso é importante. Nosso time é técnico, que troca passes. Com bola longa o tempo todo é complicado. Que joguemos em bons campos para mostrar toda a nossa qualidade.

O último compromisso do Botafogo antes da parada para a realização da Copa das Confederações será neste sábado, às 21h (de Brasília), contra a Ponte Preta, em Campinas. O Alvinegro é o sexto colocado do Brasileiro com sete pontos.


Por Fred Huber Rio de Janeiro

Botafogo visita a Ponte com objetivo de voltar ao G4 antes da pausa

Equipe alvinegra traçou meta de se manter entre os quatro primeiros antes da parada devido à Copa das Confederações; Macaca quer se afastar da zona do rebaixamento




Apresentação Ponte Preta x Botafogo
Jogo será no Moisés Lucarelli, em Campinas
Perder para o Bahia por 2 a 1 na última rodada não tirou apenas uma invencibilidade de 19 jogos do Botafogo. O revés também pôs o campeão carioca para fora do G4 do Campeonato Brasileiro. E voltar a brigar no topo é justamente a motivação do Alvinegro para enfrentar a Ponte Preta, em pleno Moisés Lucarelli, neste sábado, às 21h. O confronto terá transmissão em tempo real pelo LANCE!Net.

A comissão técnica do Glorioso traçou - junto do elenco - o objetivo de ficar entre os quatro primeiros até a pausa do Brasileirão para a Copa das Confederações. Com a derrota para o Tricolor de Aço, o time caiu para a sexta posição. Enquanto isso, a Macaca briga para manter distância da zona de rebaixamento. Atualmente ela é a última equipe antes dos clubes que cairiam caso o torneio acabasse agora.

OSWALDO RECLAMA DE PAUSA

Devido à Copa das Confederações - após encarar a Ponte - o Botafogo deverá voltar a disputar uma partida apenas no dia 7 de julho, contra o Fluminense, pelo Brasileiro. Existe a possibilidade da partida de ida contra o Figueirense, pela Copa do Brasil ser no dia 3 de julho, mas isso ainda não foi definido.
O técnico Oswaldo de Oliveira criticou a parada. Ele acredita que os times perdem o ritmo de jogo adquirido nas cinco primeiras rodadas.

- Infelizmente deveriamos evitar isso de parar o campeonato. Agora paramos um mês e não tem como os times voltarem iguais. Então, nós temos que encarar com seriedade esse jogo que, nessa primeira fase, é a última chance que temos de somar três pontos. Faremos o possível para conseguir isso - disse o treinador.

MACACA EM CRISE

A Ponte Preta tenta se recuperar da semana turbulenta que passou. Os problemas começaram na segunda-feira, quando o volante Bruno Silva foi dispensado e deu entrevistas criticando o então técnico Guto Ferreira, que também seria demitido na quinta-feira, após a derrota na noite anterior, para o Atlético-PR, por 4 a 3, no Moisés Lucarelli.

O nome mais cotado para assumir a equipe é Silas, que deixou o Náutico na última semana. No entanto, a diretoria da Macaca ainda não anunciou oficialmente a decisão e quem comandará a equipe diante do Botafogo é Zé Sérgio, treinador do time sub-20.

O técnico interino deve promover três mudanças na equipe, que tenta a segunda vitória no Brasileirão. A primeira delas é no gol: Edson Bastos, que teve um começo de campeonato irregular, dá lugar a Roberto. Já o lateral-esquerdo Rodrigo Biro ganha a vaga de Uendel também por opção técnica. No meio, o esquema com três volantes será deixado de lado, com a saída de Magal para a entrada do meia Roger Gaúcho.

Apesar da mudança de esquema, Zé Sérgio não promete muitas alterações no modo de jogar.

- Na verdade quem vai fazer alguma coisa são os jogadores. Vamos tentar manter o bom trabalho e ser um pouco mais agressivos para buscar a vitória.
Tive a oportunidade de estar com o Guto por dois meses acompanhando os treinamentos dessa equipe, mas isso não altera muito o panorama para uma única partida - declarou o técnico interino.

FICHA TÉCNICA

PONTE PRETA X BOTAFOGO

Local: Moisés Lucarelli, Campinas (SP)
Data-Hora: 8/6/2013 - 21h (de Brasília)
Árbitro: Claudio Francisco Lima e Silva (SE)
Auxiliares: Cleriston Clay Barreto (SE) e Lorival Candido das Flores (RN)

PONTE PRETA: Roberto; Cicinho, Cleber, Ferron e Rodrigo Biro; Baraka, Fernando, Roger Gaúcho e Chiquinho; Rildo e William - Técnico: Zé Sérgio.

BOTAFOGO: Renan; Lucas, Bolívar, Antônio Carlos e Julio Cesar; Marcelo Mattos e Gabriel; Fellype Gabriel, Seedorf e Vitinho; Rafael Marques - Técnico: Oswaldo de Oliveira.


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Titulares do Botafogo ficam na academia na véspera de duelo contra a Ponte Preta


Dos que começarão jogando contra a Macaca, apenas Renan esteve no campo



Andrezinho - Treino do Botafogo (Foto: Ruano Carneiro/LANCE!Press)
Andrezinho esteve no campo de treino
(Foto: Ruano Carneiro/LANCE!Press)
Com os titulares na academia, o Botafogo treinou na tarde desta sexta-feira, no Engenhão. Devido ao desgaste das viagens, apenas os reservas estiveram no campo anexo do Engenhão para fazer um atividade técnica.

Dos que iniciarão jogando contra a Macaca, apenas Renan esteve no local. O camisa 22 fez uma atividade específica com o preparador Flávio Tenius, e não forçou muito para não sentir dores musculares.

No final da atividade, os titulares Gabriel e Vitinho subiram para acompanhar os companheiros treinando. Os dois ficaram pouco mais de 15 minutos no local e mostraram bom-humor.


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Engenhão terá de passar por obras estruturais e só reabrirá em 18 meses


Prefeitura convoca entrevista de emergência e explica que cobertura do estádio não oferece condições mínimas de segurança



A entrevista coletiva convocada nesta sexta-feira pela Prefeitura do Rio de Janeiro a respeito da interdição do Engenhão não trouxe boas notícias para o torcedor carioca. De acordo com o engenheiro Sebastião Andrade, o secretário municipal de obras, Alexandre Pinto, e o presidente da RioUrbe, Armando Queiroga, a cobertura do estádio precisará passar por um reforço estrutural imediato, e a obra levará em torno de 18 meses para ser concluída.

- Estamos notificando os consórcios e evocamos as garantias previstas no Código Civil quanto à segurança e à solidez de uma obra de engenharia. É uma tragédia. Já estamos notificando, mas não acredito que já na segunda-feira haja operários nessa obra. O prazo é em torno de 18 meses e começa a partir da notificação imediata ao consórcio, o que será feito hoje (sexta-feira) - afirmou o secretário municipal de obras.

Ele disse que ainda não existe uma previsão para os custos da reforma, mas garantiu que não serão de responsabilidade da prefeitura. E se disse certo de que os consórcios - Delta, Racional e Recoma, na primeira fase, e depois OAS e Odebrecht - acatarão a notificação. Segundo os membros da comissão constituída para analisar a situação do Engenhão, o estádio não oferece condições mínimas de segurança ao público.

Membros da comissão sobre o Engenhão explicam situação do estádio em coletiva (Foto: Raphael Zarko)
- Diante das considerações expostas e da avaliação de toda a documentação disponibilizada, esta comissão entende que o reforço estrutural imediato da cobertura é imprescindível para que possa ser utilizado com os níveis mínimos de segurança exigidos pela legislação vigente. Da maneira que está, o estádio não cumpre com os riscos mínimos - explicou Sebastião Andrade, um dos três engenheiros designados pelo prefeito Eduardo Paes para a comissão.

O Botafogo ainda não se pronunciou sobre o assunto. O presidente Maurício Assumpção, assim como no momento da interdição do estádio, foi informado dos detalhes pelas notícias na imprensa.

A entrega do laudo estava prevista para 30 de maio, porém houve uma prorrogação de 15 dias no prazo, por necessidade de mais tempo para completar a avaliação. Andrade disse que houve erro no projeto inicial do estádio, construído para a realização do Pan-Americano de 2007 e alugado ao Botafogo.
Esta comissão entende que o reforço estrutural imediato da cobertura é imprescindível para que possa ser utilizado com os níveis mínimos de segurança exigidos pela legislação vigente"
Sebastião Andrade, engenheiro

- A causa deste comportamento tem a ver com a concepção estrutural. O arco, por exemplo, na situação atual, se movimentou bastante. Isso tudo levou a níveis mais baixos de confiabilidade. A comissão decidiu que não dá para deixar desse jeito, precisa-se recompor estes níveis.

Engenheiro do consórcio do Engenhão, Marcos Vidigal argumentou que não houve tempo, no momento da construção, de estudar o projeto.

- O projeto estava concluído, e as peças, já fabricadas. Só tivemos que montar - afirmou Vidigal, que acrescentou que a Odebrecht só vai se manifestar por nota ou em entrevista coletiva após receber a notificação da prefeitura.

A Delta iniciou a construção do Engenhão em 2003, com custo estimado em R$ 60 milhões, mas alegou falta de condições financeiras e desistiu com menos de um terço das obras. Elas foram concluídas por um consórcio formado por Odebrecht e OAS, que incluiu no contrato cláusulas que o eximem de responsabilidade em caso de problemas estruturais.

Segundo o secretário municipal de obras, não é certo que o Engenhão seja liberado para os treinamentos de seleções para a Copa das Confederações. Ele informou que o Comitê Organizador Local e a prefeitura vão analisar o cenário.

O estádio está fechado desde o dia 26 de março após o poder municipal receber um laudo da empresa alemã SBP, que constatou problemas na cobertura do estádio. A interdição foi cercada por polêmicas e desinformação. Em resposta ao laudo alemão, uma empresa da Inglaterra (RWDI) analisou os dois estudos - da Alemanha e o original da empresa canadense, que fez os cálculos estruturais - e referendou o estudo do Canadá, que apontava até três vezes menos riscos na estrutura que os alemães.

O grande ponto de divergência entre os dois cálculos diz respeito à segurança da estrutura em caso de ventos muito fortes no Rio de Janeiro. Segundo a RWDI, haveria riscos - mas não de colapso - apenas em casos de ventos acima de 115 km/h. O parecer da SBP, no entanto, aponta que já há perigo se os ventos atingirem 63 km/h.



Por Raphael Zarko Rio de Janeiro

Prefeitura revela que prazo para reabertura do Engenhão é de 18 meses

Em entrevista coletiva, secretário municipal de Obras, presidente da Rio Urbe e engenheiros confirmam problemas na cobertura do estádio




Botafogo não poderá mais utilizar o Engenhão no ano de 2013. (Foto: Paulo Sérgio/LANCE!Press)
Problema para os cariocas: Engenhão ficará mais de um ano fechado (Foto: Paulo Sérgio/LANCE!Press)

Em entrevista coletiva concedida na tarde desta sexta-feira, na sede da prefeitura do Rio de Janeiro, o secretário municipal de Obras, Alexandre Pinto; o presidente da Rio Urbe, Armando Queiroga; um dos engenheiros do consórcio do Engenhão, Marcos Vidigal e Sebastião Andrade, da comissão formada pelo prefeito Eduardo Paes para vistoriar e dar um novo parecer sobre o estádio - interditado no dia 26 de março em razão de problemas na cobertura - confirmaram as impressões do laudo anterior de uma empresa alemã e apontaram, finalmente, um prazo para finalizar a obra de resestruturação: 18 meses.

Como havia informado o prefeito recentemente, os custos da reforma ficarão por conta do consórcio construtor, formado pelas construtoras OAS e Odebrecht. A prefeitura ainda irá notifica-los da decisão, mas não acredita em qualquer resistência dos construtores.

O prazo para o início das obras ainda não foi divulgado. Segundo os engenheiros que realizaram os estudos, ainda será preciso novas análises. Os preços da obra também não foram estimados.

- É uma tragédia. Já estamos notificando, mas não acredito que já na segunda-feira haja operários nessa obra. O prazo é em torno de 18 meses - disse o secretário municipal  de obras, Alexandre Pinto.


Leo Burlá e Alexandre Braz (RJ) LANCENET!

Prefeitura do Rio concede entrevista coletiva para falar sobre o Engenhão

Assunto a ser tratado no encontro com a imprensa na tarde desta sexta-feira não foi divulgado, mas nesta semana o prefeito Eduardo Paes disse que esperava para o fim dessa semana o laudo técnico sobre as condições de estádio, fechado por problemas em sua cobertura





Engenhão (Foto: Vanderlei Almeida/AFP)
Prefeitura concede entrevista sobre o
Engenhão nesta sexta-feira
(Foto: Vanderlei Almeida/AFP)
Representantes da Prefeitura do Rio de Janeiro concedem entrevista coletiva nesta sexta-feira, às 13 horas, sobre o Estádio Olímpico João Havelange, interditado há mais de dois meses por apresentar problemas em sua cobertura.

O assunto a ser tratado na entrevista não foi divulgado, mas na última na quarta-feira, em evento realizado no Parque do Flamengo, Zona Sul da cidade, o prefeito Eduardo Paes afirmou que esperava para o fim desta semana o laudo técnico com o parecer sobre as condições do Estádio construído em 2007. Este laudo estava sendo feito por uma comissão de engenheiros determinado pela prefeitura no dia 15 de maio.

A entrega do laudo estava prevista para o dia 30 de maio. Como não ficou pronto neste período, houve uma prorrogação de 15 dias neste prazo. 
No início da semana, o presidente do Botafogo, Mauricio Assumpção, ao conceder entrevista coletiva e falar das dificuldades que o clube está enfrentando com o fechamento do estádio, também afirmou que esperava o laudo técnico para o fim desta semana.

Procurado pela reportagem do LANCE!Net, a diretoria do Botafogo afirmou, por intermédio de sua assessoria, que ainda não estava ciente do que será tratado na coletiva desta tarde.


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Botafogo estipula preço para vender Dória a clubes do Brasil: 10 milhões de euros

Clube acena com a possibilidade de negociar zagueiro com a Europa por cerca de sete milhões de euros, valor oferecido por um grupo de investidores e recusado pelo Alvinegro




Dória - Treino do Botofogo (Foto: Paulo Sérgio/LANCE!Press)
Chances de Dória irem ao Cruzeiro agora
 são remotas (Foto: Paulo Sérgio/LANCE!Press)
O zagueiro Dória, que esteve muito perto de parar no Cruzeiro, está cada vez mais longe do clube mineiro. Tudo porque o Botafogo recusou – após várias conversas nos últimos dias – uma proposta de sete milhões de euros (cerca de R$ 20 milhões) feita por um investidor ligado à Raposa, que repassaria o jogador ao clube celeste.

O preço estipulado pelo Alvinegro para negociar o jogador com clubes brasileiros é de cerca de dez milhões de euros (aproximadamente R$ 28 milhões). Caso surja alguma proposta da Europa, a diretoria do Glorioso até pensa em vendê-lo pelo mesmo valor oferecido pelos investidores.

Tudo para não ver o jovem zagueiro em um time que deve concorrer com o Glorioso nas campanhas do Brasileirão e da Copa do Brasil e também por uma das vagas na próxima Libertadores.

Antes das conversas vazarem na imprensa, os dirigentes do Botafogo até aceitavam que Dória fosse para o Cruzeiro, mas ficaram com medo da reação da torcida caso o jovem brilhasse em Minas.

Quinta-feira foi a data-limite estipulada pelos investidores para definir o negócio. Agora, a tendência é que eles desistam de contratar Dória. Existe a possibilidade de que uma última reunião seja realizada nesta sexta-feira para tratar do assunto.


Luiz Gustavo Moreira e Walace Borges - (RJ) LANCENET! 

Botafogo prepara novo fundo de investimento para o fim do ano


Em parceria com a agência de jogadores MFD, clube espera captar o dobro de recursos da primeira empreitada para adquirir atletas: R$ 10 milhões




Sustentado pelo sucesso da primeira Companhia de Participações Esportivas (CPE), o Botafogo prepara para o fim do ano o lançamento da segunda empresa que funcionará como um fundo de investimentos para aquisição de direitos sobre jovens jogadores. A meta é obter R$ 10 milhões até o fim do ano para que o clube já utilize a verba para a temporada de 2014. Uma sociedade anônima com prazo de validade, que começa com a captação de recursos de investidores e termina com a divisão dos lucros, com a cota de investimento pré-determinada. O modelo de negócios, que já começa a ser adotado por outras grandes equipes do país, como o Santos, tem como norte o meio-termo entre a busca por lucro e o benefício esportivo.

A nova empresa também está sendo estruturada pela agência de atletas MFD, que tem como diretores o advogado Vantuil Gonçalves e Gerson Sá, com formação no mercado financeiro. Para não haver dúvidas sobre conflito de interesses dos investidores e do clube com a agência, o modelo do fundo determina que só o Botafogo tem o direito de indicar contratações que, então, serão analisadas por um conselho de administração da CPE. Vantuil e Gérson consideram fundamentais para o sucesso do fundo o respeito às regras de transparência determinadas em uma espécie de código de conduta que vale não apenas para a MFD, mas também para clube e investidores.
Após sucesso no Botafogo, Elkeson, negociado pela CPE, agora atua na China (Foto: Arquivo Pessoal)
A primeira CPE foi lançada em junho de 2009 e, quatro anos depois, todos os participantes do fundo recuperaram seus investimentos devidamente corrigidos e com sobras. As "sobras", neste caso, são sete jogadores que integram a carteira do fundo e ainda podem dar retorno - os mais conhecidos são Cidinho e Lucas Zen. Para essa primeira companhia, foi estabelecido o teto de R$ 5 milhões de investimento, dividido em dez cotas de R$ 250 mil. A segunda CPE oferecerá cotas que somarão R$ 10 milhões. Segundo Vantuil, é um modelo que permite ajudar o Botafogo de uma forma mais profissional, sem apelar para doações.

- Quase todos os investidores são alvinegros, mas há um tricolor que viu a nossa apresentação a um dos botafoguenses e resolveu entrar por acreditar no negócio. Foi o primeiro fundo no país voltado para um clube específico, com uma cláusula que diz explicitamente que qualquer valor investido pela companhia é para ser aplicado em jogadores para o Botafogo.

Vantuil explicou que problemas no passado fizeram com que a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) deixasse de homologar fundos de investimento dessa natureza. Dessa forma, a CPE se estrutura como uma sociedade anônima, e o investimento acontece a partir da venda de cotas de ações que, contudo, não são oferecidas abertamente no mercado.

- Buscamos pessoas conhecidas, com poder de investimento e vontade de ajudar o clube. O grande negócio dessa parceria foi esse instrumento para regular a relação entre clube, investidores e a MFD. Todos seguiram à risca, não houve quebra de contrato, foi tudo muito transparente - explica Gerson Sá.

Vantuil Gonçalves e Gérson Sá, sócios
 da MFD
(Foto: Vicente Seda)
O Botafogo sempre tem a opção inicial de fazer negócio com seus próprios recursos. Se o clube não tiver o dinheiro para a transação, a prioridade é da CPE, que avalia se o negócio está dentro dos seus parâmetros. Caso a CPE recuse o investimento, o clube pode buscar outros parceiros no mercado. O conselho de administração da CPE e a MFD não podem efetuar contratações por conta própria com os recursos desse fundo. Cabe ao Botafogo, além de indicar os atletas, apontar o valor e o percentual a ser comprado. A MFD providencia um parecer técnico para cada negociação. Há ainda uma regra que determina que nenhum jogador adquirido para o clube pode ser negociado antes de um período pré-determinado, de aproximadamente um ano. A não ser, é claro, que o clube dê o aval para a saída precoce.

Entre os jogadores já negociados pela primeira CPE, dois em especial foram os grandes responsáveis pelo sucesso da empresa: Elkeson, hoje na China, e Jadson, a caminho da Udinese. O primeiro foi negociado por 4,5 milhões de euros, enquanto o volante custou 2,5 milhões de euros aos italianos. Além deles, outros atletas conhecidos da torcida e negociados pela primeira CPE foram Wellington Júnior (repassado a um grupo de investidores suíços) e Caio (hoje no Internacional).

O economista e diretor executivo do Botafogo, Sérgio Landau, se mostrou empolgado com a iniciativa e disse que o sucesso do primeiro fundo fez com que três investidores procurassem o clube para novos negócios. Ele confirmou que a filosofia será mantida, com o Botafogo permanecendo como único autorizado a indicar contratações, e acrescentou que a limitação de idade deverá ser extinta, já que o próprio conselho de administração do fundo tem de dar o aval para as negociações.

- O fundo já retornou o investimento e ainda temos uma carteira de jogadores. Então foi um sucesso. A partir disso, alguns investidores nos procuraram para fazer um novo fundo. Todo mundo saiu feliz, mostramos a seriedade do Botafogo. A estrutura jurídica é rigorosamente igual, mas tornamos um pouco mais livre. O fundo anterior se limitava a jogadores de 18 a 24 anos, podendo haver exceção com autorização do conselho da empresa, e no fundo atual a gente achou besteira essa limitação, porque na essência é sempre o conselho que vai decidir. Era uma cláusula inócua. O resto está muito em cima do fundo anterior, justamente pelo sucesso.

De acordo com Vantuil, a previsão é a de que a primeira CPE seja extinta em 2014, já com a segunda empresa em plena atividade - o que já deve acontecer na janela para transferências internacionais no início do ano.

- Como a primeira empresa deu certo, fica mais fácil captar recursos. Antes só tínhamos transações da MFD para mostrar aos investidores. Antes, entraram mais para ajudar o clube de uma forma mais profissional. Agora, é um negócio que dá certo. Alguns investidores inclusive se aproximaram do Botafogo e acabaram também colaborando de outras formas - contou Vantuil.

Por Thales Soares e Vicente Seda Rio de Janeiro